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DOSSIÊ
L. Padilha

A fragata Rademaker entrando na Baía de Guanabara. Ela foi a última das quatro fragatas Tipo 22 - Lote 1 a chegar ao Brasil.

Fragatas Tipo 22 - Parte 3

Além da Royal Navy

n Guilherme Poggio  

 

Aposentadoria Prematura

No início da década de 1990, a classe Tipo 22 representava a principal força de combate de superfície da RN. Não só era a classe mais numerosa (14 unidades) como a que possuía os navios mais modernos e versáteis. Em diversas ocasiões, seja na paz ou na guerra, elas tiveram oportunidade de mostrar sua capacidade. Mas os tempos mudaram e com o fim da guerra fria os gastos militares dos países da OTAN foram sensivelmente reduzidos. A RN teve que se desfazer de alguns navios e as fragatas Tipo 22 Lote 1 estavam entre elas. A decisão final de vender os navios foi tomada em 1993.

Cogitou-se a venda dos quatro navios em 1992 mas ao invés disso foram designados para atuarem como navio-escola em substituição ao antigo contratorpedeiro Tipo 82 HMS Bristol. Uma pequena modificação nas acomodações permitiu que os navios recebessem 65 Guardas-Marinha da Escola Naval Real de Dartmouth.

A baixa do serviço ativo na RN dos navios do Lote II foi muito mais criticada pois além de não atingirem metade da vida estimada ainda deixou a Marinha da Grã Bretanha com um número muito reduzido de unidades para atender a todos os seus compromissos ao redor do planeta. O destino das Tipo 22 Lote II foi traçado em 1998, quando foi publicado o Strategic Defence Review. As fragatas HMS Beaver, Boxer, Barve e London foram retiradas do serviço ativo em 1999. A Beaver e a Boxer foram extensivamente canibalizadas. O objetivo era manter as outras unidades em atividade. A Brave permaneceu na reserva a um custo anual de 400 mil libras esterlinas. Segundo avaliações feitas na época, os navios poderiam ser vendidos para outras marinhas a um custo aproximado de 15 milhões por unidade. Não é uma grande fortuma mas é bem mais do que os 200 mil oferecidos pelos estaleiros como sucata. Além disso, a venda para países amigos reforça os laços geopolíticos. Independentemente dos exforços para venda, três não escaparam de um destino triste. A Boxer e a Brave foram afundadas durante exercícios de tiro real em setembro de 2004. A Beaver foi vendida como sucata em 2001 e rebocada para  Turquia. As outras três sobreviveram nas mãos de países aliados da Grã Bretanha.

MARITIME Photographic
Após dois anos em Fareham Creek (perto de Portsmouth) a HMS Beaver parte para o seu destino final. Rebocada pelo Poseidon (rebocador polonês), ela iniciou sua última viagem em 21 de fevereiro do 2001 até a Turquia para ser desmontada e vendida como sucata. 

As Tipo 22 fora da Grã Bretanha

Sete fragatas Tipo 22 foram vendidas ao exterior. O primeiro país a comprá-las foi o Brasil, que acabou arrematando todo o Lote I de uma única vez. Anos depois, quando a RN começou a se desfazer do Lote II, diversos países manisfestaram o interesse. O último país a adquirir uma unidade Tipo 22 foi o Chile em 2003. (...)

G. Poggio

O quadro acima resume o destino das Tipo 22. Todas as do Lote I foram vendidas ao Brasil. O Chile adquiriu uma do Lote II e a Romênia duas. As fragatas do Lote III permanecem com a RN.

Tipo 22 no Leste Europeu

As mudanças geopolíticas nos últimos 15 anos alteraram profundamente as relações entre diversas nações. A maior delas sem dúvida foi a reaproximação dos países do leste europeu com os demais países do continente. O processo de cooperção e integração entre eles se deu de diversas maneiras e uma delas foi a expansão da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para o Leste. Em 1999 a organização formalizou a adesão de três países do antigo Pacto de Varsóvia (Hungria, Polônia e República Checa). Outros sete países foram admitidos em 2004 e, dentre eles, a Romênia. Mas antes que ela fosse aceita, suas Forças Armadas deveriam atingir um grau mínimo exigido pelos países participantes da aliança. Portanto, no ano de 2000 a Marinha da Romênia instituiu um programa de reaparelhamento e modernização da Força sendo que um bom número de unidades seria aposentada, algumas melhoradas e outras adquiridas no exterior. A partir desse ponto, as Tipo 22 que estavam saindo do serviço ativo da RN começaram a interessar.

Os entendimentos para a aquisição de duas unidades começaram no ano de 2001 mas as questões de financiamento e créditos de exportação arrastaram discussão por mais de um ano. Para um país como a Romênia, duas Tipo 22 representariam um grande investimento militar dentro de um orçamento bastante enxuto. Um acordo no valor de 116 milhões de libras esterlinas foi finalmente assinado em janeiro de 2003. Na primeira fase, as duas fragatas seriam modernizadas e reequipadas segundo as neceessidades romenas. Numa etapa posterior a RN conduziria um programa de treinamento completo às tripulações romenas. Além disso, acordos industriais e de transferência de tecnologia foram firmados entre companhias dos dois países.

O programa de modernização da ex-HMS Conventry durou 12 meses e em 9 setembro de 2004 a marinha romena incorporou o Regele Ferdinand (F 221). No dia 28 de abril do ano seguinte foi a vez da HMS London passar a ostentar o nome Regina Maria (F 222).

A mudança mais evidednte foi a introdução do canhão OTO Breda de 76 mm. O canhão de calibre médio foi posicionado um pouco mais a vante do lugar onde antes estavam instalados os mísseis MM-38, que foram removidos. Os lançadores de mísseis Seawolf, as diretoras de tiro e parte do equipamento do sistema GWS-25 também foram removidos. Os dois canhões canhões duplos de 40 mm foram retirados mas as "metralhadoras" GAM-BO de 20 mm ficaram. Com estas mudanças nota-se claramente um grande enfraquecimento da capacidade de defesa antiaérea.  O mesmo pode ser tipo em relação à guerra de superfície pois o canhão de calibre médio possui um alcance inferior aos MM-38.

BAe Systens
A Regele Ferdinand (ex-HMS Conventry) após sua modernização. Notar as linhas "limpas" da superestrutura após a retirada de armamentos e sensores, lembrando um pouco a Beaver quando foi vendida como sucata (ver foto acima).

O convôo e o hangar sofreram poucas mudanças pois a Romênia pretendia operar helicópteros embarcados mas ainda não definiu o modelo. Um licitação para a aquisição de três aeronaves foi aberta em 2004 e espera-se que o ganhador seja definido em 2006/2007. Atualmente a Força Aérea auxilia a Marinha com alguns Puma e Alouette III fabricados localmente.

Como único armamento A/S, os lançadores triplos de torpedos foram mantidos e, na parte de ECM, introduziu-se o sistema de despistamento de mísseis Terma SKWS.

Obviamente a simplificação do navio permitiu um corte de aproximadamente 70 homens, reduzindo em 25% a guarnição original. Pode-se dizer que as Tipo 22 romenas tornaram-se grandes unidades de patrulha oceânica e que a capacidade de emprego geral foi perdida. Unidades menores e 15 anos mais novas poderiam cumprir a mesma função com um custo de manutenção bem menor.

No Chile

Na segunda metade da década de 1990, a Armada do Chile passou a estudar seriamente a substituição de grande parte dos seus principais meios de superfície. Na época, esta era formada por três fragatas Leander e três contratorpedeiros classe County, todos modificados e atualizados. Denominado "Proyecto Tridente", o programa de renovação das unidades começou a tomar forma e, bastante ambicioso, previa a construção de até oito unidades. Um acordo chegou a ser firmado com o estaleiro alemão Blohm+Voss (MEKO A200 modificada) mas em janeiro de 2002 o mesmo foi desfeito pois os custos haviam atingido valores muito elevados. Em março do mesmo ano, o Projeto Tridente foi substituído pelo "Proyecto Fragata", muito mais modesto e realista. Segunda as diretrizes do Projeto Fragata, três navios novos seriam encomendados e outros três ("Proyecto Puentes") de segunda mão seriam adquiridos no mercado externo.

A busca por fragatas usasdas teve início ainda em 2002 e no final daquele ano a RN colocou à venda a HMS Sheffield, uma Tipo 22 Lote II decomissionada em novembro. Os entendimentos ocorreram de forma relativamente rápida e um acordo de transferência foi asssinado em março de 2003. Incluindo algumas modificações e o treinamento da tripulação, o acordo foi avaliado em 60 milhões de dólares. No dia 5 de setembro de 2003 a ex-HMS Sheffield, agora renomeada "Almirante Williams", foi oficialmente entregue ao Chile na  base naval britânica de Devonport.

Armada do Chile

Vista aérea da Fragata chilena Almirante Williams durante o exercício PASSEX "PACÍFICO 2005". Obsrvar a ausência de mísseis MM-38 na proa.

Com exceção dos equipamentos de uso exclusivo da OTAN, da retirada do armamento de tubo (Oerlikon dupo de 30 mm) e alguns acessórios o navio foi repassado ao Chile completo e inteiramente funcional pois havia dado baixa da RN somente alguns meses antes. Os mísseis MM-38 Exocet já não mais faziam parte do armamento do navio nos últimos dois anos de Royal Navy. É possível que a Armada do Chile instale novamente os mísseis, retirando-os das unidades que darão baixa em breve. A incoroporação da Williams permitiu a baixa do contratorpedeiro Blanco Encalada, com 38 anos na época.

A entrada em atividade da fragata Almirante Williams representou um grande salto tecnológico para o Chile em termos de propulsão pois foi o primeiro navio movido unicamente por turbinas a gás.

Mas a Williams possui um horizonte não muito claro sendo uma classe de um navio só. Esperava -se que a RN liberasse outras unidades do Lote III no curtíssimo prazo, mas isto não aconteceu e não deverá ocorrer muito cedo. Por outro lado, o Chile acabou fechando um acordo com a Grã Bretanha para a aquisição de três fragatas Tipo 23. Somando-se estas unidades com as quatro fragatas adquiridas da Holanda recentemente (dois classe M e dois classe L), o Chile terá em 2008 uma esquadra numericamente maior e tecnologicamente muito mais avançada que a atual. Dentro deste contexto, manter em atividade um único navio complexo e custoso (cujos equipamentos, em parte, já deixaram de ser fabricados) não parece ser a melhor alternativa.

No Brasil - A aquisição

No final da década de 1980, o programa de construção das corvetas classe Inhaúma seguia lentamente e com vários atrasos. Projetadas para substituírem os contratorpedeiros da classe Fletcher, Gearing e Allen M. Sumner, o programa previa a construção de um total de 16 corvetas mas só quatro haviam sido contratadas até 1988 e nehuma delas entregue à marinha até aquele momento. Tudo indicava que os dez contratorpedeiros antigos dariam baixa em breve e um hiato seria criado no força de superfície. O problema foi parcialmente contornado em 1989, quando a MB arrendou da USN quatro fragatas da classe Garcia. A aquisição permitiu que os Fletchers mais antigos fossem desativados. Mas ainda existiam três Gearing e dois Sumner que necessitavam urgentemente de substitutos.

Após o arrendamento das Garcia, as negociações com os norte-americanos prosseguiram.. Ao Brasil interessava navios com mísseis de defesa aérea pois esta era uma deficiência grande na esquadra. A MB tencionava adquirir seis navios da classe Charles F. Adams, equipados com lançadores de mísseis SM-1 Standard, que estavam dando baixa a partir 1989. Mas os EUA vetaram e em troca ofereceram navios da classe Forrest Sherman, recusados pelos almirantes brasileiros. Posteriormente, as fragatas da classe Knox que começaram a deixar o serviço ativo da USN a partir de 1991 e os navios foram oferecidos ao Brasil. Sem contar com muitas opções e necessitando dos "novos" navios urgentemente, um acordo para o arrendamento de seis Knox foi firmado. No início de 1993 o Congresso dos EUA aprovou a negociação.

Mas nesta época a Royal Navy estava avaliando a possibilidade de vender suas quatro fragatas Tipo 22 Lote I e entendimentos entre o Ministério da Defesa britânico e a MB foram mantidos no período 1993/1994. Ao contrário dos norte-americanos, os navios seriam vendidos (e não arrendados) com praticamente todos os sistemas a bordo, inclusive o sistema de defesa de ponto Seawolf totalmente operacional. A MB acabou dispensando a oferta norte-americana e firmou um acordo com os britânicos. O contrato de aquisição foi assinado em 18 de novembro de 1994 e incluía peças sobressalentes, treinamento da tripulação e mais três navios varredores da classe River. O valor total da transação foi de 92 milhões de libras esterlinas. Uma verdadeira barganha.

Com a aquisição das quatro unidades garantida, a MB passou trabalhar em um cronograma de retirada de serviço dos últimos cinco contratorpedeiros das classes Gearing (Mariz e Barros) e Sunmer (Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Espírito Santo) compatível com o rececbimento das quatro Tipo 22.

A primeira das quatro fragatas a dar baixa da Royal Navy foi a Broadsword em 31 de março de 1995. Ela foi incorporada a Marinha do Brasil no dia 30 de junho daquele ano em uma cerimônia realizada na HMNB Devonport e passou a ostentar o nome Greenhalgh (F 46). Foi o quarto navio na MB a receber este nome, que homenageia o Guarda-Marinha João Guilherme Greenhalgh, morto na Batalha Naval de Riachuelo em 1865. Com muito orgulho, ela realizou sua primeira saída para o mar com tripulação brasileira no dia 6 de julho. No final do mês foi docada em Devonport para ajustes finais antes de sua viagem para o Brasil. Sua chegada ao Rio de Janeiro ocorreu no dia 24 de outubro. Neste mesmo mês, deu baixa o contratorpedeiro Sergipe.

Em 1996 foi a vez das fragatas Brilliant e Brazen darem baixa na RN. As mesmas foram incorpodadas na MB no dia 31 de agosto com os nomes Dodsworth (F 47) e Bosísio (F 48) respectivamente. Pela primeira vez a MB utilizava os nomes Dodsworth (homenagem ao Almirante Jorge Dodsworth Martins) e Bosísio (homenagem ao Almirante Paulo Bosisio) para batizar um navio seu. Ambas chegaram ao Brasil em 9 de dezembro e naquele mesmo mês o contratorpedeiro Alagoas deu baixa (os CTs Rio Grande do Norte e Espírito Santo passaram por mostra de desarmamento em fevereiro de 1996).

Finalmente em 1997 foi a vez da Battleaxe dar baixa e ser incorporada. A cecrimônia ocorreu no dia 30 de abril e ela recebeu o nome Rademaker (homenageando o Almirante Augusto Hamann Rademaker Grünewald) e o indicativo visual F 49. Assim, o último dos contratorpedediros (Mariz e Barros) pode descansar em paz.

Em atividade

Quando ainda era a única Tipo 22 no Brasil, a Greenhalgh passou grande parte do seu primeiro na MB atuando como "navio-escola", transmitindo os conhecimentos adquiridos na Inglaterra para as outras tripulações que receberiam os demais navios. Mas além disso a tripulação da Greenhalgh teve a capacidade de absorver e posteriormente repassar conhecimentos valiosíssimos na área de controtole de avarias (CAv). As duras lições da Guerra das Falklands/Malvinas permitiram aos britânicos desenvolver e aprefeiçoar técnicas de combate a incêndios, riscos de alagamentos e exlposões. Parte desses ensinamentos foram repassados aos brasileiros e isto contribuiu inclusive para uma mudança da mentalidade dentro da MB como um todo.

Em março de 1996 foi criado o Comando do 2º Esquadrão de Fragatas (ComEsqdF-2) e a Greenhalgh ficou subordinanda administrativamente a esta OM. Posteriormente, na medida em que as demais unidades chegavam ao Brasil, elas eram incorpodadas diretamente ao ComEsqdE-2. Em 2001 a Força de Superfície foi reorganizada e as quatro fragatas Tipo 22 passaram a constituir o 2º Esquadrão de Escolta (ComEsqdE-2) juntamente com os quatro contratorpedeiros da classe Garcia (classe Pará no Brasil).

(...)

MB

Primeiro disparo de míssil Seawolf no Brasil.

A Rademaker foi responsável pelo disparo do primeiro míssil Seawolf da MB. Após um período de cinco meses de preparação, nos quais foram realizados testes e verificações no sistema GWS 25, o lançamento ocorreu no primeiro trimestre de 2000. O míssil foi disparado contra um alvo aéreo do tipo SNIPE, e o mesmo foi destruído na distancia máxima de engajamento. Na ocasião, foi utilizado o lançador de ré. Um outro exercício de tiro real ocorreu durante a operação UNITAS XLII. Nesta ocasião, a fragata Dodsworth utilizou o lançador de proa e abateu um drone a jato BQM-64E (voando a 600 km/h) lançado pela fragata norte-americana USS Robert G. Bradley.

(...)

 

 

 

Poucas Mudanças

Desde que foram incorporadas a MB, as Tipo 22 sofreram apenas pequenas modificações. Uma mudança visível foi a instalação de dois canhões Bofors L/70 de 40 mm na Fragata Greenhalgh em 1996. Os mesmos foram retirados da Fragata Liberal ( F 43) quando esta iniciou o ModFrag. As demais unidades da classe não tiveram esse equipamento instalado e não se sabe se algum dia terão. 

Das quatro fragatas, somente a Greenhalgh veio com a dotação completa de mísseis MM-38 Exocet. Num trabalho desenvolvido aqui mesmo no Brasil a Bosísio, a Dodsworth e a Rademaker receberam mísseis MM-38. Apesar de cada navio poder carregar até quatro mísseis, comumente elas são vistas com dois (isto também ocorre com frequencia com os mísseis MM-40 das Inhaúma e das Niterói).

J. Silva

A Greenhalgh entrando no canal porto de Santos (SP). Observar o contâiner do míssil MM-40 no lugar dos MM-38

Mas quando as Tipo 22 começaram a chegar no Brasil, o míssil de superfície padrão já era o MM-40 Exocet (tanto nas Niterói como nas Inhaúma). A lógica mandava substituir os lançadores de MM-38 pela versão MM-40. Tal fato era interessante tanto pelo aspecto técnico e logístico (mantendo uma linha de suprimentos para apenas um tipo de míssil mar-mar comum a todas as escoltas) como pelas características superiores do modelo MM-40 (como um alcance maior e alta resistência à ECM). Por esse motivo sempre foi intenção da MB fazer esta troca.

Em 2003 a Greenhalgh passou por um  PMG (Período de Manutenção Geral) e a possibilidade de dotá-la de MM-40 foi seriamente considerada. Avaliações iniciais indicaram que a substituição era viável tecnicamente e o projeto seguiu em frente. Uma estrutura para dois contâineres de MM-40 (com possibilidade de instalar mais outro sobre cada um) foi montada no lado de boreste mas somente um contâiner efetivamente foi instalado. A possibilidade de montar a mesma instalação nas demais unidades da classe esbarrou na falta de verbas.

Em setembro de 2005 o novo armamento da Greenhalgh foi posto à prova. Durante o exercício conjunto (MB/FAB) MISSILEX, realizado na costa do litoral sudeste, a fragata executou com sucesso o disparo de um míssil MM-40 contra o casco do antigo NTTr Soares Dutra. 

Mas o que mais preocupa é que a MB não prevê uma modernização de grande vulto nas Tipo 22 nos moldes do ModFrag.

MD Thomas    

S McClearn    

G Poggio    

As fragatas Tipo 22 Lote I e II foram inicialmente construídas com canhões Bofors 40mm/60 (foto da esquerda). Posteriormente, os mesmos foram substituídos por canhões duplos Oerlikon/ BMARC GCM-AO3 30mm/75 (foto do centro). Mas antes de chegarem ao Brasil, os navios do Lote I tiveram estes canhões retirados. Posteriormente, somente a Greenhalgh recebeu canhões AA L/70 de 40 mm (foto da direita), provenientes da Liberal quando esta estava passando pelo ModFrag.

Sustos, Incidentes e Acidentes

As unidades da classe Tipo 22 são navios de muita sorte e a Guerra das Falklands/Malvinas mostrou isso. Mas elas não passaram por város sustos ao longo de suas vidas. No Brasil não foi diferente.

Durante a operação UNITAS XL (outubro de 1999) a fragata Bosísio realizava exercício de transferência de equipamento leve com outra unidade quando sofreu um incêndio de proporsões consideráveis na praça de máquinas. Graças ao preparo da tripulação no controle de avarias e o apoio da corveta Júlio de Noronha (que forneceu máscaras e ampolas de oxigênio) o mesmo foi debelado. O incêndio durou quase 10 horas e chegou perto de um dos paióis de mísseis Seawolf. O navio ficou com a maioria dos sistemas inoperantes porque o incêndio destruiu os cabos de alimentação e comunicação que passam pela praça de máquinas. O navio foi reparado em pouco tempo e em abril do ano seguite participou da Parada Naval dos 500 Anos do Descobrimento do Brasil.

Para a Reserva

Em 11 de março (2004), em cumprimento a Portaria n.º 71 de 05/03/2004 do Comandante da Marinha e a O.D. n.º 4/2004 de 11/03/2004 do CEMA, foi realizada sua Mostra de Desarmamento e baixa do serviço ativo da Armada, junto com a do CT Pernambuco - D 30, na Base Naval do Rio de Janeiro, em cerimônia presidida pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante-de-Esquadra Mauro Magalhães de Souza Pinto. Em quase 8 anos de serviço, a Dodsworth atingiu as marcas de 501 dias de mar e 96.137 milhas navegadas. Depois de sua baixa a Dodsworth foi colocada na reserva. Desde então, fornece peças de reposição para as demais permaneçam em atividade.

O Futuro

Uma alterntiva interessante seria a aquisição da fragata Almirante Williams caso o Chile se desfaça dela até o final dessa década. Conforme dedscrito acima, a ex-Sheffield foi comprada para tapar uma lacuna na esperança de que outras unidades do Lote III fossem disponibilizadas. Isto não aconteceu e o Chile acabou adquirindo três Tipo 23 e quatro fragatas holandesas. A Williams é e (como tudo indica) continuará a ser uma classe de uma única fragata em uma marinha que possuirá outras duas classes de escoltas totalmente diferentes. Cogitar a sua venda a partir de 2008 (quando todas as Tipo 23 entrarão em operação) é uma possibilidade a ser considerada.