3.5 - CONCLUSÃO.

O Brasil, assim como a maioria dos países latino-americanos, enfrentou uma crise econômica que resultou em uma elevação brusca da inflação, chegando inclusive a ser considerado como hiperinflação à brasileira.

Esse processo de hiperinflação fez com que alguns dos países da América latina adotassem alguma forma de dolarização como política econômica, com o intuito de diminuir as taxas de inflação.

No Brasil, porém, não houve a dolarização propriamente dita (e sim uma ameaça de dolarização), por causa da existência de quase-moedas que possuíam um alto índice de correção: as principais eram os chamados, títulos públicos.

Os agentes financeiros que queriam se proteger da elevada inflação que reinava no Brasil, buscavam aplicar o seu capital em algo que não se desvalorizasse com a inflação. É aí que surge uma elevada atração pelos títulos públicos que, indexados ao câmbio-dólar, garantiam, não só a correção das taxas de inflação, como também um ganho real acima da inflação.

Outro motivo pelo qual não houve dolarização no Brasil foi por causa da instabilidade econômica (causando uma perda de credibilidade nas políticas governamentais apesar de ter sido tentada a estabilização várias vezes, através dos planos Cruzado, Bresser, e Verão), do alto grau de monetização da economia ( no Brasil sempre houve uma demanda relativamente alta por moeda nacional), e do baixo grau de abertura da economia (apenas com o plano Collor, nos anos 90, inicia-se esse processo).

É principalmente por causa desses três pontos destacados, e pela ação dos títulos públicos que, no Brasil, não se deu a adoção da dolarização, como ocorreu em algumas economias da América latina.