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INSTRUMENTOS : ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO
Panorama Geral
Talvez seja do compositor francês
Héctor Berlioz, autor de um famoso “Tratado de orquestração”, a definição de
música que conserva toda a sua vigência: “Qualquer corpo sonoro utilizado
pelo compositor é um instrumento musical.”
A origem dos instrumentos
musicais é remota e controversa e sua evolução acompanha a própria história
das civilizações. Não há povo da Antigüidade que não tenha feito uso de
instrumentos musicais mais ou menos rudimentares, já que a música é uma
linguagem espontânea e inerente ao próprio homem, sendo provável que tenha
aparecido antes da linguagem verbal.
Difícil precisar com rigor a
época e o lugar em que surgiu o primeiro instrumento. Muitos existiram em
mais de uma civilização antiga. Além disso, diversos instrumentos surgiram,
praticamente ao mesmo tempo, em lugares distintos. O certo é que seu uso
como entretenimento puro e simples é uma conquista recente, que remonta à
Idade Moderna.
As culturas primitivas atribuíam
a criação dos instrumentos aos deuses, pois acreditavam que a música tinha
origem divina. Assim, de acordo com a mitologia grega, a flauta tinha sido
inventada por Pan, a cítara por Apolo, a harpa por Narada, o alaúde por
Pólux e a lira por Mercúrio.
Os antigos chineses, por sua vez,
acreditavam que a gênese dos instrumentos musicais estava na tentativa de
imitar os sons da natureza. Quando se trata de uma explicação racional,
porém, chega-se à conclusão de que a origem dos instrumentos deve estar
intimamente relacionada com a dança, o trabalho e as atividades guerreiras
ou os ritos mágico-religiosos. A música seria um importante meio de reforço
no desempenho dessas atividades básicas do homem primitivo.
Nessas situações, o emprego de
material com potencial sonoro, como armas, ferramentas, jóias e adornos
levou provavelmente à necessidade de “musicá-los”, isto é, desenvolver esse
potencial. Essa tese nos fornece as bases para reconstruir sua evolução. A
princípio, lançou-se mão de materiais da natureza ou objetos usados para
outros fins. Posteriormente, as conquistas da técnica foram sendo
gradualmente utilizadas na exploração de novos corpos sonoros.
É muito provável que os
instrumentos rítmicos, chamados de percussão, tenham precedido, no tempo, os
tonais e melódicos. Embora isso não, possa ser comprovado, por falta de
documentos dos povos primitivos, pode-se chegar facilmente a essa conclusão,
observando-se a música das sociedades primitivas atuais da Oceania e África
Central. Nelas, os instrumentos são basicamente rítmicos.
Pesquisas arqueológicas revelaram
que, no período Paleolítico, instrumentos de pedra ou osso já eram
utilizados como formas rudimentares de chocalhos, apitos, matracas ou mesmo
trompas. No Neolítico, surgiram os primeiros tambores de flautas de osso e
de bambu, bem como um primitivo instrumento, constituído de uma corda presa
a um arco, em cuja extremidade se colocava a boca e, mais tarde, se fixava
um objeto côncavo (um pote, por exemplo), que servia como caixa de
ressonância. Este foi, sem dúvida, o precursor dos instrumentos de cordas.
No 3º milênio antes de cristo, apareceram as liras, na Suméria e
sabe-se também da existência de harpas e alaúdes no Egito.
A criação de instrumentos
musicais entre as civilizações da Antigüidade parece ter sido mais
significativa na Ásia e no norte da África. Devemos nos lembrar, no entanto,
de que não é fácil afirmar com certeza se um instrumento é originário de uma
determinada região ou país, na medida em que eles podem ter sido
transportados para as mais diferentes áreas, levados pelo homem em suas
conquistas e invasões.
Numa visão de conjunto da música
dos povos da Antigüidade, sabe-se, através do testemunho deixado por
documentos – arte ou escrita -, que os egípcios, assírios, babilônios,
hebreus, chineses, gregos e romanos conheceram muitas espécies de
instrumentos musicais, como harpa, lira, alaúde, flauta, cítara, trompa,
trompete, gaita, órgão, xilofone, além de inúmeros instrumentos de
percussão: tambores, pandeiros, sistros, címbalos, castanholas e campainhas.
Embora se encontrem, desde a Antigüidade, formas rudimentares de
instrumentos de palheta, foi só na Idade Moderna que seu fabrico passou a
ser aprimorado.
O crescimento da arte
instrumental durante o século XVI, estimulado pela invenção dos tipos móveis
de Gutemberg, que tornou possível a divulgação das partituras, provocou
grande desenvolvimento na música e, conseqüentemente, o aparecimento de
novos instrumentos e o aperfeiçoamento dos já existentes.
Nessa época, começaram a surgir
os primeiros fabricantes, como os Andrea Amati, construtor de violinos em
Cremona; Hans Ruckers, fabricante de cravos na Antuérpia; Hans Neuschel e
sua manufatura de trombones em Nuremberg; e Jean Hottetere, especialista no
fabrico de flautas e oboés. Dois séculos mais tarde, com a Revolução
Industrial, a mecanização tornou possível a construção, em larga escala, de
todos os tipos de instrumentos, o que barateou os custos e popularizou os
instrumentos e a própria execução musical.
A evolução dos instrumentos se
processou lenta e gradualmente através dos séculos. Foi na primeira metade
do século XIX, com o grande desenvolvimento da música orquestral, sobretudo
entre 1810 e 1850, que os instrumentos musicais adquiriram, em sua essência,
as formas que ainda hoje apresentam.
Colocada a serviço da música, a
tecnologia permitiu o aperfeiçoamento dos instrumentos, possibilitando a
execução de qualquer som sugerido pelo compositor. A partir de então, os
instrumentos passaram a existir em função da música e não mais o contrário.
Não é exagero, portanto, afirmar que os modelos criados por volta de 1850
equiparam a orquestra para a execução da música do século XX, exceção feita
aos instrumentos eletroacústicos e aos geradores de freqüência.
Existem vários critérios de
classificação. Em geral, os instrumentos são ordenados de acordo com o
material empregado, o modo de produção do som, de execução, formato,
mecanismo, etc... Todos são válidos, mas o que nos parece mais satisfatório
é o que considera a maneira de produção do som, em essência, a finalidade da
música.
Este critério foi proposto
inicialmente pelo filósofo e matemático francês Marin Mersenne, em seu
ensaio “Harmonia Universal” (1636/37). De acordo com essa classificação, os
instrumentos se agrupam, grosso modo, em 3 grandes categorias: cordas,
sopros e percussão. De cada uma delas, só serão abordados aqui os
instrumentos que integram a orquestra sinfônica tradicional.
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INSTRUMENTOS DE
CORDAS
Os instrumentos de cordas constituem
a estrutura da orquestra ocidental moderna. Feitas de aço, latão, tripa ou
nylon, as cordas são presas pelas extremidades, geralmente sobre uma
superfície de madeira. Obtém-se o som, quando vibradas e, conforme o modo
pelo qual se produz esta vibração classificam-se em:
-
cordas friccionadas
- por meio de um arco (violino, viola, violoncelo e contrabaixo);
-
cordas dedilhadas
– por meio de um plectro ou pua, ou os próprios dedos do instrumentista
(harpa, alaúde e guitarra);
-
cordas percutidas
– por meio de um martelo (piano) ou por um mecanismo próprio (cravos e
espinetas).
Há alguns efeitos que são comuns aos
instrumentos de cordas friccionadas, que são:
-
pizzicato
- quando se beliscam as cordas com os dedos sem usar o arco;
-
com legno
– isto é com a madeira do arco, roçando ou batendo;
-
surdina
– uma espécie de grampo ou pente que limita a ressonância, diminuindo ou
emudecendo a intensidade do som.
A altura e a freqüência do som
variam de acordo com a espessura e o comprimento das cordas. A amplitude das
vibrações depende da estrutura do instrumento.
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Violino
Desenvolvido no século XVI pelos
italianos Andrea Amati, de Cremona, e Gasparo da Salò, de Brescia, a partir
do aperfeiçoamento do primitivo instrumento de 3 cordas, parece, à primeira
vista, que, dessa época até os dias de hoje, o violino não sofreu
transformações em sua estrutura. No século XVI, eram comuns violinos
menores, como os chamados “pochette”, usados pelos mestres de dança e que
eram guardados nos bolsos (poches) de suas casacas.
Na verdade, porém, a partir das
inovações introduzidas por Antonio Stradivarius, por volta de 1700, o
instrumento passou por pequenas mas significativas mudanças estruturais,
para que pudesse atender às necessidades das sucessivas gerações de
compositores e intérpretes. No século XIX, o surgimento das grandes salas de
concerto e o aparecimento da figura do “virtuose” levaram às alterações que
lhe deram a feição definitiva e que redundaram num timbre mais volumoso e
brilhante.
De aparência simples, é um
instrumento de extraordinária complexidade, composto de quase 70 peças
diferentes. Constitui-se basicamente de 4 cordas, afinadas em quintas (mi4,
lá3, ré3 e sol2) e que atingem mais de 4 oitavas e meia, uma caixa de
ressonância em forma de oito e um braço preso à caixa por um cepo. No
interior da caixa, há há uma prancheta chamada “cadeira” e um pequeno
cilindro vertical denominado “alma”. Ambos têm por finalidade melhorar a
sonoridade, além de dar mais solidez à parte superior da caixa de
ressonância, o “tampo harmônico”, em cuja parte central encontra-se o
“cavalete”, por onde passam as cordas.
O violino, o mais agudo e versátil
instrumento de cordas, é indispensável na orquestra sinfônica e no quarteto
de câmara.
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Viola
Estruturalmente idêntica ao violino,
embora de dimensões um pouco maiores, a viola, derivada da chamada “viola de
braço”, integra regularmente a orquestra sinfônica e o quarteto de câmara.
Seu timbre é ligeiramente mais grave que o do violino (uma quinta abaixo)
e suas 4 cordas são, como no violino, afinadas em quintas (dó2, sol2, ré3 e
lá3).
Suas origens parecem remontar ao
século XVI na Itália. As primeira violas modernas de que se tem conhecimento
foram fabricadas por Andre Amati e Gasparo da Salò e possuíam dimensões um
pouco maiores do que as atuais. No século seguinte, Stradivarius e Andrea
Guarnerius criaram modelos de tamanho mais reduzido, que se firmaram através
dos séculos.
A partir de Haydn e Mozart, a viola
ganhou importância como instrumento de câmara e sinfônico. No século XIX,
foi valorizada por Berlioz e Richard Strauss, que compuseram solos do
instrumento. No século XX, no entanto, é que surgiram as primeiras obras
para viola desacompanhada, como as sonatas de Paul Hindemith.
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Violoncelo
Construído no século XVI, à maneira
do violino e para ser tocado como a viola de gamba, pelos mestres italianos
Andres Amati, Gasparo da Salò, Maggini e outros, esse instrumento de timbre
grava e aveludado tinha a função de reforçar os baixos da orquestra.
Em seus primórdios, exercia papel
secundário, sendo utilizado ora como baixo contínuo, juntamente com o cravo,
ora como simples pedal da orquestra. Somente a partir do final do século
XVII é que se firmou como instrumento solista, substituindo a “viola de
gamba”.
De estrutura semelhante à do violino
e à da viola, diferencia-se destes pelo comprimento (1,19 m.), como também
pela caixa de ressonância, proporcionalmente mais funda. Possui 4 cordas
afinadas uma oitava abaixo das cordas da viola, também em quintas (dó1,
sol1, ré2 e lá2), e seu registro médio é de 3 oitavas e meia.
A princípio, o corpo do violoncelo
variava de dimensões. O comprimento atual foi fixado no século XVII, por
Stradivarius. Assim como o violino e a viola, é indispensável na orquestra
sinfônica e no quarteto de cordas.
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Contrabaixo
O mais grave e maior instrumento de
cordas e arco, o contrabaixo surgiu também no século XVI, na Itália,
modelado a partir do “violone”, instrumento de cordas medieval. No decorrer
dos séculos, foram feitas várias experiências no tocante a suas dimensões,
estrutura da caixa de ressonância e número de cordas.
O contrabaixo usado atualmente mede
1,82 m. de comprimento e possui 4 cordas afinadas em Quarta (mi, lá, ré e
sol). Seu registro médio é de pouco mais de duas oitavas, começando pelo
“mi” mais grave da escala. Para solos, utiliza-se, muitas vezes, um
instrumento um pouco menor, que apareceram no século XVII. Às vezes, podem
ter uma Quinta corda, afinada em Dó superior.
Para sua execução, empregam-se dois
tipos de arco: o francês, mais comum, e o Simandl ou Dragonetti, de
empunhadura especial, que proporciona maior peso do arco sobre as cordas do
instrumento, extraindo delas um som mais forte e homogêneo. Em geral na
música popular e, com menos freqüência, na erudita, é executado sem o uso do
arco, com as cordas sendo dedilhadas ( “pizzicato” ).
Indispensável na música sinfônica, o
contrabaixo tem por função básica reforçar os baixos da orquestra. Raramente
funciona como solista.
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Bandolim
É um instrumento de cordas
dedilhadas e teve sua origem no alaúde ou, mais provavelmente, na mandola.
Apareceu no fim do Renascimento e seu uso se generalizou no século XVIII,
primeiro na Itália e depois no resto da Europa.
Constitui-se de uma caixa de
ressonância com a tábua do fundo abombada e um braço curto com trastes, que
termina numa cravelha. Apareceram vários tipos de bandolim, mas o mais
difundido é o napolitano que tem 4 cordas duplas, afinadas como no violino.
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Guitarra espanhola
Também chamada “violão” é um
instrumento de cordas dedilhadas, sobre cuja origem não acordam os
pesquisadores, embora sua presença e difusão na Espanha tenha a ver com a
invasão dos árabes na Península Ibérica.
Consta de uma caixa de ressonância,
de um braço com 19 trastes, que termina numa cravelha. Tem seis cordas,
tocadas com a ponta dos dedos ou arranhadas com as unhas. À parte de um
enorme repertório especialmente escrito para ela, sua enorme difusão deve-se
à sua presença constante em obras para pequenos conjuntos e muito
especialmente, como instrumento solista em inúmeros concertos.
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Harpa
Um dos instrumentos de corda mais
antigos, a harpa já era usada pelos egípcios no século II antes de Cristo,
em forma semelhante à atual. Trazida para o Ocidente na Idade Média, foi
introduzida no século XV nas cortes reais européias. Em meados do século
XVII, fabricantes tiroleses acrescentaram à harpa um dispositivo mecânico
que, acionado pelas mãos do intérprete, elevava a altura das notas em
meio-tom.
Por volta de 1720, o alemão G.
Hochbruker construiu um modelo com pedais acoplados à base do instrumento,
permitindo as alteração das notas em meio ou um tom. O moderno mecanismo com
7 pedais, correspondentes às sete notas, foi criado pelo francês Sébastien
Érard e recebeu seus últimos retoques em 1820.
A harpa utilizada nas orquestras
sinfônicas atuais contém cerca de 46 cordas presas a uma armação triangular.
Seu registro abrange seis oitavas e meia (dó bemol1 a sol bemol6). Usada
como instrumento solista por alguns compositores, foi amplamente empregada
na orquestra sinfônica por uma gama interessante de compositores.
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Cravo
O clavicêmbalo ou cravo também
pertence a este epígrafe. Trata-se de um instrumento de teclas, cujas cordas
são premidas por puas, mediante um mecanismo que é acionado no teclado pelo
intérprete. Cada tecla está unida a uma peça de madeira, chamada martinete,
na qual há fixa uma pua, que oprime a corda correspondente, ao ser acionada
pela tecla.
O clavicêmbalo italiano aparece nos
fins do século XV e estende-se por toda a Europa, com ligeiras variantes.
Sua presença habitual na música prolonga-se até depois de entrado o século
XVIII, quando é, pouco a pouco, substituído pelo piano.
Com a tendência surgida há alguns
anos de se recuperarem os instrumentos originais, voltou a ocupar seu posto
de solista nos concertos com orquestra e, desde o princípio do século XX,
mereceu a atenção dos compositores para obras concretas.
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Piano
Muito utilizado por alguns
compositores contemporâneos como instrumento de percussão. O piano ( o mais
versátil dos instrumentos ) e, na verdade, um instrumento de cordas
percutidas, munido de um maquinismo e de uma grande caixa de ressonância. O
maquinismo é o complexo aparelho que faz vibrar as cordas e se compõe,
basicamente, de teclas, escapes, martelos, abafadores e pedais. O som é
produzido pela pressão das teclas, que acionam martelos de madeira
recobertos com feltro, que, por sua vez, percutem as cordas.
O princípio essencial do mecanismo
do piano é a independência do martelo em relação às teclas. Depois de
percutir a corda, o martelo afasta-se, para que ela possa vibrar, mesmo que
a tecla continue a ser pressionada. Esse dispositivo é denominado “duplo
escapa” e permite a repetição de uma mesma nota quantas vezes for
necessário. Os abafadores (feltros que recobrem os martelos) servem para
impedir a mistura dos sons.
O piano é dotado de dois pedais:
-
o direito, mais importante, quando pressionado, permite que as cordas
permaneçam vibrando, mesmo que se retirem os dedos que pressionam as
teclas;
-
o esquerdo, denominado “surdina”, tem por função diminuir o brilho da
sonoridade.
Um dos instrumentos de maior alcance
(só é excedido pelo órgão), seu registro estende-se por 7 oitavas e um
quarto. Indo de lá2 a dó7. Atualmente, existem dois modelos básicos: o piano
de armário, com cordas verticais e 85 teclas e o de cauda, com cordas
horizontais e 88 teclas.
O antecedente do piano é o
clavicórdio, que apareceu no século XV, mas a primeira referência ao piano
foi publicada em 1711, por motivo de sua apresentação a público por seu
inventor Bartolomeu Cristofori, em Florença. Neste mesmo século, foi
aperfeiçoado por Silberman e Stein, na Alemanha, que introduziram os pedais
e o mecanismo de escape. No século XIX, com o aparecimento das grandes salas
de concerto, que exigiam ampliação da sonoridade, o instrumento adquiriu sua
forma definitiva.
A literatura propriamente pianística
se iniciou com Muzio Clementi, em 1773, com algumas sonatas. Mozart e
Beethoven ampliaram as potencialidades do piano, abrindo caminho para os
expoentes do Romantismo. No século XIX, atingiu o apogeu de sua
popularidade, com Schubert, Schumann, Chopin e Liszt.
Tratado geralmente como instrumento
solista, também foi empregado em música de câmara e, mais raramente,
integrou a massa orquestral.
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INSTRUMENTOS DE SOPRO
Assim denominados porque, nestes
instrumentos, o som é produzido pela emissão de ar dentro de um tubo. A
altura do som depende do tamanho e da temperatura do tubo e pode ser
regulada pela abertura ou pelo fechamento dos orifícios existentes ao longo
do tubo.
Podem ser feitos de madeira ou de
metal. Entre os primeiros, temos a flauta e o flautim, tradicionalmente
incluídos no grupo das madeiras, embora atualmente sejam fabricados em
metal, o oboé, o clarinete, o clarinete-baixo, o corne-inglês, o fagote e o
contrafagote.
Entre os metais, incluem-se o
trompete, o saxofone, a trompa, o trombone e a tuba. Numa classificação à
parte, está o órgão, instrumento de sopro e teclado, com uma estrutura muito
complexa.
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Flauta transversal
Um dos instrumentos mais antigos, a
flauta transversal, utilizada regularmente na moderna orquestra sinfônica,
surgiu no século IX, antes de Cristo, provavelmente na Ásia. Introduzida na
Europa ocidental através da cultura bizantina, no século XII depois de
Cristo, era geralmente associada à música militar.
Somente na segunda metade do século
XVII é que passou a integrar a orquestra.
A moderna flauta transversal nasceu
das transformações operadas no antigo instrumento pelo alemão Theobald Boehm,
por volta de 1840. Feita em metal, geralmente prata, constitui-se de um tubo
cilíndrico de 67 cm. de comprimento por 19 mm. de diâmetro. Divide-se em 3
partes: cabeça ou bocal, corpo e pé.
O bocal tem por função manter
rigorosamente o equilíbrio da afinação; o corpo e o pé contêm orifícios e
chaves, cuja finalidade é diminuir ou aumentar o comprimento da coluna de ar
no interior do tubo. Soprada lateralmente, seu alcance é de 3 oitavas (dó3 a
dó6). Tem sido tratada como instrumento solista e como instrumento da
orquestra, sendo o mais agudo entre os membros regulares do grupo das
madeiras.
Existiram na Antigüidade diversos
outros tipos de flauta. No entanto, a única que coexistiu com a flauta
transversal foi a flauta doce, soprada pela ponta, muito usada pelos músicos
renascentistas e barrocos.
O flautim ou piccolo, versão menor
da flauta transversal, cujo tubo tem aproximadamente metade do comprimento
da flauta. É o instrumento mais agudo da orquestra, da qual não é,
entretanto, um elemento essencial. Alcança quase 3 oitavas (ré4 a dó7).
Há ainda a flauta baixa, que se usa
para sons mais graves. Prolonga-se o comprimento do tubo ou em alguns casos,
constrói-se com um cotovelo pelo qual o tubo se aproxima, no outro extremo,
à posição da boquilha.
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Oboé
Instrumento antiqüíssimo, o tipo
utilizado hoje nas orquestras sinfônicas surgiu na França, na segunda metade
do século XVII, a partir do desenvolvimento das charamelas medievais e
renascentistas. Os primeiros modelos foram fabricados pelos franceses Jean
Hotteterre e Michel Philidor, e eram usados pelos músicos da corte de Luís
XIV.
A forma do moderno oboé, data do
período de Haydn e Mozart, embora tenha sofrido algumas importantes
modificações no decorrer dos séculos XVIII e XIX, como, por exemplo, o
aumento de sua extensão.
Constitui-se de um tubo cônico e
palheta dupla, sendo o som controlado por orifícios e chaves. De timbre
anasalado, distingue-se perfeitamente dentro da massa orquestral. Seu
alcance é de 2 oitavas e meia, começando no si, uma oitava abaixo do dó
médio.
Utilizado sobretudo como integrante
da orquestra sinfônica, onde é indispensável, há também considerável
literatura para solo do instrumento.
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Clarinete
Surgiu no final do século XVII, a
partir do aperfeiçoamento da charamela, levado a cabo por Johann Christopher
Denner, conhecido fabricante de flautas de Niremberg. No século seguinte,
passou a integrar a orquestra sinfônica. Por volta de 1840, atingiu sua
estrutura definitiva, com a introdução do sistema de chaves de Theobald
Boehm, que já havia sido aplicado com sucesso na flauta.
Ao logo dos tempos, foram criados
clarinetes de dimensões e timbres variados. Há cinco modelos ainda em uso:
-
em mi bemol
- o soprano da família, também denominado “requinta”;
-
em dó
– de timbre brilhante;
-
em si bemol
– o mais usado na atualidade;
-
em lá
– de pouco uso;
-
clarinete-baixo em si bemol
– uma oitava abaixo do outro de mesma tonalidade.
Constitui-se de um tubo cilíndrico
dividido em 4 partes: pavilhão, corpo inferior, corpo superior e barrilete.
Neste está embutida a boquilha, na qual se adapta uma palheta simples.
Mozart foi um dos primeiros
compositores a explorar o clarinete como instrumento solista, compondo um
concerto e várias peças de câmara. A sua escrita para o clarinete,
favorecendo a beleza do registo grave do instrumento e um equilíbrio e
fluência em toda a sua ampla tessitura, faz-nos pensar na escrita vocal e
não é difícil imaginar tratar-se por vezes de uma voz de soprano. O uso do
clarinete obbligato como dramatis persona em La Clemenza di Tito encontra-se
na linha de uma tradição vienense do início do séc. XVIII, na qual se
inscrevem múltiplas óperas, evidenciando uma relação estreita entre a voz e
o chalumeau que,
tomado como objeto significante, é associado a sentimentos específicos de
caráter amoroso ou pastoral.
Criado em 1810, o clarinete-baixo ou
clarone também é utilizado na orquestra sinfônica, embora com menor
freqüência. Distingue-se do clarinete propriamente dito, pelo pavilhão
recurvado e pelo diapasão mais grave.
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Fagote
Uma
pessoa que vá assistir a uma orquestra sinfônica se depara com um grande
número de instrumentos diferentes entre si. Mesmo o freqüentador mais
assíduo tem, por vezes, dificuldades em identificar alguns deles, devido à
diversidade de tamanhos, formas e nuances... Um desses instrumentos que
chama a atenção (fica muitas vezes escondido no meio da orquestra) é o
FAGOTE: um instrumento de forma um tanto exótica, na maioria das vezes
vermelho, parecendo-se com um enorme tubo revestido de chaves prateadas
Refazer a
“história genealógica” do fagote é voltar à época do Renascimento e se
perder um pouco em documentos imprecisos e desfeitos pela história... À essa
época não havia uma música instrumental propriamente dita, mas tão somente
instrumentos que, com poucas exceções (fanfarras militares, música de dança
e algum folclore) repetiam aquilo que já era cantado pela voz humana. O
canto a quatro vozes era então a regra e, para que os instrumentos pudessem
atender à tessitura de cada uma das vozes humanas (soprano, contralto,
tenor, baixo), eles eram construídos em diferentes tamanhos, constituindo-se
assim em “famílias de instrumentos”: instrumentos menores tinham som mais
agudo, os maiores, mais grave. Existiam, entre outras, famílias de violas,
de flautas, de cornamusas... Até aqui a história do fagote se confunde em
parte com a de outros instrumentos.
É bem
provável que o fagote tenha tido sua origem em um instrumento grave de uma
dessas famílias de instrumentos de palhetas duplas: as bombardas. A
bombarda-baixo era de um tamanho quase descomunal, necessitando por vezes de
uma pessoa que a segurasse para que outra a pudesse tocar. Como a
criatividade humana não conhece fronteiras, o problema logo se resolveu...
Assim, a solução encontrada foi a de dobrar ao meio um instrumento que tinha
mais de dois metros de comprimento! Este procedimento reduziu por certo suas
dimensões, mas teve também como consequência uma alteração da sonoridade, e
a bombarda, inicialmente de som áspero e até agressivo, passou a ter um som
mais suave, mais “dolce”, a tal ponto que tomou daí o seu novo nome:
DULCIANA.
Com o
acréscimo de algumas chaves necessárias para que os dedos pudessem operar os
orifícios mais distantes e algumas alterações de perfuração e dimensões,
este passou a ser o fagote barroco. Existe uma certa crença de que o
nome fagote venha do italiano “il fagotto”, o que significa um
amontoado de coisas, como por exemplo, um feixe de lenha, numa alusão ao
formato que o instrumento assumiu com sua dobra ao meio. Em francês o fagote
atende pelo nome de basson (uma alusão ao seu “som de baixo”?). A
nomenclatura inglesa é bassoon
A
passagem para o século XIX, uma época acentuadamente progressista, baseando
suas pesquisas na acústica, ressaltou a preocupação pela afinação e
sonoridade do instrumento, fazendo o fagote passar por uma série de
inovações e melhoramentos. É a partir de então que ficam mais diferenciados
os sistemas hoje conhecidos como alemão e francê
O sistema
francês se firmou através de construtores como Savary e Triébert, que
seguiam uma linha de construção mais conservadora. Atualmente o fagote
sistema francês é tido como um instrumento que executa com mais facilidade
passagens no agudo e tem como característica um som mais ou menos anasalado.
Buffet-Crampon é o nome que, em nossos dias, se tornou praticamente sinônimo
do fagote construído no sistema francês
Na
Alemanha, Carl Almenräder (1786-1843), com sua criatividade e muitas
inovações, é de fundamental importância no desenvolvimento do fagote sistema
alemão. Aliando-se a Johann Adam Heckel (1812-1877), um jovem e talentoso
construtor de instrumentos, Carl desenvolveu o fagote, dotando-o de um novo
mecanismo, alterando-lhe também as dimensões de perfuração. Esse novo
instrumento é a base do fagote moderno alemão, que atualmente também é
conhecido como “sistema Heckel”.
Para o
ouvinte a diferença de sistemas se faz sentir sobretudo através da
sonoridade e do aspecto visual do instrumento; para o fagotista, além
destas, existe a grande diferença do mecanismo das chaves, que faz com que o
dedilhado usado em um instrumento não seja aplicável a outro.
Independentemente do fagote ser baseado no sistema
francês ou alemão, ele se compõe
de uma parte construída de metal
(bocal) e de quatro partes construídas de madeira (asa, culatra, baixo e
campana), que se encaixam uma na outra e que, quando montadas,
perfazem um tubo cônico de 235cm,
tendo um diâmetro inicial de 4mm. e finalizando em 4 cm.
No
tocante às partes de madeira, quando o sistema é alemão, o fagote é quase
sempre construído em ácer (em alemão: Ahorn; em inglês: maple wood); quando
seu sistema é francês, a madeira usada é tradicionalmente o jacarandá. Como
o ácer é uma madeira muito clara, quase branca, o fagote é normalmente
tingido com alguma coloração que lembre a nobreza da cor do mogno. O
jacarandá, por ser já de natureza mais escuro, não recebe corante e tende
automaticamente ao marrom. Mas não é a cor que importa; ela é um acessório
meramente estético...
O fagote
é o baixo do grupo das madeiras (flauta, oboé, clarineta, fagote) e, dentre
esses instrumentos, é aquele que tem a mais ampla tessitura. São três
oitavas e meia, abrangendo do sib –1 até o mi 4 (tomando-se como base o dó
central = dó 3). Atualmente instrumentos mais apurados, instrumentistas mais
ousados e uma literatura mais exigente estão fazendo extrapolar essa
tessitura, forçando o fagotista a tocar, em certos casos, até o sol 4. O som
do fagote é produzido, tal como na bombarda renascentista, por uma palheta
dupla aplicada a um bocal em forma de “S” e feita vibrar pela boca do
instrumentista através do sopro.
As exigências de sonoridade da orquestra moderna e o
desenvolvimento dos instrumentos fazem com que cada um dos instrumentos das
madeiras tenha um ou mais “parentes” próximos: flauta - flautim; oboé
- corne inglês; clarineta - clarone. No caso do fagote o
parente próximo é o contrafagote, que soa uma oitava abaixo do
fagote.
O fagote é de construção bastante complexa, sobretudo em
função da dobra do instrumento, onde, em uma só peça, na chamada culatra,
existem dois furos: um descendente e outro ascendente unidos por uma válvula
em forma de “U”. Por isso, contam-se quase que literalmente nos dedos os
fabricantes de fagote pelo mundo afora, estando os principais representantes
na Alemanha, França, Estados Unidos e Japão.
O Brasil está modesta mas orgulhosamente representado
neste seleto rol de fabricantes com o autor deste pequeno histórico do
fagote, que, há cerca de 10 anos, se aventura com sucesso nesse campo,
usando para isso madeiras brasileiras.
Texto de Hary Schweiser – único
construtor brasileiro deste instrument
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Trompete
O mais agudo entre os metais, o
trompete se originou, provavelmente, no Egito Antigo, no II milénio antes de
Cristo, tendo adquirido importância como instrumento musical a partir do
século XVII, ao ser introduzido na orquestra.
Sua forma
actual data da primeira
metade do século XIX, quando os fabricantes alemães Blühmel e Stölzel
criaram o sistema de 3 pistões, que tornou o instrumento mais versátil,
aumentando seu registro e tornando sua execução menos difícil. Pode ser
afinado em ré ou, mais comumente, em si bemol ou dó.
Consiste num tubo cilíndrico
recurvado sobre si mesmo, em cujas extremidades ficam o pavilhão e o bocal.
A qualidade do som pode ser modificada com a surdina, peça de madeira
introduzida no pavilhão. Alcança 2 oitavas e meia, começando do fá abaixo do
dó médio.
Tem sonoridade brilhante e
penetrante. É muito usado pelos compositores em uníssono com as cordas e as
madeiras da orquestra, como também em solos.
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Saxofone
Criado em 1840 pelo belga Adolphe
Sax, o saxofone é o único entre os sopros de metal que possui palheta.
Constitui-se de um tubo cônico com cerca de 24 orifícios controlados por
chaves, que permitem a produção dos diferentes sons do registro do
instrumento. Esse tubo termina num pavilhão largo, voltado para cima.
Existem 7 tipos:
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sopranino
– afinado em mi bemol;
-
soprano
– afinado em si bemol;
-
contralto
– afinado em mi bemol;
-
tenor
– afinado em si bemol;
-
barítono
– afinado em mi bemol;
-
baixo
– afinado em si bemol;
-
contrabaixo
– afinado em mi bemol.
Somente o soprano, contralto, tenor
e barítono são usados com freqüência, formando o quarteto comum dos grupos
instrumentais de dança e jazz.
Introduzido na orquestra sinfônica
no final do século XIX, popularizou-se entre os compositores eruditos como
Rossini, Berlioz e Meyerbeer, com preferência para o sax contralto. Seu
registro alcança 2 oitavas e uma Sexta, começando do si bemol abaixo do dó
médio.
Não é membro permanente da orquestra
sinfônica, mas seu repertório é vastíssimo, com muitas obras para solo.
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Trompa
Surgiu na França, por volta de 1650.
Como um desenvolvimento da trompa de caça, que, por sua vez, se originou dos
primitivos instrumentos feitos com chifres de animais. Já no final do século
XVII foi integrada à orquestra.
Consiste num longo tubo cilíndrico
de 2 metros, recurvado sobre si mesmo numa espiral de duas voltas. Na
extremidade mais estreita, localiza-se o bocal, em forma de funil, e, na
outra, o pavilhão. O som é controlado por 3 válvulas, incorporadas ao
instrumento no início do século XIX pelos fabricantes Blühmel e Stölzel
(alemães) e Leopold Uhlmann (austríaco). Esse mecanismo permitiu a execução
de todos os sons cromáticos da escala.
A trompa emite um som aveludado e
suave e sua afinação é em fá ou si bemol. Alcança 2 oitavas e uma Quinta
(si3 a fá4). Considerada indispensável na orquestra a partir de 1830, foi
utilizada também como solista por inúmeros compositores. Um dos efeitos
utilizados na trompa é a “surdina”, que se consegue quando o intérprete
coloca a mão ou uma peça de madeira no pavilhão, obtendo um apagamento do
som.
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Trombone
Surgiu provavelmente na França
quinhentista, a partir de modificações introduzidas no trompete. Sua
principal característica são as varas corrediças, cuja função é controlar a
emissão e a altura do som.
O corpo principal; do instrumento,
extremamente simples, é formado por dois tubos paralelos, presos um ao
outro. Numa extremidade está o bocal e na outra o pavilhão. Atualmente, é
construído em 3 tamanhos: tenor, contralto e baixo. O primeiro é o mais
utilizado em orquestras sinfônicas e é afinado em si bemol, soando uma
oitava abaixo do trompete. No registro baixo, também pode ser afinado em
Sol.
Indispensável à orquestra, na qual
foi introduzido por Beethoven, foi tratado como solista por muitos outros
compositores também.
No século XIX, um outro tipo de
trombone, denominado de êmbolos, com 3 válvulas, era muito empregado nas
orquestras, mas acabou perdendo seu lugar para o trombone de vara.
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Tuba
O mais grave entre os metais, a tuba
surgiu por volta de 1835, em Berlim, inventada por Wilhelm Wieprecht e
construída por Johann G. Moritz. No entanto, o modelo mais comumente
empregado na orquestra foi desenvolvido, por volta de 1845, pelo belga
Adolphe Sax.
Consiste num tubo cilíndrico,
recurvado sobre si mesmo, e que termina num pavilhão em forma de sino. O som
é controlado por válvulas ou pistões, cujo número varia de 3 a 5. De timbre
suave e surpreendentemente ágil, apesar de seu grande porte, a tuba foi
introduzida na orquestra por volta de 1850. É afinada em fá e alcança 3
oitavas (fá1 a fá3).
Indispensável na orquestra sinfônica,
foi por vezes utilizada em solos orquestrais. É muito usada também nas
bandas militares.
A “tuba wagneriana”, idealizada por
Wagner para a sua tetralogia O anel dos Nibelungos, possui estrutura
semelhante à da trompa ( bocal e pavil!ão recurvado). É afinada em si bemol
e em fá e sua extensão vai do mi bemol1 ao ré4. Além de Wagner, Bruckner, R.
Staruss e Stravinsky utilizaram-na em algumas de suas obras.
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Órgão
O maior e talvez o mais versátil
entre todos os instrumentos, o órgão, apesar de incluir-se entre os sopros,
distingue-se destes por sua estrutura especial, que reúne tubos, teclados e
pedais. Os principais estágios da evolução do primitivo órgão hidráulico
grego para o órgão moderno incluem a introdução de teclas, registros e
mecanismo de acionamento.
Atualmente, o órgão constitui-se de
3 partes principais:
-
tubos
– sua característica básica;
-
console
– que abriga os teclados, geralmente em número de dois, pedais, botões para
mudança de timbres e outros acessórios;
-
mecanismo de accionamento
– são os foles.
Cada tubo corresponde a uma nota e
se agrupam em séries, denominadas registros, que produzem sons de alturas
variadas. Quanto maior o tubo, mais grave o timbre.
Há 3 tipos de registros, de cuja
combinação resulta a imensa variedade de timbres e a grandiosidade sonora,
característica do órgão, a saber:
-
os de fundo ou flautados
– produzem os sons principais de flauta e de gambas;
-
os de mistura
– enriquecem o som dos registros de fundo;
-
os de palheta
– conferem a sonoridade brilhante do trompete, clarim, etc...
Entre todos os instrumentos, o órgão
é o que possui maior alcance: sete oitavas e meia. Instrumento solista por
excelência, o repertório abrange obras de inúmeros compositores. Pode
integrar também a massa orquestral.
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INSTRUMENTOS DE
PERCUSSÃO
São instrumentos basicamente
rítmicos. O som é produzido por vibrações transversais numa membrana
estendida sobre uma cavidade ressoante ou em corpos sólidos.
Podem ser divididos em dois grupos:
-
os de som determinado
– aqueles capazes de produzir alturas precisas (as notas musicais);
-
os de som indeterminado
– de altura indefinida, isto é, ruídos.
Entre os primeiros estão: tímpanos,
carrilhão, xilofone, celesta, glockenspiel, marimba e vibrafone. No segundo
grupo estão: triângulo, pratos, caixa, bombo e outros menos freqüentemente
usados na orquestra sinfônica, como o pandeiro, o tantã, as castanholas , o
agogô, o chicote, etc...
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Tímpanos
Indispensáveis à orquestra, na qual
foram introduzidos em 1670, pelo compositor francês Lully, os tímpanos se
originaram dos “naqqara” árabes, por volta do século XII.
Constituem-se de uma caixa de
ressonância feita de madeira ou metal, de formato semi-esférico, com cerca
de 60 cm. de diâmetro e coberta por uma pele estendida sobre um arco. São
percutidos por meio de baquetas denominadas “bilros”, cuja extremidade,
arredondada, é revestida de feltro.
Em geral, a orquestra possui de
dois a quatro tímpanos, executados por um mesmo instrumentista. São afinados
em quartas ou quintas.
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Carrilhão
Conjunto de lâminas ou tubos
dispostos numa armação e percutidos por uma espécie de martelo, o carrilhão
aperfeiçoou-se e difundiu-se no século XVI. A extensão das notas varia
muito, não chegando, entretanto, a alcançar mais de 2 oitavas. Possui sons
diatônicos e cromáticos.
A percussão também pode ser feita
por mecanismo de teclado, recebendo então o nome de celesta. Nesta, as
teclas accionam martelos que percutem lâminas metálicas, produzindo um som
límpido. Alcança 5 oitavas (dó1 a dó6).
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Xilofone
Formado por lâminas de madeira de
tamanhos variados, dispostas em fileiras horizontais, seu alcance varia de
modelo para modelo. Os maiores atingem 4 oitavas, a partir do dó médio. É
percutido por meio de 2 baquetas, obtendo-se trinados, trêmulos, arpejos e
repetição rápida de uma mesma nota.
Formas variantes do xilofone são o
glockenspiel, o vibrafone e a marimba. O glockenspiel constitui-se de
lâminas de aço dispostas em duas fileiras horizontais, percutidas por uma
baqueta, denominada “maceta”. Alcança duas oitavas e meia (sol3 a dó6 ou
sol2 a dó5).
Derivado, provavelmente, do
glockenspiel, o vibrafone surgiu por volta de 1920. Possui lâminas de aço
vibradas por martelos também de metal. Sob cada lâmina, há um ressonador
operado electricamente, que amplia e confere maior nitidez ao som. Possui
timbre doce e aveludado.
A marimba, de origem africana e
desenvolvida na América Central, é um instrumento usado sobretudo pelas
orquestras típicas populares de alguns países centro-africanos. Integra, por
vezes, o aparato percussivo das orquestrações de alguns compositores
contemporâneos. Seu timbre é um pouco mais grave que o do xilofone. Alcança
4 oitavas, começando no dó abaixo do dó médio.
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Triângulo
O menor dos instrumentos de
orquestra, consiste numa vareta de ferro dobrada em formato de triângulo. É
percutido com uma baqueta também de ferro. Os sons emitidos, sempre agudos,
podem ser curtos e isolados ou formar uma cadeia semelhante à do trinado,
provocada por batidas rápidas e sucessivas.
Conhecido na Europa no século XIV, só foi empregado na orquestra a partir do
século XVIII, por Mozart
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Pratos
Derivados dos címbalos, discos
metálicos usados no Egito Antigo, foram introduzidos na Europa durante a
Idade Média. Medem cerca de 50 cm. de diâmetro e são percutidos com uma
vareta ou chocados um contra o outro, podendo então produzir uma sonoridade
que se sobrepõe a toda a orquestra.
Quando executados pelo mesmo
instrumentista que toca os tímpanos, um dos pratos pode ser fixado a um
suporte, fazendo-se que o outro caia sobre ele, por meio de um pedal. Os
pratos foram introduzidos na orquestra sinfónica no século XVIII, por Cluck.
Entre os românticos, o seu uso se popularizou.
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Caixa
Assim como os tímpanos e o bombo, a
caixa é um instrumento da família dos tambores. Surgiu no século XV, como um
desenvolvimento do tamborim, muito utilizado nos regimentos medievais de
infantaria.
De formato cilíndrico, feita de
latão ou madeira, é revestida de pele de vitela, geralmente apertada por
parafusos que regulam o som. Há dois tamanhos:
-
um maior e mais fundo, com sonoridade mais opaca;
-
outro, menor, é circundado por cordas metálicas, que lhe dão
sonoridade mais viva e brilhante.
Ambos são percutidos com uma ou duas
baquetas de madeira ou com uma escova de arame, quando se quer obter efeitos
especiais. Instrumento característicos das bandas militares. A caixa passou
a integrar efectivamente a orquestra sinfónica, a partir do Romantismo.
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Pandeiro
Originário do Oriente Médio,
constitui-se de um arco de madeira, com ou sem guizos, tendo uma pele
esticada na parte central. É agitado com uma das mãos ou percutido. Muito
utilizado na músicas folclórica de alguns países. Também chamado de
“pandeireta”.
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Castanholas
Também de origem oriental,
provavelmente fenícia, as castanholas se disseminaram pela Espanha,
transformando-se em instrumento típico do país. Constitui-se de duas peças
de madeira, marfim ou ébano, em formato de concha, unidas por uma fita ou
cordão, que o instrumentista enrola entre os dedos.
O som é produzido, percutindo-se uma
contra a outra. Comum nas orquestrações de compositores espanhóis.
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