Fernando
Pessoa - Breve Biografia
Num belo dia, em plena Lisboa,
Nasceu em 1888
Fernando António Nogueira Pessoa.
Ainda novo para África do Sul embarcou
Juntamente com sua mãe
E aí o futuro poeta estudou
Chegando a ser premiado também.
Lá viveu grande parte da infância
E da sua adolescência
Mas farto de tanta alternância
Situa em Portugal sua permanência.
Após os 18 anos não mais foi além fronteiras,
Preferiu viver modestamente
Sem ambições aventureiras.
Ingressa no Curso Superior de Letras
Sem o chegar a acabar
Mas não é isso que o impede
De nas palavras navegar.
Já na casa dos vinte
Começa a publicar alguns artigos;
Conhece Almada Negreiros,
Escreve "O Marinheiro"
E o Orpheu nasce de um grupo de amigos.
Em 1915 uma intensa actividade paira no ar,
São os heterónimos a quererem falar.
E deles há que referir nomes,
Os três mais importantes entre tantos:
Alberto Caeiro, Ricardo Reis
E o que morreu com ele, Álvaro Campos.
Sempre sem ambições desmedidas
Continua a publicar seus artigos e poesia
E colabora na Presença que em 1927 nascia.
Só em 1934 surge algo de magistral...
De título "Mensagem" que recebe o prémio
Do Secretariado de Propaganda Nacional.
Dois anos depois, em 1935
Quando pensava
Seu primeiro grande livro publicar
É internado no Hospital de S. Luís
Onde falece e o mar pôe-se a chorar...
Mas sua obra ficou
Em todas as palavras que escreveu:
"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce",
Ele não sonhou mas a obra nasceu
Pois Deus quis que para sempre ele cantasse!
"Dá-me
os óculos"
suas últimas palavras
Sente-se a brisa no vento a passar
Tal como alguém que forte nos abraça.
Nesse momento nossa alma esvoaça,
Esvoaça até ao mais alto altar.
São melodias querendo embalar
E o tempo já mais não passa... não passa.
Sente-se o gládio, ganha-se a taça
Pois dela ninguém se pode salvar.
Foste um, foste tantos, foste Pessoa
E desses tantos todos os sentiste
Como nunca alguém houvera sentido,
Sentimentos que não foram à toa...
"Dá-me os óculos", assim os pediste
Pedindo-os num derradeiro pedido.
Álvaro Marques