Dog
Murras Nascido aos 17 de Fevereiro de 1977 em Luanda-Angola,
Dog Murras (o compositor e intérprete da mais recente geração
da musica popular urbana) iniciou a sua carreira musical na Africa
do Sul, país onde esteve a frequentar o curso de Belas Artes numa
high school de Jo'burg. Em 1995, levado por uma forte paixão em
compor e cantar, Dog Murras subiu ao palco da discoteca The
Flava em Johannesburg para ai conquistar o 30 lugar de um concurso
de raggamuffin. 1 ano mais tarde, motivado por um familiar seu,
é-lhe apresentado o radialista Miguel Neto que, ao escutar
atentamente os temas do aspirante à artista, surpreende-se com a
habilidade do rapaz e, nisso, incentiva-o a tentar a sorte para
uma carreira mais séria. Alguns dias mais tarde, Eduardo Paim
(também de viagem a Africa do Sul), conhece Dog Murras e
ao maravilhar-se pelo novo talento angolano no estrangeiro, predispôs-se
a ajuda-lo em Luanda, já que em seu projecto constava a abertura
de um estúdio de gravação no bairro Kassenda.
Em
Novembro do mesmo ano, imbuído de uma forte motivação pela nota
positiva que recebera dos dois mais velhos e alguns amigos que o
circundavam, Dog Murras desloca-se a Luanda com o único propósito
de oficializar a sua carreira, registar a marca murras-power e conquistar
fervorosamente o mercado musical angolano. Nessa sua primeira deslocação
oficial para contactos sobre a futura carreira musical, junta-se
aos pupilos de Eduardo Paim (no caso Flay, Tchiema, Mister Kim
e outros) e, após algum tempo mais de maturidade, Dog Murras
gravava 'Don't Know', um dos temas que incluiu o projecto
musical 'Pomba Branca', cujas receitas a organização pretendeu
reverter a favor da paz em Angola. Nesta obra em que, também
participaram Irmãos Almeida com 'Epyto', N'Sex Love
com 'Caso Sério', Gabriel Tehiema com 'Tchingoloshy' Versáteis
com 'Menino da Lua' e muitos outros em 'Pomba Branca', Dog
Murras transformou-se na grande revelação com o referido tema
que abordou o amor na puberdade, tanto é assim que Don't Know' foi
considerado o principal na obra, sem desprimor por outros que completam
os seis petiscos do disco, incluindo a balada que deu titulo genérico
ao projecto.
Note-se
que entre 1998 e 99, Dog Murras bateu o record de participações
especiais ao ser por diversas vezes convidado a colocar o seu power
em temas como 'Sofro por ti no Roque' de Luke Seymol, 'Penso
em Ti Girl' de Mister Kim, 'Corn Doçura' de Flay e
na versão de 'A Minha Vizinha' de Eduardo Paim. No mesmo
ano e fruto de um árduo trabalho em estúdio, Dog Murras (compositor
e interprete), Nelo Paim (instrumentista e co-produtor) e
Eduardo Paim (produtor executivo pela EP-Estúdios),
colocaram no mercado a primeira obra discográfica a que o cantor
denominou de 'Sui Generis'. Coin inicio de gravação em 1998
no novo estúdio do conceituado Eduardo Paim, os retoques
finais desse disco, como masterização e outros, foram feitos em
Portugal pela Energy Record e só em Janeiro de 2000 começou
a ser publicado nas rádios de Luanda e posteriormente em outros
pontos do pais.
Sob
o signo Murras-Power (marca com a qual Dog se apresenta
para identificação de seus projectos), este disco que comportou
10 apetitosos temas, rapidamente chamou a si inúmeros fans pelo
sucesso de singles como 'Fantasy nhec nhec', 'Foleiro Golpe' ou
'Meu Doce Pecado'. Mas para efectivação dessa rica obra discográfica
que, por sinal, veio dar outra rotatividade á musica jovem naltura,
participaram como convidados Euclides da Lomba, Simmons
Massini, Flay, Eunice José, N'guaby Monteiro, Dodó Miranda, Daniel
Nascimento, Walter Ananás, Nelboy Dastha Burtha, Miguel Neto
e Cisco (o humorista por sinal já falecido). Com o lançamento
de 'Sui Generis', titulo que pretendeu adjectivá-lo como
sendo um disco diferente e esteticamente perfeito, Dog Murras
iniciava uma outra era na sua carreira, pelas constantes participações
em espectáculos locais, ao lado de cantores sobejamente conhecidos.
Assim sendo, Calabeto (dono de um invejável prestígio), rebuscou
imediatamente Dog Murras para uma participação especial em
'N'golo Yami' versão incluída no mais recente disco do veterano
e consagrado cantor angolano do semba. Ao faze-lo com brio e brilho,
o kota Bué bastante satisfeito com a prestação do novo artista,
coroou Dog Murras como um dos mais promissores cantores da
nova geração, tanto pela força em estúdio quanto pela entrega em
palco. Ainda em 1999, aquando de sua estadia em Lisboa a propósito
dos retoques finais de 'Sui Generis' (seu primeiro álbum
de originais), Dog Murras foi chamado a produzir 'Waz up'
e 'Aprendi a viver sem ti' musicas especialmente feitas para o grupo
português Impacto A que acabou incluindo a primeira faixa
no disco de estreia e, a segunda apenas em single. Ainda em Lisboa,
Dog Murras colocou também o seu murras-power no sucesso 'Madabaya
já Pode' (tema do género kuduro) que se traduziu na inspiração de
dois dos novos petiscos musicais para seu próximo disco de originais.
De regresso a Luanda (após a conclusão em Portugal dos trabalhos
de sua primeira obra), Dog Murras foi uma vez mais solicitado
a produzir um kizomba/pop para um jovem que pretendeu iniciar a
sua carreira como cantor. Já bastante maduro em trabalhos de concepção
musical, Dog Murras recebeu General G em sua casa
e, com ele predispõe-se a enfrentar o novo desafio que não seria
mais do que fazer o que ele gosta. entrar em estúdio, gravar e mexer
com a juventude. No entanto, optou por repartir o lírico de 'N'guendar
até cair', para mais tarde cuidar dos arranjos e deixar a produção
executiva a cargo da B-Max Record. Pena o mais novo aspirante
não ter levado avante o projecto em causa, porquanto a obra não
passou de um registo em CD-master apoiado por um maravilhoso videoclip,
produzido pela Artimagem sob o olhar atento do radialista e apresentador
de TV Miguel Neto.
Mas
a anteceder o registo do novo disco e na intenção de manter vivo
o sucesso do single que abriu a sua promissora carreira, a editora
Energy Record (fruto de uma óptima relação entre si e o cantor
e de uma forte simpatia nutrida por Ciro Cruz), a E.R. remixou
o hit 'Don't Know' com os devidos efeitos técnicos e disponibilizou-o
no álbum 'Remix Total-Volume I' que reune 15 dos mais destacados
temas angolanos dos ultimos 5 anos, tais como 'Retró dos Semba
Master's, 'Coisas da Vida' de Paulo Flores 'Samba Pito'
de Isidora Campos, 'Vigarista' dos Irmãos Almeida,
'Catorzinha' de Lourdes Vandunem, 'Kizomba' das Gingas
e outros. Com essa roupagem mais cool executada pelo DJ S.L., a
editora não só lhe deu outra dinâmica tal como permitiu mais tempo
de vida ao 'Don't Know'. Mas ao aperceber-se de que uma boa mensagem
em kuduro valer-lhe-ia grande audiência nacional, Dog Murras
repensou um tema cuja letra retratasse ditos populares do subúrbio
luandense e compôs um verdadeiro smash que maravilhou os angolanos,
colocando o artista acima de qualquer kudurista. Tratando-se de
um retrato franco e aberto sobre a vida social dos angolanos no
pais (não obstante as carências e alguns problemas conjunturais),
não tardou o videoclip a chegar à TPA, após produção da Artimagem
e uma vez mais sob a direcção de Miguel Neto. A partir dessa
data, em que 'estâvamos a vive' me'mo assim' avistava-se novos ventos
para o exímio criador.
Aquando
da vinda à Angola do grupo brasileiro O Tchan, a TPA convidou
Dog Murras e sua turma para uma abertura em grande dos 3
festivais realizados em Julho de 2001 pela Mega-Concertos
Mesmo ainda sem disco novo no mercado, Dog Murras não defraudou
o público, muito pelo contrário, deixou os cines Tropical e Karl
Marx ao delírio pelo lançamento antecipado de 3 temas que viriam
a fazer parte do novo disco. Mas em meados de 2001 não pretendendo
cruzar os braçoos nem esperar ser ultrapassado por ausência de um
novo álbum, Dog Murras entra novamente em estúdio para gravação
das musicas que constituiriam o seu segundo álbum de originais.
Produzido pela produção da B-Max de Beto Max e remasterizado
em Portugal pela Sons D 'Africa, esse disco genericamente intitulado
'Natural & Diferente' (comportando 13 temas inéditos 3 dos quais
intro) teve como nota de realce 'Aqui Tâss' (a musica que mesmo
em CD-master conquistou popularidade e foi sucesso em rádios, TV,
discotecas e em festas de quintal). Recorde-se que só por causa
deste tema feito single promocional, as vendas de 'Natural & Diferente'
atingiram as 7 mil cópias em cerca de 4 semanas para imediatamente
no segundo mês conquistar o disco de prata por vendas superiores
a 10 mil unidades. Agora, quanto aos espectáculos respeitantes ao
novo disco 'Natural & Diferente' contam-se já dois internacionais
(Portugal e Inglaterra) e, igualmente 2 por Angola (Miss Luanda/2001
e TPA 26 anos Benguela).
Miguel
Neto
Jornalista
Musical
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