RADIOLOGIA I
I. INTRODUÇÃO
É necessário que cada osso seja examinado na sua totalidade, incluindo a córtex (osso compacto), o canal medular (osso esponjoso) e as extremidades articulares.
Para o diagnóstico devemos sempre correlacionar os achados radiológicos, a histórica clínica, a idade e o sexo.
II. EXAMES RADIOLÓGICOS
A. Radiografia Simples
AP e Perfil (90º) - mínimo 2 incidências.
Oblíquas e especiais (rotação interna, externa, perfil de escápula, etc).
estudo comparativo em crianças.
B. Escanometria
Processo mais usado para medição do comprimento dos membros inferiores.
C. Tomografia Computadorizada
Indispensável para avaliar condições traumáticas, tumores ósseos (desde que use contraste venoso) e dos tecidos moles, luxação e anormalidades articulares.
É vantajosa por fornecer imagens em cortes finos axiais.
D. Ressonância Magnética
Apresenta excelente sensibilidade na avaliação dos tecidos moles, ligamentos, tendões, cápsula articular, meniscos e lesões intra-ósseas.
Vantagens em apresentar imagens em vários planos: sagital, coronal e axial.
E. Ultra-sonografia
Imagens transversais, longitudinais e oblíquas.
Aplicações em ortopedia:
Lactentes com suspeita de luxação congênita do quadril
Manguito rotator
Lesões tendinosas
Tumor de tecidos moles
Processo inflamatórios intra e periarticular
Diferenciar massas de cistos.
F. Cintilografia össea.
Captação do Tecnésio 99m nas áreas com aumento de reação periosteal
Indicações: trauma, tumor, artrite, infecção e doença metabólica.
III. CRESCIMENTO E MATURAÇÃO ÓSSEA
A. A ossificação do Esqueleto
Ossificação endocondral
Formação membranosa
Descrição dos óssos na lactência e infância:
Epífise - extremidade cartilaginosa do osso.
Físis - linha epifisária (de crescimento).
Metáfise - extremidade alargada da diáfise.
Osteóide - matriz orgânica formada pelo osteoblasto e que quando mineralizada transforma-se em osso.
Osteoblasto - formação de osteóide.
Osteoclasto - destrói as células velhas.
B. Maturação óssea
Tabela de Grenlich-Pyle - Rx de mão e de punho e confere na tabela.
Fazer Rx mãos e punhos.
Determinar idade fisiológica
Potencial de crescimento.
Previsão de estatura.
IV. FRATURAS
Tipos de Fraturas:
A. Abertas (expostas)
Atinge pele e tecidos moles
Pode ocorrer infecções
B. Fechadas
Pele e tecidos moles intactos
Sem infecções.
CLASSIFICAÇÃO DE FRATURAS
A. Completa e Incompleta - rompimento ósseo de um lado a outro da região cortical.
B. Por avulsão - epífise, apófise.
C. Segmentar - várias áreas de fraturas em um mesmo osso.
D. Impactada - calcâneo (achatamento).
E. Cominutiva - Em Galho Verde - geralmente mão de criança, cortical faz um abaulamento.
F. Em fio de cabelo - fissura ou rachadura no osso, mas não acomete a cortical.
G. Epifisária
H. Oculta - geralmente no escafóide.
I. Patológica - paciente com lesão tumoral em determinada área óssea que causa fratura.
J. Por estresse - maratonista (atletas de alto nível), militar.
V. DOENÇAS DAS ARTICULAÇÕES
Entre dois ossos temos o espaço articular que é ocupado pela cartilagem articular e líquido sinovial.
Quando ocorre doença articular infecciosa quatro sinais radiológicos são identificados:
1. Destruição cortical periarticular (rugosidade)
2. Estreitamento do espaço articular
3. Alinhamento incorreto da articulação - sub-luxação e luxação.
4. Edema periarticular.
Obs.: com a evolução do quadro, podemos chegar a anquilose óssea, que seria a destruição completa das cartilagens articulares.
VI. ALTERAÇÕES CONGÊNITAS
A. Luxação Congênita do Quadril
Seis vezes mais comum em meninas
quadril esquerdo mais atingido (3 para 2).
Mais comum em brancos que em negros.
O deslocamento ocorre durante os primeiros anos de vida.
Ocorre por falha nos tecidos moles de sustentação da articulação do quadril, com relaxamento da cápsula articular.
Aspectos Radiológicos.
Aumento do ângulo acetabular acima de 30º.
Deslocamento lateral do fêmur.
Interrupção da linha de Shenton
Ossificação retardada da epífise femural
Em estágios tardios:
Deslocamento macroscópico
Hipoplasia da cabeça e do colo femural
Fossa acetabular rasa.
Compressão da cabeça do fêmur na parede pélvica externa para cima e para trás do acetábulo raso.
B. Doença de Legg-Calvé-Perthes
Tipo idiopático de necrose isquêmica com oclusão das artérias principais.
O traumatismo e o microtraumatismo com injúria para os vasos nutridores da epífise, pode ser também a etiologia.
Condição Benigna e com cura.
Ocorre na infância - 5 anos.
Mais frequente em meninos
Pode ser bilateral em 10% dos casos
Linha de Shenton encontra-se normal.
Aspectos Radiológicos
Acetábulos normal
Edema com aumento do espaço articular com lateralização da cabeça do fêmur.
Fina zona radiolúcida linear arciforme no osso subcondral da epífise.
Discreto achatamento e irregularidade da superfície articular do centro de ossificação.
Aumento da densidade das epífises com osteoporose adjacente.
Em estágios avançados observamos:
Esmagamento, fragmentação da epífise e aumento acentuado de densidade.
Alargamento da linha epifisária e encurtamento do colo do fêmur.
C. Epifisiólise
Classificada tanto por necrose isquêmica da placa epifisária da extremidade proximal do fêmur, na maioria das vezes, por traumatismo.
Adolescente entre 10 a 15 anos.
Aspectos Radiológicos:
Perda do Sinal do Triângulo de Capener
Borramento da fise
Redução relativa da altura da fise
Deslocamento epifisário.
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