Itamar F. Leskov - Música
Uma coisa é interessante frisar: Música clássica não se opõe a música popular, música clássica é apenas um estilo da música erudita, e é esta que se opõe a popular. Esta oposição é apenas de cunho social, mas não musical, apenas uma questão de tradição. Hoje, mais do que nunca, é perfeitamente possível misturar os dois "tipos" de música, como na música Meditação, comumente iniciada com a erudita (como uma breve introdução) e depois tocada sua bossa nova homônima.
Música Popular Brasileira
Choro
O Choro é um gênero da música popular brasileira que nasceu no final do século XIX. Define-se não só apenas como gênero musical, mas também como uma maneira característica de tocar, cuja formação característica é o regional.
O regional foi originalmente composto por dois violões e um cavaquinho, para os quais as músicas européias em voga nos fins do séc.XIX (a polca e outros gêneros semelhantes) a música era reescrita. Logo instrumentos de sopro - como a flauta, clarinete, oficlide, etc. - passaram a integrar o grupo como instrumento solista. E por fim, já no inicio do século XX adicionou-se a percussão, sendo o instrumento mais usado o pandeiro.
O choro (ou chorinho) originou-se da fusão entre vários gêneros - e de suas formas ritmicas - como o Lundu, o Maxixe e a Polca.
Dentre os grandes nome do choro podemos citar: Antonio Callado (Flor Amorosa), Chiquinha Gonzaga (Gaúcho), Anacleto de Medeiros (Três Estrelinhas), Pixinguinha (Carinhoso, Rosa), Zequinha de Abreu (Tico-tico no Fubá), Jacob do Bandolim (Noites Cariocas), Waldir Azevedo (Brasileirinho) e muitos outros.
Samba
E de repente, não mas que de repente, do choro fez-se o samba...
O samba, como conhecemos, nasceu no Rio de Janeiro, na casa de baianos que para lá migraram (assim vocês já sabem porque na década de 70 o Caetano era um dos Novos Baianos). Tudo girava em torna da casa da famosa Tia Ciata, que reunia o povaréu para comer, cantar, tocar e dançar até cair. Como acontece com todo bom músico de MPB, regado a muita caninha...
O "primeiro samba" é Pelo Telefone, de Donga (mas que não é do Donga, ele apenas o registrou em 1918 – como diria mais tarde Sinhô ao plagiar uma música: Música é que nem passarinho, quem pegá é dono). Mas a verdade é que o samba foi se afastando muito lentamente do choro, e na década de 20 a grande diferença entre o choro e o samba era o fato do último ser cantado e o primeiro não. Até os músicos (instrumentistas) eram os mesmos, as rodas eram tanto de choro como de samba, assim o samba não veio do morro, nasceu com os chorões.
Só com o samba-canção (ou samba dor de cotovelo) e o samba exaltação a pátria (na época em que Vargas apertou a censura) é que os laços entre os gêneros começaram a se romper.
A Bossa Nova, segundo a maioria dos musicólogos, é mais um dos muitos desdobramentos do samba, que vem desde o início do século (descendente direto do choro), passa por Sinho (hoje relembrado com a música Jura, cantada por Zeca Pagodinho na abertura da novela da Globo O Cravo e a Rosa), Noel Rosa, Ary Barroso (já na fase da exaltação ao Brasil, como em Aquarela), Lupcínio Rodrigues (com o samba-canção, o dito samba dor-de-cotovelo) até chegarmos no final da década de 60 com o leve violão de João Gilberto, as beílissimas letras de Vinícuis e a sua voz desconcertante e a genialidade do Maestro Tom Jobim. Hoje este gênero também está ironicamente sendo resgatado pela Rede Globo, com a novela Laços de Família, onde as músicas Corcovado (com João Gilberto e Astrud Gilberto) e Samba de Verão (com Caetano Veloso) são as mais tocadas.
Procurando na Internet acham-se muitas páginas de compositores e interpretes brasileiros... aí vão algumas:
Pessoal da Antiga:
Chiquinha Gonzaga
Ernesto Nazareth
Pixinguinha
Catulo
Sinhô
Noel Rosa
Bossa Nova:
Tom Jobim Tom Jobim Tom Jobim
Vinicius de Moraes
João Gilberto
Carlos Lyra
Nara Leão
Johnny Alf
Os Clássicos:
Chico Buarque
Caetano Veloso
Gilberto Gil
Milton Nascimento
A nova geração POP-MPB:
Oswaldo Montenegro
Adriana Calcanhoto
Zeca Baleiro
Páginas Relacionadas
Algumas letras de músicas que gosto...
A Agenda do Samba e Choro é uma revista eletrônica de generalidades sobre o assunto. Lá podem ser encontrados também alguns Mids e partituras.Música Erudita
Com já anteriormente dito a música erudita se opõe a popular, ela se divide em períodos estéticos com características relativamente bem determinadas. Estes períodos são Renascentismo, Barroco, Clássico, Romântico, Impressionista, Expressionista e Contemporânea.Renascença
A música renascentista é o início real da dita música erudita (vale lembrar que isto é padronizado em função da cultura ocidental). Nascia a polifonia e como todo o começo não chegou a ser demasiadamente desenvolvida.Barroco
O Barroco é o período em que temos mestres como J.S.Bach, Antonio Vivaldi, G.F.Haendel e outros. Continua o desenvolvimento de polifonia, e os cânones e fugas de Bach são certamente seu apogeu. O cncerto desenvolve-se, a moda italiana, francesa ou inglesa. A principal característica do período é a ornamentação.Clássico
A padronização das formas musicais (sonata, concerto, etc...) se dá no período clássico, onde a principal preocupação era a forma. Temos neste período Mozart se sobresaindo, com seus fabulosos concertos.Romantismo
Opondo-se a rigidez do período clássico o Romantismo é a busca de liberdade, tanto da forma como também consequentemente da melodia. Temos Beethoven, Shubert, Chopin, Tchaikovisky, Verdi e muitos outros compositores famosos neste período.Impressionismo
Claude Debussy é considerado o pai deste movimento. O impressionismo é um extensão do romantismo, com uma total liberdade formal. Assim como na pintura o objetivo muitas vezes é transmitir a impressão retirada - o subjetivo -, e não descrever um episódio.Expressionismo
O maior músico de período para mim foi Stravinsky. A busca de uma total subjetividade é o objetivo do período. Da forma a muito não se fala, o objetivo são os mais obscuros e inconscientes sentimentos e sensações.Música Contemporânea
Hoje são inúmeras vertentes, desde o retrabalho de músicas renascentista sob uma nova ótica (Como Carmina Burana) até jogar bolinhas de ping-pong no piano e ver no que dá, a música transcende a audição e soma-se as artes plásticas e ao teatro, não havendo mais limite para a música, que deixa de existir em si, e faz parte de um ambiente muito maior, as artes.