Alcântara

Área: 1.201 km².
População: 19.800 habitantes.
Principais atividades: extração e turísmo.
DDD: 098.
Distâncias das principais cidades: São Luís, 53 km; Rio de Janeiro, 2.852 km; São Paulo: 3.084 km.

A primeira impressão que se tem é uma cidade parou no tempo. Porém, ali a Aeronáutica instalou seu centro de lançamento, que se prepara para lançar satélites ao espaço. É como se passado e futuro, ignorando o presente, se unissem em um mesmo lugar. Foi ali que, há 300 anos, os portugueses se prepararam para retornar São Luís dos franceses. A cidade tornou-se capital da aristocracia rural maranhense servida por 8 mil escravos, cujos descendentes são hoje a maioria de sua população. Para conhecê-la basta um dia e disposição para andar.

Ao chegar á cidade de barco, no Porto do jacaré, meninos se oferecem como guias. O passeio a pé começará pela Ladeira do Jacaré, onde podem ser vistas construções muito antigas e casa simples. No final da ladeira está a Capela do Desterro, construída no século XVIII, hoje fechada ao público, que abriga santos e altares da Igreja de São matias. Quanto mais perto do centro mais antigas são as construções. Seguindo pela Rua das Mercês a próxima parada é na Casa de Cultura, onde podem ser compradas peças do artesanato local.

Na Praça da Matriz está o Museu de Alcântara, com móveis dos séculos XVIII e XIX e peças de porcelana; e a Casa da Câmara e Cadeia, hoje sede da prefeitura. O calor intenso e algumas mesas colocadas no meio da rua convidam a um momento de descanso. Uma parada para água ou cerveja gelada em frente da Pousada Pelourinho. Dali avistam-se as ruínas da Igreja de São Matias e o Pelourinho. A Igreja foi derrubada a mando do escritor Sousândrade, que morava atrás e dizia que as enormes paredes atrapalhavam a visão da paisagem e lhe tiravam a inspiração.

Seguindo pelo Beco Escuro, viela que ficava atrás da igreja, e por isso tem esse nome, atravessa-se a Rua Grande e chega-se á Rua da Amargura, que ganhou esse nome porque de lá saíam os barcos que levavam estudantes para Lisboa. As mães ficavam chorando porque sabiam que muitos não voltariam. Nesa rua está o Mercado dos Negros, hoje em ruínas, onde eram negociados os escravos. De volta à Rua Grande, a mais movimentada da pacata cidade, se conhece um pouco da vida dos seus moradores. É onde estão concentradas lojas, mercearias, bares, órgãos públicos e escolas.

Na Rua Grande estão também os principais pontos turísticos da cidade. A Igreja e Convento do Carmo é um deles. Sua construção começou em 1665. Hoje está sendo restaurada e, por isso, está fechada para visitação. Seu altar é rico em detalhes em estilo barroco com mais de 100 anjos entalhados em madeira. Ao lado estão as ruínas do convento. A melhor história da cidade também é contada por ruínas. Os moradores contam que duas famílias de muitas posses convidaram o Imperador D. Pedro II a uma visita. Para hospedá-lo cada qual começou a construir um palacete. A rivalidade começou com as obras. Foram gastas fortunas para ver quem construía o mais bonito palácio. A briga tomou proporções desmedidas até que um dos proprietários mandou assassinar o rival. Sabendo do crime, o imperador cancelou a viagem. As construções estão até hoje inacabadas.

Na mesma rua estão o Cavalo de Tróia, sobrado colonial de três andares que deve ser transformado em pousada; e a Casa do Divino, que abriga o Centro de Cultura do Divino. Mais adiante, no bairro Caravela, se encontra a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que era frequentada pelos negros proibidos de entrar na Igreja do Carmo.

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