2.4 - CONCLUSÃO.
Com a suspensão dos empréstimos voluntários externos (1983) o Brasil entra em crise, pois até então a sua poupança pública era constituída quase que exclusivamente pela poupança externa, por causa da inexistência de um sistema interno de financiamento que proporcionasse fontes alternativas de financiamentos.
Face a ruptura dos créditos voluntários externos, o governo brasileiro é obrigado a lançar títulos públicos com altas taxas de juros no mercado financeiro, agravando assim o seu endividamento interno.
Esses títulos, além de serem os responsáveis pelo aumento considerável da dívida mobiliária federal, funcionavam também como quase moeda e/ou moeda indexada por causa da boa rentabilidade e da alta liquidez que eles possuíam para conseguirem uma boa aceitação junto aos poupadores privados.
Foi exatamente com esses títulos públicos indexados, atuando como quase moeda e/ou moeda indexada, que o governo brasileiro conseguiu evitar a fuga de capitais e impedir que o processo de "dolarização" se alastrasse na economia, como ocorreu com a Argentina, justamente porque a atratividade dos títulos públicos, em termos de rendimentos, era maior do que a aplicação em dólar.