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CRAVINHOS
UM POUCO DE NOSSA HISTÓRIA
José Eduardo Oliveira Bruno

 

        As cidades de Paratí, Barra Mansa, Rezende e outras, no final do século passado, começaram a decair no fator mais importante de sua economia: o café.
Eram terras já desgastadas e, com parca aplicação de adubos químicas, deixavam de produzir a contento, entrando portanto em declínio.
Aqueles que sonhavam tornarem-se poderosos com o valioso ouro verde, já come- çaram a procurar outras terras para dar continuidade ao que tinham começado tão bem naquelas plagas.

O doutor Luiz Pereira Barreto, fluminense recentemente formado em medicina na Bélgica, foi o primeiro membro de uma família de cafeicultores a procurar outros locais para a aplicação de seus conhecimentos na lavoura. Depois de algumas pesquisas, deixou o estado do Rio de Janeiro e veio para São Paulo para residir em Jacareí. Os demais membros tentaram por algum tempo ainda a permanecer na então mais rica região cafei- cultora do Brasil, onde possuíam ricas e grandes propriedades no munícipio de Rezende, sua terra natal.

Com as infrutíferas tentativas de reanimar os cafezais e aumentar a sua decadente produção, a exemplo de Luiz, os demais membros dessa tradicional família começaram a pensar em outro local para as suas atividades agrícolas. Ouviram então dizer que no oeste do estado de São Paulo, haviam terras de melhor qualidade que aquelas com que sempre trabalharam. Despertaram para os fatos, e para compravar as informações, pre- pararam uma caravana para chegar ao chamado sertão paulista, para depois, possível - mente, transferirem-se para a região.

A iniciativa foi do irmão mais velho do Dr. Luiz, o Coronel José Pereira Barreto, que com seus irmãos, filhos e sobrinhos, seguiram inicialmente por via férrea, através da D.PedroII, indo até o seu final, na cidade de Cachoeira, já no estado de São Paulo. Des- se ponto, com escravos-pagens e pesados cargueiros, seguiram por estradas de roda- gem até Jacareí, para em companhia do Dr. Luiz Pereira Barreto, seguirem para o oeste de São Paulo, para reconhecerem de perto a já famosa terra roxa, especial para o cultivo do café.

. Era janeiro de 1876. A caravana, deixou Jacareí em uma caminhada pelo Verde Va- le do Paraíba, entrou no estado de Minas Gerais, escalando as ramificações da Serra da Mantiqueira, chegando em Camanducaia, para na etapa seguinte aportar em Espírito San- to do Pinhal, já novamente em território paulista. Então seguiram pela velha estrada real de Campinas e, os meados de fevereiro do mesmo ano, chegaram a Casa Branca, local que serviria de ponto de observação.

Em casa Branca conheceram propriedades que contando apenas 60.000 (sessen- ta mil) pés de café, davam 18.000 (dezoito mil) arrobas da rubiácea. Fato que na época, e, principalmente para os Pereira Barreto, era extraordinário, pois nem em terras férteis do Rio de Janeiro, no auge de sua produtividade, produziam tanto assim.

Mais tarde, todo o entusiasmo pelo que foi visto pelos membros da caravana, concentrou-se em uma só frase do líder, o Dr. Luiz Pereira Barreto, Estamos maravilha- dos... São Paulo em pouco tempo será o maior empório cafeeiro do mundo. Para is- to faltam-lhe fáceis meios de tranporte, mais o paulista é inteligente e empreende - dor e em breve fará com que as estradas de ferro rasguem todos os seus sertões.

Souberam, então, os Pereira Barreto sobre a região de Ribeirão Preto, ainda em matas virgens, onde já despontavam pequenos cafezais que faziam verdadeiros milagres, produzindo por mil pés, de quatrocentas à quinhentas arrobas. Isto, há algumas léguas sertão adentro.

Deixaram, então, Casa Branca, seguiram até a cidade de São Simão, onde já sur- giam as exuberantes plantações de café, iniciadas em 1872. Seguiram pela antiga estrada que serpenteava até a cidade de Ribeirão Preto, passaram pela fazenda Cravinhos, com uma extenção de 800 (oitocentos) alqueires de terras roxas de primeira ordem. O vivo purpurante do solo e o verdejante das plantações que ostentavam faltavam bem ao alto de sua valia. Inegavelmente, eram as melhores terras por eles já percorridas. Essa propri- edade foi adquirida pela Família Pereira Barreto por R$ 600$000 (seiscentos mil réis). A concretização do negócio foi efetuada na cidade de Franca, onde passou-se o talão de sisa, pois, Ribeirão Preto, na época, apesar de ser sede de município, ainda não possuia coletoria, fato que, por força da lei. o deixava apenas como distrito de Paz.

Mais tarde, com o trabalho de 60 (sessenta) escravos, foram erguidos os primeiros prédios e abertas as primeiras estradas, começando aí a grande peregrinação para as ter- ras roxas do já afamado Cravinhos.

Um dos motivos diretos desta enorme afluência de colonos e fazendeiros, foi con- seqüência de um artigo de estilo publicitário, publicado nas páginas do conceituado jornal. A província - hoje O Estado de São Paulo- artigo este publicado a pedido do próprio Dr. Luiz Pereira Barreto.

Assim nascia Cravinhos, cujo o ano de fundação foi estipulado como 1876, pela lei no. 27/25, de 09 de outubro de 1975.

Outro passo de grande relevância para a consolidação da cidade, foi quando em 1881, o engenheiro Dr. Santos Lopes, chegou em missão especial, para fazer o traçado por onde passariam os trilhos da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Foi nesta é- poca que construiu-se a primeira estação ferroviária da cidade de, que embora de made- ira, tinha acabamento aprimorado, constituindo-se no mais requintado prédio do povodo, e, que serviria, de imediato, para alojar o engenheiro durante a sua estada na cidade.

A grande picada para a passagem dos trilhos da Companhia de Mogiana teve iní- cio em 1882, com o árduo trabalho de oito escravos e, em 23 de novembro de 1883 - data histórica para Cravinhos, que marcou decididamente o nosso desenvolvimento - en- tre aplausos, sorrisos, espantos e alegrias, ouviu-se pelas matas o silvo estridente da pri- meira locomotiva que uniria Cravinhos à capital do estado, via Campinas.

Por volta de 1886, começaram a chegar as outras famílias que também marcaram presença na consolodação da cidade. É o caso específico das famílias de Feliciano Dias da Costa, Domiciliano Fagundes e Francisco Rodrigues dos Santos Bonfim. Este, em 1888, construiu a primeira igreja da comunidade, denominada São Benedito, onde passa- ram a ser realizados os atos religiosos da época, que eram celebrados por um pároco vin- do especialmente de Ribeirão Preto.

Esta pequena igreja, ainda hoje existente, é marco indelével de nossa fundação e patrimônio histórico da cidade. Foi posteriormente doada à paróquia de Cravinhos e ain- da é tida como Matriz Velha da cidade.

Ao mesmo Francisco Rodrigues dos Santos Bonfim, deve-se a construção do Ce- mitério Municipal , auxiliado pelo povo; sendo a necrópole inaugurada em 1892.

Uma sucessão de fatores foi trazendo Cravinhos até a posição que desfruta hoje, de bela e progressista cidade do oeste do estado de São Paulo.


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