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7 Sentidos

O Senhor dos Anéis
TOLKIEN vs PETER JACKSON

Três anéis para os Reis Elfos debaixo do Céu,
Sete para os Senhores dos Anões nos seus palácios de pedra,
Nove para os Homens Mortais condenados a morrer,
Um para o Senhor das Trevas no seu negro trono
Na Terra de Mordor onde moram as Sombras.
Um anel para todos dominar, um anel para os encontrar,
Um anel para todos prender e nas trevas reter
Na Terra de Mordor onde moram as Sombras.

Assim começa a história que história que já tanto fez imaginar, ou será que o leitor ou cinéfilo desta obra em algum momento não desejou que tal mundo tivesse existido? Pelo menos os chamados “tolkienistas” duvido. Peter Jackson seguindo então esse ideal consegue desta feita pôr na tela parte desse mundo criado por John Ronald Rewen Tolkien. Resta agora saber se após a apresentação da terceira parte da trilogia de “O Senhor dos Anéis” O Regresso do Rei Peter conseguirá o mesmo em cinema que Tolkien no mundo literário. Chegados a este ponto, um paralelismo torna-se essencial e necessário. Peter, de uma forma magistral, tem conseguido transmitir para tela grande parte da essência da obra que é “O Senhor dos Anéis”, um clássico da literatura mundial.
No primeiro filme consegue mostrar de uma forma bastante credível as páginas e páginas do livro com o mesmo título. A aproximação às personagens é bastante boa e poucos serão aqueles que não tenham imaginado Hobbiton da forma como Peter Jackson apresenta, o verde daqueles campos, as casas construídas dentro da natureza mãe. Poderei mesmo dizer que algumas das personagens não poderiam ter tido uma melhor adaptação do que aquela que tiveram. Para quem já tinha lido a obra ou apenas o primeiro livro da trilogia concerteza não ficou surpreendido com o final do filme, ou melhor, o intervalo de um ano até que “As Duas Torres” chegassem às salas de cinema. Para aqueles que só nesse momento tiveram contacto com o início da trilogia provavelmente estariam à espera de mais, mas o pormenor caricato será o de quem viu o filme nem se deu conta que três horas e mais alguns minutos já tinham decorrido e mesmo assim esperavam mais. Sinal, talvez, de que com este primeiro filme Frodo, Gandalf, Boromir, Pippin, Arwen ou Aragorn, entre tantos outros, tivessem assim encontrado mais adeptos ou fãs. O livro... bem, esse é indispensável. Se com o filme muitos ficaram maravilhados Tolkien no seu livro dá a conhecer de uma forma muito mais acutilante o mundo por ele criado, pormenores que dificilmente poderiam ser transpostos na tela por Peter Jackson.
Passa um ano e “As Duas Torres” estreiam para gáudio de muitos cinéfilos entusiastas. Peter surpreendeu pela forma como nos deu a sua versão desta segunda metragem. Dando um seguimento diferente de como está no livro foi-nos mostrando os caminhos que a irmandade, então desfeita, seguiu: intercaladamente a viagem cheia de peripécias de Frodo e Sam, o seu fiel companheiro, e do lado oposto Aragorn, Legolas e Gimli. Sem esquecer, no entanto Merry e Pippin e aqui duas notas, pela positiva, a apontar pois lembro-me logo dos Ents. Questionava-me profundamente como iria Peter resolver este problema que acabou por não o ser pois estas figuras surgem no filme tal e qual como Tolkien nos fala delas. Mesmo assim consegue surpreender ainda mais com Sméagol ou também conhecido por Gollum. Quanto a mim uma aposta mais que ganha dos novos efeitos especiais e toda a tecnologia usada no mundo cinematográfico. Comparando agora com o livro não será tanto uma nota negativa mas sim desculpável, isto é, pela sua vastidão esta segunda parte dificilmente poderia ser apresentada em tela em pouco mais de três horas, nem mesmo em quatro. No entanto penso que as partes mais importantes foram focadas, puderam ser vistas. Com pena minha, não muito mais dos Ents, ou até da tenebrosa aranha Shelob que aparecerá já no dia 19 de Dezembro nas salas de cinema. Também pela sua densidade foi dado grande destaque a batalha do Abismo do Elmo, coisa que não é tão evidente na obra literária. E para quem julgava que Gandalf tinha morrido aparece não como O Cinzento mas Gandalf O Branco. A verdadeira guerra começa então o que nos leva ao fim da trilogia “O Regresso do Rei”. É aqui que tudo irá finalmente acontecer. Será que o bem vencerá o mal? Será que mesmo no fim o mal não fará ainda uma das suas? No fim deste ano as respostas a estas duas e a muitas outras perguntas serão respondidas pelas câmaras de Peter Jackson e pelas palavras do verdadeiro criador desta obra: J. R. R. Tolkien.
Não vamos esquecer a estratégia de marketing que Peter usou. Um ano de intervalo entre cada filme é suficiente para pôr ao bolso uns quantos milhões não só das bilheteiras mas também em merchandising. Já que mais não fosse, ter um filme por ano seria ter um filme para os óscares em três anos seguidos. Do primeiro filme a novidade, arrecadando alguns óscares e mais umas quantas nomeações. Do segundo filme mais dois , agora mais pelos efeitos especiais demonstrados na criação de Gollum mas continuando a fazer-se notar na maior gala de cinema. Daqui a menos de um ano, com o findar da trilogia, talvez seja dada um outro tipo de oportunidade para arrecadar óscares mais importantes já que é onde quase tudo irá acontecer a nível da história do Senhor do Anéis. Assim o espero, como “tolkienista” que sou e amante do cinema.
Penso que a melhor forma de concluir será aquela que lembro ter lido uma vez: o mundo divide-se entre aqueles que já leram “O Senhor dos Anéis” e aqueles que não o leram. Será mais correcto, neste momento, dizer que o mundo divide-se entre aqueles que o leram antes de verem o filme e aqueles que o começaram a ler depois do filme.

Álvaro Miguel N. Marques

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