Hipertensão Arterial: atividade física e prevenção de doenças
Neste post abordarei a relação da atividade física com essa doença crônica, porém não transmissível.
A hipertensão arterial apresenta uma incidência muita alta na população mundial, estando relacionada a diversos fatores: genéticos, ambientais e psicológicos. No Brasil representa uma das maiores causas de morbidade cardiovascular, estando diretamente relacionada a eventos cerebrovasculares (derrames cerebrais), coronariopatias (infarto) e mortes. A possibilidade do acontecimento dessas doenças aumenta progressivamente quando os níveis de pressão arterial estão elevados.
Existem dois mecanismos de controle da pressão arterial. O primeiro é através da regulação neural, feita pelo sistema nervoso autônomo, e o outro, a regulação humoral, através de uma série de substâncias liberadas por diferentes tipos celulares, como as células endotelias e justaglomerulares. Alteração de um dos dois mecanismo, ou de ambos, pode elevar os níveis da pressão arterial.
São alguns os fatores de risco que favorecem o aparecimento da hipertensão arterial:
idade
sexo
antecedentes familiares
raça
obesidade
estresse
vida sedentára
álcool
tabaco
anticoncepcionais
alimentação rica em sódio
gorduras
O tratamento da hipertensão arterial pode ser medicamentoso ou não, mas um dos fatores preponderantes para o seu sucesso é a adesão do paciente. Atualmente entende-se que a conduta não medicamentosa é a primeira estratégia a ser utilizada no tratamento de pacientes obesos e com hipertensão de leve a moderada, baseada em mudança de estilo de vida: exercícios físicos, alimentação adequada, não fumar, perda de peso, etc.
A avaliação da pressão arterial deve ser feita corretamente, seguindo as determinações do III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial, certificando-se de que o paciente não está de bexiga cheia e não praticou exercícios físicos, não ingeriu bebida alcoólica, não ingeriu café, se alimentou ou fumou até 30 minutos antes da medição, assim como antes da avaliação ele deve descansar por 5 a 10 minutos em ambiente calmo e de temperatura agradável, entre outras medidas técnicas também muito importantes.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que os hipertensos façam uma atividade física regular, após prévia avaliação médica. Os exercícios devem ser de intensidade moderada, de três a seis vezes por semana, em sessões que podem variar de 30 a 60 minutos, devendo manter-se a frequência cardíaca entre 60 e 80% da frequência cardíaca máxima (FCM).
A FCM calcula-se utilizando a seguinte fórmula: 220 – idade. Portanto, se tiver 50 anos, a FCM deverá ser de 170. Nesse caso, 60 a 80% representa manter uma frequência cardíaca durante o exercício entre 102 e 136 batimentos por minuto.
Concluindo, a literatura médica diversa chega a algumas conclusões:
não é necessária a aplicação de exercícios físicos de alta intensidade para a redução da pressão arterial;
alguns pesquisadores atribuem a redução da pressão arterial a liberação de substâncias vasoativas;
outros acreditam que a melhora dos níveis de pressão esteja relacionada à redução da noradrenalina plasmática;
o exercício físico é um poderoso estimulante a liberação de fatores vaso relaxantes produzidos pelo endotélio vascular.
De um modo geral, estudos demonstram que efeitos benéficos do exercício físico estão relacionados diretamente com as diversas adaptações cardiovasculares, bioquímicas e nervosas. A atividade física moderada e com orientação representa uma grande ferramenta para a prevenção e controle da hipertensão arterial, devendo-se, dessa forma incentivar a prática regular de atividade física para a prevenção da hipertensão arterial, assim como para diversas patologias crônico-degenerativas ou crônicas não transmissíveis.