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3.2.2- TIPOS DE DOLARIZAÇÃO.

Tem-se observado, em diferentes países, alguns processos de dolarização. Eles são:

- a dolarização aguda;

- a dolarização crônica; e

- a ameaça de dolarização.

O processo de dolarização aguda ocorreu nas hiperinflações clássicas como foi o caso da Áustria em 1922, da Hungria em 1922 e 1946, da Polônia em 1922 e da Alemanha em 1923. Este tipo de dolarização apresenta um outro fenômeno bem marcante, em que a moeda nacional perde grande parte de sua importância, sendo utilizada apenas para o pagamento dos salários e dos impostos. Este fenômeno se apresenta quando o estoque de dólares existentes para transações domésticas, Mx, excede o estoque de ativos monetários em moeda nacional, MN, ou seja, quando os dólares existentes dentro das fronteiras do país juntamente com os depósitos no exterior utilizados como meio de pagamento para as transações domésticas são maiores do que o M4.

A dolarização crônica é um fenômeno específico da economia Argentina. Este tipo de dolarização se diferencia da dolarização aguda no que diz respeito a sua duração. Enquanto a dolarização aguda é de curta duração, a dolarização crônica não se esgota rapidamente. Da mesma forma que a inflação aguda está relacionada com a dolarização aguda, a inflação crônica está relacionada com a dolarização crônica.

Na Argentina, no período compreendido entre 1945 e 1975, a monetização da economia era relativamente alta, mas com o salto da taxa de inflação em 1975 a demanda por dinheiro em moeda nacional tendeu a declinar, diminuindo cada vez mais à medida em que se tinha uma alta da inflação. Em fevereiro de 1990 o M1 era inferior a 3% do PIB e o M4 era inferior a 5% do PIB. A demanda passava a ser dirigida para o dólar e outras divisas. Por causa disto a dolarização da economia Argentina é definida principalmente pelo predomínio dos ativos financeiros denominados em divisas estrangeiras em detrimento da moeda nacional.

A ameaça de dolarização é um fenômeno que está presente na economia brasileira e em todas as outras economias em que a inflação tende a se transformar em hiperinflação. No Brasil existe uma preocupação constante com a elevada inflação observada nas últimas décadas. Como a dolarização é um dos processos que pode ser utilizado no combate á inflação, o Brasil sempre estará convivendo com a ameaça de dolarização enquanto não for resolvida a questão da elevada inflação brasileira.

O Brasil, na realidade, nunca passou por um processo de dolarização propriamente dito em sua economia. Uma das razões da não dolarização da economia brasileira é basicamente a introdução de moedas e/ou quase-moedas (representadas aqui principalmente pelos títulos públicos de alta liquidez e de alta rentabilidade) no mercado financeiro, capaz de desestimular a demanda por moedas estrangeiras (representadas pelo dólar) e assim não dar espaço para a implementação da dolarização.

Porém, reafirmo, enquanto não for resolvida a questão das elevadas taxas de inflação, a economia brasileira não estará livre da ameaça de dolarização.

 





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CAPÍTULO 3 - A AMEAÇA DE DOLARIZAÇÃO NA ECONOMIA BRASILEIRA NA DÉCADA DE OITENTA

3.1 - Introdução

3.2 - A Dolarização

3.2.1 - Conceito

3.2.2 - Tipos de Dolarização

3.3 - Causa, Condições e Efeitos da Dolarização

3.4 - A Dolarização no Brasil

3.5 - Conclusão




| CAPA |
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| CAPÍTULO 2 | | CAPÍTULO 3 | | CONCLUSÃO GERAL | | BIBLIOGRAFIA |