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O Milagre de São João Batista
 
                   Contam-se da invasão holandesa do Maranhão, em 1641, histórias de
                   desrespeitos à população e de profanações, a primeira das quais, praticada
                   logo no desembarque pelo Desterro, cuja ermida, então de frente para o
                   mar; os flamengos teriam invadido e depre dado.

                   Quando, após mais de dois anos de dominação, os portugueses, com o
                   bravo concurso de índios e outros homens da terra, organizaram a revolta
                   que terminaria expulsando definitivamente do Maranhão os enviados de
                   Nassau, travaram-se diversos e rudes combates no interior e em São Luís.
                   Aqui, sob o comando de Antônio Muniz Barreiros, que, morrendo, teve em
                   Antônio Teixeira de Melo o competente e indispensável sucessor; as tropas
                   portuguesas fizeram da Igreja do Carmo seu quartel-general. Lá,
                   concentraram a ofensiva contra os hereges flamengos, como ao tempo se
                   dizia.

                   Os holandeses, sediados no Forte de São Filipe (onde hoje está o Palácio
                   dos Leões), contavam, como principais instrumentos de combate, com dois
                   canhões assestados para a Igreja do Carmo. Notando que a artilharia
                   portuguesa concentrava seu fogo na direção dessas armas, os holandeses
                   colocaram junto a elas, em lugar bem visível, uma grande imagem de São
                   João Batista. Pretendiam impedir que os portrugueses atirassem, ou
                   obrigá-los a, fazendo-o, cometer um sacrilégio que os atingiria moralmente.

                   Diz Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres Maranhão, na
                   Poranduba maranhense, que "não só a imagem ficou ilesa dos nossos tiros,
                   mas também no primeiro que disparou um dos referi dos canhões, rebentou
                   com tantos estragos daqueles iconoclastas, que, ficando confusos com
                   semelhante sucesso, retiraram logo a santa imagem com menos indecência.

Folclore