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Exército de um homem só - Engenheiros do Hawai


não importa se só tocam
o primeiro acorde da canção
agente escreve o resto em linhas tortas
nas portas da percepção
em paredes de banheiros
nas folhas que o inverno leva ao chão
em livros de história
seremos a memória
dos dias que virão
... se é que eles virão

não importa se só tocam
a primeira frase da canção
agente escreve o resto sem muita pressa
com muita pressisão
nos interessa o que não foi impresso
mas continua sendo escrito a mão
escrito à luz de velas
quase na escuridão
longe da multidão

não importa se só ouvem
a primeira nota da canção
agente escreve o resto
e o resto é resto
é falsificação
é sangue falso, bang-bang italiano
suíngue falso, turista americano
livres desta história
a nossa tragetória não pressisa explicação
... e não tem explicação

somos um exército
o exército de um homem só
no difícil exercício de viver em paz
somos um exército
o exército de um homem só
sem fronteiras, sem bandeiras
pra defender.

não interessa o que o bom senso diz
não interessa o que diz o rei
(se num jogo não há juíz
não há jogada fora de lei)
não interessa o que diz o ditado
não interessa o que o estado diz
nós falamos outra lingua
moramos em outro país

somos kamicases incapzes de ir a luta
somos quase livres, e isto é pior que a prisão
somos um exército
o exército de um homem só
um bando de vampiros que odeiam sangue
sem fronteiras, sem bandeiras para defender
somos um exército
o exército de um homem só
e neste exército
o exército de um homem só
todos sabem
que tanto faz
ser culpado
ou ser capaz

...tanto faz.


NOTA: Dedicada a Mathias Rust e sua solitária invasão do espaço aéreo soviético)


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Atualizado em 01/01/2001