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Biografias


Pedro Alvares Cabral -

Nasceu em Belmonte em 1467 e morreu em 1520. Foi moço fidalgo da Corte de D. João II. D. Manuel I escolheu-o para comandar a armada que se dirigia ao Oriente, em 1500, composta por 13 navios e 1500 homens, grande parte soldados, para submeter o Samorim de Calecute. Depois de ter descoberto o Brasil, chegou a Calecute apenas com 6 naus. Estabeleceu uma feitoria mas como os, comerciantes mouros reagiram mal, bombardeou a cidade e queimou-Ihes os barcos, dirigindo-se, depois, a Cochim para se abastecer de especiarias. Está sepultado na Igreja da Graça, em Santarém.

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Pero Vaz de Caminha

Nascido provavelmente no Porto, em meados do século XV, morreu em combate na Índia, em 1500, onde se encontrava com a armada de Pedro Álvares Cabral (de quem, possivelmente, era escrivão). Ficou conhecido sobretudo pela carta que escreveu aquando da chegada dos portugueses às costas brasileiras, em Abril desse mesmo ano, carta que pode ser tomada como o documento que torna oficial o descobrimento do Brasil no reinado de D. Manuel. Os dados conhecidos sobre Caminha, anteriores a 1500, mostram-nos um homem integrado na vida do concelho do Porto, onde ocupa posições de relevo. (...) Participa na batalha de Toro, comandando as tropas do Porto, e é, desde 1479, mestre da Balança da Moeda do Porto, cargo ratificado por D. Manuel em 1496. Magalhães Basto, a partir da existência de actas onde reconhece assinaturas suas entre 1488 e 1498, afirma ter Caminha participação nas sessões da Câmara, pela qual, em 1497, terá sido incumbido de redigir os capítulos que o Porto apresentaria às Cortes que se deviam reunir em 1498. Foi ainda cavaleiro das Casas de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel.
Já através do estudo da notícia do achamento do Brasil, tem-se descoberto um homem de formação literária humanista, conhecedor de autores latinos e familiarizado com o estilo e construções literárias clássicas, e, ao mesmo tempo, um homem aberto ao mundo(...) É também interpretando este texto que se tem proposto ter Caminha chegado a participar em viagens à costa ocidental africana.

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Pe. Antônio vieira.

Pe. Antônio Vieira  nasceu em Lisboa aos 6 de fevereiro de 1608. Seu pai, Cristóvão Vieira Ravasco e sua mãe, Maria Azevedo, formavam família de poucos recursos. Filha de armeiro da Casa Real, sua mãe possuía uma Carta de Lembrança, um documento da Justiça ou Fazenda de Portugal autorizando nomear o homem com quem se casasse para ocupar um cargo público. Por isso a nomeação de Ravasco para trabalhar no Brasil como Escrivão dos Agravos e Apelações da Relação da Bahia, para onde partiu em 1614, toda a família Vieira.

Gabriel Soares de Souza, em seu Tratado Descritivo do Brasil em 1587, registra suas impressões da cidade, informando que se situava no meio dela

"uma honesta praça, na qual estão da banda do sul umas nobres casas em que se agasalham os governadores, e da banda do norte tem as casas de negócios da Fazenda, Alfândega e Armazéns; e da parte de leste tem a Casa da Câmara, Cadeia e outras casas de moradores, com que fica esta praça em quadro e o Pelourinho no meio dela... e tornando à praça e correndo dela para o norte vai uma formosa rua de mercadores até a Sé, no fim da qual, da banda do mar está situada a Casa de Misericórdia e Hospital". (Gabriel Soares de Souza - Tratado Descritivo do Brasil)
Com destaque especial, Gabriel Soares anotou alguns comentários a respeito do Colégio da Companhia de Jesus que contava com
"uma formosa e alegre Igreja, onde serve o culto divino com mui ricos ornamentos, a qual os padres tem sempre muito limpa e cheirosa. Tem este Colégio grandes dormitórios e muito bem acabados, parte dos quais ficam sobre o mar, com grande vista; cuja obra é de pedra e cal, com todas as escadas, portas e janelas de pedrarias, com varandas e cubículos muito bem forrados e por baixo lajeados com muita perfeição, o qual Colégio tem grandes cercas até o mar, com água muito boa dentro, e ao longo do mar tem umas terracenas onde recolhem o que vem embarcado de fora. Tem este Colégio, ordinariamente, oitenta religiosos que se ocupam em pregar e confessar... outros ensinam latim, artes, teologia e casos de consciência, com o que têm feito muito fruto na terra; o qual Colégio está muito rico porque tem de Sua Majestade cada ano 4.000 cruzados... tem muitos currais de vaca que trazem mais de duas mil vacas de ventre e tem outra muita granjearia de suas roças e fazendas, onde tem todas as novidades dos mantimentos que se na terra dão em muita abastança".
Neste Colégio, principal e único foco da vida cultural na Bahia seiscentista, ingressou Antônio Vieira para receber instrução nas classes preparatórias de Artes e Humanidades, já que as primeiras letras tinham-se-lhe sido ensinadas por sua mãe.

É tradição que Vieira foi aluno medíocre e por suas dificuldades recorria sempre a Nossa Senhora das Maravilhas para ajudá-lo e, em uma das suas súplicas "sentiu como estalar qualquer coisa no cérebro com dor vivíssima, e pensou que morria; logo o que parecia obscuro e inacessível à memória, na lição que ia dar, lhe volveu lúcido e fixo... Daí por diante foi ele o primeiro e mais distinto em todas as disciplinas".

Aos quinze anos, à revelia dos pais, Vieira fugiu para o Colégio, ingressando no noviciado, sendo recebido pelo Padre Fernão Cardim, então o Reitor. Dois anos depois, Cardim faleceu, cabendo a Vieira escrever-lhe o elogio fúnebre, o que o faz estrear nos domínios da prosa portuguesa.

O Jesuíta Fernão Cardim (1540/1625) foi Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, onde chegou em 1583. Escreveu um dos mais importantes relatos sobre a colônia no final do século XVI e início do seguinte, intitulando-o Tratado Descritivo da Terra e da Gente do Brasil.

A vida nos conventos do mundo português era então um ideal coletivo, pelos benefícios sociais e de sobrevivência que se obtinha com ela, além do que a idéia de viver depois da morte era a finalidade da existência terrena.

Ao jovem Vieira que pretendia transformar-se em Jesuíta impunha-se a tarefa de suspender os estudos literários por dois anos e preparar-se com dureza e provação para professar três votos: obediência, pobreza e castidade, o que ocorreu em 5 de maio de 1625, quando prometeu entrar na Companhia e viver segundo as Regras Inacianas. Neste estágio de seu aprendizado, teve que permanecer por alguns anos para completar o curso teológico e, só então, renunciar definitivamente aos bens materiais.

O noviciado de Vieira foi duramente perturbado com a invasão da Bahia pelos holandeses. Precocemente já aos dezessete anos, por designação do Padre Reitor, coube-lhe a tarefa de discorrer sobre estes acontecimentos para compor os Anais da Província Jesuítica de 1626, isto é, para instruir um relatório anual contendo os principais acontecimentos ligados à Companhia de Jesus na Bahia. A partir de então, revela-se o talento literário do escritor de estilo vivo e aguçado, conhecedor das técnicas de combate, rico e humano na percepção dos horrores da guerra e sensível à agonia dos moradores.

Como era praxe entre os Jesuítas, Vieira teve que exercer o ofício do ensino de Gramática e de Humanidades, exercitando-os no Colégio de Olinda, nos anos de 1626 e 1627. Retornou à Bahia para estudar Filosofia e Teologia e doutrinar os índios. Pregou pela primeira vez na Quaresma de 1633, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, na Bahia. Em 1638 foi nomeado professor de Teologia e em 1641 partiu para Portugal, já famoso como orador de notáveis Sermões.



Bento Teixeira

Bento Teixeira (1560-1618) escreveu a primeira obra de literatura brasileira: Prosopopéia, inspirada em Os Lusíadas, quando tinha apenas 20 anos. Apesar de natural de Portugal, pode ser considerado um escritor brasileiro porque se mudou para cá ainda criança e escreveu no Brasil, sobre o Brasil e para brasileiros.
 



Manuel Botelho de Oliveira

O primeiro escritor nascido no Brasil a ter um livro publicado, Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711) nasceu em uma família abastada de Salvador e estudou Direito em Coimbra. Foi vereador, advogado e agiota. Seu poema À Ilha Maré é um dos primeiros a louvar a terra.
 


Gregório de Matos Guerra

Gregório de Matos Guerra(1636-1695)  é um dos escritores mais originais da língua portuguesa no século XVII, durante o período barroco. Nasce em Salvador, Bahia. De família rica e proprietária de engenho, estuda Direito na Universidade de Coimbra, Portugal, entre 1652 e 1661. Depois de formado, faz carreira como jurista no país. Volta ao Brasil em 1682, onde é nomeado "clérigo tonsurado" e tesoureiro-mor da Sé, na Bahia. Por recusar-se a receber as ordens sacras e vestir batina é perseguido por seus desafetos e destituído do posto, em 1683, pelo arcebispo João da Madre de Deus. Passa a viver da advocacia e a escrever sua obra satírico-erótica, que retrata a sociedade baiana da época. Seus poemas, com forte inspiração clássica, denunciam a ganância e o desejo de prazer dos poderosos, embora disfarçados sob um discurso moralizante. Leva vida boêmia até ser expulso para Angola, em 1694.Torna-se conselheiro do governador Henrique Jaques Magalhães no país e, como compensação pelos serviços prestados, é autorizado a voltar para o Recife, onde morre em 1695.
Ver o texto: Gregório - um poeta afortunado.
 

Cláudio Manuel da Costa

Introdutor do Arcadismo no Brasil, Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) estudou Direito em Coimbra. Rico, advogou em Mariana, SP, onde nasceu e estabeleceu-se depois em Vila Rica. Foi um poeta de transição, ainda muito preso ao Barroco. Era grande amigo de Tomás Antônio Gonzaga, como atesta a poesia deste. Tinha os pseudônimos (apelido, no caso dos árcades, de origem pastoril) de Glauceste Satúrnio e Alceste. O nome de sua musa era Eulina. Foi preso em 1789, acusado de reunir os conjurados da Inconfidência Mineira. Após delatar seus colegas, é encontrado morto na cela, um caso de suicídio até hoje nebuloso.
Cláudio Manuel da Costa foi o primeiro modelo e o mais forte de todos para os poetas mineiros. Influenciou significativamente Tomás Antônio Gonzaga, de quem era o "amigo mais velho". Cláudio, considerado o mais árcade dos poetas do grupo, teve uma formação rigorosamente clássica. A sua poesia bucólica focaliza, sobretudo, a paisagem montanhosa de Minas Gerais.
Nasceu em 1729, nas proximidades de Mariana, Minas Gerais. Inicia os estudos no Brasil, com jesuítas, concluindo-os em Coimbra, onde forma-se em Direito. Vive um tempo em Lisboa, onde entra em contato com as primeiras manifestações árcades.
  Em 1768, já em Vila Rica, lança seu livro de poesias, "Obras", e funda a Arcádia Ultramarina (este nome faz menção a uma arcádia portuguesa, só que além-mar).
  Participa da Inconfidência Mineira, sendo preso e encontrado enforcado na cadeia, em 1789.
  Antes de 1768 cultivou o estilo gongórico, sob influência jesuíta. Depois dedica-se ao Arcadismo, destacando-se por seus sonetos, perfeitos na forma e na linguagem, mas sem profundidade.
  Seus temas giram em torno das contradições da vida, das reflexões morais, bem ao gosto dos poemas quinhentistas (em seus sonetos, percebe-se grande influência camoniana) , cultivou a poesia bucólica, pastorial, citando a natureza como refúgio; também escreveu sobre o sofrimento amoroso, as musas.
  Em seu poema épico "Vila Rica", exalta os bandeirantes e narra a história da atual Ouro Preto desde a sua fundação.
 
 

Basílio da Gama

O poeta José Basílio da Gama (1741-1795), nascido em São João del Rei, MG. Estudou com os Jesuítas no RJ até a expulsão destes do Brasil pelo Marquês de Pombal. Foi para Itália e ingressou na Arcádia Romana, adotando o pseudônimo de Termindo Sipilío. Escapou de acusações de jesuitismo escrevendo elogios ao casamento da filha do Marquês de Pombal. Escreveu O Uruguai ajudado por este e o publicou em 1769. A segunda passagem é uma das passagens mais famosas de sua obra: a morte de Lindóia.
José Basílio da Gama nasceu em 8 de abril de 1741, na cidade de São José do Rio das Mortes, atual Tiradentes, Minas Gerais. Estudou no RJ, no Colégio dos Jesuítas, e era noviço quando foi expulso, em 1759. Foi para Roma, onde ingessou na Arcádia Romana, com o pseudônimo de "Termindo Sipílio". Preso em Lisboa, no ano de 1768, sob a acusação de fanatismo, é condenado ao degredo em Angola, do qual livra-se ao escrever um poema nupicial (epitalâmio) à filha do Marques de Pombal. Falece em Lisboa, a 31 de julho de 1795.
  Publicou seu poema épico "O Uraguai", em 1769, nele tem dois objetivos: criticar os jesuítas e defender a política pombalina (torna-se secretário de Pombal). No poema, acusa os jesuítas de combaterem a escravidão indígena com um objetivo, o de se tornarem os únicos senhores dos mesmos.
  O tema histórico do poema é a luta empreendida pelos portugueses, auxiliados pelos espanhóis, contra os índios dos Sete Povos das Missões, instigados pelos jesuítas (a culpa caberia aos jesuítas e não aos índios). Apesar de apresentar uma característica pouco comum aos épicos, o tema contemporâneo ao autor, Basílio da Gama conseguiu criar uma obra interessante, cujo principal mérito está na quebra da estrutura camoniana. Soube fugir dos lugares comuns do bucolismo vigente, apesar de exaltar a natureza e o "bom-selvagem".
  Apresenta algumas inovações, como os versos decassílabos brancos, não apresentando divisão em estrofes e constando de apenas cinco cantos. Respeita a divisão tradicional (proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo), embora quebre a estrutura ao iniciar o poema pela narração.
  Os personagens do poema são: Gomes Freire de Andrada (herói português); Balda (vilão, um jesuíta caracterizado); e os indígenas: Lindóia, Cacambo (marido de Lindóia), Sepé, Tatu-Guaçu, Caitutu e Tanajura (a vidente).
 

Tomás Antônio Gonzaga

Nascido em Porto (1744-1810?) de pai brasileiro, estudou na BA e formou-se em Coimbra em Direito, sendo um jurista habilidoso. Envolvido na Inconfidência é preso em 23/05/1789 e mandado para a prisão no Rio de Janeiro. É deportado para a África em 1792. Na África se casa com uma rica herdeira, recupera fortuna e influências e morre, provavelmente, em 1810. Produziu pouco, exceto no curto tempo em que esteve em MG. Apaixonado por Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, escreveu Marília de Dirceu em sua homenagem. Ele ia casar-se com ela e partir para a Bahia assumir um cargo de desembargador, mas foi preso uma semana antes. Segundo suas poesias ele não participava da Conjuração, apesar de ser amigo de Cláudio Manuel da Costa. De fato, Gonzaga, acusado de ser o mais capaz de dirigir a Inconfidência e ser o futuro legislador, não suportava Tiradentes. Escreveu também as Cartas Chilenas, que satirizavam seu desafeto, o governador Luís Cunha Meneses. Sua obra apresenta características transitórias para o Romantismo, como a supervalorização do amor e a idealização da mulher em Marília de Dirceu.
Este filho de uma portuguesa com um brasileiro, nasceu na cidade do Porto, Portugal, em 1744. Passou parte da infância no Brasil e formou-se em Direito, na cidade de Coimbra. Aos trinta e oito anos vem em definitivo para o Brasil, indo trabalhar como ouvidor e juiz, em Vila Rica. Estava prestes a se casar com Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, a "Marília", quando é preso e condenado ao degredo em Moçambique, por sua participação na Inconfidência Mineira. Lá, casa-se com Juliana de Souza Mascarenhes. Morre em 1810.
  As liras de "Marília de Dirceu", inspiradas em seu romance com Maria Dorotéia, são sua principal obra. Esta obra divide-se em duas partes: a primeira fala sobre a inciação amorosa, o namoro, a felicidade do amante, os sonhos de uma família, a defesa da tradição e da propriedade, sempre com uma postura patriarcal; a segunda, escrita durante os sofrimentos da prisão, apresenta uma série de reflexões desde a justiça dos homens até os caminhos do destino, sempre manifestando o consolo no amor que sente por "Marília".
  Devem ser citados alguns aspectos da obra de Gonzaga: "Marília" é quase sempre um vocativo; a obra é um monólogo, embora tenha estrutura de diálogo; "Marília" é um pretexto, o centro do poema é o próprio Gonzaga. Também é constante a contradição entre sua postura de pastor e sua realidade de burguês.
  Sua obra é completada pelas "Cartas chilenas", poemas satíricos que circulavam em Vila Rica, pouco antes da Inconfidência Mineira. Eram poemas escritos em versos decassílabos, com estrutura de carta. Assinados por "Critilo" - habitante de Santiago do Chile (na verdade, Vila Rica) - narravam os desmandos do governador chileno, o "Fanfarrão Minésio" - na verdade, Luís da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais até pouco antes da Inconfidência Mineira - sendo endereçadas a "Doroteu", residente de Madri. Sua linguagem é bastante agressiva e satírica, sendo "Critilo", Tomás Antônio Ganzaga , e "Doroteu", Cláudio Manuel da Costa.

Santa Rita Durão

O Frei José de Santa Rita Durão (1720-1784), orador e poeta, pode ser considerado o criador do indianismo no Brasil. Seu poema épico Caramuru é a primeira obra a ter como tema o habitante nativo do Brasil; foi escrita ao estilo de Camões, imitando um poeta clássico assim como faziam os outros neoclássicos (árcades). Santa Rita Durão nasceu em Cata Preta (MG) e mudou-se para a Europa aos 11 anos de idade, onde teve grande participação política. Foi também um grande orador.
Nascido em Cata-Preta, nas proximidades de Mariana, Minas Gerais, em 1722. Iniciou os estudos com jesuítas no Rio de Janeiro, indo depois para Portugal, onde ingessou na Ordem de Santo Agostinho. Quando da expulsão dos jesuítas, em 1759, prega violento sermão contra os padres da Companhia de Jesus (atitude da qual se arrependeria mais tarde). Publicou, em 1781, seu poema épico "Caramuru". Falece em Portugal a 24 de janeiro de 1784.
 "Caramuru" trata do descobrimento e conquista da Bahia por Diogo Álvares Correia, português vítima de um naufrágio no litoral baiano. A exaltação da natureza brasileira tem descrições da paisagem que lembram a literatura informativa do Quinhentismo. O indígena é tratado num aspecto informativo e há uma valorização da vida natural (mais pura e distante da corrupção). Com evidente influência camoniana, sem, no entanto, utilizar a mitologia pagã (que Camões usou em "Os Lusíadas"), mas apenas um conservadorismo cristão.
  É composto de dez cantos, versos decassílabos, oitava rima camoniana. A divisão é a tradicional das epopéias, constando de proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.
  Seus heróis são: Diogo Álvares Correia, o Caramuru; Paraguaçu, com quem Diogo se casa e vai para Paris; Moema, a bela amante preterida no casamento e que morre nadando atrás de Diogo; Gupeva e Sergipe.
 

Alvarenga Peixoto

Inácio José de Alvarenga Peixoto (1744?-1792) estudou com os jesuítas e formou-se com louvor na Universidade de Coimbra. Foi juiz e ouvidor. Casou-se com uma poetisa e deixou a magistratura, ocupando-se da lavoura e mineração no MG. Foi implicado na Inconfidência Mineira junto com seu parente, Tomás Antônio Gonzaga, e seu amigo Cláudio Manuel da Costa. Sentenciado a morte, teve a sentença comutada para degredo em Angola, onde morreu num presídio. Sua obra artística foi pequena, mas bem acabada.
Alvarenga Peixoto, um dos poetas "ilustrados", construiu uma obra bem marcada pelo seu aspecto político, em defesa da República, contra a guerra e em prol dos escravos.