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Pais e educadores

 

Os 5 Sentidos

 Nas primeiras semanas, os cinco sentidos do bebé já estão a funcionar. Ele absorve as visões, os sons, os cheiros, os sabores e todos os contactos com este maravilhoso mundo novo. Como qualquer capacidade humana, o desenvolvimento dos sentidos faz-se ao longo de toda a vida, mas é no primeiro ano que tudo começa.

 Até aos três meses de idade, o seu bebé pode estar longe de andar na escola, mas a educação dos sentidos já começou. Cada minuto que está acordada, a criança está a receber visões,sons, cheiros e a sentir todo o mundo á sua volta. Embora possa demorar algum tempo até ela perceber o que toda essa informação significa, consegue, ainda assim, encontrar alegria e conforto na familiaridade das vozes, caras e sensações do dia-a-dia. 

          Entre os quatro e os sete meses, prepara-se para o movimento! Agora, o seu bebé já se bamboleia, tenta sentar-se, agarra os brinquedos e outros objectos interessantes e possivelmente, até já gatinha! Enquanto a maioria da sua energia durante este período é gasta no desenvolvimento das capacidades motoras, ele está também a apurar os sentidos, compreendendo e antecipando cada vez mais o que vê, ouve e sente á sua volta.

          Do oitavo mês ao ano, é tempo de gatinhar, ficar em pé e andar! Juntamente com conquistas ao nível do sistema locomotor, o bebé continua a desenvolver a sua precepção do mundo através do que vê, ouve prova, cheira e sente á sua volta.

 

A Visão

A visão de um recém-nascido está ajustada para que ele veja as coisas mais importantes do seu mundo: o rosto dos pais.Embora consiga ver mais longe, nesta altura o bebé vê melhor a uma distância entre os 20 e os 35 centímetros. Apesar da sua visão estar a funcionar, ainda precisa de alguns «ajustes», especialmente no que diz respeito a focar á distância.Pode até parecer que os seus olhos se cruzam ou diverem ( como se fosse estrábico ) por breves instantes.Geralmente, este é apenas um sinal de que os mùsculos precisam de se fortificar e «amadurecer» durante os próximos meses. Os recém-nascidos estão melhor «equipados» para ver cores contrastantes do que tonalidades parecidas.

Entre o primeiro e o terceiro mês de vida, a visão á distância do seu filho deve melhorar substâncialmente. Ele passará a reconhecê-la mal entre no quarto, muito antes que lhe pegue ao colo.È possivel que o «apanhe» a olhar fixamente para uma janela ou um quadro do outro lado do quarto. Os rostos ainda são uma das suas coisas preferidas para olhar, especialmente os dos pais e o próprio. Instale no berço, ao nível dos olhos do bebé, um espalho próprio para crianças, e observe-o a admirar-se!No final dos três meses, quadros na parede e brinquedos brilhantes e coloridos vão ajudá-lo a distinguir as cores e as formas. Se lhe pendurar um mobile no berço, prefira um com movimento, uma vez que observar as coisas a mexer se tornou uma das suas actividades preferidas. De facto, logo no segundo mês, a coordenação dos olhos do bebé já melhorou o suficiente para observar qualquer coisa a mover-se de um lado para o outro. Aos três meses, ele começará a esticar a mão para alcaçar esse objecto – é o início da coordenação mão/olhos.Mesmo nesta fase, o seu bebé apreciará muito ficar a observar do seu carrinho enquanto voçê passeia pela vizinhança ou anda ás compras.Deixe-o demorar o olhar no que quer que seja que prenda a sua atenção.

Dos quatro aos sete meses, á medida que o bebé aumenta a sua interacção com o meio que o rodeia, deve notar-se também um aumento das suas capacidades de visão.Poderá observá-lo a olhar fixa e concentradamente para um brinquedo ou a estudar atentamente a sua cara num espelho.A par da sua capacidade para se movimentar, o bebé será capaz de captar movimentos cada vez mais rápidos com os olhos.Ele está também a treinar a sua recentemente adquirida coordenação mãos/ olhos, por isso, repare como fixa um objecto, e depois, lentamente, estica o braço para o agarrar. Se ele tem estado a olhar para os mesmos brinquedos e mobiles durante estes meses, esta é a altura ideal de mudar o cenário. Agora, ele já gosta de desenhos mais complexos e é capaz de distinguir melhor as cores. Leia-lhe livros com gravuras grandes, brilhantes e coloridas e vai ver como ele adora olhar para as páginas. Outra forma de estimular a visão é levá-lo a « ver o mundo ». Passeios fora de casa, uma viagem ao supermercado ou uma ida zoológico, são tudo óptimas oportunidades para ele ver coisas que nunca viu antes.

Entre os oito meses e o ano, o seu bebé está a aprender a conjugar as capacidades motoras com as da visão. Pode localizar um brinquedo ao fundo da sala, focar a vista nele, gatinhar para o agarrar e virá-lo de um lado e de outro para não lhe escapar nenhum promenor. Vai adorar olhar para o mesmo livro vezes sem conta, concentrando-se nas imagens que lhe são familiares.Prefere os objectos com partes que se possam mover, ou com peças que possa juntar, e passará muito tempo a olhar fixamente para essas coisas, talvez tentando perceber como funcionam. Os rostos familiares ainda são o que mais gosta de olhar e é provável que a fotografia da avó o faça sorrir. Leve-o consigo para ver sitios novos e interessantes.Mostre-lhe as vistas e chame as coisas pelos nome.

 

A Audição

Os recém-nascidos ouvem desde o tempo em que estavam no útero.Os batimentos cardíacos da mãe, o «borbulhar» do seu sistema digestivo e mesmo sons exteriores como a voz da mãe e de outros membros da família, já fazem parte do seu mundo há algum tempo.Desde o momento em que nasceu, os sons do exterior chegam-lhe com mais volume e com mais clareza, e ele pode assustar-se com o ladrar inesperado de um cão que se encontra por perto, ou com um prato a partir-se no chão da cozinha. Por outo lado, pode parecer acalmar-se com o suave sibilar do secador de roupa ou o zumbido do aspirador. As vozes humanas, principalmente as do pai e da mãe, são a sua «música» preferida.Se estiver a chorar no berço, repare como o aproximar da sua voz o acalma. Veja a atenção com que a escuta se estiver a falar com ele num tom carinhoso.

O bebé adora ouvir a voz da mãe. Por isso, nestes primeiros meses, não se canse de falar, palrar e cantar. Sirva-se da própria «fala» do bebé para manter com ele uma «conversa». Se o ouvir a emitir um som, repita-o e aguarde que emita outro.Os bebés nesta idade ( entre o primeiro e o terceiro mês ) parecem responder melhor á voz feminina – que está historicamente associada ao conforto e ao alimento. É por isso que muitas pessoas tornam o tom de voz mais agudo e exageram no discurso quando falam com bebés.Eisto é bom, mas sinta-se á vontade para misturar algumas palavras « adultas » em tom «normal». Pode parecer cedo, mas está a preparar o terreno para a primeira palavra do seu bebé. Para além das vozes, o seu filho vai gostar de ouvir música. E também ficará fascinado com os sons da rotina diária.Tenha-o por perto enquanto mexe nas panelas ao preparar o jantar e

deixe-o estar no jardim, a ouvir as crianças mais velhas a rir e a brincar.

A audição do bebé é crucial para o desenvolvimento da fala. Embora esta afirmação seja válida desde a altura em que nasceu, é agora, entre os quatro e os sete meses, que ele começa a perceber os fundamentos da comunicação. Quando era mais «novo», o seu bebé percebia o que voçê queria dizer através do seu tom de voz: tons suaves faziam-no parar de chorar e tons mais agitados diziam-lhe que algo não estava bem. Agora, ele já começa a aperceber-se dos « componentes » do seu discurso.Ele consegue ouvir e perceber os sons diferentes que voçê emite e a forma como as palavras formam frases. Aos sete meses, o bebé deve reconhecer e responder ao seu próprio nome. Fará também mais tentativas de imitar sons e passará mais tempo a palrar. Estas são as suas primeiras tentativas de falar e devem ser encorajadas o mais possível.Repita-lhe os sons que o ouve fazer e mantenha «conversas», aguardando as pausas no palrar para lhe «responder».

Dos oito meses ao ano, o bebé emite sons cada vez mais reconhecíveis, como «ba», «ga» e «da». Pode mesmo «tropeçar» numa palavra « á séria », como «mamã» e ficará excitadíssimo com o acontecimento! Já deve reagir muito bem ao seu próprio nome e é suposto que olhe para cima ou, pelo menos, pare por instantes, quando lhe grita « Não! ». Designar-lhe objectos simples na vivência do dia-a-dia reforça a mensagem que cada coisa tem o seu nome próprio. Desde o leite que bebe de manhã, até ao ursinho de peluche que lhe acompanha no sono, ele está a aprender como se designam os objectos familiares e a armazenar esta informação, esperando pelo dia em que consiga dizer ele próprio as palavras. No fim do primeiro ano, o bebé deve responder bastante bem a pedidos simples que lhe faça, como, por exemplo, « diz adeus », e deve estar a fazer esforços consideráveis, palrando numa tentativa de manter uma verdadeira conversa.

 

O Paladar e o Olfacto

          Assumimos que os recém-nascidos cheiram porque sabemos que eles conseguem saborear e estes são os dois sentidos humanos mais intimamente, relacionados. Estudos com bebés até aos três meses indicam que eles preferem os sabores doces, ao mesmo tempo que recusarão ou chorarão se lhes for dado algum alimento amargo ou ácido. A boa notícia é que, pelo menos por enquanto, não tem de se preocupar com as preferências gastronómicas da criança: o leite do peito, ou um substituto adequado, satisfazem-no completamente! Quanto ao olfacto, pense no mundo de cheiros que a rotina diária proporciona ao seu bebé: as roupas, o jantar a cozinhar no fogão, as flores no jardim. O médico pode sugerir a intodução de alimentos sólidos algures entre os quatro e os sete meses. Deve seleccioná-los cuidadosamente, dando-lhe a exprimentar um de cada vez. Este procedimento ajuda a detectar uma eventual alergia e a descobrir quais os sabores preferidos. Considere a hipótese de introduzir os vegetais logo a seguir ás papas ou mesmo ao leite. Desta forma, o bebé não vai protestar porque preferia o sabor doce da banana ou da maça.

          Entre os oito meses e o ano, o bebé já tem uma ideia bastante definida dos sabores de que gosta e dos que não lhe agradam. Não se sinta desencorajada pelo facto de, eventualmente, ele mostrar preferência por apenas um ou dois tipos de alimentos. Ao oferecer-lhr continuamente uma variedade de sabores e cheiros, está a transmitir-lhe a mensagem de que eles estão disponiveis e ficará surpreendida no dia em que ele decidir exprimentar algo novo. Uma vez que os restantes sentidos do seu bebé já se desenvolveram muito, pode também usar o olfacto para ele explorar o mundo.Um passeio no exterior fornece uma enorme variedade de odores, desde o cheiro adocicado das flores ao mais característico de uma bola de futebol. Encoraje-o, designando os cheiros e os sabores ( « isto cheira mesmo bem! » e « oh, esta sopa está mesmo boa! »).

 

O Tacto

          Como para a maioria dos seres humanos, o tacto é muito importante para o recém-nascido. Através do toque, ele aprende muito sobre o mundo que o rodeia. De início, só busca o conforto.Vindo de um fluido, quente e envolvente, antes do nascimento, será confrontado pela primeira vez com a sensação frio ou com o arranhar de uma costura áspera na parte de dentro das suas roupinhas.Cabe aos pais, proporcionar-lhe o toque suave que ele precisa: cobertores macios, abraços reconfortantes e festinhas na cabeça.O recém-nascido está a aprender sobre a vida em cada contacto que estabelece através do toque, por isso dê-lhe muitos beijos ternos e ele verá que o mundo é um local suave para se estar.

          Não falta muito para que o seu bebé comece a mexer em tudo, com uma tendência especial para os objectos que se partem! Mas, por enquanto, entre o primeiro e o terceiro mês, ele depende de si para lhe «levar» o toque. As crianças sabem que são amadas quando lhes pegamos ao colo, lhes damos carinhos, festas e beijos. Nesta altura, o seu bebé começará a perceber a diferença entre a forma de tocar do pai e da mãe.

          As oportunidades para exercitar o sentido do tacto entre os quatro e os sete meses são intermináveis. Deixe-o rebolar um pouco na relva do quintal e sentir a textura da carpete com as mãos e os pés. A barba do pai em contacto com a sua cara vai deliciá-lo, bem como a macieza de um brinquedo de peluche na sua mão. Defina-lhe as texturas - « isto é áspero », «isto é macio» - e estará a ajudá-lo a aprender mais sobre o mundo. Ao mesmo tempo, e nunca é demais repeti-lo, não se esqueça da importância de uma carícia ou de um beijo terno, e abrace-o sempre que tiver oportunidade. Este tipo de toque mostra-lhe que está seguro e é amado.

          Entre os oito meses e o ano, o seu bebé circula cada vez mais sozinho, á medida que aperfeiçoa as suas capacidades de gatinhar – ou talvez até já de andar! Isto significa que pode deslocar-se e tocar naquilo que lhe apetece. Depois de se certificar que não há superficies quentes ou pontiagudas onde ele se possa magoar, nem objectos pequenos que possa por na boca, deixe-o explorar as texturas da sua casa e do quintal. Deixe-o descobrir que a casca da laranja é rugosa, que a banana se «esborracha» entre os dedos e que os cubos de gelo são muito frios. Mesmo já andando por cá há quase um ano, ainda há tanto para sentir e tocar neste mundo gigantesco!Claro que o seu toque carinhoso ainda é, para ele, a sensação mais importante, por isso, encha-o de beijos e abraços á medida que crece.

 Revista: "Pais e Filhos" – O Primeiro Ano – Edição Especial nº4 de 2001     

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