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CRIAZ - APULIA - PORTUGAL





     LUGAR DE CRIAZ, NA FREGUESIA DE APÚLIA, CONCELHO DE ESPOSENDE     

      DISTRITO DE BRAGA     



... ASSIM ESCREVEU JOÃO PAULINO DE BARROS LEAL (1840-1914) EM SUA

AUTOBIOGRAFIA:

"Meu pai, nascido em 1804 em Portugal, (Criaz) na Freguesia de Apúlia, Concelho de Esposende, Distrito de Braga, não longe da cidade de Porto, filho de Manuel Antônio de Barros, proprietário - agricultor, dispôs-se a tentar fortuna no Brasil pouco depois do ano de 1820, mas dessa vez não logrou o seu intento por ter sido a nau, que com outros o trazia, presa de piratas espanhóis, que após o saque ambicionado o deixaram a ele e aos seus companheiros em uma praia da Espanha, vestidos com camisa e ceroula tão somente, pés descalços, cabeça ao sol, tendo por leito a areia da dita praia. Socorrida pelo Cônsul, voltou com os aludidos companheiros a Portugal em uma catraia, que lhes deram. Um pouco mais tarde, de novo tentou fortuna no Brasil, aportando em Fortaleza, capital deste estado, então província, onde se estabeleceu com a loja de miudezas, secos e molhados..."

"Foram meus pais, José Antônio de Barros Leal e D. Jacinta Marinho de Barros Pimentel, aquele português naturalizado por ter aderido à independência do Brasil, e esta, filha do português (dos Açores), também naturalizado pela mesma forma, Jacinto José de Souza Pimentel e Dona Ana Margarida Ramalho Pimentel, brasileira, filha do português Bento Luís Ramalho."




Capela de Nossa Senhora do Amparo, em Criaz

      A Senhora do Amparo é uma invocação muito antiga no povo Português. É uma das principais invocações de Nossa Senhora na Arquidiocese de Braga havendo 35 altares onde se venera o seu culto e cerca de 19 capelas a Ela dedicadas.

      No caso de Apúlia, está associada ao culto da água, intimamente ligada à lenda da Fonte da Senhora e ao poder da água na cura dos males.

      Durante o século XVIII, os Apulienses sentiram necessidade em aumentar as suas devoções e, por volta de 1785, fundaram no lugar de Criaz, o “Santuário” de Nossa Senhora do Amparo, tendo sido benta a 15 de julho daquele ano.

      Esta Capela insere-se no chamado movimento Mariano, que fez com que nos séculos XVII e XVIII fossem construídas mais de seiscentas capelas desta devoção em Portugal.

      Sobre a sua fundação, pouco ou nada se sabe, já que a documentação é escassa. Sabe-se, no entanto, que foi seu primeiro Capelão o Reverendo José Correia Neves quem levantou e fundou o corpo da Igreja desde seus alicerces. Este Capelão morreu a 27 de janeiro de 1827, tendo à época 46 padres no seu Ofício. Foi sepultado na Capela-mor deste mesmo Santuário do Amparo.

      Segundo a “Memória da Origem da Romagem de Nossa Senhora do Amparo, redigida em 1802 pela Madre Dona Joana Ludovica de Vasconcelos, por volta de 1755 teria sido reformado um Presépio monumental que existia nesse Convento. Uma das peças, aparentemente um Anjo, não fora aproveitado e foi oferecido “...a uma recateira do mosteiro, mulher viúva e muito mouca, moradora na Rua do Bispo, chamada Maria Teresa de Aguiar, por alcunha a Rabeca”. Esta peça foi reformada e transformada em Nossa Senhora “que vestiu de seda de matizes, que também lhe deram neste mosteiro e a denominou como Senhora do Amparo”. Esta imagem foi vendida posteriormente num leilão realizado em Vila do Conde em julho de 1770. Foi nessa arrematação que João Antonio de Sá, que tinha o alcunha de “Trinta”, lavrador e natural de Apúlia, a comprara, dando origem a uma interessante lenda que se prende com a aquisição da própria imagem de Nossa Senhora do Amparo e o seu transporte até Apúlia.

      Nesta altura, a imagem começa a ter fama de milagreira, espalhando essa virtude por toda a região. A grande devoção e a fama fez acorrer cada vez mais gente, a tal ponto que, rapidamente, as doações recebidas foram suficientes para edificar a Capela da Senhora do Amparo que, segundo a Memória de Santa Clara, também era chamada de Senhora da Rabeca.

      Diante disto, o Prior de Vila do Conde que a tinha posto em leilão, tentou reavê-la mas foi impedido pela população de Apúlia. Devido a este conflito, o Arcebispo de Braga, D. Gaspar de Bragança, mandou que lhe entregassem uma cópia fiel para que fosse deixada naquele santuário.

      No documento redigido pela Madre do Convento de Vila do Conde diz que, ao referir-se a esta Capela, “se acha administrada por um capelão posto pelo Ordinário, e tem perto dela a sua vivenda, que consta de boas casas e uma grande cerca, tudo edificado por efeito das esmolas dos fiéis. Dizem que a própria imagem da Senhora do Amparo, por quem Deus principiou a manifestar tantos prodígios, fora para Braga e que por ela se fizera outra que atualmente se venera e existe naquele santuário”.

      Muito antes destes fatos, o culto a Nossa Senhora do Amparo já era muito enraizado em terras de Apúlia. Prova disso é que, a 3 de agosto de 1717, consta que morre Francisco, filho de Antonio Martins e de Maria Gonçalves, ao qual em seu testamento, pede ao seu irmão Vitoriano Gonçalves, entre outras coisas, que lhe mandasse celebrar 30 Missas a Nossa Senhora do Amparo.

      Em 1772 a sua Capelania é dada por Provisão do Arcebispo de Braga ao Padre Manuel José de Azevedo. No entanto, a projeção deste pequeno santuário deve ser atribuída tanto ao seu Capelão Padre José Antonio de Faria, nomeado em 1778, e ao seu sucessor o Capelão Padre Antonio Inácio Teixeira de Abreu, que para lá fora nomeado a 22 de agosto de 1779.

      Curiosamente, é na primeira metade do século XIX que a Romaria do Amparo se toma muito conhecida e a ela acorrem pessoas de todos os lugares. Sobre esta romagem é interessante citar dados nos livros de óbitos de Apúlia, alguns dos quais merecem a devida transcrição:

                    • António José Braga, da Vila de Amarante, morreu no dia 7 de Setembro de 1807, duma desgraça no lugar de Criáz, vindo de Romaria com sua mulher à Senhora do Amparo. Foi sepultado na Igreja Paroquial de Apúlia, embrulhado num hábito roxo.
                    • Joaquim dos Santos Martins, natural de S. Pedro da Cova, Bispado do Porto, vindo de Romaria Nossa Senhora do Amparo, morreu aqui a 4 de agosto de 1835. Foi enterrado na Capela de S. Bento.
                    • Maria Pires Branca, natural da Areosa, vindo de Romaria a Nossa Senhora do Amparo, morreu a 17 de outubro de 1836 e foi sepultada naquele santuário.
                    • Antonio, filho de Francisco de Azevedo, da freguesia de Vairão, com 9 anos, vindo de Romaria a Nossa Senhora do Amparo, morreu repentinamente no dia 16 de agosto de 1844. Ficou sepultado naquele santuário.
                    • Joaquim Fernandes dos Santos, natural de S. João do Souto, cidade de Braga, de 36 anos, vindo de Romaria a Nossa Senhora do Amparo, faleceu a 27 de agosto de 1844. Foi sepultado naquele santuário.

      No Inquérito Paroquial de 1845, registou-se que esta Capela estava “muito decente, segura e tinha os paramentos necessários para nela se poder celebrar”.

      Sobre a prática de exorcismos, numa visita feita em 30 de novembro de 1904 pelo Senhor Arcebispo D. Manuel Baptista da Cunha, ao referir-se à Capela da senhora do Amparo diz que “na capela o Capelão costuma fazer os exorcismos sem licença declaramos ilícito e proibimos como proibido já está, semelhante prática...”

      É o próprio Antonio José Dias na sua memória sobre Apúlia, que afirma que “no tempo da monarquia vinham à Capela endemoninhados aos exorcismos, depois iam à Fonte da Senhora fazer algumas orações, e, na viagem, botavam sal pelo caminho.

    Esta Capela recebeu grandes obras em 1808 e em 1907. Possui um frontão de estilo neoclássico cuja fachada ostenta um nicho onde está colocada a Imagem de Nossa Senhora do Amparo esculpida em granito. Na peanha possui a seguinte inscrição: “Eu Sou o Amparo dos Pecadores. 1808”. Ao centro desta fachada existe um janelão que ilumina o interior. Lateralmente, sobre as pilastras, erguem-se dois florões tendo ao centro uma cruz trilobada. No remate existe uma segunda inscrição “Benfeitor, Luís Joaquim de Carvalho. Contriz, 1907”. Do lado sul, sobe uma torre sineira tendo a sacristia sido construída pelo lado nascente.



Trechos transcritos do livro "Apúlia na História e na Tradição", do grande historiador Esposendense Manuel Albino Penteado Neiva.

A foto da Capela de Nossa Senhora do Amparo, bem como outras fotos nesta página, são de autoria do fotógrafo português Roman-man.


Criaz, Apúlia
Fotos da vizinhança e da casa edificada
ao lado do antigo casarão onde, em 1804,
nasceu José Antonio de Barros Leal



Visita de George Barros Leal Jr. aos primos de Criaz em 2008



Otília Barros Leal de Freitas visita os primos em Criaz - Abril de 2009

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Entrada de Criaz - Estrada Nacional
Foto: Cortesia de Maria Cláudia M. Mello Coelho, casada com o médico luso-brasileiro e apuliense José Barros Coelho


Criaz em Festa

Foto: Cortesia de Maria Cláudia M. Mello Coelho


Alminhas do Barros
Foto: Cortesia de Roman-man

Situada na Rua de N.ª Sr.ª do Amparo, no Lugar de Criaz,
em Apúlia. Mandada construir pelo Bisavô de D. Otília
Fernandes Castro Barros. O pequeno nicho santuário possui mais de 100 anos.



Visita

O casal Vinícius e Idilva Barros Leal
em visita aos parentes portugueses em Criaz (1974)


Concelho de Esposende, no norte de Portugal



Histórico da Freguesia de Apúlia, onde Criaz está encravada


“Mas para as bandas do mar, lá em baixo, amanhece de novo a alegria na paisagem arejada, de céu e luz fartos, da lavada Apúlia, com os seus moinhos de vento, caiados, seu litoral franco e sua areia de grãos de oiro tão macios que é um afago pisá-los com os pés nus. A gente, rija e mansa, agrícola e marítima, ora em casitas alpendradas de videiras que a maresia arresta e que, por isso, dão um vinho modesto, ora em colmados chegados às ondas, — vive da leira e do mar, do moinho e do barco...”

“Em cima a Apúlia velha, e adiante o Amparo, lugar afastado do caminho, cousa de pouca monta e mortiça — uma capela e meia dúzia de casas pardas com telhados musgosos — onde logo começam os pinhais cerrados... e passa uma estrada sombria, sozinha, de curvas tristes, por ali acima, até às Necessidades...” Antero de Figueiredo, 1926.

Apúlia

     A importância de Apúlia remonta à época romana, devido à sua excelente localização geográfica, nomeadamente a sua baía que servia de porto de abrigo aos barcos imperiais que lá vinham aportar para se carregarem de produtos hortícolas e preciosos metais das minas da Lagoa Negra. No ano de 1145 surge a primeira referência a esta terra de Apúlia, em virtude do arcebispo D. João Peculiar ter separado a Mesa Capitular da Mesa Episcopal e, uma vintena de anos mais tarde, dá-se a divisão do cabido e das rendas do Couto de Apúlia e Criaz. Um Juíz Ordinário, dois vereadores, um procurador e um meirinho governavam este Couto no longínquo ano de 1188. Nas inquirições de 1220, ordenadas por D. Afonso II, surge a designação deste território como ”Sancto Michaeli de Púlia”, pertencente às terras de Faria, de Barcelos.

     Apúlia é conhecida pela excelência da sua praia, em forma de baía, e pelos elevados níveis de iodo que a tornam bastante recomendável em termos terapêuticos. Para lá, afluem anualmente pela época do verão, milhares de pessoas oriundas de concelhos mais interiores como Barcelos, Braga ou Famalicão, assim como do Porto.

A sua geografia

     A Vila de Apúlia, uma das quinze Freguesias que fazem parte do Concelho de Esposende, situa-se na parte Sul deste Município, sendo a mais meridional do Concelho tendo fronteira natural entre este e o vizinho Concelho da Póvoa de Varzim, assim como limite entre a Província do Minho e a Douro Litoral e ainda limite geográfico entre a Distrito de Braga e a Distrito do Porto. Estende-se por uma área aproximada de 1051 ha, a segunda maior Freguesia do Concelho de Esposende, confinando a Norte com Fão, a Nascente com Fonte Boa e Barqueiros (Concelho de Barcelos) a Sul com a Estela (Concelho de Póvoa de Varzim) e a Poente com o Oceano Atlântico.

     São quatro, os grandes lugares de Apúlia, nomeadamente Igreja, Areia, Paredes e Criáz.

     Apúlia ascendeu à categoria de Vila por Decreto Lei No. 47/88 de 19 de Abril de 1988, tendo este assunto sido votado em Assembléia da República, em 11 de Março daquele ano. A festa comemorativa desta efeméride ocorreu em Apúlia, com grandes manifestações, em 28 de Maio de 1988, com a presença de Sua Excelência o Sr. Ministro das Obras Públicas e Comunicações Eng. Oliveira Martins.

     Apúlia é conhecida pelas suas “novidades” agrícolas mas, sobretudo, pela excelência da sua praia, considerada das melhores em toda a costa litoral minhota, muito rica em iodo. É formada por uma extensa baía, abrigada dos ventos, dotada de um excelente areal sendo, por isso, procurada por milhares de pessoas em época de estio.

Caminhando de Apúlia a Ofir

     Início na vila de Apúlia, junto à praia, seguindo para norte para Ofir com um desvio ao interior, finalizando em Fão.

     Este percurso de Pequena Rota (PR), aberto, desenvolve-se ao longo da costa atlântica entre as freguesias de Apúlia e Fão, no concelho de Esposende, em terrenos incluídos na Área de Paisagem Protegida do Litoral de Esposende. Com um grau de dificuldade fácil, dado que decorre a cotas de altitude muito baixas, entre terrenos de areia e terra batida, tem como motivações as actividades agro-marítimas, os sistemas de tecnologia tradicionais de moagem, para além da vastidão de recursos naturais com que deparamos a par e passo, ao longo de 4.700 metros, que demoram cerca de 2 horas a percorrer.

     O início do percurso tem lugar em Areia, junto ao bar de apoio à praia que ali se encontra, bem próximo de um conjunto de antigos moínhos de vento que agora servem de moradias de veraneio.

     É um conjunto de cinco engenhos eólicos de moagem, de tipo mediterrânico, com construção de granito e xisto. De planta circular, note-se que as suas paredes vão estreitando de cima para baixo dando-lhe um formato cônico. Segundo Ernesto Veiga de Oliveira, foi com o princípio de direcionar o moinho, ou parte dele para o vento, que surgiu esta alternativa da capucha móvel, podendo, desta forma, os velames do moínho aproveitar ao máximo a energia do vento, de acordo com o quadrante que o mesmo soprasse.


     Logo após a partida deste percurso, deve-se virar à esquerda através de um passadiço em madeira que atravessa o cordão dunar, e que se localiza entre os dois primeiros moinhos. Uma vez nas areias da praia, junto ao Atlântico, deslocamo-nos agora para norte, em direção a Ofir. O nível subaquático das águas deste mar de Apúlia é extremamente interessante, predominando nas suas falésias – com profundidades entre os 7 e 8 metros – grandes comunidades de ouriços do mar (Paracentratus lividus). Dentre as espécies de peixes existentes, destacam-se o robalo (Dicentrarchus labrax), a enguia (Anguilla anguilla), a lampreia (Petromyzon marinus), a savelha (Alosa fallax), o sável (Alosa alosa) e o salmão do Atlântico (Salmo salar). Uma vez à superfície, ao nível das águas, despontam alguns afloramentos de quartzito.

     As barracas que se encontram em plena duna, à face direita, serviram em épocas passadas de arrecadação de utensílios para a apanha do sargaço e do pilado.

     Sabe-se que esta atividade agro-marítima da apanha do sargaço já se praticaria neste concelho no século XIII. As inquirições de 1258 fazem referência a uma queixa dos lavradores de Fonte Boa contra o fato do arcebispo de Braga, D. João Egas (1245-55), ter proibido os mesmos de passarem pelo couto de Apúlia para o mar, afim de aí recolherem sargaço para adubar as suas terras. D. Dinis, no foral da Póvoa de Varzim (1308), regulamenta que o sargaço que fosse arrojado nessa deveria ser recolhido somente pelos povoadores desse lugar. A exclusividade da apanha do sargaço por parte dos moradores nem sempre foi respeitada, daí que fossem criados os “olheiros” e mais tarde os “contra olheiros” que vigiavam a atividade dos primeiros. A Igreja também legislou acerca desta atividade, proibindo mesmo a apanha desta alga aos domingos e dias santos. Após a época de defeso, entre os meses de Janeiro e Junho, dá-se a recolha destas algas que depois de devidamente expostas ao sol para secar, são utilizadas como fertilizante orgânico nos campos agrícolas.

     Percorridos cerca de 800 metros do ponto de partida, volvemos à direita, direção nascente, através de uma rampa construída em plena área dunar, infra-estrutura utilizada pela pequena comunidade piscatória que, através dela, faz aceder às aguas do oceano as suas embarcações com a ajuda de tratores – tarefa que outrora era realizada com a ajuda de juntas de bois.

     À face da E.M. 501, junto ao estabelecimento de restauração que ali existe, atravessamos a via em direção ao lugar da Salgueira, ainda na freguesia de Apúlia, prosseguindo através de um caminho em terra batida que nos levará a observar uma “masseira” ainda utilizada para a cultura de produtos hortícolas (Km 1.340).

     Estes campos em forma de gamela são escavados de forma a se localizarem um pouco mais perto do lençol freático. As terras que são removidas para o efeito são colocadas na extremidade da área de cultivo de forma a servirem de barreira à ação do vento, produzindo igualmente um efeito de estufa - concentração de calor e elevada evaporação de água - microclima ideal para o crescimento de produtos hortícolas, como, por exemplo, cenoura, batata, cebola e hortaliça.

     Voltando um pouco atrás no caminho entretanto percorrido - cerca de 150 metros - internamo-nos agora pela direita (direção norte) através de uma estrada em paralelo ladeada por curiosas vivendas. Ainda no lugar das Pedrinhas, depois de ultrapassado o Centro Social João Paulo II, encontramos novamente a E.M. 501 (Km 2.070) que liga Ofir a Apúlia, também conhecida como estrada das Pedrinhas.

     Pela passadeira atravessamos esta artéria, para poente, descendo novamente até às areias oceânicas da praia de Pedrinhas. Uma observação mais atenta leva-nos a concluir que algumas das casas de xisto que se encontram na duna, e que seriam antigas arrecadações para o recolhimento dos artigos de pesca e da apanha do sargaço e do pilado, como já referido, têm a curiosa forma de uma embarcação.

     Facilmente nos deslocamos através das finas areias desta costa Atlântica, visualizando com ampla perspectiva a imensidão deste oceano e a perfeita simbiose com as formações dunares que estas mesmas águas ajudaram a arrojar na costa. A planura do terreno é interrompida a partir do momento em que a largura da “língua” de areia entre a linha de água e o cordão dunar estreita subitamente (Km 2.680). De tal modo, que temos de prosseguir a nossa viagem por cima de um enrocamento construído para defesa da área dunar e das edificações que inadvertidamente ali foram levantadas, nos anos 60 e 70.

     Novamente pelas finas areias da praia, em direção a norte, deparamos com o passadiço do Fagil (Fão), à direita, local ideal para pararmos um pouco e refletirmos. Como um periscópio que emerge das águas, subimos até ao topo do passadiço e estagnamos a nossa visão na linha do horizonte. A certa altura, reparamos na silhueta das enormes torres de Ofir, a norte, exteriorizando alguns sinais de pujança turística deste “resort” turístico, de outrora, suscitando hoje a crítica de muitos para o atentado urbanístico entretanto cometido. Pese embora se faça sentir uma enorme pressão urbanística, nesta zona em especial, no que se refere à flora, destacamos o estorno (Ammophila arenaria), o cardo-marítimo (Eryngium maritimum) e o lírio-das-areias (Pancratium maritimum), como espécies características dos sistemas dunares.

     Descemos novamente até ao nível das águas do mar para prosseguirmos em direção a norte finalizando este mesmo percurso em Ofir (Km 4.700).

Trechos extraídos do site www.visitesposende.com




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As fotos de Esposende são apresentadas por cortesia do talentoso fotógrafo português Joel Calheiros. Outras fotos de sua autoria podem ser vistas no site http://www.1000imagens.com/joelcalheiros.



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Última atualização: 08/04/2021


No ar desde 17/04/2005