1.5- CONCLUSÃO.
No final da década de 60 e começo da década de 70, o Brasil conseguiu utilizar os empréstimos externos como meio de desenvolvimento da economia.
Como os empréstimos externos eram contraídos (entre 1968-1973) à taxas de juros baixíssimas, o governo brasileiro estimulou tanto a sua captação que começou a se observar um "superendividamento" da economia, ou seja, contraíam-se empréstimos externos muito além do necessário para financiar o desenvolvimento econômico do país. Com isto houve um aumento significativo das reservas internacionais, juntamente com o crescimento vertiginoso do serviço da dívida.
Com o primeiro choque do petróleo a economia brasileira entra em crise, mas com a elaboração do II PND e com os novos estímulos à captação de recursos externos, o país supera esse choque. É nesse período (1974-1978) que o Brasil começa a "renovar" a sua dívida externa, ou seja, eram contraídas novas dívidas para pagar as dívidas e os seus juros. Esse processo era chamado de "roll over" da dívida externa.
Em 1979, com o segundo "choque" do petróleo e com o "choque" das taxas de juros internacionais, o Brasil entra em crise novamente, e não consegue mais contrair empréstimos suficientes para continuar com o "roll over" da dívida, que por sua vez crescia assustadoramente, em virtude dos empréstimos internacionais terem sido contraídos à taxas de juros flutuantes.
Com isso se tornou necessário para o Brasil, abrir mão das suas reservas internacionais para conseguir saldar os seus compromissos. Porém essas reservas não foram suficientes para saldar as dívidas, obrigando o Brasil a contrair empréstimos a curto prazo para honrar os seus compromissos.
Posteriormente, o Brasil não conseguiu mais captar esses empréstimos a curto prazo (por causa do alto risco para os credores internacionais), restando como alternativa, o financiamento interno, o que significou uma elevação do estoque da dívida mobiliária interna.