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Linux se expande e tenta vencer estigma nerd

Segundo texto retirado do Jornal Oglobo em 1/7/98 o Linux está conquistando cada vez mais usuários, vamos!, entre nessa também, abaixo o poder monopolista das grandes empresas vamos mostrar que o melhor não precisa ser "bontinho". Autores: Paulo Vianna e Gustavo Fuchs Fonte: Jornal Oglobo Você sabia que o Linux, o sistema operacional de redes desenvolvido pelo finlandês Linux Torvalds, em 1990, tem tudo a ver com o Kalevala, poema épico sobre a formação da Finlândia? Pois tem. Ambos foram escritos por uma comunidade idealista, num mutirão de amor à causa. Enquanto as cerca de 23 mil linhas do Kalevala reúnem centenas de histórias, as milhões de linhas de código do Linux representam a vontade de centenas de micreiros de rodar Unix em seus PCs. Além disso, o Linux é um retrato da Finlândia, país internauta por excelência. E a comunidade Linux, calculada hoje em sete milhões de pessoas, cresce rapidamente. O Windows e o Mac OS também crescem, mas num ritmo bem mais lento. Há três razões: 1) o Linux é extraordinariamente estável e seguro; 2) é gratuito e roda bem em qualquer PC, 386’s inclusive(!); e 3) ele foi desenvolvido via FTP, e fala "internetês" desde criança. Mas por que, você perguntaria, o mundo ainda não está coalhado de pingüins (o logotipo do sistema)? Em primeiro lugar, porque ele ainda não ganhou a confiança das empresas e não se desfez do estilo nerd. Segundo, o OS precisa de aplicativos - muitos aplicativos! - para não repetir a frustração do... humm, como era mesmo o nome daquele sistema operacional da IBM? Pois tem gente pensando nisso tudo. Para vencer a resistência das empresas, pelo menos duas empresas americanas distribuem versões ‘‘suportadas’’ do Linux, isto é, pacotes que englobam o sistema operacional propriamente dito e serviços de suporte. O produto mais conhecido é o da Caldera Systems e chama-se OpenLinux. O outro vem da Red Hat Software, e se chama Red Hat Linux. Preço médio: US$ 50. O suporte sai por US$ 500 ao ano. Quanto aos aplicativos, tem gente boa botando a mão. A Corel, por exemplo, comercializa uma versão do WordPerfect para Linux, e vai lançar em breve um kit de aplicativos comerciais. Detalhes do editor de textos (com direito a versão demo) estão em www.sdcorp.com/wplinux/wplinux.html . Além dos aplicativos, a Corel também vai adotar o Linux como sistema operacional de seu futuro Network Computer. - O Linux está atingindo um ponto de maturidade que justifica qualquer investimento - disse Michael Cowpland, presidente e CEO da Corel, à "CMPNet". - O momento é de decolagem. Além da Corel, a IBM, a Oracle, a Sybase e a Informix estão apoiando o sistema, com versões Linux de seus programas. Mais: os próprios aplicativos que vêm nos CDs de distribuição do sistema são bons e não devem nada ao mundo das janelas. É o caso do StarOffice www.stardivision.com , suíte de aplicativos desenvolvida pela Caldera. No que diz respeito à compatibilidade de arquivos, a portabilidade é total: lê-se e exporta-se docs como qualquer ser humano. Além disso, centenas de aplicações Unix estão sendo portadas para Linux. - Com o Linux, a gente está sempre se atualizando, já que o sistema é totalmente aberto e permite ao usuário corrigir bugs em poucas horas - diz Edgard Castro, gerente de Tecnologia do provedor americano USMatrix. www.matrix.com - Outra vantagem é a estabilidade. Uma vez instalado, ele não precisa de manutenção, e dificilmente congela, o que não acontece nos sistemas da Microsoft. Alguns, mais filosóficos, chegam a comparar o Linux a um estilo de vida, como Orlando Victorino, analista de redes da Montreal Informática: - Toda a minha rede de micros está baseada em Linux e eu não tenho do que me queixar - diz. A fascinação brasileira com o OS é grande. Grupos de usuários como o GUL, em www.linux.ime.usp.br/gul , formado por estudantes do Instituto de Matemática e Estatística da USP, estão se proliferando. O pessoal da lista de discussão Linux-BR, em http://listas.conectiva.com.br/listas/ linux-br , criou até um abaixo assinado pró-Linux a ser enviado às principais empresas de software, solicitando investimentos no sistema. Se você quiser participar, vá até www.st.com.br/linux . Por aqui, a onda é, definitivamente, "GNU", um acrônimo auto-referente para ‘‘GNU’s Not Unix’’, movimento de apoio ao desenvolvimento de software para Linux. Se a idéia lhe agrada, compre um livro de Linux na livraria mais próxima e instale o sistema a partir do CD que sempre vem junto. Se você tiver uma excelente conexão com a rede, pode-se trazê-lo pela Internet. O mais prático, no entanto, é comprar só o CD com o sistema na CheapBytes www.cheapbytes.com . Manual é o que não falta na rede. Assim, o Linux sai por US$ 8 (isto mesmo: oito dólares)!!

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