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Evocações

No Domínio dos Seres Espirituais

(Extraído do livro em Inglês "The practice of magical Evocation"

 

Antes de descrever uma verdadeira operação mágica e evocação, eu devo familiarizar o leitor com as esferas dos seres. A um magista verdadeiro não é permitido fazer nada a menos que ele saiba totalmente o que está fazendo e tenha claro o que pretende adquirir.

Como o magista aprendeu no capítulo anterior no livro das fórmulas, é extremamente importante saber o correto manuseio e as analogias dos instrumentos mágicos, por que sem o conhecimento minucioso de suas analogias e simbolismo, seria impossível conseguir qualquer resultado positivo. Ademais, o magista não seria capaz de encontrar a postura verdadeira para suas meditações e de elevar seu espírito à esfera correta de consciência. Seus instrumentos mágicos se tornariam uma ilusão e ele se reduziria ao nível do senso comum, não poderia nem fazer com que sua autoridade mágica funcionasse sobre os seres ou influencia-los de alguma forma.

O mago verdadeiro faz tudo de modo consciente, ele estuda sistematicamente cada procedimento em seu livro de fórmulas antes de suas operações, e sua mente, sua consciência, está ligada aos seus instrumentos, suas faculdades, cargas, etc.

Ele deve estar bem informado sobre as esferas dos seres com os quais quer trabalhar. Ele deve ser capaz de fazer um claro julgamento sobre a existência e as ações destes seres. Sua própria experiência o ajudará muito a esse respeito, por que ele terá visitado, com seu corpo mental, várias esferas, como foi sugerido em “Iniciação à Hermética”.

As seguintes discussões são portanto, um breve resumo das experiências do magista em suas visitas às ditas esferas.

Somente os materialistas convictos, que, com seus sentidos físicos não percebem nada além do mundo material e acreditam somente no que vêem, ouvem e sentem, duvidarão da existência de outras esferas ao lado do mundo material. O magista verdadeiro não irá julgar o materialista e não tentará dissuadi-lo de seu ponto de vista.

O materialista está em um estado de maturidade nesse mundo físico que corresponde ao seu desenvolvimento pessoal. Portanto, o magista não fará nenhum esforço por ensina-lo melhor, pois no fim ele sempre dirá que nunca viu um espírito e que só acredita em coisas que possa perceber com suas faculdades físicas, que são ver, ouvir e sentir.

O materialista não nega a questão, ele concorda que matéria e poder existam, mas acreditar que existam outras esferas mais sutis de matéria ou poder está muito além de seu alcance.

Por isso o magista nunca tenta influenciar a crença de outro ser humano, pois o não iniciado sempre terá sua opinião própria sobre fatos maiores e sempre irá julgar a partir de pontos de vista próprios.

Da mesma forma como em nosso mundo físico existe em três estados: sólido, líquido e gasoso, assim também, seguindo as leias da analogia, existem certos estados agregados em forma mais sutil que não são acessíveis aos nossos sentidos normais, mas estão conectados ao nosso mundo físico. Estes estados agregados são chamados, do ponto de vista hermético, de planos e esferas.

Nessas esferas mais sutis acontecem as mesmas coisas que em nosso mundo físico e lá também é válida a Lei de Hermes: “O que está acima é como o que está abaixo”. Os poderes que estão em ação lá são os mesmos de nosso planeta, bem como os mesmos tipos de influências.

Portanto, em toda esfera nós temos o mesmo jogo de elementos, o fluido eletro-magnético, que é mantido e controlado pela Divina Providência de acordo com o princípio do Akasha.

A pessoa que se baseia somente no que percebe com seus cinco sentidos físicos tem somente uma esfera aberta à percepção, a esfera que corresponde aos sentidos físicos, e não é capaz de ir além dela. Tudo mais permanece inconcebível, incrível e sobrenatural para ele. O magista verdadeiro, que refinou e desenvolveu seus sentidos através do treinamento físico e mental irá considerar o mundo físico apenas como ponto de partida para seu desenvolvimento pessoal e jamais irá negar a existência de esferas mais altas, por que ele pode se convencer de que elas existem.

Que essas esferas são estados mais sutis e compactos de agregação se tornou óbvio ao verdadeiro magista através de sua experiência pessoal. O magista sempre será capaz de visitar com seu corpo mental a esfera que corresponda ao estado de desenvolvimento dos sentidos de seu corpo mental e de atuar nela. Ele deve ter isso sempre em mente ao praticar a magia de evocação.

Naturalmente, essas esferas mais sutis não se sujeitam à nossas idéias de espaço e tempo, então, por exemplo, um espaço que em nossa imaginação seja margeado ou limitado de alguma forma pode apresentar muitas diferentes esferas.

Dependendo do grau de sutileza ou densidade, existem inúmeras esferas e esferas intermediárias. Nomeá-las todas seria impossível. Eu só mencionarei as que são importantes para a prática da magia. A graduação de densidade é chamada de hierarquia.

Antes que um magista planeje trabalhar nestas esferas, ele deve ter uma concepção de sua hierarquia e deve estar familiarizado com a esfera que escolheu para trabalhar, primeiro teoricamente e depois, é claro, praticamente.

Mas, acima de tudo, ele deve ter um comando minucioso sobre a esfera física antes que se aproxime do sutil.

Cada uma destas esferas de hierarquia tem sua influência particular em nosso mundo físico de acordo com as leias da analogia. À respeito das esferas planetárias os astrólogos descobriram uma síntese funcional, mas infelizmente os astrólogos contemporâneos a utilizam somente com propósitos mânticos, e é sabido que a astrologia atual só dá uma explicação parcial das influências destas esferas, dos planetas e dos signos zodiacais.

A parte astrológica das esferas superiores não será tratada aqui por que não tem relação com o tema deste livro.

O verdadeiro magista, entretanto, encontrará uma estreita relação entre as esferas individuais se ele lida com a astrologia e irá notar que ela mostra as verdadeiras influências das esferas relevantes em nosso mundo físico, em suas causas e efeitos.

A classificação das esferas de acordo com o grau de densidade e suas qualidades é chamado na cabala de Árvore da Vida. As analogias e a aplicação prática a partir do ponto de vista cabalístico serão tratadas em detalhes por mim no livro “ A Chave para a Verdadeira Cabala”. Este livro deve despertar nos leitores o interesse nas esferas da Árvore da Vida servindo à propósitos mágicos e tratando também dos seres. As esferas em sua ordem correta são:

1 – O mundo físico enquanto ponto inicial do trabalho do magista, no qual cada ser humano, não importando se iniciado ou não à hermética, vive e se movimenta com seus sentidos, seu espírito, sua alma e seu corpo.

2 – A próxima esfera , acima do mundo físico é a zona terrestre, a esfera que circunda a Terra. Essa esfera tem vários graus de densidade, chamados de sub – esferas, para as quais o homem segue após ter perdido sua forma terrena.

Esse é o chamado mundo astral. Em seus graus de densidade mais baixos ficam a maioria das pessoas em seus corpos astrais depois da morte física e nas esferas mais altas os iniciados, dependendo de seu grau de maturidade.

Quanto mais maduro, mais desenvolvido, mais ético o magista for, mais sutil deverá ser a esfera para a qual ele irá após sua morte. Esse lugar no mundo astral irá depender do quanto ele avançou durante esta vida no mundo físico.

Não há céu ou inferno no mundo astral, eles são apenas resultados das opiniões religiosas estúpidas e assunto para os ensinamentos de algumas religiões que, devido à sua ignorância separam a vida no astral em vida no céu ou no inferno.

Se foram consideradas as esferas inferiores, mais grosseiras, como sendo o inferno e as superiores e mais brilhantes como o céu, parte dessas crenças religiosas pode ser verdade. O magista que sabe como interpretar tais símbolos e idéias encontrará sua própria explicação para as expressões “inferno”, “céu” e “purgatório”.

Seria ir longe demais falar ao leitor sobre a vida no mundo astral. Muitos livros poderiam ser escritos sobre esse assunto. Eu irei, contudo, dar sugestões interessantes ao magista.

O magista deve ter experimentado durante suas viagens mentais e astrais, quando seus corpos mental e astral estavam divididos, que na esfera astral as idéias de tempo e espaço não existem para ele, tanto que em um único momento ele é capaz de viajar qualquer distância e em seu caminho não existem quaisquer obstáculos materiais que ele não possa penetrar com seu corpo mental e astral.

Todo ser humano terá a mesma experiência após sua morte física. O iniciado, entretanto, tem a vantagem de estar familiarizado com este fato durante a sua vida e de já neste mundo material estar livre de uma tristeza, o medo da morte. Ele sabe bem em qual esfera astral ele irá viver após sua morte e para ele a dissolução do corpo físico á apenas uma transição do mundo físico para um mais sutil, é como mudar de residência.

O magista ainda irá experimentar mais uma coisa aqui na Terra. Todos os interesses que são normais a uma pessoa não desenvolvida e não iniciada nesse mundo físico irão cessar no plano astral. Mas isso não é nenhuma surpresa ao magista verdadeiro, que está igualmente familiarizado com as condições daqui e de lá, que está no mundo físico e no astral. Ele perde seu interesse pelo mundo físico, a não ser enquanto meio para seu desenvolvimento pessoal.

Ele aprenderá já aqui na Terra, que fama, honra, riquezas e todas as outras vantagens terrenas não podem ser levadas ao mundo astral e são, portanto, inúteis. Por isso um verdadeiro magista nunca chora por coisas mortais. Seu interesse será constantemente dirigido à usar o tempo do qual dispõe na esfera física para melhorar suas habilidades e seu desenvolvimento pessoal.

Fica quase claro, portanto, que todos os vínculos como amor, fidelidade, etc, que poderiam manter um ser humano nesse mundo físico se transformam em quase nada lá. Pessoas que se amaram aqui mas não tiveram o mesmo ritmo de desenvolvimento físico e mental não podem, após a morte, viver na mesma esfera e não sentirão a mesma afeição um pelo outro que sentiram aqui.

Se, por exemplo, um homem e uma mulher são igualmente desenvolvidos eles podem ficar na mesma esfera do astral após sua morte e estarão ligados por uma simpatia interior um pelo outro, mas, a despeito disso, eles não sentirão o mesmo tipo de amor que tiveram no mundo físico.

No mundo astral não existe nada como o instinto de auto preservação, o instinto carnal, o amor sexual e a luxúria sexual. Nas esferas superiores há um sentimento de afeição diferente do da Terra, que conecta dois seres igualmente desenvolvidos através de uma faixa sutil de vibração.

Em nosso mundo físico a simpatia ou atração entre dois seres é normalmente causada por fatores externos e mantida pelos mesmos fatores. Naturalmente não é assim no mundo astral. A idéia de beleza lá também é bem diferente da do físico.

Quando uma pessoa falecida não está mais sujeita à tempo e espaço ao entrar na esfera astral, e uma vez nesse mundo ela perde seus meios de verificar seu grau de perfeição, ela deseja voltar à Terra.

O ser humano quer voltar não só por que quer equilibrar, pela força da Lei do Karma, de causa e efeito, os erros que cometeu durante sua vida, mas também para ter outra chance de desenvolvimento no mundo físico e para acumular mais experiência em seu espírito para as esferas superiores do mundo astral.

Todo ser humano, após ter morrido, irá descobrir outro fato no mundo astral: tendo somente um nível a menos de desenvolvimento, ele não poderá se comunicar com os seres que durante sua vida alcançaram um grau maior, por que estes seres estarão numa esfera mais alta e mais sutil do mundo astral e ele não poderá viajar para esta esfera de luz.

Mesmo se ele pudesse se mover até estas esferas superiores , ao poderia permanecer nelas por causa da elevada vibração e cairia de volta rapidamente como que transferido novamente para a esfera astral que corresponde ao seu nível de desenvolvimento. Uma pessoa com um alto grau de perfeição pode, entretanto, ir até uma esfera inferior, acomodando a vibração daquela esfera em seu espírito.

Se um espírito com um grau menor de desenvolvimento quer entrar em contato com um de grau maior, deve chamá-lo  à sua esfera através da força de sua imaginação. Se o ser mais desenvolvido vai responder ao desejo do menos desenvolvido dependerá do propósito com que o ser inferior o chamou.

Isso mostra claramente que um ser menos desenvolvido não é capaz de mover-se até as esferas superiores do mundo astral. O contrário, entretanto, é plenamente possível. Um magista com um bom grau de desenvolvimento é capaz de se colocar em qualquer esfera, por que é capaz de acomodar e criar todo tipo de vibração e qualquer forma de qualquer esfera com a qual deseje entrar em contato.

Muitos leitores irão se lembrar aqui das palavras da Bíblia e entender seu significado: “ E a luz brilhou nas trevas, e as trevas não a compreenderam”.

O magista experimentado sabe que o corpo físico é mantido por comida (isto é, elementos condensados) e que a respiração une o corpo físico com o astral através da chamada banda astral. Portanto, ele sabe do fato de que, no momento da morte, assim que a respiração de uma pessoa pare, começa a se dar a separação dos corpos mental e astral do físico. Ele também achará lógico que sempre que durante o seu treinamento mágico, ele conscientemente separe não só o mental, mas também o corpo astral de seu corpo físico, ele seja colocado num estado de êxtase ou morte aparente, durante a qual sua respiração também para, com a única diferença que seu corpo físico, durante seu estado de êxtase, não entra em decomposição, e ainda existe a conexão entre corpo astral e mental.

A partir do momento em que o magista pode ter poder sobre a vida e a morte, se aprovado pela Divina Providência, ele pode restaurar esta conexão e fazer uma pessoa morta viver novamente, como os santos, que como sabemos pela história, foram capazes de fazer isto.

Eu já tratei deste assunto no “Iniciação ao Hermetismo”.

Se o magista experimentou sua morte física, não há motivos para que ele queira voltar ao mundo físico e ele não terá vontade de restaurar a banda entre o mundo material e astral. É claro que existem também magistas e feiticeiros de baixo nível que tentam de modo consciente no mundo astral construir novamente a ligação entre seu corpo astral e o físico. Mas, por lhes faltar a perfeição necessária que lhes permitiria condensar luz suficiente para isso, seu sucesso é sempre parcial.

Normalmente, tais seres agarrando-se à sua forma física, evitam as pré condições para tal realização e vampirizam o fluido eletro magnético (energia vital) de corpos vivos para colocar em seus próprios corpos físicos abandonados, achando que com o passar do tempo poderão revive-lo. O corpo físico de tal ser pode se preservar da decomposição durante séculos. A história nos mostra muitos exemplos de conservação de pessoas falecidas e a ciência não pôde dar nenhuma explicação satisfatória para isto.

Tais vampiros, do ponto de vista hermético, são uma lástima, e a crença religiosa dos dias atuais fez bem ao destruir estes corpos que não foram decompostos. Normalmente, é só através desta destruição , onde o corpo é comumente perfurado por uma lança de madeira ou tem a cabeça cortada e o corpo queimado que o espírito que o possuía é liberto de sua escravidão.

As sagas dos lobisomens também podem ser explicadas do ponto de vista hermético. O procedimento é o mesmo, a não ser no momento da vampirização, onde o corpo astral toma a forma de um animal para evitar um possível reconhecimento de uma pessoa sensitiva que seja vampirizada.

Resumindo: No mundo físico, o corpo físico e o astral se mantém unidos através da comida e da respiração e todas as três partes – corpo, alma e espírito – são fortalecidas por elementos de material mais sutil que vêm das esferas superiores durante o sono.

 No mundo astral, por outro lado, o corpo astral é animado pelas impressões que obtém das vibrações na esfera astral. Se um ser humano está retornando do mundo astral para o físico, a banda entre corpo mental e astral se desfaz e o ser morre lá para renascer no mundo físico. O ato de morrer lá é similar à morte física, o corpo astral não é mais alimentado pelo mental com as impressões do mundo astral.

O processo de deterioração de um corpo astral leva muito mais tempo que o de um corpo físico, um corpo astral pode continuar a existir por muitos anos, de acordo com a nossa cronologia, sem ser mantido pelo respectivo espírito.

Outros seres, normalmente demônios, gostam de possuir tais corpos para brincar com eles. Em inúmeras sessões espíritas os corpos astrais de pessoas mortas apareceram, tendo os espíritos os abandonado a muito tempo, foram usados e controlados por demônios. Apenas um clarividente bem treinado pode distinguir um corpo astral de um mental. Através de seus sentidos mentais bem desenvolvidos ele pode descobrir a verdade.

Estes demônios gostam de iludir as pessoas, brincar com elas e fazer todo tipo de truques. Todos os tipos de fantasmas, espectros, duendes errantes e similares agem da mesma forma. Eu já discuti isso em “Iniciação à Hermética”.

Normalmente, um corpo astral se dissolve lentamente em seus elementos e o cadáver astral é sugado por eles, se torna mais e mais transparente, como uma peneira, até que finalmente se desintegra totalmente nos elementos.

Junto com o homem, que após sua morte se coloca no plano astral, muitos outros seres estão na zona terrestre.

Além dos já mencionados aqui, existem, por exemplo, elementais, larvas, fantasmas, duendes e os seres dos elementos. Eu irei tratar individualmente destes seres dos elementos no capítulo sobre as hierarquias.

Cada espírito que queira se afirmar deve passar pelo mundo astral, não importando de que esfera venha, mesmo que deva viver nas esferas superiores. A zona ao redor da Terra é a primeira além do mundo físico. Na cabala esta zona é chamada Malkuth, que significa Reino. Direi mais sobre isto em “A Chave para a Verdadeira Cabala”.

No mundo astral do zona que circunda a Terra existem os mesmos poderes em ação que no mundo físico, sendo entretanto, mais sutis. Lá predominam também o elemento fogo com suas salamandras ou espíritos do fogo, o elemento água com as ondinas ou espíritos aquáticos, o elemento ar com suas fadas, silfos ou espíritos do ar e o elemento terra com seus gnomos ou espíritos da terra. Todos os seres na esfera astral da zona terrestre se movem em seus respectivos elementos, da mesma forma como o peixe das águas da Terra se move no elemento que lhe é correspondente.

Cada elemento tem seres positivos e negativos, de forma que podemos falar em boas e más salamandras. Isso vale também para os outros elementos, mas a verdade é que não existe nem bem nem mal, pois a Divina Providência não criou nada mau ou desarmônico, é apenas a compreensão humana que vê as coisas desta forma.

Do ponto de vista hermético, esse tipo de seres tem influências boas e más e seus efeitos são bons e maus respectivamente.

Esses seres (nr: não seria erro de tradução, elementos ao invés de seres?) são, no mundo astral, as ferramentas para o que acontece em nosso mundo físico. Eles são a causa de todos os efeitos no corpo astral de cada ser, não importando se iniciado ou não.

As ações do elemento ar e do elemento fogo na esfera astral causam o fluido elétrico astral, as ações do elemento água e do elemento terra causam o fluido magnético astral. Os seres usam os fluidos para criar efeitos, ou, melhor dizendo, as causas em nosso mundo físico.

Se um ser da esfera astral quer influenciar nosso mundo físico, não importando se é a um espírito dos elementos ou a um ser humano, ele deve ser capaz de condensar ambos os fluidos, elétrico e magnético, de uma maneira tal que eles sejam percebidos no mundo físico. Um magista bem treinado, que tenha um bom comando dos elementos e fluidos é capaz de fazer esta condensação por si, com a ajuda da imaginação. Quando ele não tomar por si uma posição ativa na obra, poderá ter a condensação auxiliada por um médium, de quem, neste caso, os espíritos irão extrair como vampiros o fluido necessário para produzir o efeito desejado.

Como se sabe, a diferença entre um elemental e um ser humano está no fato de que o elemental consiste de apenas um elemento, enquanto o humano é composto por quatro, adicionado a um quinto, o princípio do Akasha.

O elemental só pode trabalhar com o elemento e o fluido ao qual pertence, um ser humano, entretanto, pode se familiarizar com todos os poderes e aprender a controla-los. Mas em ambos os casos, a Divina Providência ou o princípio do Akasha é o fator determinante.

Entretanto, o ser humano é capaz de encarnação, um elemental não pode fazer isso por si.

O corpo astral de um elemental se dispersa em seu elemento, o corpo astral humano se dissolve em quatro elementos. Outra diferença é que com a morte um elemental deixa de existir, pois seu espírito é mortal, já o homem, que é algo como um microcosmo, possui, desde que foi criado à imagem e semelhança de Deus, um espírito imortal individual.

Embora seja possível tornar um ser constituído de um elemento, através de operações mágicas especiais, em um ser quatro e dar a ele um espírito imortal, o magista verdadeiro fará isso muito raramente e nunca sem razões especiais que sejam válidas o suficiente para que justifiquem este ato ante a Divina Providência.

O princípio do Akasha da esfera astral determina também a reencarnação de um ser humano que está no mundo astral

A matéria astral de luz, geralmente chamada luz astral, é a emanação mais divina no mundo astral. Para os iniciados que vêem o princípio divino do mundo astral, esse luminoso princípio aparece tão brilhante quanto a luz do sol ou como o sol em si, contanto que eles estejam no mundo físico contemplando a Divina Providência na luz sem transformar a deidade em alguma forma particular.

A religião particular de uma pessoa tem seu devido lugar no mundo astral, de acordo com a forma que ela atribui à deidade e seus pontos de vista religiosos no mundo físico.

Os ateus não sentem necessidade de um deus nem mesmo no mundo astral, e portanto, não formam nenhuma idéia de deidade lá. Entretanto, eles anseiam por algo mais elevado, como o homem sedento anseia por água.

As pessoas que acreditaram em várias religiões ou deidades durante a sua existência na Terra encontrarão uma situação caótica. Eles passarão tempos difíceis lá se não conseguirem fazer suas mentes seguirem uma certa forma.

Mas, durante o curso de seu desenvolvimento no astral a concepção de Deus será esclarecida até que eles finalmente acreditarão na deidade que é a melhor para eles. Essa concepção de Deus é que comumente determina o local de reencarnação.

Um magista que tenha explorado durante sua vida a esfera astral da zona que circunda a Terra, irá saber por experiência própria, o modo como os poderes e seres da esfera astral operam e o que fazem, mas pode também aprender isso dos seres com os quais trabalha magicamente.

Da mesma forma como um magista que ainda não esteja totalmente desenvolvido no mundo físico usa um guia espiritual para seu treinamento e gosta de ser ensinado por ele, seja por comunicação passiva, escrita automática, etc, um ser humano ainda imperfeito também encontrará seus guias no mundo astral.

Esses guias irão ensiná-lo de tempos em tempos e ajuda-lo sempre que necessário.

O seres altamente desenvolvidos da zona que circunda a Terra se condensam em sua esfera astral pertinente e assim se tornam guias de indivíduos ou grupos de indivíduos e iniciam nas leis superiores os seres astrais de menor perfeição.

Tais guias não devem nunca ser compelidos a fazer seu trabalho no mundo astral, eles são encarregados pela Divina Providência à oferecer assistência à qualquer ser astral, dependendo apenas de sua maturidade e estado de perfeição.

No mundo astral, o guia, também chamado de gênio, não somente ensina a lei para seus protegidos, mas os auxilia em seu completo desenvolvimento.

Às vezes acontece de um homem astral querer fazer algo por sua própria conta, mas é advertido no momento crítico por seu gênio para que não faça nada arbitrariamente. O gênio irá intervir especialmente naqueles casos onde um ser humano astral com baixo grau de desenvolvimento está prestes a fazer algo que vai contra as leis da Divina Providência.

O guia informa seu protegido sobre as leis do mundo físico e o prepara para seu renascimento.

Isso mostra claramente como o necessário desenvolvimento mágico de um ser humano durante sua permanência no mundo físico o leva em direção à perfeição para que esteja preparado para a vida numa esfera mais elevada.

Todos os golpes do destino que podem purificar o espírito de um homem no mundo físico e que irão ajuda-lo a obter o tipo de experiência necessária para seu desenvolvimento pessoal já estão preparados e determinados pela Divina Providência no mundo astral para cada indivíduo, de acordo com sua maturidade e grau de desenvolvimento. O ser humano sabe, antes de sua personificação sobre o que irá aprender no mundo físico, e não somente concorda, mas deseja ultrapassar isto tudo.

No momento em que renasce ele perde seu conhecimento sobre tudo que a Divina Providência planejou para ele.

Se um indivíduo, vivendo neste mundo, pudesse saber em detalhes tudo que ele terá que passar, ele não teria livre arbítrio no mundo físico. Tal indivíduo seria como um mero robô, agindo como autômato, e as tarefas que ele teria que completar neste mundo seriam impraticáveis.

Somente um iniciado de grau mais elevado, sendo mestre sobre o karma, isto é, sobre causa e efeito e se sentindo igualmente familiar com o mundo físico e o astral, é maduro o suficiente para saber tudo em detalhes sem precisar temer qualquer influência desvantajosa em seu livre arbítrio.

Os seres encarnam a partir do mundo astral na esfera física do nosso planeta limitado por tempo e espaço, para trabalhar seu desenvolvimento, já que as leis materiais deste plano colocam bem mais impedimentos à cada indivíduo do que a esfera astral.

Os impedimentos do mundo físico fortalecem o espírito e permitem que ele avance mais rapidamente em seu desenvolvimento do que seria possível no mundo astral.

Portanto, os seres humanos do mundo astral tem pressa em reencarnar neste mundo o mais rápido possível, e estão prontos a aceitar até mesmo as mais duras condições para continuar seu desenvolvimento espiritual.

Todo homem pode alcançar a perfeição, por que a evolução de toda a humanidade leva a isto. O guia espiritual designado pela Divina Providência para sua iniciação no mundo astral, dirige e controla o desenvolvimento espiritual de seu protegido, e em muitos casos, continua nesta função depois que seu protegido reencarna no mundo físico.

O magista deve então, no início de seu desenvolvimento, tentar entrar em contato com seu gênio. O modo para se conseguir isso já foi dado em “Iniciação à Hermética”.

Ás vezes acontece de pessoas que já tenham atingido um alto grau de perfeição aqui na Terra poderem continuar seu desenvolvimento espiritual no mundo astral até a perfeição, mas estes são escolhido pela Divina Providência para realizar uma ou mais missões na Terra. Esses líderes espirituais são magistas ou iniciados de nascimento, que em uma determinada fase de desenvolvimento físico de seus corpos humanos, normalmente após a puberdade, se tornam repentinamente cientes de seu estado, do seu grau de desenvolvimento e só necessitam amadurecer um pouquinho mais para assumir sua missão divina.

Essas missões não precisam ser sempre de natureza mágica ou espiritual, elas também podem estar relacionadas a outros aspectos.

Isto explica o nascimento de inventores e gênios humanos em todos os campos do conhecimento material. O magista sabe que tudo isso é planejado e controlado pela Divina Providência, que está no princípio do Akasha do mundo astral, que é insubstituível e, no ponto de vista do magista, não poderia ser explicado pelas leis naturais.

Este foi um rápido esboço dos aspectos mais importantes da esfera astral da zona terrestre ou da zona que circunda a Terra, que é a zona mais próxima de nosso mundo físico.

A zona terrestre, de acordo com o pensamento humano, não é a forma mais condensada de esfera, a despeito de estar colocada acima de nós, pois existem as mais variadas intensidades de luz ou vibração de acordo com o grau de maturidade de cada ser humano.

A zona terrestre não é limitada de forma alguma, ela se estende pelo cosmos e não somente sobre a Terra. As leis que regulam esta zona não tem nenhuma relação com a idéia de espaço, entretanto, atingem todo microcosmo, macrocosmo e suas conexões análogas.

Esse é o motivo pelo qual o homem só pode alcançar sua perfeição, sua maturidade mágica final e sua conexão verdadeira com a deidade nesta zona que circunda a Terra.

Isso mostra claramente que, do ponto de vista mágico, a zona terrestre é a esfera mais baixa e ao mesmo tempo a mais elevada emanação do Princípio Divino.

Eu devo ainda dizer que existem outras esferas pertencentes a esta hierarquia que o magista pode contactar, mas ele pode viver na zona terrestre também como um ser perfeito, como a verdadeira imagem de Deus.

Nesta zona que circunda a Terra, toda a criação, desde a mais alta perfeição da deidade até a forma mais bruta e rude estão manifestas. Um ser humano pode entrar em contato com todos os tipos de esferas que estão além da zona terrestre, mas não pode se tornar seu habitante por que a zona terrestre é o reflexo de toda criação. É o mundo manifesto de todos os graus de condensação.

Os antigos cabalistas sabiam desta verdade e por isso chamaram a zona terrestre de Malkuth, que não significa bola terrestre e sim Reino, que expressa toda criação desde a mais elevada até a mais inferior manifestação.

De acordo com a Árvore da Vida cabalística, Malkuth contém o número dez, que sustenta o começo da evolução. Para uma pessoa familiarizada com a cabala, esse número dez é o reflexo do número um em sua forma mais sutil, isto é, Deus, pois o número dez pode ser reduzido a um se tirarmos o zero.

O magista intuitivo que vê pela primeira vez as relações entre a criação e seu corpo individual, descobre que não é por acaso que ele tem dez dedos nas mãos e nos pés. O leitor, irá, entretanto, ler mais sobre isso no terceiro livro desta trilogia “A Chave para a Verdadeira Cabala”.

O magista intuitivo também perceberá uma certa relação entre a zona terrestre e o chakra Muladhara, mas eu deixarei que ele mesmo medite a este respeito.

3 – A próxima zona que circunda a Terra vem da zona da Lua e o magista deverá se familiarizar com ela imediatamente após a zona terrestre.

4 – Acima da zona da Lua está a de Mercúrio e acima dela vem

5 – A zona de Vênus. Se o magista se tornar suficientemente familiarizado com estas zonas ele terá que aprender

6 – Sobre a zona do Sol e depois

7 – Sobre a zona de Marte e segue para

8 – A zona de Júpiter e finalmente

9 – A zona de Saturno

Existem muitas outras zonas além das citadas, mas é suficiente ao magista conhecer as zonas correspondentes ao planetas e ser capaz de controla-las bem.

As analogias e hierarquia de cada zona serão discutidas no próximo capítulo.

Cada esfera situada além da zona que circunda a Terra, entre a Lua e Saturno, tem um efeito triplo: Primeiro no mental, segundo no astral e terceiro no mundo físico.

Dependendo de qual esfera da zona terrestre deva sofrer um efeito, a criação da causa para este efeito deve ser considerada naquela zona.

Uma vez que as zonas mencionadas acima tem certas influências individuais na nossa zona terrestre, o magista que opera com os seres de tais zonas deve ter clara a analogia entre as leis de cada zona e seu próprio microcosmo e o microcosmo de qualquer outro ser humano.

Cada analogia das zonas do micro e do macrocosmo deve estar muito clara para ele, e ele deve saber como criar a causa que corresponde às analogias com a ajuda dos seres.

Na concepção do magista, nenhuma zona será um plano limitado além da zona terrestre, mas todas as zonas se cruzam umas com as outras, tanto no micro quanto no macrocosmo. As zonas tem nomes astrológicos, mas não tem relação direta com a construção das estrelas (?astros?) do universo, embora exista alguma relação entre as estrelas e suas constelações, permitindo que os astrólogos tirem suas conclusões com propósitos mânticos ou que encontrem influências desfavoráveis. Eu já dei algumas dicas sobre as sínteses da astrologia.

Cada zona é habitada da mesma forma como a zona terrestre. Os seres das zonas tem suas funções especiais e estão submetidos às leis daquela zona tanto quanto às causas e os efeitos. Em nossa opinião, existem milhões de seres em cada zona. É impossível classificar categoricamente estes seres.

Cada um deles alcançou um certo grau de desenvolvimento espiritual e um certo grau de maturidade, e recebeu sua função de acordo com este grau.

Uma pessoa sem nenhum desenvolvimento mágico e sem a maturidade necessária não é capaz de agir além deste mundo material e entrar em contato com os seres astrais, isso para não falar nos seres das esferas superiores. Existem poucas pessoas em nosso mundo físico que são capazes de penetrar com seu espírito nos limites da existência humana e seguir até as outras zonas. As pessoas que são capazes de fazer isso são chamadas de iniciados do ponto de vista hermético.

Um iniciado é uma pessoa que, após muitos anos de desenvolvimento espiritual, alcança o grau de maturidade necessário para suas tarefas. Um verdadeiro iniciado não é um filósofo que alcançou a maturidade através de mero conhecimento teórico, e sim uma pessoa que através de um árduo treinamento trabalhou a si mesmo mais que a maioria das pessoas e ganhou seu conhecimento através da prática. Aqui caberia perfeitamente bem o dito : “Muitos são os chamados e poucos os escolhidos”.

Entretanto, ninguém precisa temer nenhuma limitação imposta, e um estudante diligente de magia pode alcançar a perfeição e se tornar um adepto após um treinamento consciente. Cada ser humano na Terra pode alcançar o mais alto grau de perfeição.

Como foi dito acima, poucas pessoas irão atravessar espiritualmente a zona que circunda a Terra para visitar a próxima esfera. Essas pessoas são a linha de frente da magia, são os iniciados e professores, com funções sagradas e a obrigação de ajudar os indivíduos que estão abaixo deles no caminho espiritual. O mesmo é válido, pelas leis universais, para as sete zonas que estão além da zona terrestre. Também lá existem indivíduos selecionados entre milhares de outros que vivem nestas zonas, os quais alcançaram em seu desenvolvimento o grau necessário de perfeição para serem os soberanos ou iniciados lá.

Os chefes das zonas tem sua classe, dignidade e título da mesma forma como os iniciados da zona ao redor da Terra, que recebem a dignidade correspondente ao seu grau de maturidade e conhecimento e são classificados como barões, duques, etc.

O magista irá descobrir que estes nomes e títulos simbolizam o grau de maturidade de um ser e é certo que não  tem relação com os postos terrenos. Portanto, somente os líderes, os iniciados das zonas individuais, são capazes de influenciar com suas causas e efeitos as nossas esferas, não importando se mental, astral ou física.

O modo como cada ser irá influenciar nosso mundo será tratado passo a passo num capítulo posterior sobre a hierarquia dos seres.

Da mesma forma como existem, em nossa opinião, seres positivos e negativos, ou melhor, bons e maus na zona terrestre, eles existem também em todas as outras zonas. Os poderes bons ou positivos são geralmente chamados de anjos ou arcanjos e os maus e negativos de demônios ou arquidemônios. Existe o mesmo tipo de hierarquia para os seres negativos, eles podem ser demônios comuns, barões, condes, etc.

A pessoa comum terá uma concepção destes seres correspondente ao seu grau de entendimento. Em sua imaginação os anjos e arcanjos terão asas e os demônios e arcademônios terão chifres.

Mas a pessoa familiarizada com o simbolismo será capaz de interpretar esta representação de acordo com a verdadeira hermética. Um magista sabe que um anjo não tem asas no sentido literal da palavra e irá enxergar a analogia nessas asas: as asas são a analogia para pássaros que se movem livremente acima de nós. Elas são o símbolo do que é superior a nós, da agilidade, liberdade e, ao mesmo tempo, o principio flutuante que existe no ar, o elemento mais luminoso e que tudo penetra.

Os seres negativos ou demônios são geralmente representados com chifres e rabos, ou por criaturas metade humanas metade animais. Esse simbolismo aponta para o que é inferior, incompleto, defeituoso, etc.

A questão desses seres, sejam positivos ou negativos, terem ou não em suas próprias esferas a forma que lhes foi atribuída pelo homem ficará sempre incerta para o não iniciado. O magista que é capaz de visitar estas zonas através de viagem astral e mental e é capaz de se deixar influenciar pela vibração destas zonas, tanto que no tempo de sua permanência ele se torne como um habitante, terá descoberto que não são bem assim.

Sem perder sua individualidade ele descobrirá várias formas diferentes lá, que não podem ser expressas por palavras. Ele não encontrará lá os seres personificados e seus líderes, mas sim poderes e vibrações que são análogos aos nomes e qualidades. Se ele tentar concretizar, sob seu ponto de vista individual, um desses poderes, ou dar-lhe uma forma de acordo com a sua compreensão, esse ser irá aparecer a ele assim moldado, não importando se é positivo ou negativo.

Um magista ao trabalhar com os seres fará com que eles criem causas naquela zona onde ele exercita sua influência. O trabalho de um cabalista é diferente.

O segundo se coloca, com seu espírito, na zona onde pretende uma certa causa e efeito. Ele, mestre das leis da zona, não precisa da interposição dos seres para o seu propósito. Ele faz tudo sozinho com a ajuda da palavra cabalística. Falarei mais sobre isso em meu próximo livro “A Chave para a Verdadeira Cabala”. Os princípios de trabalho dos cabalistas são um pouco diferentes. O magista, em seu atual estágio de desenvolvimento, não pode fazer outra coisa senão usar os seres até que alcance um estágio mais elevado de conhecimento. Cada cabalista deve primeiro se tornar um magista para aprender a trabalhar de forma diferente e vantajosa depois.

Se um magista chamar um ser cuja forma ele não conhece, nem na zona terrestre e nem no mundo físico ou outra zona, então este ser, munido da vontade de tomar forma física, toma a forma que é apropriada à suas qualidades para entrar em contato com o magista. Entretanto, um demônio comum não é capaz de fazer isso, por que falta a ele a necessária maturidade para se condensar fora de sua esfera própria, seja no mundo físico ou na zona terrestre. Por isso a maioria dos livros sobre conjurações mágicas nem mesmo mencionam os demônios comuns, mas falam nos que tem uma certa posição e título. Mas mesmo estes nunca são tratados em detalhes.

Aqui pode surgir a questão de se um ser que vive em outra zona pode chamar um iniciado, uma pessoa com certa posição espiritual, para a sua zona. Essa questão tem que ser negada do ponto de vista hermético, por que um ser humano, especialmente um iniciado, é uma criatura Deus, simbolizando a miniatura do macrocosmo e representando a autoridade completa no micro e no macrocosmo. Portanto, um magista nunca pode ser forçado a fazer nada por qualquer outro ser, seja qual for o seu grau de perfeição, com uma única exceção: A Divina Providência.

Todos os chefes, não importa a posição que tenham ou de que zona venham, se são bons ou maus, são apenas aspectos parciais do macrocosmo, de Deus. Aqui se torna novamente claro ao magista o valor verdadeiro do homem, especialmente do homem ligado a Deus e de sua importância na criação.

Se um ser de uma outra zona deseja entrar na zona terrestre ou em nosso mundo físico por ordem da Divina Providência ou por seu desejo pessoal, não importando se será de forma mental, astral ou física, este ser ou chefe, não depende da sua posição, deve tomar a forma apropriada às qualidades da esfera da qual veio.

Um anjo, por exemplo, que tem o amor como uma de suas qualidades intrínsecas, aparecerá em perfeita beleza, já um ser cujas qualidades são a severidade e o rigor aparecerá em uma forma que se ajuste a essas qualidades. Acontece exatamente o mesmo com os seres de qualidades negativas: dependendo das qualidades negativas que representam, eles precisarão ao entrar na zona terrestre ou no mundo físico, tomar a forma que representa essas qualidades.

A forma aparente desses seres, não importa se bons ou maus ou de que esferas venham, irá habilitar o magista que estiver familiarizado com o simbolismo, a dizer suas qualidades.

As qualidades de um ser, sua aparência e representação simbólica se encaixam perfeitamente com o nome, seguindo sempre a Lei da Analogia, então, mesmo um ser da mais alta posição não pode dar a si um nome que não corresponda às suas qualidades.

O magista, especialmente se for bom conhecedor da cabala, é capaz de checar meticulosamente as analogias e determinar se as afirmações de um ser são ou não verdadeiras. Nenhum ser, nem mesmo o pior e mais enganoso deles irá se atrever a dar ao magista verdadeiro um nome que não possui e a aparecer em uma forma que não corresponda às suas qualidades. Entretanto, o magista é livre para ordenar ao ser que apareceu em sua forma verdadeira para que se transforme em outra desejada. Ele sempre será obedecido pelo ser em questão, pois o magista verdadeiro, como já foi dito repetidas vezes, é a autoridade perfeita, é um Deus homem.

Cada ser, seja bom ou mau, anjo ou arcanjo, demônio ou arquidemônio, pertencente a qualquer zona, tem certas restrições em suas qualidades por causa do controle da Divina Providência e depende dessas qualidades em sua zona. Um magista fará bem, portanto, se pedir aos seres que realizem somente tarefas para as quais eles estão aptos devido às suas qualidades e posição na zona.

O magista deve saber bem todas as qualidades, faculdades, causas, efeitos, poderes e influências de cada zona em particular e ter tudo isso sob seu controle para evitar cometer o erro de pedir a um ser que faça algo que esteja fora do alcance de sua zona. Se o magista não levar isso em consideração e , por conseqüência, pedir a um ser algo que está fora de seu alcance, a melhor coisa que este ser poderá fazer é se colocar em outra zona e lá fazer com que um outro ser realize a vontade do magista. O efeito nesse caso não procede do ser evocado , mas de outro. A vontade absoluta do magista não é diretamente expressa e o efeito se dá sem seu conhecimento.

Eu darei mais detalhes sobre as várias formas nas quais os seres normalmente aparecem no capítulo sobre hierarquias.

O magista também deve estar interessado em aprender como um ser de outra zona pode trazer o efeito desejado em nosso mundo físico, seja mental, astral ou fisicamente.

A partir do momento em que a vontade do magista se torna análoga às qualidades das zonas com as quais está trabalhando, o ser encarregado prepara as causas necessárias para produzir o efeito no mundo causal de sua própria zona com a ajuda do fluído eletromagnético, similar ao procedimento de voltagem (?) que foi descrito em “Iniciação à Hermética”, ou diretamente pelo poder da palavra (linguagem cósmica) e a conduz através do mundo causal da zona relevante até alcançar o mundo causal da zona terrestre, condensada pela imaginação e a partir dali, dependendo do tipo de efeito a ser causado, irá até a esfera mental, astral ou física.

Este é o procedimento dos seres capazes de influenciar nossa esfera a partir de suas zonas.

Entretanto, um ser espiritual não é capaz de fazer nada por vontade própria ou por desejo de influenciar em nossa esfera. Somente uma ordem do magista dada com sua absoluta autoridade irá capacitar um ser a influenciar efetivamente a partir de sua zona, por ser assim, o ser não pode ser responsabilizado por nada, toda responsabilidade é do magista.

Para ficar ainda mais claro: O trabalho de um ser é o mesmo que o de um servo para seu senhor.

É claro que um verdadeiro magista nunca irá pedir a um ser, especialmente a um ser negativo, para que faça coisas que tenham maus efeitos, pois embora seja mestre da vida e da morte, mestre das leis, a Divina Providência ainda o controla e ele terá que reparar grandemente os maus feitos que não possa justificar.

Aqui alguém poderia perguntar por que o magista usa um ser elemental, elementar, astral ou físico de forma mental, astral ou física nas suas operações nesta ou em outra esfera e por que ele não prefere trabalhar com o poder que ele próprio adquiriu para provocar o efeito mágico desejado.

De fato, ele é capaz de causar certos efeitos quando opera na esfera mental através de elementais ou volts, que são fluidos eletromagnéticos e ele também é capaz de gerar um certo poder físico através de várias operações com elementos e trazer à tona certos efeitos.

A diferença no procedimento está no fato de que os poderes, seres, elementais, etc, gerados por ele não podem atuar de forma independente, já que não possuem intelecto. Os seres de outra zona, entretanto, por serem criaturas inteligentes, são capazes de realizar tarefas para as quais se necessita um certo grau de inteligência.

Nos casos onde o magista pode obter seu intento sem empregar nenhum ser, ele naturalmente desistirá de encarregar um ser de outra zona da tarefa de cumprir seus propósitos.

Ele irá evocar os seres sobretudo nos seguintes casos:

 

1-               Ele quer demonstrar sua autoridade sobre os seres

2-               Para obter informação completa sobre a zona de onde vem os seres.

 

Todo magista experimentado que deixe o mundo físico com seu corpo mental ou astral para visistar as várias esferas da zona terrestre, ou mesmo para visitar outras zonas, irá descobrir que os seres de todoas as zonas, independente de suas qualidades ou faculdades, falam em uma linguagem universal chamada de “linguagem metafórica”, isto é, a linguagem da imaginação.

Esta é a razão pela qual todos os seres podem se fazer entender por outros. Qualquer pessoa comum pode experimentar isso no momento em que deixa seu corpo físico, quer dizer, se ele quiser formar idéias lá ele também o fará através dos lábios, mas deles não sairá nenhum som, no lugar do som se manifestam vibrações que podem ser percebidas por qualquer ser.

Entretanto, se um ser espiritual toma forma em nosso mundo físico, isto é, se ele deixou sua zona para se condensar e se tornar audível e visível, então a linguagem metafórica se traduz na linguagem que o magista conhece. Isso significa que um magista pode chamar à condensação, a partir da zona terrestre até o mundo físico, uma pessoa que antes de sua morte era de nacionalidade chinesa, indiana ou qualquer outra e verá que este espírito tem perfeito domínio da linguagem que o magista fala.

Um religioso irá se lembrar que os apóstolos e discípulos de Cristo, depois da morte do Salvador foram cheios do Espírito Santo e falaram todas as línguas da Terra.

Essa expressão da Bíblia “cheios do Espírito Santo”, mostra claramente que os apóstolos, os discípulos de Cristo, estavam no momento, por iluminação do Espírito Santo, no mundo astral e foram capazes de traduzir a linguagem metafórica para qualquer outra desejada.

Não há aqui nenhum milagre, isso já existe nas faculdades de cada ser. Toda pessoa que tenha um conhecimento de hermética sabe que a linguagem metafórica é a linguagem do universo e que os antigos fizeram uso abundante desta linguagem metafórica ou cósmica.

Os hieróglifos dos antigos egípcios são um grande exemplo disso. Não há dúvida de que as palavras expressas em linguagem metafórica tinham um forte efeito mágico. E não é sem razão que os orientais fizeram tanto uso dela, pois nos limites de seus países está o berço de todas as ciências herméticas.

 

Vantagens e Desvantagens da Magia Evocatória

A maioria das pessoas que entram em contato com um livro de magia evocatória são levados, por vários meios, a colocar em prática o procedimento recomendado sem que tenham alcançado o grau necessário de desenvolvimento mágico. Elas acham que algumas poucas preparações incompletas recomendadas nas instruções são suficientes.

Os motivos que levam à esta operação precipitada são vários. Para uma pessoa pode ser mera curiosidade que a faz questionar se outras esferas realmente existem. Outros podem ter a vontade de ver espíritos, seres e demônios, outros ainda, tem a esperança de obter certas vantagens através de operações mágicas. Uma quarta pessoa talvez queira evocar seres para adquirir certos poderes e faculdades, para se tornar famoso, respeitado, etc.

Outras pessoas possivelmente queiram certas influências de alguns seres ou prejudicar pessoas de quem não gostam.

Podem ser listados aqui inumeráveis motivos que levam pessoas à prática da evocação mágica. Esse capítulo foi escrito especialmente para essas pessoas, para que coloquem em seus corações a seguinte advertência: A ignorância não protege de modo algum as pessoas do perigo e da tragédia que podem resultar de operações mágicas realizadas sem o suficiente treinamento e desenvolvimento pessoal.

Se alguém sem a devida preparação ousa se aproximar da prática da evocação, ele pode estar certo de que ou não conseguirá nenhum resultado, o que provavelmente o fará desistir da questão, ou terá resultados incompletos que podem torna-lo um descrente.

Ressentido com isso, ele irá dizer que tudo é ilusão sem procurar as causas do fracasso em sua própria pessoa e sem saber que existe a necessidade de ir mais fundo no conhecimento da ciência mágica se quer ter algum sucesso.

É bem o oposto que ocorre com as pessoas que, durante a atual encarnação ou a anterior, alcançaram pelo menos um pouco de perfeição espiritual e tem um certo poder de imaginação.

Eles não são capazes de resultados perfeitos, mas parciais. Essas pessoas são chamadas de feiticeiros ou necromantes do ponto de vista hermético. Normalmente são essas as pessoas que caem nas mãos dos poderes invisíveis como podemos ver através da história.

O exemplo mais chocante e conhecido é a tragédia de Dr. Fausto, popularizada por Goethe.

Eu devo desistir de explicar aqui a personalidade do Dr. Fausto, mas todo magista pode explicar o que ocorreu neste caso.

Todo magista verdadeiro trabalha com os seres de forma consciente, ele é para eles uma pessoa com uma certa autoridade, poder e força, tendo sua maturidade e desenvolvimento mágico, suas atitudes perante os seres são bem diferentes das atitudes de um feiticeiro.

A influência de um magista sobre os seres também é bem diferente e os perigos aos quais o magista pode estar exposto são tão pequenos que quase não precisam ser mencionados. Ele está sujeito somente a algumas poucas tentações dos seres, mas, uma vez que ele já atingiu seu equilíbrio mágico, nada pode tira-lo de seu caminho, nem mesmo o mais tentador dos projetos.

Os seres reconhecem sua autoridade e o respeitam como seu mestre, como a imagem da criação, a imagem de Deus, e estão dispostos a servi-lo sem nem ousar pedir nenhuma recompensa por seus serviços.

É diferente com um necromante ou um feiticeiro por causa de sua inabilidade em criar autoridade perante os seres. Ele está sempre em risco de perder seu equilíbrio à custa de sua individualidade e desenvolvimento mágico.

Se um necromante ou feiticeiro tem um poder de imaginação relativamente alto e é capaz de elevar parcialmente sua consciência, pode acontecer que ao usar nomes bárbaros mágicos ele possa ter uma de suas evocações traduzidas para a linguagem do ser e que o ser que ele está evocando escute sua voz.

A questão que surge é se o ser irá reagir à evocação e pretende fazer o que o feiticeiro quer, pois o ser logo descobre se o feiticeiro é maduro e desenvolvido o suficiente para coagi-lo ou se pode facilmente se opor.

Se o ser for bom e positivo, terá piedade do feiticeiro. Se o feiticeiro evocar um ser indiferente e menos ativo e o ser conseguir provas de que não será ferido, deverá haver então uma prova de simpatia para fazer a vontade do feiticeiro.

Mas se o feiticeiro deseja algo que possa ferir a ele ou a outros sem que esteja capaz de assumir a inteira responsabilidade por isso, o ser não reagirá à evocação.

Todos os métodos mencionados nos vários livros usados por feiticeiros para obrigar os seres a trabalhar para ele são apenas frases sem efeito nenhum sobre os seres astrais.

Por outro lado, os seres negativos preferem reagir às intenções malignas e negativas e ajudar o feiticeiro em sua realização . Mas um chefe de demônios sabe bem que não é obrigado a fazer o que o feiticeiro quer no caso de ele desejar algo que o deixaria com muito débito cármico ou algo pelo qual ele não possa se responsabilizar do ponto de vista cármico.

Nesse caso, nem mesmo um demônio realizaria a vontade do feiticeiro, pois este ser, mesmo sendo negativo depende da Divina Providência. Ele não pode por vontade própria criar vibrações que causariam um estado caótico na harmonia de uma esfera.

Portanto, é necessário falar sempre mais que um certo grau de desenvolvimento mágico é absolutamente necessário para a evocação dos seres de qualquer esfera e para colocar a consciência nas esferas e traduzir seus pensamentos na linguagem metafórica ou cósmica para que os seres possam entende-lo.

Com esses pontos em mente, o magista irá descobrir o verdadeiro valor do livro de anotações que ele iniciou para seu uso pessoal e verá que este livro é o livro da linguagem cósmica, no qual ele encontrará todos os procedimentos de sua arte de evocação mágica traduzidos em linguagem pictórica e simbólica.

Um necromante ou feiticeiro, trabalhando baseado nos piores rituais e fazendo as mais bárbaras evocações e invocações não está preparado de modo algum para praticar invocações numa ordem sistemática, isto é,  de travar conversação com um ser, isto para não mencionar a autoridade que ele deveria representar, mas lhe falta a necessária maturidade e perfeição mágica.

Um necromante pode, no máximo, se colocar em estado extático durante suas operações, o que não é mais que um grito na zona em questão, mesmo se suas citações são as mais terríveis e parecem a ele muito promissoras.

Na maioria dos casos, durante este estado de êxtase o feiticeiro é vítima das mais enganosas alucinações. Na melhor das hipóteses, tal invocação incompleta pode, de forma inconsciente, resultar na criação de um elemental devido ao stress extático dos nervos do feiticeiro dependendo do montante de poder nervoso que ele projeta de seu círculo mágico para o triângulo.

Tal elemental pode inconscientemente tomar a forma do ser evocado, e o feiticeiro, sendo incapaz de reconhecer a diferença, irá considera-lo como sendo o ser evocado por ele.

Este elemental é capaz de despertar então certos desejos em seu criador e satisfaze-los. Eu falei o suficiente sobre isso em meu primeiro livro “Iniciação à Hermética”.

Neste ponto eu devo deixar claro o que é um contrato, como um contrato é feito, quais são suas desvantagens, etc. Eu darei mais detalhes sobre isso agora.

Se um feiticeiro ou necromante tiver sucesso em chamar um chefe de uma determinada esfera até o mundo físico através da elevação extática de seu espírito, tal chefe, se for negativo, sempre irá tentar colocar sob sua influência não somente a alma, mas também o espírito do feiticeiro para torna-lo totalmente dependente.

O feiticeiro geralmente descobre em sua segunda ou terceira operação que não é mais capaz de se colocar no mesmo estado de êxtase que antes o ajudou a ter uma certa influência em uma determinada esfera. Isso é razão suficiente para que se sinta preocupado, o que geralmente faz com que se agarre ao ser que apareceu a ele para que tenha seus desejos realizados.

O chefe que agora aparece ao feiticeiro não irá reagir a ele se não tiver certeza de que a alma e o espírito do feiticeiro estão maduros e suficiente para ele e portanto ele paga para tentar obter ambos.

O chefe visualiza os vários desenvolvimentos kármicos que o feiticeiro já ultrapassou e pelos quais ele atingiu um certo grau de inteligência e maturidade, e se certifica de que o feiticeiro pode prestar a ele bons serviços após sua morte. O ser já sabe disso tudo em sua própria esfera enquanto assiste o feiticeiro realizando suas operações.

Se parecer vantajoso o suficiente, o chefe, normalmente negativo, aparecerá ao feiticeiro e tentará ganha-lo para si a todo custo. Empregará os métodos mais variados dependendo do caráter do feiticeiro, pois já conhece os pontos mais vulneráveis para atingi-lo.

Se, por exemplo, o feiticeiro for medroso de alguma forma, o ser tentará amedronta-lo para faze-lo obedecer. Mas se for de alguma forma consciente de suas faculdades físicas e espirituais, o ser tentará ganha-lo com todo tipo de promessas, como a de que fará qualquer coisa, mas ao mesmo tempo afirmará que uma coisa assim não é possível sem um acordo mútuo e mostrará  as vantagens do contrato, caberá ao feiticeiro resistir às tentações do ser e se opor a elas.

Tem início então um luta na consciência do feiticeiro, e ela se tornará terrível, pois a consciência do homem é a forma mais sutil da Divina Providência.

Se, entretanto, o feiticeiro não estiver disposto a ouvir as advertências divinas, isto é, a seguir sua consciência, mas ignora-la apesar de sua repetida aparição, ele então se torna uma vítima do ser ao fazer com ele um acordo ou contrato.

Esse tema com certeza interessa a todos. Portanto eu irei analisa-lo mais de perto sob o ângulo hermético.

Por que um ser espiritual quer tomar posse da alma e do espírito de um feiticeiro?

Há várias razões para isso. Primeiramente nenhum ser, menos ainda um negativo, irá fazer algo para o feiticeiro sem a esperança de uma recompensa relevante. O feiticeiro é forçado pelo contrato a deixar a zona terrestre após se libertar do corpo físico.

Ele na verdade é carregado pelo demônio e deve viajar até a esfera do ser com o qual fez o contrato e lá servi-lo como escravo.

O chefe com o qual o contrato foi feito geralmente usa um feiticeiro falecido como um mensageiro na esfera astral, mental ou física da zona terrestre onde terá obrigações a cumprir para seu mestre correspondentes a esfera negativa daquele ser.

Tais chefes gostam de entrar em contato com um feiticeiro por que este foi criado à imagem de Deus e tem, portanto, quatro pólos e por isso muito mais possibilidades que o ser em si.

Na maioria dos casos, os servos dos chefes, nessa ocasião um ser humano, é transformado em um espírito familiar ou factótum e colocado à disposição de outros feiticeiros similares. Nesta função de espírito familiar o feiticeiro tem o poder que o chefe em si possui a partir do momento em que substitui o ser.

A transferência de poder para o feiticeiro é feita por um Ankhur do chefe ou principal dos demônios ou pela influência do poder da zona até que ele consiga produzir por si mesmo efeitos de resultado garantido ou que outros servos o ajudem a levar a cabo suas missões.

Se tais servos são verdadeiros habitantes da zona na função de subordinados de seus mestres ou se são realmente vítimas como foi descrito acima é difícil determinar, pois tais  seres não tem permissão para falar sobre si com ninguém.

É também possível que fases não desejadas na memória ou consciência deles sejam apagadas por encantamento ou outras práticas.

E assim o feiticeiro, apesar das qualidades que acumulou com sua natureza de quatro pólos, se torna dependente do chefe de uma esfera, que é seu mestre e que não permite que ele se liberte desses laços e viva sua própria vida. Ele se torna um instrumento desprovido de vontade nas mãos do chefe e deve executar tudo que ele queira.

Após ter selado o contrato ou pacto, o feiticeiro não pode executar nenhuma obra por semanas ou mesmo meses. Durante esse período ele é ensinado pelo seu chefe em várias práticas e é iniciado no uso de seus poderes. O fechamento de um pacto não é muito diferente do que é estabelecido nos grimórios ou livros mágicos. Há entretanto uma pequena diferença pouco conhecida: o pacto em si não é composto pelo ser espiritual, mas é planejado e descrito pelo feiticeiro. O texto do pacto é escrito em tinta comum. Tintas especiais também são usadas para este propósito dependendo dos rituais aplicados, mas isso não é tão importante.

O contrato estabelece claramente quais serviços serão prestados pelo ser, que possibilidades são dadas ao feiticeiro com este pacto, incluindo outras condições que devem ser completadas em proveito do feiticeiro.

Em outra página do contrato estão as obrigações que o feiticeiro deve realizar para o ser e as que o ser se obriga a cumprir. Ele estabelece adicionalmente a maneira pela qual o ser pode ser chamado e se ele deve aparecer de forma visível ou invisível, como os servos colocados à disposição do feiticeiro devem ser tratados, etc.

A parte mais importante é o período pelo qual o contrato é válido e que após a data de expiração dele o feiticeiro é obrigado a viajar até a esfera do demônio. Estabelece também o modo pelo qual o feiticeiro irá morrer no mundo físico e como ele irá viver na esfera do chefe com quem selou contrato.

Todos os pontos e condições são aceitos por ambas as partes e o ser normalmente assina o contrato com seu próprio selo, usando como médium a mão do feiticeiro e o acordo mútuo fica autenticado.

Também é possível que o ser peça ou insista para que o feiticeiro assine o contrato com seu próprio sangue, mas já foram e tem sido feitos contratos sem essa condição.

Normalmente o contrato é escrito em duplicata, ficando uma cópia nas mãos do feiticeiro e outra é para o ser. Os livros costumam dizer que o ser fica com as duas cópias, mas isso é raro e só acontece com uma certa categoria de seres.

Normalmente o feiticeiro dobra e queima a segunda cópia. A queima do contrato significa que as idéias e pontos dele foram transmitidos à zona relevante.

Deste modo ou de modo similar, com pequenas diferenças não essenciais que os pactos são selados, especialmente os pactos com seres negativos.

Tal pacto não pode ser quebrado nem pelo feiticeiro e nem pelo ser e deve ser cumprido incondicionalmente. Muitas vezes acontece de a vítima não ter conhecimento de ter feito esse horrível pacto e ir até a respectiva esfera sem saber que terá que pagar obrigações ao ser que o serviu na Terra.

Se, entretanto, a consciência começar a se manifestar na mente do feiticeiro antes da expiração do contrato e ele, em conseqüência, tentar se libertar de qualquer forma, o ser fará tudo para machucar e destruir o feiticeiro, muitos dos processos de bruxaria do passado são inegáveis provas disso e os feiticeiros que se arrependeram de selar tais contratos e tentaram de toda forma se libertar tiveram que expiar amargamente sua quebra do contrato com os referidos seres.

Muitos dos feiticeiros antigos não fugiram das chamas por que a idéia e a centelha divina venceram dentro deles e fez com que preferissem a morte ao invés de permanecer em contato com um demônio até a expiração do contrato.

Mas os feiticeiros que aderiram rigorosamente cada ponto do contrato e completaram todas as obrigações até o tempo de expiração dele permaneceram sob a proteção dos poderes obscuros e nenhum poder no mundo poderia jamais feri-los. Os que não aderiram e se arrependeram de seu erro foram duramente perseguidos pelos seres, pois estes sempre encontram meios de ferir seus protegidos.

O tipo de contrato descrito acima pode ser considerado o tradicional, pois o feiticeiro tenta entrar em contato com um ser através da magia evocatória e tenta manter esta ligação com ele de forma direta ou por meio do espírito familiar que serve ao ser.

O leitor poderia agora perguntar se o feiticeiro está condenado a ser um servo de um ser ou um chefe para sempre.

Responder a esta questão não é difícil para um magista que esteja igualmente familiarizado com todas as esferas. Tão logo o feiticeiro tenha retribuído o chefe em ampla medida pelos serviços prestados na Terra – e isso pode levar, em nossa cronologia, muitas centenas de anos já que não existe tempo e espaço nas esferas – a consciência do feiticeiro começa a se manifestar mais e mais nele e sua natureza de quatro pólos se sente pouco a pouco mais livre da escravidão.

Quando o feiticeiro pagou cada centavo de sua dívida, poderá fazer novamente o que gosta.

Mas, se nesse ponto, ele ainda sufocar sua consciência e não desejar segui-la, ele permanecerá na esfera do chefe e irá, eventualmente, perder sua quádrupla polaridade e se identificar com o plano em que vive, tomando a vibração deste plano para sempre.

Desse modo ele condena a si mesmo. O feiticeiro então deixa de ser um ser humano, a imagem de Deus e se torna um ser daquela esfera, isto é, se torna um demônio.

Este é certamente o estado mais retrógrado que um ser humano pode alcançar e pode ser chamado de condenação do ponto de vista religioso, ou o verdadeiro pecado contra o Espírito Santo.

Este seria o procedimento completo para se estabelecer contrato entre um feiticeiro e um ser de outra zona. Se o feiticeiro seguir a voz de sua consciência, ele poderá deixar a zona do chefe e encontrar um novo lar na zona terrestre. Aqui ele poderá viver novamente como um ser de quatro pólos e recomeçar seu desenvolvimento espiritual.

Se for necessário que ele retorne ao nosso mundo físico, seu renascimento se dará sem dificuldades, pois no mundo físico é bem mais fácil se purificar e trabalhar o desenvolvimento mágico como os outros seres. Um feiticeiro reencarnado está apto a adquirir em nosso mundo um grande poder mágico, já que tem experiência em trabalhar com seres negativos.

Esses feiticeiros reencarnados são os magos de nascença, pois possuem faculdades mágicas inatas e não precisam acumular muito conhecimento ou entrar em um treinamento mágico especial.

Não se pode negar que pode acontecer novamente de tal pessoa ser vencida pela tentação de usar mal esses poderes e o mesmo chefe de espíritos pode se aproximar dele novamente, possivelmente sob novo disfarce, para conquistar novamente sua vítima com a mesma intenção de leva-lo para sua esfera após a morte física.

Este feiticeiro, entretanto, tem livre arbítrio na Terra  e pode resistir a estas tentações de uma forma muito melhor. Sua consciência também trabalha de forma melhorada e irá adverti-lo com mais força que a consciência de um ser humano sem esses antecedentes. Portanto, raramente acontece de um feiticeiro cair duas vezes. Normalmente ele está tão purificado pela sua experiência que passa a trilhar pelo verdadeiro caminho da magia e é menos inclinado a ter contato com demônios ou espíritos negativos.

Este estabelecimento da verdade dos fatos pode ser um aviso para que todos os buscadores verdadeiros não sigam pelo caminho da feitiçaria, pois pode-se observar pelo que já foi dito acima, que este passo é uma grande regressão na evolução espiritual e no desenvolvimento do ser humano.

Tudo que eu disse não é uma história fantasticamente construída, mas um triste fato verdadeiro que pode ser verificado por qualquer magista.

Um feiticeiro reencarnado que segue o caminho da iniciação está exposto a um número bem maior de tentações do que um ser humano comum que está iniciando seu desenvolvimento espiritual.

Os planos que antes o aprisionaram tentam hora após hora, das maneiras mais refinadas, colocar a vítima sob seu controle novamente.

Nesta obra eu não pretendo nomear ninguém da antiguidade ou dos tempos modernos que tenha selado contratos com os seres, mas além dos casos conhecidos do público, como Dr. Fausto e Urban Grandier, existem muitos outros dos quais o público nunca ouviu falar.

Existe ainda um outro modo de selar contratos conhecido somente por alguns poucos iniciados. Esse deve ser um aviso para todos aqueles que tentam entrar em contato com vários tipos de seres.

Este pacto não é feito diretamente, mas pela ajuda de um corpo humano já existente. Qual dos dois modos será mais vantajoso irá depender da visão individual do magista.

O modo menos conhecido pode ser preferido pelas pessoas mortas bem como por outros seres da zona terrestre e até mesmo pelos das zonas superiores.

A entrada em contato através de um ser humano requer que este tenha um controle dos elementos, da luz e do princípio do Akasha, uma inteligência superior e maturidade mágica ao lado do ser espiritual que irá contatar e fazer o contrato com o ser humano.

Do ponto de vista hermético, tal contrato é possível e é praticado por vários feiticeiros, sem que estes sejam diferentes das outras pessoas por qualquer coisa estranha ou não natural. Somente o clarividente bem treinado e os olhos do magista verdadeiro são capazes de distinguir este pacto.

Normalmente o feiticeiro é convidado ao contrato pelo ser e não é raro que o convite venha dos seres dos elementos que vivem próximos à Terra.

Se todas as condições necessárias estiverem completadas a fabricação do contrato não apresenta maiores dificuldades.

O método se resume no seguinte procedimento: O ser procura um corpo físico em qualquer lugar do mundo material no momento da morte. Prefere-se um corpo saudável nesse caso, um corpo que morra por causas pequenas e rápidas, como por exemplo um acidente.

Corpos que morrem em conseqüência de uma inflamação dos pulmões, encefalite, falência cardíaca, etc, também são usados com esse propósito.

Por outro lado, não são bem vindos os corpos que tenham sido destruídos pela tuberculose ou outras doenças infecciosas dos órgãos vitais e nos quais a destruição desses órgãos foi a causa da morte física dessa pessoa. Restaurar a harmonia em um corpo destruído por essas doenças daria muito trabalho.

No momento em que o fio que liga corpo, alma e espírito se rompe e a matriz da vida é interrompida, o ser toma conta do corpo humano e pode construir um novo fio entre ele e o corpo humano ao fazer o que já descrevi em “Iniciação à Hermética” que é empregar o fluido de luz.

É claro que o ser, antes de se unir ao corpo físico, deve formar seu corpo astral de acordo com a forma e tamanho do corpo humano em questão, usando para este propósito a matéria dos elementos para conseguir uma harmoniosa unidade dos dois fios vitais: a matriz astral e mental.

O ser que toma posse do corpo humano do modo descrito se torna um ser humano em um corpo emprestado. Os parentes e testemunhas acreditam que a pessoa agonizante retornou por um milagre e finalmente se recuperou da doença. Isso acontece por que os parentes e pessoas próximas não conseguem observar através da clarividência a saída do corpo astral do físico. Uma vez que o ser possui um grau fantástico de adaptabilidade e mantém todas as faculdades e poderes do mundo astral e sabe de tudo, ele continua se passando pela pessoa que faleceu, mas tentará desaparecer de perto dos parentes da pessoa falecida e entrar em contato com o feiticeiro sem chamar a atenção.

O ser mantém todas as habilidades de sua esfera anterior no novo corpo e se coloca à disposição do feiticeiro. Com exceção do verdadeiro magista, ninguém irá saber da verdade ou achar algo suspeito em dois amigos ou dois namorados que se encontram e as pessoas ao redor dos dois nunca saberão da verdadeira relação entre eles.

Os serviços que o ser pode render ao feiticeiro durante esta existência física são exatamente os mesmos que seriam se o feiticeiro tivesse entrado em contato com outro ser daquela esfera. Se o feiticeiro quer influenciar o mundo astral ou mental através deste ser, o ser se colocará em um estado de transe e assim pode realizar as vontades do feiticeiro.

A questão do contrato carnal normalmente é discutida no primeiro encontro com o feiticeiro e ele fica bem informado sobre o procedimento. Fica claro que o feiticeiro jamais poderá dizer a ninguém uma palavra sequer sobre a questão e que se assim não for ele terá que pagar com a vida por ter falado.

Feiticeiros tem pedido freqüentemente à sereias para que possuam os corpos de belas garotas nesse mundo, da forma mencionada acima, para poderem entrar em contato com essas ondinas e até mesmo se casar com tais seres. Não há diferença entre uma mulher normal e uma ondina encarnada, pois a última, em seu corpo carnal, está sujeita às mesmas leis que todos os outros seres humanos, mantendo entretanto, todos os poderes e faculdades do elemento água e os utilizando em sua encarnação humana.

A ondina encarnada pode inclusive ter filhos. Mas o fato mais trágico sobre essa questão é que ela irá exigir lealdade absoluta do feiticeiro a partir do momento em que os corpos físicos de ambos entram em contato. Se o feiticeiro quiser ter relações sexuais com outra mulher ele corre o risco de ter que pagar com sua vida por isso.

A ondina não é capaz de permanecer no mundo físico e fazer outros contatos. Logo após a morte do feiticeiro que se tornou seu amante ou marido ela também morre. Após sua morte esta ondina não viaja para a zona terrestre como qualquer outro ser humano, mas deve voltar ao elemento água e lá viver novamente como ondina.

Se um magista com um alto grau de perfeição e relação com Deus realizasse tal procedimento, ele seria capaz de construir com seu poder criador junto à ondina o mesmo tipo de harmonia de elementos que um ser humano possui.

Ele poderia criar um novo ser humano cujo espírito seria imortal como o espírito de uma criatura humana. Entretanto, o verdadeiro magista nunca realizaria uma operação dessas sem ter boas razões para tal. Eu só mencionei isso aqui por que quero mostrar que uma coisa assim faz parte das faculdades do magista.

O não iniciado pode achar que isso tudo é um incrível conto de fadas, mas, do ponto de vista hermético, essas coisas são possíveis e podem ser facilmente feitas. O verdadeiro magista não terá dúvidas dessas possibilidades.

Aparte do espiritismo, existe um outro tipo de evocação de espíritos que se chama necromancia. A diferença entre um feiticeiro e um necromante é a seguinte: o feiticeiro geralmente tenta entrar em contato com os seres mais elevados da zona terrestre, com os chefes dos elementos ou os chefes de outras zonas. O necromante, por outro lado, pratica simplesmente a evocação dos mortos.

O método da necromancia é muito simples e um magista que ainda não tenha alcançado a perfeição pode aplica-lo com mais sucesso do que um feiticeiro fazendo evocações.

Um necromante enfrenta os mesmos perigos de um feiticeiro, já que um ser humano falecido pode também se apossar do feiticeiro e torna-lo totalmente dependente.

Se um necromante se torna tão dependente de um ser astral a ponto de não poder fazer nada sem o conselho e a ajuda deste ser, então podemos já falar em pacto neste caso, embora este tipo de contrato não tenha as mesmas conseqüências trágicas dos pactos que tratamos anteriormente.

O magista pode chamar qualquer ser do mundo astral sem nenhum perigo, sem que se torne dependente ou que seja vítima da necromancia.

Um necromante é uma pessoa com baixo desenvolvimento espiritual e mágico, cujo objetivo é entrar em contato com os seres astrais da zona terrestre, de preferência pessoas mortas.

O necromante irá, na maioria dos casos, tentar usar o ser da esfera astral e pedir dele certas obrigações mágicas no plano físico, astral ou mental, ou meramente tentar satisfazer sua curiosidade. Para isso o necromante irá escolher um ser humano falecido que durante sua vida física se ocupou das ciências secretas e possivelmente alcançou nelas um certo grau de perfeição.

Se esta pessoa era um verdadeiro magista que seguiu o caminho da verdadeira iniciação e aprendeu suas leis aqui na Terra, adquirindo também um certo grau de perfeição, se dirigindo aos poderes positivos e controlando os negativos, ele irá, se achar benéfico, aparecer ao necromante e falar sobre as vantagens e desvantagens de seus projetos e intenções. Entretanto, um verdadeiro magista nunca irá estabelecer uma ligação constante com um necromante, nem tentará influencia-lo de forma que o torne dependente dele. Ele estará sempre pronto para advertir  o necromante e lhe dará permissão para chamá-lo em caso de emergência.

Além disso, ele dará bons conselhos ao necromante e o iniciará nas leis da esfera astral, mas jamais irá servi-lo, fazer qualquer coisa que ele queira ou preencher seus desejos materiais.

Somente os maus magistas, com pouca experiência e afeitos aos poderes negativos, ou meramente feiticeiros irão tentar manter contato com um necromante ou ajuda-lo a realizar seus desejos e satisfazer sua curiosidade.

Se o necromante, sob controle de tal ser, entrar em sua esfera, irá adquirir o mesmo tipo de vibração que o ser possui na zona terrestre e então se torna seu companheiro de sofrimento. O ser astral irá impedir que o necromante faça qualquer progresso em seu desenvolvimento mágico e espiritual e irá cuidar para que ele nunca seja iluminado ou abençoado com avanço pessoal.

O ser então será cheio de um malicioso prazer por ter conseguido se tornar um incômodo para um ser humano na Terra. Isso o relembra de sua própria vida na Terra, as dificuldades e problemas que teve aqui, as tentações que não pôde resistir, os poderes que foram mal usados e a falta de chance para se iniciar de verdade, então irá tentar atrapalhar também o necromante em seu desenvolvimento.

O perigo para o necromante nesse caso não precisa ser analisado.

Eu irei, entretanto, mencionar o fato de que o necromante pode facilmente ser vampirizado por este ser e que o ser tentará realizar no plano astral os seus próprios planos egocêntricos com a ajuda dos poderes que foram vampirizados do necromante.

Portanto, todo estudante está agora advertido para que não faça tais contratos e não se torne dependente de nenhum ser.

Existem dois métodos pelos quais um necromante chama um ser do plano astral.

Um método é o espírita : Pede-se ao ser que se revele pela ajuda de médiuns, isto é, por escrita mediúnica ou por médiuns em transe.

Esse método requer uma grande perseverança até que o ser possa estabelecer contato direto e aparecer ao necromante.

O outro método é o da evocação : o necromante toma contato com o ser pela ajuda de uma foto da última encarnação do espírito ou pela animação desta foto até que o ser pule dela como um elemental, tomando sua forma prévia.

O necromante nem sempre tem êxito na primeira vez, mas se ele continuar persistentemente nesta obra ele poderá, dependendo de sua maturidade, desenvolvimento, força de vontade e imaginação, forçar o ser a aparecer de forma visível.

Dificilmente um necromante saberá diferenciar se é sua imaginação que está dominando, se ele de fato criou um elemental ou se a aparição visível do ser ocorreu de fato. Mas um necromante de mentalidade limitada não se importa em saber o que trouxe à tona ou o que causou o efeito desejado, se foi o poder da imaginação (fantasia) ou se foi o stress repetitivo de seus nervos que criou um elemental ou se foi o ser evocado que realmente apareceu vindo do mundo astral.

Se o necromante tiver uma predileção pelos poderes negativos, sua evocação e seu empenho em causar uma projeção no mundo astral podem ser prontamente respondidos pelos chamados magos negros que tentarão entrar em contato com este necromante.

Todo apetite que o necromante tem por instruções, práticas, satisfação da sua curiosidade, preenchimento de seus desejos, será saciada por este ser.

O necromante é responsável por tudo que acontecer e isso irá assomar-se ao seu karma, especialmente se ele quer realizar desejos que não pode justificar. O fim de tal necromante não pode ser outro senão trágico. Os necromantes geralmente morrem de morte não natural ou de uma doença repentina incurável.

Eu devo mencionar também o fato de que existem também possibilidades de um relacionamento passivo entre os seres do plano astral com os das zonas mais elevadas. Esse intercurso passivo, entretanto, não é tão efetivo e não dá grandes resultados mágicos como a prática da evocação. Nesse caso, também pode existir um pacto, e a pessoa que está nesse intercurso passivo algumas vezes se encontra em situação pior que a do feiticeiro ou do necromante, pois não tem controle nenhum sobre o ser ao qual se ligou nem sobre os efeitos causados por ele.

Existem dois tipos de intercurso passivo: o primeiro é o espírita, onde o espírita em si é o médium para o contato e o intercurso com o ser se dá por meio da clarividência, clariaudiência, escrita automática, etc.

A segunda possibilidade de intercurso passivo é quando um hipnotista ou mesmerista faz conexão com o ser por meio de um médium sonâmbulo e mantém o contato continuamente para satisfazer sua curiosidade ou para certas tarefas no mundo mental, astral ou físico.

Se o hipnotista ou espírita não se submeteram a nenhum treinamento mágico, e não tem portanto, o grau necessário de desenvolvimento e maturidade mágica, a saúde do médium ficará comprometida em ambos os casos.

Muitos médiuns e espíritas que estiveram em conexão constante com um único ser, o que resulta em um pacto indireto, tiveram que pagar por ele com graves doenças do corpo mental, astral e físico. Muitos lunáticos nos asilos são testemunhas desses casos deploráveis.

Tudo que eu disse acima se aplica especialmente à obra dos feiticeiros e necromantes com os poderes negativos e os perigos envolvidos. Devo dizer que o magista verdadeiro, que segue o caminho do verdadeiro desenvolvimento, tenta entrar em contato com seres positivos, independendo de sua zona ou posição e não deve se tornar dependente nem mesmo dos seres ou inteligências boas.

Ele pode, se quiser, entrar em contato com um ser bom a hora que desejar, mas não deve se juntar a nenhum ser mesmo que seja especialmente atraído por ele, pois se o fizer, resultará em um pacto da mesma forma como ocorre com os seres negativos, embora os perigos para o magista verdadeiro que opera com seres positivos não sejam jamais tão grandes nem tão trágicos.

Existem métodos e instruções para fazer contrato com os genii de qualquer zona, que, devido a tal contrato, podem advertir e ajudar o magista em toso sentido.

É claro que o verdadeiro magista irá, durante o curso de seu desenvolvimento, tentar entrar em contato com os seres positivos, já que isto é sem dúvida necessário, mas ele não pode se tornar dependente de um ser sequer, não importa se anjo ou inteligência superior. Ao se tornar dependente de um ser bom o magista tomaria, como o feiticeiro, a vibração da esfera da qual o ser bom veio e que, passo a passo, iria influencia-lo de forma tão forte que ele finalmente tomaria a completa natureza do ser. Mas esse ser, é claro, não está interessado em um contrato escrito.

Existem também métodos para se fazer o mesmo tipo de pacto ou contrato escrito entre o magista e uma inteligência positiva superior. Concluído este contrato, o magista pode estar certo de que o ser irá protege-lo em tudo, irá ajuda-lo e adverti-lo e fazer todo tipo de bons serviços a ele, mas após a morte do magista o ser irá automaticamente carrega-lo para sua própria esfera. Nesta zona o magista não terá que servir o anjo guardião pela força, mas livremente.

A partir do momento em que o magista entra em constante conexão com seres bons, ele irá se tornar parte daquele plano e perderá todo interesse em subir para algo mais elevado ou viajar para outra zona. Ele estará contente com sua vida e sua evolução ficará temporariamente interrompida.

Se um magista é mandado pela Divina Providência para a zona terrestre ou para nosso mundo físico para completar alguma tarefa como ser humano, ele começa a desejar a esfera acima dele.

Se um magista, após ter se aliado a um gênio em uma certa zona, se encarna em nosso mundo físico, a aliança anterior se torna óbvia pela habilidade especial do magista ou no campo das ciências herméticas ou em outro campo cultural como a arte, literatura, etc.

Isso mostra que o procedimento é o mesmo, não importa se é com um ser negativo ou positivo e um magista verdadeiro nunca será impedido sem seu desenvolvimento por qualquer pacto com um gênio ou anjo, mas avançará sem obstáculos em seu desenvolvimento.

Através de uma mesma afeição por todos os seres o magista estará sempre consciente de seu desejo de se tornar um ser humano perfeito, criado como a verdadeira imagem de Deus e reflexo da divindade.

Ele não é influenciado por nenhuma esfera, portanto, ele pode alcançar a verdadeira perfeição se certificando de que nenhum elemento está prevalecendo nele e de que está apto para desenvolver em si o absoluto equilíbrio de todas as forças e poderes e de manter o padrão deste desenvolvimento no futuro.

As esferas superiores são os lugares onde é decidido se o magista está pronto a alcançar o mais alto grau de perfeição possível ou se deve se tornar um santo.

Um magista que queira o mais alto grau de perfeição pode se tornar o maior e mais elevado senhor da criação, pois simboliza a verdadeira e completa imagem de Deus em todos os aspectos. Um santo, entretanto, permanece sob um aspecto e alcança a perfeição nele.

Ele se torna parte deste aspecto, e finalmente, quando alcança a perfeição nele, perde sua individualidade.

O mais alto grau de perfeição que um homem pode alcançar é tornar-se um verdadeiro soberano, um verdadeiro magista, representando desse modo a completa e verdadeira imagem de Deus, na qual ele nunca perde ou é forçado a desistir de sua individualidade.

Através do conhecimento da hierarquia dos seres, das suas zonas, suas causas e efeitos, o verdadeiro magista pode dominar qualquer ser da criação, não importa se bom ou mau e essa é sua verdadeira função. Dominar os seres espirituais não significa necessariamente dominar pela força, pois os seres, bons ou maus, estarão sempre preparados para servir ao magista, para realizar sua vontade e preencher seus desejos sem pedir nada em troca. Os chefes das zonas também gostam de servir ao magista, e se for a vontade dele, eles até mesmo colocarão à sua disposição os seres que os servem e os proverão com o ankhur necessário sem jamais ousar pedir que o magista faça um contrato com a zona em questão.

O magista é livre para colocar sob sua vontade quantos genii desejar, da esfera que desejar, eles terão sempre que servi-lo como seu maior mestre, seu soberano.

O magista verdadeiro, nobre em caráter, não fará diferença entre um ser positivo e um negativo, pois a Divina Providência não criou nada sujo.

Ele sabe do fato de que os demônios são tão necessários quanto os anjos, pois sem essas contradições uma hierarquia diferencial não seria possível. Seu respeito por um ser, positivo ou negativo, dependerá do escalão deste.

Ele próprio tomará sempre o dourado caminho mediano, o caminho da verdadeira perfeição.

 

 

Os Espíritos Familiares ou Espíritos Servis

 

A maioria dos grimórios e outros livros que tratam da magia de evocação falam freqüentemente dos servos ou espíritos familiares.

De acordo com esses livros, os servos são colocados à disposição do mago pelos seres mais elevados,especialmente pelos chefes de demônios com a idéia de que o magista não precisa tratar pessoalmente com o principal dos demônios, isto é, com o mestre deles, em cada ocasião e a cada problema trivial.

Os livros estabelecem ainda, que tais espíritos servis são entregues ao magista, ou, o que é mais provável, ao feiticeiro, pelo chefe ou principal dos demônios com quem estabeleceu contrato.

Através do ankhur o chefe dá ao servo o mesmo tipo de força, poderes e faculdades que possui. Ao magista não importa por quem será causado o efeito que ele deseja, se é pelo chefe em si ou por algum dos espíritos que o servem.

Entretanto uma coisa é importante: A responsabilidade cármica recai sobre o magista ou feiticeiro. Com já foi mencionado no capítulo que trata dos vários tipos de contrato, o magista irá, após a expiração do contrato no mundo físico, seguir o principal dos demônios até sua esfera e lá pagar em ampla medida o trabalho feito por ele. Esse pagamento, é claro, não é material e sim espiritual.

Do ponto de vista hermético, o servo não pode ser confundido com os espíritos familiares dos primitivos da antiguidade. Esses espíritos familiares eram, na maioria dos casos, os mortos de uma tribo, seus antecessores, heróis, etc, com quem se praticava um tipo de necromancia similar ao mais primitivo fetichismo através da manutenção de um contato permanente com esses mortos.

Esse tipo de necromancia pode ser comparado ao espiritismo de nossos dias atuais. Já que todo iniciado conhece sobre as práticas, a operação de culto, etc, para se entrar em contato com um ancestral, com um espírito familiar, eu desistirei de escrever novamente sobre esse tema.

Não era somente cada família que tinha seu espírito da casa, existiam também inúmeras tribos com seu próprio gênio como é conhecido pela história. O verdadeiro magista sabe dizer a diferença , do ponto de vista hermético, entre o espírito familiar e o ancestral.

A atitude de um magista verdadeiro para entrar em contato com um chefe, isto é, com um ser mais elevado, uma inteligência mais elevada, é bem diferente da de um feiticeiro ou um mago negro. O último quer ter os seres sob seu poder sem nenhum esforço especial, sem desenvolvimento mágico e sem as operações preparatórias apropriadas para que estes o sirvam o o ajudem a realizar seus desejos.

Infelizmente o feiticeiro se esquece de que agindo assim ele está aumentando seu karma, à custa de sua evolução e desenvolvimento mágico.

Os seres que servem um feiticeiro nunca o fazem sem nenhuma recompensa. Do ponto de vista material, esses serviços devem ser vistos como empréstimos. O feiticeiro se torna escravo do ser em questão, pois após a expiração do contrato deverá pagar por tudo, como já foi dito.

Os seres sabem desse fato, e sua devoção ao magista que o assegura de que eles estão sempre dispostos a servi-lo e preencher qualquer de seus desejos, freqüentemente ilude o feiticeiro a achar erroneamente que se tornou mestre dos seres.

Seus desejos, seus clamores por esses seres aumentam durante o curso da aliança, e o feiticeiro eventualmente se torna guloso. Somente bem próximo da data de expiração do contrato o feiticeiro se apercebe do que fez e da responsabilidade cármica que pesa sob seus ombros. Mas nesse ponto, geralmente é tarde demais e todos os avisos e instruções para quebrar o contrato são, do ponto de vista hermético, inúteis e impraticáveis e, aos olhos de uma verdadeiro magista, são ridículas.

Os efeitos negativos que foram uma vez colocados em ação, não importa de que forma, deverão através da lei de causa e efeito, ter o devido ajustamento.

Alguém poderia dizer que a Divina Providência, em seus aspectos de amor e caridade poderia fazer exceção em alguns casos. Entretanto, o verdadeiro magista sabe que os efeitos procedem das causas, se assim não fosse, a Lei do Karma, a lei da retaliação, a lei do universo seria falsa, isto é, ilusória. Mas não é assim, tudo acontece devido às leis mais genuínas e com a mais admirável precisão. O amor divino e a caridade com todos seus outros aspectos tais como a benevolência, etc, funcionam até o ponto em que o homem descobre que ele em si é a causa dos sofrimentos que lhe sobrevieram e esse conhecimento o capacita a carregar mais facilmente seu fardo. A Providência, em seus aspectos de amor benevolência, etc, de um ponto de vista correto e universal, não pode intervir.

Todo magista experimentado, conhecendo as leis naturais, vê nelas ordem. Todo magista verdadeiro deve estar atento, portanto, para não fazer um contrato que possa comprometer inteiramente sua evolução e desenvolvimento mágico. Um verdadeiro iniciado não será tentado a fazer contrato nem mesmo com os chefes bons e elevados, não importa as vantagens que possam advir.

Ligar-se aos seres espirituais e suas esferas significa perder a liberdade de seus atos e pensamentos.

Alguém poderia perguntar então, por que é necessário lidar com a evocação mágica, e se não seria melhor trabalhar o desenvolvimento pessoal e deixar os seres onde estão.

A resposta a essa pergunta é que o magista verdadeiro pode, se ele quiser, entrar em contato com quaisquer seres, positivos ou negativos, e ele deve até mesmo considerar isto como um dever de praticar a verdadeira magia evocatória, mas nunca deve ser tentado a se escravizar por nenhum ser. Ele pode usar suas conexões para aumentar seu conhecimento sobre as várias esferas, para aprender sobre as leis das esferas e para demonstrar sua autoridade mágica aos seres com os quais trabalha durante suas evocações.

Sem dúvida esses seres não estarão somente preparados para dar qualquer informação que ele queira, mas terão também prazer em servi-lo, pois para eles o verdadeiro magista é mestre, é o verdadeiro iniciado a quem eles devem obediência e lealdade.

Eles não ousariam nem mesmo se aproximar do magista genuíno, que foi verdadeiramente iniciado em magia e alcançou nela a perfeição, com um contrato em mente.

O magista pode, se achar necessário, usar servos de uma esfera ou de outra, mas ele sabe bem que não lhes deve nada, pois tudo que os seres fazem por ele ele também pode fazer como resultado de seu sistemático treinamento e desenvolvimento mágico.

O magista pode fazer uso de seres em primeiro lugar para ajudar o próximo, não a si, e em segundo lugar, para usar o valioso tempo que foi concedido para seu desenvolvimento.

Essa é a atitude correta a ser tomada e ela não pode ser comparada a de um feiticeiro, como é facilmente observável.

O magista não precisa praticar a magia evocatória o tempo todo, mas deve ser capaz de realiza-la com sucesso sempre que for necessário.

O conhecimento exato da magia evocatória irá aumentar sua sabedoria, seu poder sobre os seres do universo e , desse modo, fortalecer sua autoridade mágica.

O verdadeiro magista deve ser perfeito em tudo. Durante suas evocações mágicas ele estará atento à hierarquia exata dos seres e também irá:

 

 

 

1-               Entrar em contato com os chefes dos elementos e seus seres, se necessário, também com os espíritos que os servem e estão sujeitos.

2-               Considerar a zona terrestre com todos seus chefes e subordinados

3-               Substituir (?) os seres da Lua de acordo com a hierarquia

4-               Considerar os chefes da zona de Mercúrio

5-               Prestar atenção à zona de Vênus

6-               A zona do Sol

7-               A zona de Marte

8-               A zona de Júpiter

9-               A zona de Saturno

 

 

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