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Praticamente, todo processo de
retenção e de utilização do aprendizado, de quaisquer espécies, se
apóia no campo do EU JÁ SEI. O campo do EU JÁ SEI abrange o já
conhecido, o já testado, já experimentado, medido e avaliado. Tudo
que se refere ao campo do EU JÁ SEI pode ser armazenado na nossa
memória e pode, posteriormente, ser reproduzido. Hoje, agilizamos e
otimizamos isto via computador (que ainda é uma extensão melhorada
da nossa capacidade de memória). No processo de memorização, base da
educação tradicional, o computador leva a vantagem de ser mais
rápido e de não "se esquecer". Nosso cérebro retém as informações,
mas nem sempre elas estão acessíveis quando recorremos a elas. Nós
"esquecemos" muita coisa ou demoramos a "lembrar". O computador nos
ajuda a resolver isto. Também é no campo do EU JÁ SEI que as pessoas
são avaliadas. Nas organizações, quanto mais EU JÁ SEI, mais eu
valho. Os parâmetros do EU JÁ SEI profissional são os valorizados e
podem ser mensurados, reproduzidos e substituídos, por quaisquer
outros que também saibam a mesma coisa (e tenham os mesmos
parâmetros). Para isto, basta reproduzir o SABER estabelecido. Por
este caminho, é considerada inteligente (e "bom" profissional) uma
pessoa que acumula conhecimentos (saberes) e que, quando necessário,
saiba reproduzi-los.
RACIOCÍNIO REPRODUTIVO E RACIOCÍNIO
PRODUTIVO
Nosso cérebro é programado, pelos sistemas (Escola,
Família, Sociedade, Organizações), a usar o raciocínio reprodutivo
(que se apóia no EU JÁ SEI) e que nos leva ao comportamento
reprodutivo. Todos os sistemas nomeados acima são estruturados para
a reprodução, repetição, iteração e reiteração. E é fundamental e
necessário que assim seja, para a sua manutenção. Sem a repetição,
eles entrariam em deterioração. É por instinto de sobrevivência que
eles se conservam. Donde, REPETIR É PRECISO, em dois sentidos (é
necessário e também é exato). Entretanto, tal estrutura inibe a
INOVAÇÃO, base da renovação dos sistemas (o antônimo de inovação é
repetição). Para inovar, é preciso questionar o EU JÁ SEI. Se
usarmos sempre a lógica que estamos acostumados a usar e fizermos
somente o que já sabemos fazer, estaremos reproduzindo raciocínios e
ações, que nos levam ao conhecimento já existente e à ação
previsível. Para inovar, precisamos apoiar o nosso raciocínio, não
na memória, edifício do EU JÁ SEI, mas no terreno do EU NÃO SEI.
Neste, uma nova lógica se impõe. Esta nova lógica se estrutura na
criatividade, na imaginação, na prospecção, na intuição, no insight.
Somente ela permite a produção de novas idéias, novos conceitos,
novos processos, produtos ou serviços. Ela nos permite "fazer
diferente". As dificuldades para desenvolver estas novas lógicas são
óbvias. Ao caminharmos no terreno do EU NÃO SEI, enfrentamos
armadilhas e riscos, que nos inquietam pela imprecisão deste
caminho. Porque INOVAR NÃO É PRECISO (no sentido de não ser
exato).
TRANSITANDO DO "EU JÁ SEI" PARA O "EU
NÃO SEI" Nenhuma inovação surge do nada. Inovação
depende de repertório. Se seu estoque de idéias e conhecimentos é
baixo, são poucas as suas alternativas para mudar o já conhecido e
consagrado. Inovação é a passagem do edifício do EU JÁ SEI para o
terreno do EU (AINDA) NÃO SEI, Para que esta passagem seja
concretizada são necessárias algumas condições e
ferramentas.
CONDIÇÕES PARA
INOVAR
FOCO NOS RESULTADOS
DESEJADOS. Imaginar onde quer chegar. "Eu (ainda)
não sei". FLEXIBILIDADE.
Aceitar o resultado máximo conseguido, que nem sempre é o
desejado. PERSEVERANÇA E AUDÁCIA.
Assumir os riscos das tentativas e erros. E recomeçar. ATENÇÃO AO DIFERENTE. Muitas vezes a
inovação é um acidente de percurso. PRONTIDÃO. Saber responder
rapidamente às circunstâncias mutantes. PERMISSIVIDADE. Permitir-se (e também
ao entorno) um ambiente favorável ao novo. HUMOR. Quem tem mau humor tem rigidez
de raciocínio e de comportamento.
AS
FERRAMENTAS PARA INOVAR
CRIATIVIDADE.
Pensar o velho de um jeito novo. Usar o lado direito do
cérebro. IMAGINAÇÃO.
"Viajar" nas fantasias, por mais absurdas que possam
parecer. INTUIÇÃO. Aceitar
informações que não vêm da lógica racional. PERCEPÇÃO. Ver ao redor o que os outros não
vêem. Perceber o "diferente" no igual. CUTUCAR O CONHECIDO. Buscar novas soluções
para velhos ou novos problemas. GERAR
ALTERNATIVAS. Uma idéia só pode ser boa se comparada
com outras.
Estas premissas propiciam a gestação de inovações.
É preciso saber criar um "clima" favorável à aventura no terreno do
EU NÃO SEI e escolher as ferramentas adequadas (e conhecemos várias)
para os desafios emergentes nascidos no edifício do EU JÁ SEI. É
preciso também ter a clara consciência de que, no nosso dia-a-dia,
pessoal ou profissional, precisamos esmagadoramente (digamos que
95%) viver no EU JÁ SEI. É nele que estão nossos parâmetros, nossos
valores, nossa convivência social e profissional. E finalmente saber
que, se quisermos inovar e mudar, temos que sair deste edifício e,
na fertilidade do terreno do EU NÃO SEI (digamos que 5%), buscar o
desconhecido e a desordem - a nova ordem que ainda não foi
apropriada -, geradores da inovação.
SYLVIO ZILBER- CONSULTOR DO
INSTITUTO MVC
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AOS JOVENS GERENTES
L. A. Costacurta Junqueira
A legislação brasileira consagra uma prática que tem se
demonstrado importante no relacionamento empregatício nacional: o período
de experiência por 60 dias. Afinal, qual a sua utilidade? Na maior parte
das vezes, após mútuo conhecimento, o funcionário e a empresa mantém o
contrato de trabalho. Entretanto, por parte do profissional, algumas
recomendações poderiam trazer maior tranqüilidade e relação menos
estressante, na continuidade contratual:
1.Seja você mesmo
As pessoas devem ter uma chance de se conhecerem. Chefe e
funcionário reagem de maneira parecida quando a questão se refere a
mudança de ambiente de trabalho: é uma seara nova que tende a ser
conhecida paulatinamente e nada melhor do que ser você mesmo o tempo
todo. Fazer uma boa entrevista conta ponto e pode impressionar quando
alguns truques são aplicados, mas a consistência na maneira de agir e
pensar são fundamentais para a organização e ... para a sua própria
saúde mental. As empresas não esperam que seus profissionais sejam
"super-alguma-coisa" o tempo todo. É muito freqüente a decepção gerada
por profissionais que, após o fatídico período e a efetivação, se
revelam muito aquém do que eram antes. As empresas querem gente, que
pense, sinta, curta, chore, lute, erre, acerte, enfim, viva com
coragem.
2.Identificação dos reais valores da
organização
O profissional deve REALMENTE entender os valores da
organização para a qual trabalha. Isso significa não apenas ler um
manual de instruções belamente encadernado, mas sim IR ATRÁS dos traços
de valores. Isto pode ser obtido conversando com aqueles que embarcaram
antes na canoa, nos vários níveis hierárquicos. A grande roubada é
confiar apenas naquilo que estiver formalizado. Algumas vezes, as
pessoas mais simples nos transmitem, de maneira clara, aquilo que
realmente é importante dentro dos valores da organização. Afinal, a
médio e longo prazos, isto é que realmente vai importar para entender e
prever as tendências e movimentos mais importantes da organização. As
empresas valorizam quem procura entendê-las
verdadeiramente.
3.O mundo não te odeia
Conviver num ambiente novo pode não ser fácil para uma
pessoa introvertida. Ela pode interpretar sinais de maneira incorreta e
se achar marginalizada pelas pessoas que trabalham na empresa. Viver em
comunidade nunca foi fácil e requer talento e adequada auto-estima e
auto-reflexão para que se possa dizer que temos uma pessoa equilibrada.
O importante é "dar uma chance" para as pessoas. Como é freqüente aquela
situação do profissional competente que vai substituir o funcionário
mais querido da organização e se sente completamente marginalizado pois
as pessoas aparentemente não aceitam que ele seja diferente do
antecessor. O maior problema acontece quando o novo funcionário se
desespera e passa a ser agressivo com os novos colegas, confirmando
percepção "de que o anterior era realmente muito melhor". As pessoas são
únicas e, com o tempo, a organização aprende e aceita
mudanças.
4.Envolvimento pleno
O interesse por tudo o que acontece na empresa é
fundamental. Afinal, ninguém mais tem grande futuro apenas se envolvendo
com o seu mundinho departamental. Significa falar com a área de vendas
quando percebe que o produto não está na gôndola do supermercado,
comentar o comercial que foi veiculado antes da novela das oito, ou
mesmo procurar o RH para saber detalhes do profissional que está sendo
requisitado no quadro de avisos. As empresas valorizam as pessoas
visivelmente interessadas e não acomodadas.
5.Não ficar com o pé em duas canoas
Se existe uma coisa que prejudica o posicionamento de um
profissional dentro de uma empresa é a postura "pés em duas canoas".
Significa, em outras palavras, que o profissional deve sinceramente se
envolver com uma organização, ao menos, até decidir se ela interessa ou
não. Outras oportunidades podem surgir tentadoramente e não há nada de
errado em entendê-las; entretanto, existem momentos em que se deve
definir por uma alternativa e encerrar o assunto. Ficar com os pés nas
duas canoas significa uma postura oportunista que, quando percebida,
provoca por parte da organização uma reação bastante negativa,
"queimando" o profissional. As empresas cobram
definições.
Depois de considerar tudo isto, na verdade só falta uma
coisa que, na verdade, 'é vital para o manutenção do relacionamento
contratual: será que é interessante para você continuar na empresa, em
termos de valores, perspectivas, experiências, remuneração, enfim, projeto
de vida? Em caso negativo, não espere os 60 dias, seja
pró-ativo...
L A COSTACURTA
JUNQUEIRA / VICE
PRESIDENTE DO INSTITUTO MVC |
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