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O CONDE DE MONTE CRISTO - EXISTIU
Don Antônio Maragno Lacerda
Prêmio UNESCO 2001

 

      Através de investigações, trazidas a lume em 1820, pelo arquivista do departamento de Polícia de Paris, Sr. Penchet, e só agora reveladas, verificamos que o romance "O Conde de Monte Cristo"de Alexandre Dumas, existiu, e foi personagem de um processo na Vendéia.

Os elementos necessários e verídicos para a confecção da célebre novela, foram tiradas das peças do processo; da confissão pública de um dos personagens , na presença de oficiais da Justiça, em Londres; e do testamento de Pedro Picaud.
A história teve seu começo em Nines, cidade fortificada da França, na localidade de Mateus Loupian, na Praça Santo Oportuno.. Certo Lupian, taberneiro, certa tarde serviu Gervásio Chaubert, e Antônio Allut, lavrador. Este homem fortíssimo tinha contas a ajustar com a polícia de Nimes. O taberneiro sentara-se a conversar com eles, no momento em que galante rapaz, conhecido de todos se acercou da mesa. O taberneiro perguntou:

- Olá Pedro! Que bela roupa. Fazes aniversário ou vai ao baile de Treilles?
- Melhor do que isto. Estou fazendo hora para noivar.
- Noivar? Tu? Então ela não sabes que você é um desempregado?
- Isso é problema meu. Quem ela é , no dia de nosso casamento, se há de saber...

Os convivas começaram a dar vinho a Pedro, com a finalidade de faze-lo falar. Na terceira rodada Pedro anunciou:

- Bem, se querem saber, o nome dela, tem que brindar a saúde de Margarida Vigoroux, minha noiva.
Todos ficaram pasmos. Choveram perguntas.
- Margarida? A órfã rica? A que tem mais de cem mil? E tu, o que levas ?
- Levo-lhe amor. Um amor que ninguém é capaz de lhe dar!
O taberneiro continuou céptico. O rapaz continuou:

- Rapazes, a boda é Sexta feira, na casa de pasto de Lesignac. Depois haverá bailes e fogos de artifício. Estão convidados. Obrigado pelo vinho, e boa tarde!
A inveja tomou conta de todos. Margarida, alem de ser a moça mais linda do povoado, possuía boa fortuna, só dela, porque era órfão.

Mateus cortou o silencio.

- Aposto cem francos em que como Margarida não chega a casar com o pelintra do Pedro!
Allut, o gigante, respondeu desconfiado:
- Que diabruras estás a maquinar? Deixa lá os dois, Mateus! Que Deus os ajude! Olha que o Pedro é melhor do que qualquer de nós. - Melhor? Pois se é melhorar, saberemos em pouco tempo. Vou mandar uma carta anônima ao Comissário de Polícia. Vocês bem sabem que o Pedro era amigo daquele pintor inglês Forrester - que esteve para ser guilhotinado quando o povo levantou contra os Fidalgos. Ficou provado que tinha amigos nas cortes de Paris, e o tribunal revolucionário gostaria de cortar-lhe a cabeça. Vamos ao Comissário dizer que Pedro é um espião da Vendéia. A polícia prende-o e o casamento vai pôr água abaixo...

- Não faça isso Mateus! É uma traição que não trás proveito a ninguém .Não contem comigo . - disse o gigante Allut dando um murro na mesa.
- O taberneiro disfarçou. Tinha imaginado uma brincadeira só para ver se a moça era fiel até que o rapaz saísse da prisão.

Às escondidas do gigante, a carta seguiu, e o comissário de Nimes, mal a recebeu, remeteu-a ao seu chefe - o Duque de Rovigo. Pedro Picaud, longe de imaginar a cilada , ultimava, com a noiva, os preparativos do casamento. Pedro contou a noiva que fora humilhado pôr amigos, que tinham feito ver a sua pobreza.
Margarida teve um pressentimento ruim., e repreendeu o noivo pôr declarado em público o que só eles sabiam. Teve de declarar isto, mais tarde, ao comissário de Names. A carta seguiu o seu destino, e teve o efeito imediato uma ordem do Duque de Rovigo, que de noite , e de surpresa, ordenou que Pedro Picaud fosse preso - e em seguida o levassem para a Fortaleza de Fermstrelle.

A amizade que tinha com o pintor Forester, aristocrata,, que tinha retratado Maria Antonieta, bastava para o prender - no conceito do Duque de Rovigo. Dois dias depois, quando Pedro saia para visitar a noiva, foi agarrado, amordaçado, a cabeça metida num capuz de lã, e empurrado para uma carruagem, que partiu em rumo desconhecido.

Margarida, inquieta, procurou-o pôr toda parte. Inutilmente.
Os que poderiam elucidar calaram-se, e o próprio gigante Allut, fora ameaçado de morte, se contasse qualquer coisa sobre o acontecido.

Pedro viajou horas, pôr caminhos misteriosos. Não sabia para onde ia. Finalmente, ao tirarem-lhe o capuz, encontrou-se numa cela de pedra, onde passava claridade, pôr uma única fresta, rente ao teto.
Ficou desesperado. Recusou alimentar-se. Voltou a se alimentar, com a intenção de fugir. Assim passou um ano...

A idéia da fuga dominava-o - sem reconhecer quanta força perdera, tentou agredir um guarda, para se apossar das chaves. Subjugado, foi transferido para uma masmorra subterrânea, com uma argola em volta do pescoço, presa à muralha pôr uma corrente de ferro.
Depois de mais um ano , os seus cabelos branquearam-se.
Pedro desistiu dos protesto e tornou-se mais sociavel, e foi-lhe suprimida a corrente.
No terceiro ano de encarceramento, ouviu, certo dia, batidas na parede da cela. Respondeu.
Começou uma débil correspondência com outro ser humano. Passaram-se dias. Uma manhã, encontrou um papel enrolado, dentro do pão. Nele a chave de um alfabeto pôr batidas - o que tornou possível um diálogo.

Enquanto os guardas dormiam, os dois prisioneiros conversavam.
Pedro Picaud soube que o seu vizinho de cela era o padre italiano Torri, que estava no décimo ano de encarceramento.
Como esta forma de comunicação era lenta, combinaram soltar uma das pedras rente ao chão para poderem conversar.
Pouco a pouco uma pedra foi abalada, e removida. Desde então os dois prisioneiros puderam conversar. Souberam as recíprocas história e uma solida amizade os uniu.

Torri contou que estava preso, devido a intriga do seu primo Carlos Torri, que desejava obriga-lo a contar onde escondera riquíssimo colar de diamantes, um punhado de pedras em outro , e o nome do banco onde depositara grande fortuna.
Nem a tortura, nem os anos de cárcere abriram a boca do prisioneiro.
Como Torri era rico, tinha, na prisão, um tratamento diferenciado. Pedro participava das iguarias que lhe eram servidas.
Outro ano se passou com este convívio. Um dia, Pedro em vez da voz do amigo , ouviu gemidos.

Torri estava morrendo, e passou ao companheiro um papel, onde estava o nome dos Bancos, onde tinha o dinheiro, e um mapa do lugar onde escondera os diamantes. O abade lhe outorgou, também, um testamento, declarando-o herdeiro de todos os bens, que se elevavam a milhões.
Subitamente, em l814 o Império foi derrubado, e o novo governo deu indulto a todos os presos políticos da fortaleza de Fermstrelle.
Em 15 de Abril, cumpriu-se sete anos desde que fora raptado em Nimes., Pedro Picaud, livre, era apenas uma sombra do que fora.

Realizou facilmente o levantamento de sua enorme fortuna, e teve a sorte de encontrar o sítio marcado, onde as jóias estavam escondidas.
Depois de haver descoberto as jóias, modificou a sua vida.
Comprou uma casa em Londres, uma casa de campo em Fontainebleau. Contratou criados.
Começou a procurar conhecidos antigos em Nimes - para saber o paradeiro de Margarida.
Mas todas estas comoções abalaram os nervos de Pedro Picaud, que adoeceu gravemente, só melhorando depois da queda total de Napoleão, e do advento de Luiz XVII ao trono. Durante a longa convalescença, contratou agentes que lhe deram as informações desejadas.. A sua desaparição, em 1807, tinha causado grande sensação em Nimes.. Margarida despendeu enormes quantias procurando-o. Ela própria encetou buscas e fez chegar ao Imperador uma petição solicitando a libertação do noivo.

Nenhuma das pesquisas deram resultado, porque o Duque tinha internado Pedro com nome suposto.
Depois de dois anos de buscas estéreis, Margarida esteve em risco de ser presa pôr tentativa de suborno a oficial da justiça.
Então, o estalajadeiro, para protege-la, propôs casamento. No seu desespero, Margarida aceitou, ignorando o papel miserável que o bandido tivera em sua vida.
Aqui quase cessa a uniformidade do enredo entre o drama verdadeiro e o romance. Existem pontos coincidentes, mas a partir do encontro do tesouro a fantasia de Alexandre Dumas, supriu o interesse dramático, que faltava ao caso policial.

A vingança de Pedro a seus inimigos não teria sido tão espectaculosa, na vida, como foi no famoso livro "O Conde de Monte Cristo". O recanto de Milão onde estavam escondidos os diamantes, não tinham a grandeza da caverna nas entranhas da ilha. Mas nem pôr isto a espinha dorsal da obra deixa de ter um fundo de realidade, que se parece com uma grande tragédia.
Alexandre Dumas, com mão de mestre, tirou da riquíssima realidade, um fantástico bordado literário, "O Conde de Monte Cristo", que tem comovido gerações de leitores.

 

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