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IMAGEM ILUSTRATIVA: DRAGÃO BONZINHO
TENDÊNCIA À TENDÊNCIA

Caro Mestre de Jogo, apresento-lhe mais uma forma de tornar sua campanha um pouco mais rica, realista e imprevisível. Me refiro às tendências(ou alinhamento) das criaturas ou personagens do mestre. Existe um problema em relação a isso. Mesmo que o Livro do Jogador(AD&D) esclareça que a tendência não é uma camisa de força, que é apenas uma base para criar a personalidade do personagem, não é incomum ver que muitos mestres fingem não ouvir essa sugestão do livro.

Um bom exemplo são as revistas de RPG brasileiras. Nas aventuras prontas encontradas nessas revistas, nunca iremos encontrar um dragão vermelho bonzinho. Á princípio podemos até estranhar essa idéia. Afinal, no Livro dos Monstros está escrito para o dragão vermelho: "Tendência: Cruel". Tudo bem que os dragões vermelhos tenham uma tendência para o mal, mas isso não significa que eles devam ser necessariamente malignos. Pelo menos, não todos eles.

A TENDÊNCIA É PRODUTO DO MEIO
Como argumento, usarei aquela famosa frase: "O homem é o produto do meio". Quer dizer, a personalidade de uma pessoa independe de sua raça, cor, opção sexual, classe social, religião, entre outros. A personalidade de um homem depende muito mais do meio onde ele nasceu e cresceu. Se uma criança nasce num morro cheio de traficantes, numa família cheia de problemas, cercada por violência, essa criança tem grandes chances de se tornar uma pessoa problemática. Tá certo que dragão vermelho não é um homem. Mas como um dragão vermelho também é inteligente assim como um ser humano, podemos muito bem colocar uma dessas criaturas fantásticas nascendo dentro de uma pacífica vila halfling, para dar um exemplo.

O DRAGÃO BONZINHO
O líder da vila encontrou um ovo de dragão numa caverna e trouxe para casa. O filhote de dragão nasceu e foi adotado pelo líder que o alimentou com parte do gado da vila. O filhote foi crescendo e, como ocorre com qualquer humano, aprendeu a falar o idioma nativo facilmente. E cresceu considerando todas as pessoas da vila como seus semelhantes, mesmo sabendo que era de uma espécie diferente (e como!).

Para ir contra esse argumento, você pode falar em um instinto assassino draconiano ou coisa parecida. Mas note que o dragão é uma criatura inteligente. E se brincar, é mais inteligente que um ser humano. O homem(ser inteligente) perdeu a maioria de seus instintos selvagens(ou pelo menos ficaram enfraquecidos), ao contrário de criaturas menos evoluídas - digamos assim - que ainda mantém seus instintos no sangue. Ninguém precisa ensinar um gato selvagem a caçar, ele já nasce "sabendo".

Voltando, imagine a cena. Os personagens dos jogadores de décimo nível chegam na vila halfling onde vive o dragão. Adivinhe o que eles farão assim que avistar a criatura perambulando pelas ruas da cidade. Há uma grande possibilidade de que eles ataquem a criatura imediatamente para "salvar" os pobres halflings. A morte do dragão bonzinho significará uma grande perda para os halflings que acusarão os personagens de assassinato e... bem, você pode imaginar todas as possibilidades de um fato desses pode provocar.

CONCLUINDO
Agora você vê, caro Mestre, o quanto é bom ser flexível de vez em quanto. Você poderá surpreender seus jogadores com coisas do tipo: um Beholder herói, ou um Demônio Paladino! Tá bom, também não precisa exagerar...