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NOVAS COMPETÊNCIAS DE O&M NO MANEJO DE MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS COM A APLICAÇÃO DA
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL


                             Prof. Irene Carmen de Almeida Carvalho
                             Coordenadora do Pós-Graduação em Gestão e Desenvolvimento Empresarial,
                             do Departamento de Administração, da UFRJ.


        O cenário de aceleradas mudanças por que passa a crescente globalização da economia mundial e a concorrência dos mercados, abrangem combinações de diferentes inovações tecnológicas, exigindo conseqüentemente know-how mais complexo, novos sistemas de informações e serviços dependentes de computadores, robótica, engenharia genética e novos estilos de administração e gerenciamento de mudanças.
         Neste contexto, observa-se a mudança de paradigmas na Administração das Organizações com vistas a sua maior competitividade.

         Cada vez mais as práticas administrativas estão voltadas aos efeitos de longo prazo dessas mudanças que determinam o ritmo da taxa de obsolescência dos produtos ou de seus métodos de fabricação, levando a valorização de duas variáveis:
                              - Tempo como recurso;
                              - Criação de equipes interdisciplinares para o desenvolvimento do produto.

        As organizações precisam de capacidade de reação num mundo em que as condições mudam rapidamente, porque as mudanças podem ser ainda mais rápidas no século XXI do que foram nesta século. A empresa tem que se reinventar e inovar para sobreviver e ser competitiva. Para atingir este objetivo precisa gerenciar ciclos curtos em todas as suas operações, desde o desenvolvimento e fabricação de um produto, até sua distribuição e marketing, como também, transformar as pessoas que atuam nestes processos com vistas ao seu comprometimento e sintonia com os objetivos organizacionais.

        A empresa do século XXI será organizada em torno de seus processos e centrará seus esforços em seus clientes. Será ágil e enxuta, seus gestores deverão conhecer o negócios da empresa, ter autonomia, responsabilidade e habilidade no processo de tomada de decisão. Não haverá lugar para os empregados tradicionais. Os modelos antigos de empresa, tanto do ponto de vista da estrutura organizacional, como da gestão das pessoas e do negócio não serão mais adequados devido às características mutantes do mundo globalizado.
        A centralização das empresas em seus processos conduzirá a desenhos organizacionais muito diferentes dos que conhecemos hoje.

        Os primeiros patamares dessa mudança estão sinalizando para:
           - Redistribuição dos recursos humanos e técnicos ao longo dos processos de negócios;
           - surgimento de parcerias e redes de empresas;
           - recursos essenciais às operações da empresa localizados fora dela e terceirizados;
           - término das relações duráveis entre empresa e empregados;
           - realinhamento constante dos recursos para a adaptação aos desafios internos e externos;
           - redefinição do modelo de distribuição de responsabilidades e poderes, empowerment;
           - trabalho em organizações virtuais e em ambientes de rede;
 
         À medida que as empresas se centram em seus processos, as demandas colocadas sobre o pessoal de linha de frente mudam drasticamente, de um ambiente de foco estreito e supervisão cerrada para um ambiente que enfatiza os clientes, o trabalho em times e a iniciativa dos colaboradores.
         A capacidade da empresa de aprender com sua experiência, certamente será um fator de crescente importância para o desenvolvimento de seus mecanismos de aperfeiçoamento tornando-se efetivamente em learning organizations.

         Estas transformações podem ser visualizadas no quadro:

            VARIÁVEIS                                  PASSADO                              PRESENTE


                                                             Mudanças graduais                  Mudanças aceleradas
                                                             Previsibilidade                          Imprevisibilidade
            AMBIENTE                             Negócios locais                        Globalização
                                                             Pouca concorrência                  Muita concorrência
                                                             Fidelidade do cliente                 Maior exigência 

                                                             Estrutura centralizada                Estrutura descentralizada
            ORGANIZAÇÕES                  Local thinking                            Global thinking
                                                             Foco no produto                       Foco no cliente


                                                            Especialista / técnico                   Generalista / estratégico
                                                            Seguidor de normas                    Criativo / risk taker
             EXECUTIVO                         Busca de segurança                    Busca de realização
                                                            Ascensão como meta                  Contribuição como meta
                                                            Disciplinador                               Líder / Comunicador

         Face ao que foi levantado e projetado como cenários futuros, fica o desafio maior que é a transformação das pessoas. A transformação da força de trabalho passou a ser o maior desafio estratégico a ser enfrentado pelas empresas que esperam ter sucesso no próximo século. Para terem sucesso em suas novas responsabilidades, os empregados precisarão não só de novos conhecimentos e habilidades mas principalmente de novos comportamentos e a aprender a trabalhar em gru-pos, a se relacionarem e se comunicarem melhor.
         Mas como obter esta transformação radical se o próprio executivo não foi preparado e não tem consciência dela? Essa falta de preparo está levando muitas empresas a eliminarem sua área de recursos humanos e algumas sua área de Organização e Métodos. Provavelmente o tipo de soluções propostas e a forma pela qual essas áreas ainda funcionam estão ficando incompatíveis com os desafios enfrentados no dia a dia empresarial.
         Este é o momento de uma redefinição do papel e postura do profissional de O&M que pelo conhecimento da organização como um todo, tem condições de ser o agente de mudanças, o elemento coaching  que compartilha o empowerment  em todos os níveis da organização. Infelizmente são poucas as organizações que têm um profissional com este perfil. Como vai ser o agente de mudanças da organização se ele próprio é reativo à mudança, não assumindo riscos e não procurando inovação?

         De todos os modismos por que tem passado a Administração, e que fracassaram, estamos vivendo hoje a chamada Inteligência Emocional, resultado de uma pesquisa de Daniel Goleman, psicólogo e Phd pela Universidade de Harvard a qual, certamente, se for entendida e praticada nas organizações, conseguirá a transformação desejada no comportamento das pessoas.
         Tendendo o profissional de O&M a atuar como consultor interno, cada vez mais cresce a importância de sua capacitação na áres comportamental e obtenção de resultados com e através das pessoas.
 

         Os princípios de Sternberg e Salovey, estabelecidos por dois psicólogos citados por Goleman, destacam que para viver a vida de um modo bem sucedido,  cinco domínios básicos devem ser observados:

DOMÍNIOS  DA  INTELIGÊNCIA  EMOCIONAL