
Este modelo perdurou por um período de 40 anos, até o momento em que apresentou sinais de esgotamento na década de 70. O esgotamento do modelo acarretou a crise do planejamento governamental brasileiro.
Durante esse período, o governo federal lançou 12 diferentes planos, com resultados diversos. Alguns, como o Programa de Ação Econômica do Governo e o Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento, alcançaram relativo êxito. Outros, como o Plano Decenal, não chegaram nem ao menos a sair do papel; outros ainda, estabeleceram metas ambiciosas sem que tenham sido implementadas as políticas para a viabilização dos planos.
Na esteira do planejamento em nível federal, surgiram planos regionais, em decorrência dos planos nacionais, e os estados também adotaram o planejamento como ferramenta de alocação de recursos.
Os resultados alcançados por estas políticas de planejamento é discutível. Os planos tiveram orientação eminentemente econômica, o que prejudicou o desenvolvimento do setor social no Brasil. Tornou-se célebre a frase de determinado ministro à época do regime militar que afirmou "ser necessário aumentar o bolo, para depois dividi-lo". Ademais, boa parte dos objetivos econômicos dos planos não foram atingidos.
Nota-se também , a partir da análise histórica dos planos brasileiros, que em determinados momentos históricos prevaleceram planos de desenvolvimento, ao passo que em outros a preocupação maior era com a estabilização econômica.
A crise pela qual passou o planejamento na década de 80 pôs o planejamento governamental em cheque, o que pode induzir a uma suposta ineficácia do planejamento.
Entretanto, não planejar é um erro tão grande quanto planejar mal.
Faz-se necessário que sejam instituídas, de maneira efetiva, práticas de acompanhamento e avaliação de políticas públicas, como forma de resgatar a importância do planejamento, imprimindo transparência ao processo, responsabilizando os agentes envolvidos e aumentando a eficiência no uso dos meios e no atingimento dos fins.