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Ribeirão Preto
José Eduardo Oliveira Bruno*

 

Califórnia do Café

Existiam apenas poucas casas, próximas aos Córregos do Retiro e Ribeirão Preto. Os mineiros, saíam de suas terras já esgotadas para a mineração, e tendo começado a se dedicar ao gado, vinham procurando por pastagens. A crise do café do Vale do Paraíba empurrou os fluminenses também para outros horizontes. E eles trouxeram as sementes dos cafezais que, em pouco tempo, tomariam conta da economia da região, e fariam de Ribeirão Preto a Califórnia do Café.

Várias fazendas se formaram, e foi a doação de terras feita por 6 famílias, para a construção da Paróquia de São Sebastião, que deu origem a Ribeirão Preto. Em 1.856 foi feita a legalização da doação à Igreja. Mas a data da fundação da cidade, em 19 de junho de 1.856, só iria ser definida um século depois, devido a uma lei aprovada na Câmara de Vereadores, baseada em estudo do historiador Osmani Emboaba da Costa. Anos mais tarde, em 15 de julho de 1870, foi inaugurada a primeira igreja da então vila. Hoje, no local da igreja está a fonte luminosa da Praça XV de Novembro.

O rápido processo político-administrativo da vila prendeu-se ao extraordinário desenvolvimento econômico da região. A pequena comunidade agrícola já era considerada como pólo gerador de riquezas. A cultura do café trazida em 1876 por Luís Pereira Barreto e largamente explorada, e a penetração ferroviária através da Companhia Mogiana, inaugurada a 30 de julho de 1883, constituíam fatores decisivos para a evolução do município. Em abril de 1889, Ribeirão Preto foi transformada em cidade. Começava a nascer um dos maiores pólos financeiros do país. O café "bourbon", trazido da Vale do Paraíba, tomou conta da paisagem de Ribeirão Preto e trouxe fortuna para os fazendeiros como Henrique Dumont e Francisco Schimidt.

A notícia do crescente e contínuo desenvolvimento da nova cidade se propagou rápidamente entre 1.890 e 1.900. A rica Ribeirão Preto queria então luxo e diversão. A ostentação era visível. Comprava-se de tudo: mulheres que divertiam os coronéis, água mineral e champagne que vinham da França, azulejos trazidos de Portugal, e até a força de trabalho, com os imigrantes europeus, na sua maioria italianos.

Um empresário acabou entrando para história da cidade. Francisco Cassoulet, de nacionalidade francesa, vindo da Argentina, criou o primeiro "café-cantante", o ‘El Dorado". Ele contratava artistas, que eram recebidas com banda de música na estação ferroviária. Por esta época, Ribeirão Preto era chamada pelos visitantes da região de "Petit Paris".

A Capital D’Oeste

O café deu a Ribeirão Preto riqueza, luxo e também poder político. Os coronéis e barões do café da primeira república usaram de toda a sua influência para fazer um presidente da República, Washington Luís, eleito em 1.926. Fizeram eleger também a Altino Arantes para o governo de São Paulo, em 1.916. Altino Arantes foi depois deputado federal e Secretário do Interior nos governos de Albuquerque Lins e de Rodrigues Alves.

Ribeirão Preto entrou efetivamente na era industrial em 1.911, com a instalação na cidade da Companhia Cervejaria Paulista, vendida depois para a Companhia Antarctica Niger. Foi a Antarctica que construiu o Theatro Pedro II, em 1.930, marco cultural da cidade.

A Capital do Chope

A instalação da Cervejaria Paulista trouxe uma nova atração para Ribeirão Preto, com a abertura de inúmeras choperias. Uma se tornou famosa, e ainda continua funcionando, o Pinguim, ao lado do Pheatro Pedro II, em frente à Praça XV, coração de Ribeirão Preto. Ponto de encontro para comemorações, principalmente na década de 60, o Pinguim ainda é parada obrigatória para turistas e moradores. Dizem os frequentadores que o chope do Pinguim é o melhor do Brasil, por causa da qualidade da água. Dizem até que existe uma serpentina que traz o chope direto da cervejaria até o bar. Muita gente continua conferindo a lenda ainda hoje.

Fim do Ciclo do Café

O café continuava a ser o principal produto da região. Mas os estoques formados pelas super safras acabaram provocando quedas nos preços. E eles não resistiram à quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1.929. A maioria dos fazendeiros também não resistiu. Muitos empobreceram.Terminava o Ciclo do Café na região de Ribeirão Preto.

Os imigrantes que antes apenas trabalhavam na lavoura agora são senhores da terra e transformam Ribeirão num grande centro industrial, comercial e de estudos e pesquisas.

Nessa época, um construtor e comerciante alemão, Antonio Diederichsen, constrói o primeiro edifício da cidade: Prédio Diederichsen, com cinco andares destinados a escritórios, consultórios, residência s, cinemas e hotel. A cidade ganha vida própria com a instalação de novas indústrias, casas comerciais, clubes, hotéis, hospitais, jornais e espaços reservados ao lazer.

Em 1924, a primeira faculdade médica do interior paulista abre dois importantes cursos: Odontologia e Farmácia. E em 1952, o professor Zeferino Vaz inaugura a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, que, anos mais tarde, adquiriria reputação internacional.

O Ciclo da Cana-de-açúcar

Os fazendeiros que tiveram fôlego acabaram recorrendo a outras culturas, como o algodão, à cana-de-açúcar, aos cereais e à pecuária. A economia rural aos poucos foi se levantando, fazendo da região uma das principais produtoras agrícolas do Brasil de hoje. Com a queda do café o comércio e serviços ganharam expressão.

Atualmente comércio, serviços, uma rede de educação e de saúde de ótima qualidade, tecnologia em comunicações, entre outros, fazem de Ribeirão Preto um polo de atração para investimentos. A cidade é uma principais praças bancárias do país, e exibe um índice invejável, o de ter renda per capita de US$ 5 mil, muito acima da média nacional. Ribeirão Preto, hoje com 475.000 habitantes, tornou-se o centro de uma região com 80 municípios, onde vivem cerca de 2 milhões de pessoas.

No campo uma outra transformação ia se delineando. Aos poucos uma cultura, que já existia desde o século passado, começou a predominar. A cana-de-açúcar, que mudou o perfil da região.

Os migrantes italianos do final do século passado e início deste, compraram terras e incrementaram o cultivo da cana após a queda do café. Alguns descendentes comandam as usinas de açúcar e álcool de hoje. Existem 34 usinas na região e 11 destilarias, respondendo por 29 % da produção nacional, sendo a maior produtora mundial de açúcar e álcool.

A crise do petróleo, na década de 70, provocou a necessidade de fontes alternativas de combustível, e motivou o governo brasileiro a incentivar a cultura canavieira. O setor deslanchou, com investimentos e consequente crescimento. Hoje as usinas investem na produção do álcool carburante, que deverá ser a solução para a continuidade do setor.

José Eduardo de Oliveira Bruno*
• Engenheiro e Administrador de Empresas
• Membro da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia - ASBRAP
• Titular da cadeira 21(Dr.Luiz Pereira Barretto)da Academia Itatiaiense de História
• Sócio efetivo da Academia Resendense de História -( Resende-RJ )
• Sócio efetivo do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul
• Sócio efetivo do Instituto de Estudos Valeparaibanos - (Guaratinguetá-SP)
• Socio correspondente em São Paulo do Instituto de História de Ilhéus - Bahia


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