Nos
quartéis a vida continua.
Os militares, enclausurados nos seus
muros, prosseguem no cumprimento de sua nobre missão. A duras penas e
incompreensões, é verdade. Mas prosseguem. Seu amor a camisa é superior ao
descalabro que os envolve. Abnegados, são superiores ao tempo e ao descaso
das autoridades. Vivem à mingua. Mas mesmo assim, acreditam na sua missão,
para isto fazem milagres, pois sem recursos, apelam para a sua decantada
capacidade de improvisação e com suprema inventiva e olímpico descaso,
seguem adiante.
A população, apesar de pouco esclarecida, percebe a seriedade do seu
trabalho e os respeita. Com satisfação leva até eles seus filhos para o
cumprimento do serviço militar. Com razão, acreditam que lá, nos quartéis,
eles aprenderão muitas coisas, coisas sérias, como dignidade, amor à pátria
e moldarão seu caráter, pelo exemplo e pela retidão.
Lá fora, um mundo conturbado, nem sempre ou quase sempre injusto.
No Brasil, anualmente, uma multidão de jovens, despreparados, sem
perspectivas de qualquer melhoria social, muitos já encaminhados para a senda
do crime serão selecionados para a prestação do serviço militar.
Enquanto isso, lá fora, a vidinha continua.
No cenário político, predomina a mesmice, isto é, seu palco é partilhado
por bons e maus atores, lamentavelmente, proliferam os canastrões,
aproveitadores e uma caterva de oportunistas que se locupletam sem dó e
piedade. O Estado - Nação, mal
representado, é impotente para sacudir de seus ombros o pesado fardo. Em seu
nome e com o seu aval, maus políticos oneram a sociedade com pesada carga
destinada a sua faustosa existência. Parlamentares, em todos os níveis,
representam a si, seus familiares, as minorias, as maiorias, brancos, pretos,
amarelos e a toda ordem de grupos ou categorias sociais existentes. Quanto aos
militares, não contam com ninguém, legitimamente escolhido, para representa
– los.
Não há do quê e a quem reclamar, todos foram eleitos. Não adianta
vociferar. Bons e Maus brasileiros, eleitos democraticamente, muitos
desconhecidos, outros por demais conhecidos e, normalmente, não obstante sua
participação em negócios nebulosos, são sistematicamente eleitos e
reeleitos com o meu voto, com o seu voto, com o nosso voto, inclusive com o
voto dos militares.
E
os militares, imitando os três macaquinhos, olhos cerrados, boca fechada,
ouvidos tapados prosseguem votando neles. Alienados, se auto alimentam com sua
abnegação. Sua dedicação à pátria soa – lhes como uma vacina que os
imuniza contra os equívocos que acontecem.
É
tempo de acordar. Vamos votar conscientemente.
CONFAMIL/MPE
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(Atualização de 26-09-2004)

