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A BUSCA DO NÉCTAR

Aproveitando o bom tempo no bosque, a Abelha deixou sua colméia (colônia) e  saiu vadiando pelo   campo, em busca de alimento. Sua busca nada tinha de egoísta: se encontrasse fonte de néctar, imediatamente trataria de levar suas companheiras até o alimento num verdadeiro trabalho de equipe.

Voa daqui, voa dali, até que descobriu um recanto florido escondido no bosque. Volta rapidamente para a colméia e começa a dançar, para atrair a atenção das companheiras. Como se traçasse inúmeros “ 8 “ no espaço, descreve percursos retilíneos e curvos, acompanhados de movimentos laterais do abdome. A dança é precisa e calculada: a intensidade e a rapidez dos movimentos indicam a direção e a distância da fonte de néctar; a inclinação do corpo mostra o ângulo entre o sol a pino (na colméia) e o campo florido.

Nada exausta, a dançarina distribui amostras de néctar entre as campeiras, que por sua vez abandonam a colméia e  dirigem-se  ao recanto das flores. Alcançam o lugar indicado e logo descobrem que o néctar é tanto, que mais e mais companheiras devem ser atraídas com novas danças. E a festa continua até que um verdadeiro enxame toma conta do campo, colhendo o néctar descoberto.

DO NÉCTAR AO MEL

O néctar, matéria-prima para a fabricação do mel, é produzido pelas flores de muitas plantas. Basicamente, é uma solução aquosa de três açúcares – Frutose, Glicose e Sacarose ( este é o açúcar comum) – com um pouco de proteínas, sais, ácidos e óleos essenciais. O conteúdo de açúcar do néctar varia de 3 a 80%, dependendo, entre outros fatores, da espécie da flor, solo e condições atmosféricas, especialmente  umidade.

O mel produzido por uma colônia de abelhas quase sempre é derivado de uma ou muito poucas espécies de flor. Mas as abelhas fazem uma prévia seleção, pois não “gostam” “do néctar que tenha menos de 15% de açucares; preferem o que contenha alto teor desses glicídios”.

Quando as abelhas do campo retornam à colônia, entregam o néctar ao grupo das “colmeeiras “. Estas passam a elaborar a substância com seus apêndices bucais, depositando-a nas células já preparadas para recebe-la. Para transformar o néctar em MEL, convertem a sacarose em moléculas de açucares simples (Frutose e Glicose), por meio de enzimas apropriadas produzidas por suas glândulas salivares.

A elaboração e também a movimentação do ar, provocada pela agitação das asas. São necessárias para a transformação em açucares simples e para evaporação do excesso de água, até o MEL atingir um conteúdo de açúcar em torno de 80%.

NEM SÓ DE MEL VIVE A ABELHAS

            As abelhas são inteiramente dependentes das flores como fonte para seu alimento, que consiste de néctar --- depois modificado e estocado sob a forma de MEL --- e de Pólen.

Voando de flor para flor, em busca do alimento, realizam involuntariamente a polinização de muitas plantas. A polinização, que determina o aparecimento de sementes e de frutos, consiste no transporte do grão de pólen, contendo o gameta masculino, de uma flor até o ovário de outra flor, que contenha o gameta feminino. As abelhas sempre trazem consigo pequenas quantidades de pólen, do qual perdem porções mínimas em suas sucessivas visitas.

Visitando flores de várias espécies, as abelhas provocam a polinização cruzada das plantas. Diante disso, parece fora de dúvida que as abelhas e as flores que elas polinizam evoluíram simultaneamente durante a história da Terra. E também que seu valor prático como polinizadoras é bem maior do que seu papel na fabricação de MEL e de Cera.

OS ESTRATAGEMAS DE UM ESTRANHO AMOR

De maneira geral, as flores possuem certas características que funcionam para a abelha como verdadeiro mapa da mina: indicações precisas do lugar por onde entrar e como atingir o néctar.

A brancura das pétalas e o amarelo são os tons que as abelhas apreciam, juntamente com o perfume. Mas só esses sinais são insuficientes. As abelhas se impressionam, por exemplo, por cores sombreadas ou contrastadas e,  assim, as pétalas da azálea, do lírio e de outras flores apresentam nódoas destinadas a atraí-las. O perfume, cada vez mais forte, conduz o inseto até o fundo da corola.

Enfim, as flores servem-se de inúmeros estratagemas para que as abelhas fiquem cobertas de pólen e possam, com isso, fertilizar outras flores. E sobre tudo paira uma indagação: como um vegetal e um animal, conseguem harmonizar-se a ponto de modificarem suas estruturas? Os cientistas observaram que os insetos e as flores sofreram, ao longo de milênios, evolução paralela, mas ainda ignoram como tudo começou....

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