Site hosted by Angelfire.com: Build your free website today!
CONTOS, FÁBULAS & TEXTOS
 
 
 
 
Fábula dos porcos espinhos

Durante a era glacial, muito remota, quanto parte do globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram indefesos, por não se adaptarem as condições 
do clima hostil. Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se  mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E 
todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se,  enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso. 

Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os  companheiros mais próximos, justamente àqueles que lhes forneciam mais  calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se feridos,  magoados,  sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito... Mas esta não foi a melhor solução: afastados separados, logo começaram a  morrer congelados. 

Os que não morreram, voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem ferir, 
para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. 

Assim aprenderam a conviver nos momentos difíceis, a estarem juntos, uns respeitando os espinhos dos outros, a darem calor e amizade sem se doerem, a sobreviverem felizes. 
 

Tributo à um cão 

 Este texto  foi apresentado a um júri pelo ex-senador George G. Vest ( então advogado ) que representou o 
proprietário de um cão morto a tiros, propositadamente pelo vizinho. O fato ocorreu há mais de um século na cidade de Warrensburg, Missuri, EUA. O senador ganhou o caso e hoje existe uma estátua do cão na cidade. Seu 
discurso está inscrito na entrada do tribunal de justiça, ainda existente na cidade. 

    " ... O mais altruísta dos amigos que um homem pode ter neste mundo egoísta, aquele que nunca o abandona e nunca mostra ingratidão ou deslealdade, é o cão. 
            Senhores jurados, o cão permanece com seu dono na prosperidade e na pobreza, na saúde e na doença. Ele dormirá no chão frio, onde os ventos invernais sopram e a neve se lança impetuosamente. Quando só ele estiver ao lado de seu dono, ele beijará a mão que não tem alimento a oferecer, ele lamberá as feridas e as dores que aparecem nos encontros com a violência do mundo. Ele guardará o sono de seu pobre dono como se fosse um príncipe. Quando todos os amigos o abandonarem, o cão permanecerá. Quando a riqueza desaparece e a reputação se despedaça, ele é constante em seu amor, como o Sol na sua jornada através do firmamento. Se a fortuna arrasta o dono para o exílio, o desamparo e o desabrigo, o cão fiel, pede o privilégio maior de acompanhá-lo, para protegê-lo contra o perigo, para lutar contra seus inimigos. E quando a última cena se apresenta, a morte o leva em seus braços e seu corpo é deixado na laje fria, não importa que todos os amigos sigam seu caminho : Lá ao lado de sua sepultura se encontrará seu nobre cão, a cabeça entre as patas, os olhos tristes, mas em atenta observação, fé e confiança mesmo à morte. "