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O que é Anarquismo?

Alguns textos sobre o significado de Anarquia

Organizações

 

  • Breve Histórico Sobre a Anarquia e alguns pensadores Anarquistas

    Teoria que preconiza o funcionamento da sociedade sem Estado e sem governo. A organização social e os serviços necessários à comunidade seriam obtidos mediante a cooperação espontânea de todos os indivíduos. O Estado e as instituições políticas e sociais que dispõem de poder coativo seriam substituídos por uma federação de grupos autônomos, dentro dos quais os indivíduos agiriam com liberdade e independência. Exaltando a liberdade absoluta e reclamando um socialismo voluntário, o anarquismo tenta o enlace de duas posições extremas e conduz a resultados idênticos aos desejados pelo marxismo: decomposição do Estado, supressão de privilégios de classe, abolição da propriedade privada etc.Teses de cunhos anarquistas são assinaladas, na Antiguidade grega, entre alguns filósofos, dentre eles, muitos de filosofia estoicista. Na Idade Média, menciona-se principalmente o reformador boêmio Peter Chelcický (c. 1390 - c. 1460). Modernamente, o anarquismo começa com o escritor e filósofo inglês Willian Godwin (1756-1836), anarquista radical, e tem como representantes maiores: Max Stirner (1806-1856), Mikhail Bakunin (1814-1876) e o príncipe Peter (Piotr) Alekseievitch Kropotkin (1842-1921), entre os revolucionários que pregam a derrubada do Estado mediante, se estritamente necessário, uma revolução armada; e Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) e Leon Nikolaievitch Tolstoi (1828-1910), entre os pacifistas, que acreditam na ação reformadora da educação e da cooperação. As idéias deste último, Leon Tolstoi, são consideradas extremamente importantes para a formação ideológica de Gandhi, um dos maiores pacifistas da História mundial.

    A bandeira negra dos anarquistas ficou famosa por desfilar pelas ruas de Moscou em 1921 no funeral de Kropotkin. Daí por diante, a propagação da ideologia comunista fez com que o anarquismo perdesse sua grande expressividade na cena revolucionária da época. Durante a rebelião estudantil de maio de 1968, em Paris, os jovens desfilaram com dez bandeiras vermelhas e dez bandeiras negras.

    Dos anarquistas brasileiros, os mais conhecidos foram José Oiticica (1882-1957), Edgard Leuenreuth (1881-1968), Everardo Dias (1883-1966) e Maria Lacerda Moura.


    Quem prega a organização espontânea e cooperativa da sociedade e a paz não é um arauto do caos ou da baderna.

    Há uma grande confusão em torno da palavra anarquismo. Muitas vezes a anarquia é considerada como um equivalente do caos e o anarquista é tido, na melhor das hipóteses, como um niilista, um homem que abandonou todos os princípios e, às vezes, até confundido com um terrorista inconseqüente. Muitos anarquistas foram homens com princípios desenvolvidos; uma restrita minoria realizou atos de violência que, em termos de destruição, nunca chegou a competir como os líderes molitares do passado ou com os cientistas nucleares de hoje. Nesta página, você verá os anarquistas como foram e são, e não como aparentam ser na fantasia de cartunistas, jornalistas e políticos, cuja forma predileta de ofender um oponente é acusá-lo de promover a anarquia. A origem da palavra anarquia envolve uma dupla raiz grega: archon, que siginifaca governante, e o prefixo an, que indica sem. Portanto, anarquia significa estar ou viver sem governo. Por conseqüencia, anarquismo é a doutrina que prega que o Estado é a fonte da maior parte de nossos problemas sociais, e que existem formas alternativas viáveis de organização voluntária. E, por definição, o anarquista é o indivíduo que se propõe a criar uma sociedade sem Estado. O conceito de sociedade sem Estado é essencial para a compreensão da atitude anarquista. Rejeitando o Estado, o anarquista não está rejeitando a idéia da existência da sociedade; ao contrário, sua visão da sociedade como uma entidade viva se intensifica quando ele considera a abolição do Estado. Na sua opinião, a estrutura piramidal imposta pelo Estado, com um poder que vem de cima para baixo, só poderá ser substituída se a sociedade tornar-se uma rede de relações voluntárias. A diferença entre uma sociedade estatal e uma sociedade anárquica é a mesma que existe entre uma estrurura e um organismo: enquanto uma é construída artificialmente, o outro cresce de acordo com as leis naturais.


    Definição de Anarquia por Errico Malatesta (in Anarquia, 1907)

    Anarquia é uma palavra grega que significa literalmente, "sem governo", isto é, o estado de um povo sem uma autoridade constituída. Antes que tal organização começasse a ser cogitada e desejada por toda uma classe de pensadores, ou se tornasse a meta de um movimento que hoje é um dos fatores mais importantes do atual conflito social, a palavra "anarquia" foi usada universalmente para designar desordem e confusão. Ainda hoje, é adotada neste sentido pelos ignorantes e pelos adversários interessados em distorcer a verdade. Não vamos entrar um discuções filológicas, porque a questão é histórica e não filológica. A interpretação usual da palavra não exprime o verdadeiro significado etmológico, mas deriva dele. Tal interpretação se deve ao preconceito de que o governo é uma necessidade na organização da vida social. O homem, como todos os seres vivos, se adapta às condições em que vive e transmite, através de herança cultural, seus hábitos adquiridos. Portanto, por nascer e viver na escravidão, por ser descendente de escravos, quando começou a pensar, o homem acreditava que a escravidão era uma condição essencial à vida. A liberdade parecia impossível. Assim também o trabalhador foi forçado, por séculos, a depender da boa vontade do patrão para trabalhar, isto é, para obter pão. Acostumou-se a ter sua própria vida à disposição daqueles que possuíssem a terra e o capital. Passou a acreditar que seu senhor era aquele que lhe dava o pão, e perguntava ingenuamente como viveria se não tivesse um patrão. Da mesma forma, um homem cujos membros foram atados desde o nascimento, mas que mesmo assim aprendeu a mancar, atribui a estas atadutas sua habilidade para se mover. Na verdade, elas diminuem e paralizam a energia muscular de seus membros. Se acrescentarmos ao efeito natural do hábito a educação dada pelo seu patrão, pelo seu patrão, pelo padre, pelo professor, que ensinam que o patrão e o governo são nescessários; se acrescentarmos o juiz e o policial para pressionar aqueles que pensam de outra forma, e tentam difundir suas opiniões, entenderemos como o preconceito da utilidade e da necessiade do patrão e do governo são estabelecidos. Suponho que um médico apresente uma teoria completa, com mil ilustrações inventadas, para persuadir o homem com membros atados, que se lebertar suas pernas não poderá caminhar, ou mesmo viver. O homem defenderia suas ataduras furiosamente e consideraria todos que tentassem tirá-las, inimigos. Portanto, se considerarmos que o governo é necessário e que sem governo haverá desordem e confusão, é natural e lógico que a anarquia, que significa ausência de governo, também significa ausência de ordem. Existem fatos paralelos na história da palavra. Em épocas e países onde se considerava o governo de um homem (monarquia) necessário, a palavra "república" (governo de muitos) era usada exatamente como "anarquia", implicando desordem e confusão. Traços deste significado ainda são encontrados na linguagem popular de quase todos os países. Quando esta opinião mudar, e o público estiver convencido de que o governo é desnecessário e extremamente prejudicial, a palavra "anarquia", justamente por significar "sem governo" será o mesmo que dizer "ordem natural, harmonia de necessidades e interesses de todos, liberdade total com solidariedade total. Portanto, estão errados aqueles que dizem que os anarquistas escolheram mal o nome, por ser este mal compreendido pelas massas alevar uma falsa interpretação. O erro vem disto e não da palavra. A dificuldade que os anarquistas encontram para difundir suas idéias não depende do nome que deram a si mesmos. Depende do fato de que suas concepções se chocam com os preconceitos que as pessoas têm sobre a função do governo, ou "o Estado", como é chamado.