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PROTAGONISMO DO LEIGO NA IGREJA

(Palestra proferida por Maria Clemene e Afonso Buss - CRR/SC – Fone/fax 048-334-8901 – abuss@fastlane.com.br)

 

"Esta é a nossa tarefa: fazer com que a verdade sobre Cristo e a verdade fundamental sobre o homem penetrem ainda mais profundamente em todos os segmentos da sociedade e a transformem". (João Paulo II)

 

Somos convidados, e esta é a proposta de Cristo para nós, de vivenciarmos, em sua plenitude, as Bodas de Caná. Somos Igreja, e ser Igreja é trabalhar na vinha do Senhor, é ser membro vivo da videira que é Cristo, é ser um sujeito ativo na missão da salvação.

Ser Igreja viva é a proposta do Movimento das Equipes de Nossa Senhora para nós, equipistas. Sem abrir mão do carisma fundador, o Movimento nos propõe que sejamos protagonistas da história.

Qual é essa proposta?

A de nos chamar a uma atitude mais concreta para com o nosso compromisso que sempre tivemos, como batizados, casados e com uma graça especial de sermos equipistas: o nosso compromisso com a missão. "A fé sem obras é morta" (Ti 2,17). A fé supõe o comprometer-se concretizado em nossa missão.

 

Fundamentos da missão

Somos convocados à missão por decorrência da eclesiolidade do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Façamos uma comparação de nosso Movimento com as primeiras comunidades cristãs, conforme Atos 2,42.

At 42a: "Eles se mostravam assíduos ao ensinamento dos apóstolos..."

Como equipistas, através da Escuta da Palavra e da Meditação, também nós buscamos essa assiduidade aos ensinamentos de Cristo.

At 42b: "...à comunhão fraterna..."

Nas Equipes, procuramos vivenciar, em casal, a Oração Conjugal e o Dever de Sentar-se. Mas, a proposta do Movimento vai além: ela nos convida à fraternidade para com todos, a hospitalidade não reduzida à simples visitas e à comunhão de bens, o que equivale a dizer: a solidariedade com os mais necessitados.

At 42c: "...à fração do pão..."

Fração do pão é a terminologia paulina que retrata a Eucaristia. Nas Equipes somos chamados a irmos além, isto é, a participarmos mais amiúde da vida eucarística, em equipe e em comunidade, assumindo para valer o nosso compromisso para com o próximo. Aqui encontramos um bom assunto para a nossa Regra de Vida.

At 42d: "...e às orações".

A oração é a nossa força. Orar é o nosso compromisso cristão e equipista.

 

A ordem em que At 42 coloca isso não é aleatória, mas sim, teologal: A Igreja existe a partir da Escuta da Palavra - "A fé entra pelo ouvido" (Rm 10,17). Segue-se a Comunhão de bens, ou seja, a solidariedade, a justiça e a misericórdia. Só então celebramos a fração do pão, isto é, a Eucaristia. A força para vivenciarmos esta proposta de vida vem do nosso exercício de espiritualidade cotidiana, principalmente por meio de nossas orações.

Por isso, não podemos inverter esta ordem, por exemplo, a de celebrar sem ouvir (isto é, sem viver) ou sem repartir (isto é, sem ser fraterno).

Do exposto, pode-se deduzir que: ou uma ENS é uma experiência eclesial ou então não tem motivo para existir na Igreja. É fundamental, portanto, que cada Equipe viva a dinâmica da Palavra, da Partilha, da Eucaristia e da Oração. Sem estes quatro elementos não há Equipe de Nossa Senhora, pois não há Igreja. A eclesiolidade das ENS nasce justamente da vivência dessa dinâmica.

Podemos então concluir que:

a) Não faz sentido ser cristão restrito à Equipe;

b) Não faz sentido ser equipista sem compromisso com a comunidade;

c) Não faz sentido ser equipista sem compromisso solidário com as preocupações e as dores da Igreja: as famílias, os excluídos, etc.

d) Por ser uma comunidade cristã - "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou Eu no meio deles" (Mt 18,20) - as ENS devem sentir-se comunidade eclesial, sentir-se Igreja. Como Igreja, devem estar abertas às necessidades dos outros, do mundo. "Fazei tudo o que Ele vos disser"(Jo 2,5), nos diz nossa Mãe.

E o que Ele nos diz?

- Ele nos diz que é necessário procurar ouvir (Busca assídua da Vontade de Deus).

Onde fazer esta busca?

- É Mateus em 25,31-46 quem nos responde: na voz dos irmãos.

 

Nossa missão

Se nós equipistas quizermos ser uma resposta e uma proposta ao homem e à família de hoje, teremos que ouvir-lhes os apelos: "Eles não têm mais vinho"(Jo 2,3). Se não fizermos isso, corremos o risco de esclerose e anacronismo.

Precisamos, como evangelizadores, dar uma resposta aos problemas apresentados em nossa realidade, onde há um divórcio entre fé e vida. Se somos um Movimento eclesial, se somos Igreja, torna-se inquestionável o nosso chamamento à missão. Isto quer dizer que, na qualidade de seguidores de Cristo, somos convidados a ser envangelizadores e protagonistas na construção deo Reino. Os Documentos Christifidelis Laici e Redemptoris Missio nos mostram claramente a missão e os campos pertinentes a nós cristãos leigos.

O que é ser protagonista?

Protagonsita é aquela pessoa que desempenha ou ocupa o primeiro lugar num acontecimento. Isto significa que não podemos ver com passividade o desenrolar dos fatos, principalmente no que diz respeito à família. Devemos colocar toda a nossa iniciativa, todo o nosso entusiasmo e toda a nossa criatividade em prol de sua evangelização.

 

Especificidade de nossa missão

Nossa missão específica, como batizados, casados e equipistas é a de trasnformar a cultura do matrimônio e da família, hoje. Mesmo com todas as dificuldades atuais, temos o dever de olhar à nossa volta e também para dentro de nossa família, para desvendarmos a vontade de Deus. Qual é o "vinho" que está faltando aos casais e às famílias de nossa sociedade?

 

Instrumentos para a missão

Para que possamos ser realmente protagonistas da transformação da cultura do matrimônio e da família temos, no Movimento, excelentes ferramentas, vinho da melhor qualidade: são as nossas prioridades. Estas prioridades nos ajudam a encontrar formas concretas de reflexão e de ação. Degustemos desse vinho, mas não sejamos egoístas, vamos oferecê-lo também aos casais e famílias de nossas comunidades.

a) Vida de Equipe

- O fortalecimento da Vida de Equipe se dá, principalmente através da vivência dos Pontos Concretos de Esforço, da Partilha e da Co-participação.

- Nossa Vida de Equipe nos ajuda a sermos e vivermos comunidade.

- Como equipistas buscamos viver e celebrar a coerência entre nossa fé e nossa vida.

- Aprofundamos nossa espiritualidade conjugal.

 

b) Formação

- Pela nossa formação, mantemos vivo e atual o nosso conhecimento catequético, doutrinal, pastoral e litúrgico.

- A abertura à formação nos faz participar ativamente em atividades do Movimento, da Paróquia e/ou da Diocese, no que se refere a cursos, seminários e outros encontros de formação.

 

c) Comunicação

- Estar abertos e participar de um permanente fluxo de comunicação horizontal e vertical no Movimento, na Igreja e no mundo.

- Ler e estudar documentos do Movimento e da Igreja.

 

d) Presença no mundo

- Assumir o caráter de missionariedade e de protagonismo do leigo no mundo.

- Testemunhar Cristo no ambiente de trabalho e no ambiente social.

 

e) Pastoral familiar

- Participar da implantação/consolidação da Pastoral Familiar em sua Paróquia e/ou Diocese.

- Entrosar-se com outros Movimentos, Serviços e Institutos Familiares na condução de Planos e Projetos de Pastoral Familiar.

- Integrar-se à Pastoral Familiar de sua Paróquia.

 

f) Experiência Comunitária

- Assumir a proposta de evangelização das famílias através da Experiência Comunitária.

- Propor ao seu pároco e implantar um projeto de evangelização através da Experiência Comunitária em sua Paróquia e/ou comunidade.

 

Nossa Resposta

O Movimento tem uma proposta de ação, para todos os equipistas, como vimos. Temos vinho de excelente qualidade para oferecer à nossa família, à nossa Equipe, às famílias de nossas comunidades, ao mundo.

Qual vai ser a nossa resposta?

Opção a) "À hora do jantar, enviou seu servo para dizer aos convidados: Vinde, já está tudo pronto. Mas todos começaram a se desculpar. O primeiro disse-lhe: Comprei um terreno e preciso vê-lo; peço-te que me dês por excusado. Outro disse: comprei cinco juntas de bois..." (Lu 14,17-20).

Opção b) "Maria, porém disse: Como se fará isso...?O anjo lhe respondeu: O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra...Disse então Maria: Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc1,34-38).