Prof ª Dr ª Marlene Grillo – PUC – RS

Prof ª Dr ª Valeska Fortes Oliveira – UFSM

Prof ª Dr ª Cecília Pires – UNISINOS - RS


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

29 DE AGOSTO DE 2003

PÓS-MODERNIDADE, POLÍTICA E EDUCAÇÃO: A CONDIÇÃO PÓS-

MODERNA E SUAS IMPLICAÇÕES NA CONSTRUÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO

PÓS-MODERNA CRÍTICA.

BANCA DE DEFESA DE TESE:

Doutorando: Holgonsi Soares Gonçalves Siqueira

Orientadora: Prof ª Dr ª Arleth Pereira

Examinadora: Prof ª Dr ª Marlene Grillo

Desejo agradecer a indicação de meu nome para participar desta banca de doutorado, O que, ao mesmo tempo que me honra, me deixa bastante inquieta pelo compromisso de estar à altura dos componentes da mesa e especialmente do professor Soares que hoje apresenta sua tese de doutorado.

Saúdo todos os presentes, protessores e alunos, familiares e amigos do doutorando, que junto participamos desta festa acadêmica, momento ímpar que celebra a culminância de um esforço revelador da competência protissional do professor Soares.

Inicio afirmando que há bancas a que se comparece respondendo a um compromisso profissional; outras há a que se comparece com satisfação, encarando tal tarefa como uma distinção. Estou vivendo agora a segunda alternativa.

Foi uma tarefa prazerosa a releitura da tese, porque ela já estava completamente delineada e estruturada quando estivemos aqui, em março, para a qualificação.

Vejo que, apesar de que pouco havia para acrescentar, dessa oportunidade até à conclusão, o professor Soares acolheu as sugestões sem perder sua autonomia e sua marca pessoal, o que só qualifica o trabalho, fazendo com que ele não se desfigure e perca sua originalidade.

O texto mantém a marca de um trabalho bem elaborado, repleto de sentido. Reafirmo sua relevância pela oportunidade do tema: no momento em que se discute a controvertida e polêmica pós-modernidade, o trabalho apresenta a tese sobre os desafios da condição pós-moderna à educação e suas implicações na nova cidadania.

O grande valor que reconheço nele reside no fato de se originar na própria p´ratica. Ouso afirmar que esta tese foi gestada antes mesmo do curso de doutorado, embora não seja explicitado pelo autor, nem sei mesmo se havia, da parte dele, consciência clara sobre tal fato. Eu diria que ela tem suas origens no habitus do autor, nas suas experiências profissionais e em sua história de vida, pelo que se depreende do dito e do não-dito em toda a tese e na leitura do memorial.

Questionar a prática, debruçar-se sobre ela e encontrar razões que mobilizem um estudo dessa natureza legitimam o esforço e o empenho que uma tese demanda.

É isso que sustenta o posicionamento do professor Soares durante o trabalho, o qual se mantém até às conclusões. O protagonismo em toda a tese é um ponto alto; marcante é a autoria do texto. Reafirmo o que já foi dito na qualificação: o professor Soares vale-se de contribuições teóricas de autores diversos, mas sempre acrescenta seu posicionamento pessoal.

Com o trabalho concluído, vejo que ele mantém e aperfeiçoa o posicionamento dialético que sustenta a abordagem também dialética; considera as contradições, a complexidade, apresenta positividades e negatividades defendendo as primeiras, numa explicitação corajosa do conceito de pós-modernidade, um novo momento histórico, uma expressão cultural, uma nova consciência organizadora da experiência humana, controvertida, plural e flexível.

A análise do trabalho como um todo mantém as finalidades da proposta, e nem poderia ser diferente, pelas características do autor.

Destaca-se a organização interna e formal do construto teórico-metodológico, coerente e lógico, permitindo ao leitor acompanhar o percurso intelectual proposto pelo autor. Significa identificar a adequação entre contextualização teórica, área temática, tese, objetivos, questões de pesquisa e conclusões.

A linguagem é precisa, simples e ao mesmo tempo rigorosa, o que decorre do conhecimento do conteúdo e da abordagem dialética com que o professor Soares socializa esse mesmo conteúdo.

Os educadores selecionados para a interlocução teórica são representativos e qualificam essa mesma interlocução e a reteorização.

Desejo ainda fazer uma referência especial às CONSIDERAÇÕES FINAIS. Elas representam a síntese de todo o trabalho, momento em que o professor Soares contrapõe denúncias e anúncios, estes bem mais numerosos e consistentes do que as primeiras.

Reconhece na pós-modernidade problemas clássicos e recorrentes, em conjunto com outros inéditos. Não a apresenta como um novo tempo de milagres, antes assume posicionamento realista que se opõe ao pessimismo. Sai da denúncia, do mal-estar, da lamúria até certo ponto defensiva - as negatividades - e anuncia uma pedagogia da esperança, ao apostar numa educação pós-moderna, que exige saber fazer, saber conviver, saber ser.

Nesse movimento de afirmação, constrói argumentos que poderiam constituir ou mesmo constituem referenciais norteadores de uma pedagogia pós-moderna.

Retiro do texto:

— ‘‘Cidadania — produto determinado historicamente, uma construção dinâmica’.

— ‘‘Escola — espaço político encarregado de educar novos cidadãos voltados para a autonomia, participação e democracia dialógica.

— ‘‘Educação pós-moderna crítica - aquela que desenvolve um olhar interdisciplinar por reconhecer que a complexidade é a característica da realidade’’.

— Fundamentos do ato educativo — sistema formado por um conjunto de dimensões de ordem política, sociocultural, econômica e tecnológica’’.

A tese conclui com um desafio a educadores para o desenvolvimento de um novo processo educativo, com novos parâmetros, ou talvez com os mesmos, a partir de uma releitura crítica.

Será utopia?

Não sei! Espero novas respostas do protessor Soares, daqui a algum tempo, marcando hoje um novo encontro e aproveitando as palavras de Drummond:

‘‘O presente é tão grande, não nos afastemos, não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas".

Muito Obrigada

Marlene Grillo

29/08/2003

 


 

Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Educação

Programa de Pós-Graduação em Educação —PPGE

TESE DE DOUTORAD0: Pós-Modernidade, Política e Educação - . a condição pós-

moderna e suas implicações na construção de uma educação pós-moderna crítica.

Autor: Prof. Holgonsi Soares Gonçalves Siqueira

Orientadora: Profa. Maria Arleth Pereira

Examinadora: Prof a. Dra. Valeska Fortes de Oliveira

EIS O PARECER

Quero iniciar minha participação na banca de defesa desta tese, agradecendo carinhosamente e, não por mera formalidade, o convite feito pelo Holgonsi e a Maria Arleth, pela confiança na leitura e na discussão da escrita apresentada à nós, hoje, oralmente.

O trabalho é de grande relevância para a Educação e, especialmente nas suas provocações / constatações para a Formação de Professores que persegue ideais críticos com relação ao trabalho da escola na sociedade da informação, do conhecimento e do consumo. Posto isto, afirmo que toda minha leitura foi uma viagem prazerosa em territórios, para mim, já conhecidos, mas de qualquer forma, revisitados com a brilhante interlocução do pesquisador com suas fontes: como diria Michel Foucault, um prazeroso "cuidado de si’.

A pesquisa é rica nas problematizações que produz a partir do tema, levando o leitor a pensar no tempo/espaço com os quais nos encontramos desterritorializados, tentando ainda pensar alternativas para a escola e o seu papel na sociedade contemporânea.

Destaco o trabalho cuidadoso, consistente e leve com a literatura sobre a pós-modernidade, mostrando-nos, o autor, suas positividades e negatividades, se posicionando ao lado daqueles, para os quais, ainda nos resta mediações na perspectiva de uma educação com referências e desafios pós-modernos.

Todas estas considerações levam a uma conclusão: a pesquisa cumpre significativamente os requisitos de uma tese de doutorado.

Passo então, as questões menos gerais e, mais pontuais, que não se constituem plenamente em questões, mas em impressões e, se o autor julgá-las significativas, poderá comentá-las:

Minha primeira sensação ao rever Gramsci numa tese sobre pós-modernidade, confesso, foi de estranhamento. Posteriormente, fui tornada pela proposta do autor de que colocarmos os autores com produções distintas, naquilo que podem vir a conversar, e urna possibilidade instituída pela pós-modernidade. Pois é nesta crítica dos pós-modernos ás metarranativas e produções modernas que temos a riqueza discursiva do debate atual.

A escolha por uma pesquisa teórica, bibliográfica, também foi muito bem justificada, mostrando a escolha do tema, a problematização e as interlocuções bibliográficas.

Destaco o sentido esclarecedor das notas, complementando informações, discutindo conceitos e, até mesmo, provocando o leitor a um aprofundamento e leitura da referência utilizada.

Na página 19, quando discutes a categoria da totalidade, penso que foi feita a partir da discussão pós-moderna, pois se a trazemos para o cenário da pesquisa é preciso que se entenda que não se está a falar de sobreposição ou soma das partes, entendendo, assim cnmo os autores que têm trabalhado com o paradigma da complexidade, que há na parte o todo e a própria complexidade está no fragmento. Esta produção nos leva a pensar a partir de outra configuração: a complexidade das partes. O que estou trazendo aparece nas notas, especialmente na de número 20, quando utilizas a referência de Boaventura de Souza Santos.

Na página 36, terminas com uma conclusão que a mim causou curiosidade: Por que pensaríamos, considerando e conhecendo o cenário da escola brasileira, que um trabalho que traz a perspectiva pós-moderna, teria um impacto prático imediato?

Na página 139, já dando um salto nas páginas escritas, apresentas uma frase, resumindo o debate anterior e, dando continuidade ao tratamento do tenta a partir de possíveis alternativas, levantas a pergunta sobre ‘quem é capaz de construir sua vida de acordo com a sociedade-cultura pós-moderna e qual o papel da educação nesta construção. Esta pergunta que se constitui no foco central da tese, tem sido discutida, inclusive a partir de contribuições das teorias da produção da subjetividade na sociedade contemporânea, como por exemplo: a produção planetária da subjetividade, os processos de subjetivação, muitos trabalhados nesta tese, como os midiáticos e, as possibilidades de singularização, ou seja de "escapar" da "produção maquínica da subjetividade", como nos mostram Félix Guatarri e Gilles Deleuze. Mas, penso que o encaminhamento do autor da tese, foi significativamente muito bem escolhido: a tematizaçào da educação para o consumo e, os desafios desta educação para a formação do profissional da educação. Penso que a síntese da tese, pode ser encontrada em muitas páginas da pesquisa, mas encontro-a de forma explícita e objetivada na página 141

O capítulo dedicado à Educação para o consumo, deve ser leitura obrigatório nas nossas aulas, de todas as disciplinas listadas pelo autor: História, Sociologia, Filosofia, Psicologia, entre outras, assim como, nos nossos cursos de formação continuada com professores. Sem dúvida, a clareza, seriedade e franqueza com que são trazidas as principais questões do nosso tempo, produzindo o que alguns intérpretes do nosso tempo, estão chamando do "mal estar do ocidente" e, outros, do "mal estar docente", nos conduzem a um debate que nos problematiza e nos desafia.

Na página 145, encontro outra grande afinidade com a tese defendida pelo autor: a ampliação da imaginação radical como possibilidade de desestabilização da heteronomia individual e coletiva, produzida socialmente e, especialmente pela mídia. Estes são os estudos que nosso grupo realiza, através da aposta no imaginário social, como importante referência aos estudos educacionais. A formação e a possibilidade de investimento em pessoas mais críticas, criativas e autônomas está radicada neste campo de referência.

Na página 149, entendi a expressão "gratuita", utilizada entre aspas, mas, confesso que utilizaria de consumo massivo, pois o que realmente é gratuito num país como nosso com tantos impostos?

Na página 156 encontro uma riquíssima referência, que também defendo e partilho desta idéia e, fiquei gratificada de ver a defesa desta perspectiva: uma alfabetização da cultura da mídia. Não entendemos ainda o valor desta perspectiva para a formação dos professores Ainda, como disse bem o autor da tese, estamos tecendo comentários e juízos

moralistas com relação à mídia e o seu papel na formação de pessoas (grandes ou pequenas).

Excelentes as conclusões e desafios colocados nas páginas 158, 159, 160).

Na página 191, no primeiro parágrafo, com relação às xenofobias e racismos, poderias acrescentar "credo religioso", temos inúmeras guerras ilustrativas destes processos de intolerância.

Apreciei muito a discussão que o autor faz do multiculturalismo nas diferentes vertentes, inclusive nas leituras feitas pela área educacional.

Destaco, particularmente um debate que a pouco realizávamos no Seminário Avançado sobre o pensamento de Boaventura de Souza Santos e, sobre o conceito de tolerância e as implicações desta categoria. Assim como o autor da tese, acredito que tolerar, não significa acolher, "estando muito próximo de suportar". O próprio Boaventura de Souza Santos foi utilizado na página 194.

Talvez porque as palavras são dotadas de sentidos e significados e, no campo do imaginário quando queremos instituir algo novo, pensamos também na linguagem, ela deve falar do novo, não de urna expressão que carregue o velho e queira dizer algo novo, que não aprecie a expressão do segundo parágrafo da página 195 com relação a "alcance" revolucionário". Esta também é uma metanarrativa e, mesmo que utilizado por autores como Mc Laren, falando de um multiculturalismo crítico e revolucionário, penso que não é de revolução que estamos falando, mas de movimentos com outras perspectivas e outras pautas.

Na página 201 está em destaque uma preocupação significativa de uma educação com a perspectiva crítica e, por que não pós-moderna: o fortalecimento da identidade pessoal e cultural e, a construção de processos de entendimento e cooperação entre os diferentes grupos. Este é um desafio urgente de ser abraçado pelos educadores brasileiros

Na páginana 204, fiquei satisfeita de perceber que numa tese com a referencia na discussão da pós-modernidade, um pesquisador discute seriamente a questão da autonomia, sendo avaliada por muitos que se colocam neste campo como uma categoria superada.

Encerro finalmente, cumprimentando o professor Holgonsi e, sua orientadora, professora Maria Arleth pela contribuição que nos trazem, através desta pesquisa, desejando vê-la como uma publicação que se transforme numa bibliografia para nossas aulas e nossos espaços de trabalho de formação com os professores. Parabéns.

Santa Maria, 29 de agosto de 2003. Prof ª Dr ª Valeska Fortes de Oliveira.

 


 

PARECER ACADÊMICO-CIENTÍFICO SOBRE O TEXTO DA TESE DE

DOUTORADO

DE HOLGONSI SOARES GONÇALVES SIQUEIRA

Título: Pós-Modernidade, Política e Educação. A condição pós-moderna e suas implicações na construção de uma educação pós-moderna crítica

Orientadora: Prof ª Dr ª Maria Arleth Pereira

Examinadora: Profa. Dra. Cecília Pires

Faz parte das ações dos pesquisadores, na Academia, o exame dos resultados das pesquisas. E este é um momento com muito sabor, pois se procede não a um mero ritual interrogativo, mas a uma interlocução intersubjetiva, onde as trocas enriquecem as construções teóricas. É uma festa da inteligência e do diálogo, portanto não será nunca um ritual de ajuizamento e de submissão.

Agradeço, pois, o convite feito pela Prof ª Maria Arleth Pereira pela oportunidade de participar desse evento acadêmico e gostaria de destacar o seu zelo, competência e rigor por orientar uma pesquisa de temática complexa, cuja dialeticidade do tema produz várias leituras e polêmicas, sempre importantes e necessárias, eis que a Ciência não se assenta no consenso e sim na construção de argumentos.

Ao doutorando Holgonsi Siqueira manifesto minha alegria por estar aqui pela segunda vez, agradecendo o convite para integrar uma banca, cuja intenção é buscar mais, além do texto o ainda não dito, aquilo que pode ser pronunciado também na sustentação oral, em que da troca efetiva do argumento se desvela com mais clareza. Portanto, de modo socrático é que fiz a leitura do texto, construindo com o autor instâncias de diálogo.

O texto está muito bem escrito. O tema é precioso na contemporaneidade. E instigan te, provocativo, é um desafio à reflexão, especialmente, no universo das questões voltadas para uma educação crítica. O autor se posiciona na teia argumentativa dos autores da pós-modernidade, sendo um dos que faz circular a idéia, o que fortalece o rigor conccitual, na medida em que participa do fazer teórico, superando aquele esquema de deixar os autores se apresentarem como em uma vitrine de idéias. Esta forma de proceder dá um sabor ao saber do doutorando.

É possível que uma das formas de elogiar um autor e seu texto seja àquela que examina, cuidadosamente, as nuances argumentativas sob todos os aspectos. E isso é o que me movimenta como interlocutora do autor da tese, diante do qual me posiciono e converso, a partir do enfoque da Filosofia Política. Em base a isso elaborei um conjunto de questões para viabilizar o debate e me permito arrolar as questões no parecer.

Há no texto um discurso claro, rigoroso, convincente, fidedigno às fontes, que é o que orienta toda a argumentação, nos três capítulos e explicita (p. 19) como os conceitos-eixo de sua investigação: flexibilidade, pluralismo e consumo, mas, há, também uma tentativa de construir uma instância de diálogo entre os autores que o autor referencia, como base teórica, que aparece em alguns momentos, como uma espécie de outra fala, um discurso sub-liminar, não tão claro, mas simbolicamente presente. Então eu pergunto: Como estabelecer redes compreensivas entre esses autores, cuja intencionalidade teórica baseia-se em arquétipos diferentes como, p. ex., Baudrillard e Jameson?

A discussão dos ordenamentos da modernidade, como certezas, continuidades, exatidão, determinações ficam todas arroladas como categorias a serem superadas no imaginário pós-moderno, que identifica tudo com um modo de produção conservador como o fordismo e o taylorismo. E então a pergunta: o autor pensa mesmo que OS canônes da pós-modernidade, pelo viés do capitalismo tardiot (p. 38, 39, 40) podem produzir uma nova alfabetização cultural, nos termos mídíátícos da economia de mercado atual?

E continuando., na pg. 48, no último parágrafo, o autor mostra como a flexibilidade da economia adentra as condições de vida dos sujeitos sociais e históricos e aparece aí uma antinomia ou uma contradição, por ex. — como a Educação prepararia o sujeito para uma sociedade configurada pelas categorias da pós-modernidade, se ela mesma está inserida em outros valores, como a continuidade, o estabelecimento sagrado das relações , etc?

O autor propõe (p. 1 50) que a educação se engaje num projeto político multicultural, ainda que identifique dificuldades nessa empreitada e elas estão referidas, mas aposta no projeto (nas pgs 155, conceito de individualização do Giddens., 156. 157,). Ao final da pg. 159 há um tom imperativo - deve objetivar, deve superar, (na pg 160) deve levar em consideração ... Mas permanece o problema - como distribuir os bens culturais?

No último capitulo, ao abordar a política aparecem as análises da macropolítica e da micropolítica, a questão das metanarrativas, o conceito de simulacro, etc. A questão que se apresenta é: como entender o globalismo distante do conceito de metanarrativa, de Lyotard? não há, novamente, uma sociedade do simulacro? Será realmente que as micropolíticas possibilitam condições efetivas de participação política?

E a questão da tolerância (194) pode estar sendo desviada, mas em si é algo rejeitável? Ou como viabilizaremos o que o autor refere (nas pgs. 199 e 203,) sobre a nova cidadania, a partir de uma educação crítica pós-moderna?

Parabenizo o autor Holgonsi Siqueira por sua conclusão, especialmente pelo último parágrafo. E, quero destacar sua maturidade profissional, explicitada em suas idéias, capaz de lidar com as diferenças e com as concordâncias com equilíbrio.

Parabenizo a orientação excelente da Prof ª Maria Arleth Pereira, cuja competência permite o trabalho com autonomia, como a mestra que ensina a fazer, o que é extremamente relevante.

Pelo exaustivo trabalho de compreensão teórica, de elaboração conceitual rigorosa, de sistematização das fontes, bem como do aparecer claro do problema proposto apresento meu parecer de Aprovação do texto. Faço a indicação para ser publicado na íntegra, bem como desdobrado em vários artigos e sub-temas que aparecem associados ao tema central, o que será uma ótima referência de pesquisa para os envolvidos com o tema em apreço.

É o parecer.

Prof ª Cecília Maria Pinto Pires

Em 29.08.2003


tese

 

 

 

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