CONSUMO E CIDADANIA*

João Gabriel; Alicia Gonçales; Juliana Dalla Rosa;

Cleiton Barcellos; Amanda Arend

5 º semestre do curso de Desenho Industrial -UFSM - Ano - 2004

* texto apresentado na disciplina de Sociologia Geral e da Comunicação, ministrada pelo

Prof. Dr. Holgonsi Soares G. Siqueira


A mídia publicitária é um dos mais importantes elementos formadores dos nossos comportamentos na sociedade pós-moderna, servindo como auxiliar nas supostas escolhas feitas pelos grupos socioculturais, no que se refere ao consumo.

A sociedade pós-moderna é também chamada "fast-society", onde nada é tão valorizado quanto o tempo e o nível de consumo. O mundo está formatado apenas para que o consumo seja imediato e os produtos durem somente o tempo necessário para que se deseje mais. A cidadania, nesta sociedade, está ligada à quantidade consumida e faz disso a inserção social.

O mercado passa a ser o grande divisor e unificador das classes sociais, ou seja, da mesma forma que as pessoas de diferentes classes desejariam possuir os mesmos produtos existentes no mercado (visto que, teoricamente, eles são oferecidos a todos), ele as afasta mais ainda porque apenas as classes mais altas podem obtê-los.

Esse desejo comum dos produtos pelos indivíduos, relaciona-se a chamada "inclusão socio-simbólica", na qual aqueles excluídos da sociedade só se tornam iguais aos outros no momento em que também são capazes de consumir algo que apenas os "incluídos" possuem. Um exemplo disto é a popularização dos telefones celulares que viraram objeto de consumo fundamental de todas as classes sociais urbanas, e que hoje estão mais acessíveis mesmo às pessoas de baixa renda, ainda que sejam apenas os modelos mais simples.

O fetiche pelo consumo passa a ser a força que impulsiona a economia pós-moderna e torna-se elemento agregador ou desagregador da sociedade. Atualmente, com os mecanismos de participação política bastante limitados, as pessoas através do seu poder de compra pretendem se inserir na sociedade contribuindo para a diminuição de sua exclusão.

Assim, socialmente, o direito de existir passa a coincidir com o direito de consumir. Alguns autores chegam a afirmar que os direitos de cidadania estão sendo trocados pelos direitos de consumo, ou ainda, que as pessoas passam a exercer seus direitos de cidadania no consumo, fazendo exigências ao mercado, e não nas questões de ordem política.

Essa condição passa a diferenciar os compradores: os passivos, que apenas consomem e se deixam levar pela influência da mídia; e os ativos, que consomem racionalmente, reivindicando pelos direitos. A troca de valores se torna benéfica para o governo, pois os excluídos se sentem inseridos na sociedade ao consumirem, e não ao interferirem na política. Essa prática de "distração" da população é usada por todoos os tipos de governo e se reflete nas mais variadas formas.

O consumo também é um poderoso gerador de sensações. O ato de consumir pode trazer grande satisfação e felicidade, pode despertar inveja (quando se deseja algo que só os outros possuem), ou raiva (quando há a impossibilidade de consumo).

Enfim, vivemos numa sociedade com graves contrastes sociais, que exclui aqueles que não podem oferecer lucro às multinacionais, onde o próprio povo troca seus direitos por simples bens materiais.


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