JUSTIÇA INTERNACIONAL
Noutro dia falei com um amigo meu (na pausa para café no meu trabalho) ele me perguntou, "Então meu, como é que está a situação no teu país?". Simplesmente eu lhe respondi, "Se não está noticiada nos jornais, nas televisões e nos rádios porque está tudo bem. E cotinuei, "um país pequeno como meu só é noticiado pela imprensa quando se dá uma desgraça ou conflitos...".
Para lhe satisfazer a curiosidade, disse-lhe que em termos de segurança Timor está muito melhor do que alguns países em África. Temos um governo, um presidente, um parlamento em funcionamento... assim também a estrutura da justiça está a ganhar forma. Precisamos apenas tempo para que as instituições possam amadurecer. Temos uma força armada, polícia... ainda falta muito por fazer, mas em três anos de independência com recurso humanos e financeiros que temos não se pode sonhar muito... o país, em termos gerais está a dar passos certos na sua plena independência.
As Nações Unidas sempre conseguiram criar um tribunal internacional para julgar os responsáveis indonésios pelo acontecimento de 1999?, perguntou-me ele. Isso querias tu, queria eu mas quem nos ouve? Para aqueles que detêm realmente o poder no seio das Nações Unidas, nós (Timor-Leste) não somos um Iraq ou um Kosovo. Para eles, julgar Indonésia pelos crimes cometidos em Timor-Leste, é mesma coisa que pôr em causa os seus interesses económicos. Pela dimensão do país e o número da população, Indonésia dá muito mais lucro do que Timor-Leste.
Indonésia, em 1999, para deixar de ser criticada pela comunidade internacional, apressou-se criar um Tribunal Ad Hoc; e até hoje nenhum dos responsáveis pelo acontecimento de 1999 é penalizado. A questão é muito delicado! Por isso, além de justiça (porque queremos a comunidade internacional continue pensar forma de fazer justiça), somos forçados olhar para a frente e fazer esforço para que haja condições de desenvolvimento no nosso país. O nosso povo necessita de cuidados médicos, escolas e trabalho...! O nosso governo, juntamente com a presidência da república e o Parlamento Nacional têm desenvolvido esforços bilaterais no sentido de haver entendimento para que possam cooperar noutras áreas como economia e educação etc...
Olha o tempo! Posso continuar e não me canço falar do meu país mas temos que voltar ao trabalho. Fica para outro dia...
Zilia
