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Doutrina Truman e o Plano Marshall



A conseqüência lógica da “contenção ao comunismo” foi o lançamento da Doutrina Truman, o primeiro pilar da Guerra Fria. Anunciada em março de 1947, a pretexto de socorrer a Turquia e a Grécia (envolvida numa guerra civil entre comunistas e monarquistas), o presidente dos Estados Unidos garantia que sua forças militares estariam sempre prontas a intervir em escala mundial desde que fosse preciso defender um país aliado da agressão externa (da URSS) ou da subversão interna, insuflada pelo movimento comunista internacional, a serviço dos soviéticos. Na prática os Estados Unidos se tornariam dali em diante na polícia do mundo, realizando intervenções em escala planetária na defesa da sua estratégia (*).

O segundo pilar, separando ainda mais as superpotências, deu-se com o Plano Marshall que foi um projeto de recuperação econômica dos países envolvidos na guerra. Anunciado, também no ano de 1947, em 5 de julho, em Harvard, este plano deve seu nome ao General George Marshall, secretário-de-estado do governo Truman. Por ele, os americanos colocariam à disposição uma quantia fabulosa de dólares (no total ultrapassou a U$ 13 bilhões de dólares) para que as populações européias pudessem “voltar as condições políticas e sociais nas quais possam sobreviver as instituições livres” , e a um padrão superior que os livrasse da “tentação vermelha”, isto é de votar nos partidos comunistas, mantendo-se assim fiéis aos Estados Unidos.

Enquanto os europeus ocidentais (ingleses, franceses, belgas, holandeses, italianos e alemães) aderiram ao plano com entusiasmo, Stalin não só rejeitou-o como proibiu aos países da sua órbita ( Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Iugoslávia, Romênia e Bulgária) a que o aceitassem. A doutrina e o plano fizeram ainda mais por separar o mundo em duas esferas de influência.

(*) Obedecendo à doutrina Truman os E.U.A intervieram na Guerra da Coréia (1950-3) e na Guerra do Vietnã (1962-75), como também derrubaram os regimes de Mossadegh no Irã em 1953, e o do Gen. Jacobo Arbenz na Guatemala em 1954. Em 1961 apoiaram a invasão de Cuba para derrubar Fidel Castro e, com a criação da Escola das Américas, no Panamá, adestraram os militares latino-americanos na contra-insurgência, estimulando-os a que tomassem o poder nos seus respectivos países.