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Coeficientes de Flexibilidade e Rigidez


Os princípios descritos para a mola são válidos para toda e qualquer estrutura que se desloca em regime linear elástico quando solicitada por uma única ação, o que nos permite distender os conceitos de flexibilidade e rigidez de mola para os conceitos de flexibilidade e rigidez de elementos estruturais, e por consegüinte, de estruturas. Vejamos o caso da estrutura apresentada na Figura 13.

Figura: Barra sujeita a tração
\resizebox{90mm}{55mm}{
\vspace{-20mm}
\includegraphics{/mnt/oldlin/Academico/Ueg/CME/Figuras/barramola.eps}}



No caso da Figura 13 temos uma barra engastada em uma extremidade e solicitada em outra extremidade por uma ação $A$, posicionada na mesma direção do eixo longitudinal da viga. Sabemos, da Resistência dos Materiais, que para o caso da barra da Figura 13, o deslocamento axial $\delta$ e dado por:


\begin{displaymath}
\delta = \frac{AL}{E \alpha}
\end{displaymath} (16)



Onde:



Se fizermos $A=1$ na Equação (1.16) teremos o valor do deslocamento $\delta$, provocado por uma ação unitária, ou em outros termos, a flexibilidade da barra quando submetida a ações normais aplicadas no eixo da mesma. Assim, a flexibilidade $F$ de uma barra prismática submetida a uma ação normal aplicada no seu eixo longitudinal é descrita através da Equação (1.17).


\begin{displaymath}
F = \frac{L}{E \alpha}
\end{displaymath} (17)



Como já sabemos que a rigidez é o inverso da flexibilidade podemos também obter o valor da rigides $S$ para a barra da Figura 13, conforme expresso na Equação (1.18).


\begin{displaymath}
S = F^{-1} = \left(\frac{L}{E \alpha} \right)^{-1} = \frac{E \alpha}{L}
\end{displaymath} (18)



Uma vez que obtivemos $F$ e $S$ podemos agora relacionar as ações e os deslocamentos para o caso da Figura 13 em termos de sua rigidez ou de sua flexibilidade ao deslocamento longitudinal provocado por uma ação normal, na forma das Equações (1.19)


\begin{displaymath}
\begin{array}{l}
\delta = F   A \\
A = S   \delta \\
\end{array}
\end{displaymath} (19)



As Equações (1.19) são as iguais as Equações (1.13) e (1.14), só que neste caso, os valores de $F$ e $A$ foram obtidos para uma situação estrutural específica. Veremos mais adiante que $F$ e $A$ são respectivamente chamados de coeficiente de flexibilidade e coeficiente de rigidez, e que sua determinação depende de técnicas específicas para cada tipo de situação estrutural. Veremos ainda mais adiante, várias formas de se obter esses valores utilizando o princípio dos trabalhos virtuais e a técnica da carga virtual unitária



Vejamos agora o caso da viga engastada apresentada no esquema estrutural da Figura 14

Figura: Viga em balanço com ação na extremidade
\resizebox{50mm}{65mm}{
\vspace{-20mm}
\includegraphics{/mnt/oldlin/Academico/Ueg/CME/Figuras/viga1vflex.eps}}



Agora, ao invés de tracionar a barra, a ação na extremidade provoca a flexão da barra. Neste caso, o deslocamento vertical $\delta$ indicado na Figura 14 pode ser obtido via técnica da carga virtual unitária, utilizando o princípio dos trabalhos virtuais, sendo expresso por:


\begin{displaymath}
\delta = \frac{1}{EI} \int M \overline{M} ds
\end{displaymath} (20)



Onde:



Admitindo um sistema de coordenadas com origem na extremidade onde a ação $A$ está aplicada, teremos as seguintes expressões de momento:


\begin{displaymath}
\begin{array}{lr}
M(x) = - A \cdot x & (0 \le x \le L) \\
\overline{M}(x) = - 1 \cdot x & (0 \le x \le L) \\
\end{array}\end{displaymath}



Multiplicando $M(x)$ por $\overline{M}(x)$, teremos que:


\begin{displaymath}
\delta = \frac{1}{EI} \int_0^L A \; x^2 dx = \frac{AL^3}{3EI}
\end{displaymath}



Desse modo, obtivemos o valor do deslocamento vertical $\delta$ na extremidade da viga provocado pela a ação A.


\begin{displaymath}
\delta = \frac{AL^3}{3EI}
\end{displaymath} (21)



Agora, para o caso da viga na Figura 14, se quisermos saber qual é o deslocamento $\delta$ provocado por uma ação unitária na extremidade onde atua a ação $A$, basta fazer $A=1$ na equação 1.21, e ficaremos com:


\begin{displaymath}
\delta = \frac{1\;L^3}{3EI} \Longrightarrow \delta = \frac{L^3}{3EI}
\end{displaymath}



E como o valor do deslocamento $\delta$ provocado por uma ação unitária é definido como sendo a flexibilidade $F$, temos que para o caso do deslocaemento $\delta$ indicado na Figura 14, a flexibilidade ($F$) é dada por:


\begin{displaymath}
F = \frac{L^3}{3EI}
\end{displaymath} (22)



Sabendo o valor da flexibilidade expressa na Equação (1.22), podemos relacionar ação e deslocamento na forma expressa na Equação (1.23):


\begin{displaymath}
\delta = F \; A
\end{displaymath} (23)



Agora, se quisermos saber qual é a força necessária para provocar um deslocamento unitário basta fazer $\delta = 1$ na Equação 1.21, e ficaremos com:


\begin{displaymath}
1 = \frac{AL^3}{3EI} \Longrightarrow A = \frac{3EI}{L^3}
\end{displaymath}



E como o valor da força $A$ que provoca um deslocamento unitário é definido como sendo a rigidez ($S$), temos que para o caso do deslocaemento $\delta$ indicado na Figura 14, a rigidez ($S$) é dada por:


\begin{displaymath}
S = \frac{3EI}{L^3}
\end{displaymath} (24)



Sabendo o valor da rigidez expressa na Equação (1.24), podemos relacionar ação e deslocamento na forma expressa na Equação (1.25):


\begin{displaymath}
A = S \; \delta
\end{displaymath} (25)



As Equações (1.25) e (1.23) são respectivamente iguais as Equações (1.13) e (1.14), com a diferença que desta vez, para o caso específico da barra apresentada na Figura 14, obtivemos os coeficientes de flexibilidade e de rigidez utilizando o princípio dos trabalhos virtuais.


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marvinsc 2006-05-04