Educação Ambiental

"Só se defende aquilo que se ama. Só se ama aquilo que se conhece."
O planeta Terra é a casa que partilhamos com milhões de outros Seres
Vivos e por cuja conservação temos responsabilidades acrescidas, já que nos
orgulhamos de sermos seres pensantes.
Infelizmente nem todos pensam, embora muitos falem.
E infelizmente, pelo menos em Portugal, um grande número dos que falam não são
sinceros e têm interesses ocultos.
Porque a consciência ambiental vai
chegando à população, alguém descobriu que falar de "Ambiente" e da
"atentados ambientais" traz vantagens. Descobriram que dá votos, apoio e poder. E
então é vê-los num "lufa-lufa", acusa daqui, aponta dali, atentado ambiental
isto, atentado ambiental aquilo. Muitas vezes falam com desconhecimento
absoluto do caso e raramente apresentam soluções adequadas. Mas o que me
causa estranheza é nunca falarem da importância fundamental das atitudes de
cada um de nós para a preservação do meio Ambiente. Nunca alertarem as
populações que contactam e com quem comunicam para o facto de que de nada
servirão leis e tomadas de posição governamentais se cada cidadão,
individualmente, não
adoptar comportamentos ambientalmente correctos. Será porque desconhecem
esse facto ou
porque não é proveitoso criticar eleitores?
Infelizmente, até mesmo muitas das
associações sem pretensões políticas, pelo menos declaradamente,
agem da mesma maneira.
Nos dias de hoje, quando se fala de ambientalistas a ideia que vem à cabeça
de muitas pessoas, é a de um bando de gente a barafustar, a dizer mal, a
deitar abaixo tudo e todos, sem apresentar soluções nem alternativas. É por
isso que geralmente essa pessoas não são levadas a sério e destroem a credibilidade daqueles que
realmente se preocupam com o Ambiente.
É sempre mais fácil deitar as culpas e
responsabilidades nos outros. Mas vejamos o seguinte:
Quem é que deita lixo nas serras e
ribeiras?
Quem espalha herbicidas nas veredas e bermas
de
levadas?
Quem distribui descontroladamente insecticidas e fungicidas pelos campos?
Quem faz queimadas, acende fogueiras, deita
fora beatas de cigarro acesas?
Quem encaminha ás escondidas esgotos e
desperdícios para as levadas e ribeiras?
Quem, baseando-se por vezes apenas na
publicidade, consome exageradamente coisas
inúteis, que gastam e destroem recursos e produzem grandes quantidades de
lixo?
Quem desperdiça e polui a água como se
ela não tivesse fim?
Quem gasta energia sem moderação só
porque a pode pagar?
Quem
destrói matas e arvoredos?
Quem mata e maltrata animais (incluindo
insectos) só porque não gosta deles ou acha que o incomodam?
Quem caça e pesca por prazer, sabendo que
está aterrorizando e torturando um animal?
Quem atira lixo das janelas dos automóveis?
Quem pesca excessivamente e utiliza
materiais proibidos sempre que pode?
Quem utiliza materiais perigosos e
poluentes (ex. lixívia) porque são mais baratos ou mais eficientes para o
fim a que se destinam?
Quem apaga os cigarros na areia, deixando a
praia como uma enorme plantação de beatas?
Quem incomoda e prejudica os seus
"vizinhos", como se fosse o único detentor de todos os direitos?
Não são estas atitudes responsáveis por
grande parte da poluição atmosférica, das águas e dos solos? Não contribuem
para o aumento dos níveis de CO2 e consequente efeito de estufa e
acidificação dos oceanos? Não colaboram activamente na exaustão dos recursos
do planeta? Não fazem perigar a biodiversidade do planeta?
E serão leis e tomadas de posição
governamentais que irão
resolver e alterar estes comportamentos selváticos?
Nunca. Apenas a tomada de consciência
interior.
O que eu quero dizer é que o governo tem
realmente muitas responsabilidades em gerir recursos e impor regras, mas a
partir daí a responsabilidade é toda nossa, de cada um de nós. Com as
pequenas acções do dia a dia, podemos mudar tudo e dar o exemplo para
que outros o façam. Não se diz que "o povo é quem mais ordena", então tem
também de agir.
Pode parecer que uma pequena atitude não tem
importância. Mas essa atitude repetida todos os dias, multiplicada por
milhares ou milhões de pessoas tem um efeito colossal. É o nosso planeta que
está em perigo, é o futuro dos nossos filhos, dos nosso netos, e dos filhos
e netos deles. Não vamos assistir impávidos e serenos à destruição sem agir,
apenas deixando as responsabilidades para os outros.
Fátima Rocha
