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AS MINHAS OPINIÕES

Boavista F.C. unnoficial Website - Zé P@ntera

1903

 

Novas opiniões serão oportunamente divulgadas, dependendo do tempo, que é escasso, e a disposição, que é variável... Mas aqueles que visitam este site regularmente já se aperceberam que as novidades e as alterações podem tardar, mas chegam e que mais vale fazer devagar do que simplesmente ...não fazer. 

Gostaria que os comentários às minhas opiniões fossem preferencialmente feitos no meu Livro de visitas ou no Forum de discussão para que também você tenha um papel importante neste site.

                                                                                                                Zé P@ntera 1999



1. Porque é que gostamos tanto de futebol?

2. Entrevista feita em Setembro de 1999.  







               Porque é que gostamos tanto de futebol?

Objectivamente falando e olhando o jogo pelo jogo percebo perfeitamente a opinião da imensa minoria que não liga nada ao futebol quando afirma a sua incompreensão e perplexidade perante a reacção quase irracional dos espectadores a um jogo onde andam 22 pessoas dentro de um rectângulo  relvado atrás de uma bola, a tentar enfiá-la dentro de uns postes com redes que se encontram em extremidades opostas desse rectângulo, durante 90 minutos ou mais.

A verdade é que o futebol é muito mais que um simples evento desportivo. O futebol é uma paixão, e como se sabe é difícil explicar o porquê de uma paixão.

O futebol é um acontecimento sociocultural interessantíssimo e complexo, é uma paixão com laivos de religiosidade, com milhões de devotos à escala planetária, menos ao desporto em si mas mais ao seu clube ou país como participantes numa competição futebolística. E como o Homem tanto gosta de competir...

Aquilo que mais me fascinou de início no fenómeno futebolístico, não foi o jogo em si, mas sim o espectáculo delicioso que era proporcionado pelo público, confesso que perdia muito mais tempo a ver este do que o que era apresentado pelos jogadores. As “bocas” ao árbitro, aos jogadores adversários, aos nossos próprios atletas quando faziam asneiras, as excelentes piadas do momento, as reacções coléricas, a desilusão do golo adversário, a explosão de alegria no nosso golo,  a tristeza na derrota e a folia da vitória... tudo isso me encantou, senti a percepção de um evento totalmente interactivo, o sentimento de pertencer a um grupo numeroso e com ele participar em reacções colectivas imediatas, quase como se fosse apenas uma só unidade. Para mim isto é o futebol.

Os rendilhados, a fantasia do atleta, a excelência do esquema táctico, os pormenores do jogo em si, só mais tarde é que são devidamente apreciados,  só depois de alguma experiência de assistência de jogos ao vivo (sim, porque isto de ser adepto “praticante” tem muito que se lhe diga ).

Na realidade, se nunca tivesse sido levado a ver o jogo ao vivo, provavelmente nunca gostaria de futebol. Aquilo que se vê na T.V é apenas 10% do que se pode viver “in loco”.

A minha paixão pelo clube cresceu à medida que crescia também o gosto pelo espectáculo em si. Tudo se conjugou para o Boavista ser o meu clube de eleição, o facto de residir perto do estádio ajudou, mas aquilo que mais me impressionou foi em primeiro lugar o eclectismo do clube, com imensas modalidades e um batalhão de atletas, o dia-a-dia do clube transpira desporto. Outro factor importante foi o sentimento de que a existência e o crescimento do deste clube quase centenário não foi feito às custas de apoios de terceiros (mormente do Governo, Autarquia ou grupos económicos) mas sim é fruto da dedicação e esforço de Boavisteiros, onde não há o espírito de vitória a todo o custo mas sim a vitória honrada e justa, fruto de muito trabalho e espírito de conquista, este é o verdadeiro espírito desta fantástica cidade que é o Porto, este é o verdadeiro ser Tripeiro.

Nunca senti no meu clube a necessidade que existe noutros clubes de ser conflituoso, de ser anti-benfiquista, anti-portista ou anti-sportinguista. Sempre nos tentamos dar bem com toda a gente. Agora, não admitimos que nos pisem os calos, obviamente. E venha quem vier que não há batalha que nos amedronte (quantos são! quantos são! Eu não tenho medo de ninguém).

Outrora os Monarcas tinham o hábito curioso de criar guerras e batalhas para entreter os Nobres, guerreiros ávidos de acção que precisavam de uma batalhazita de vês em quando para soltar a sua adrenalina (eram muito mais radicais) . Hoje em dia dão-nos o futebol...

Actualmente as nossas “guerras” são bastante mais interessantes e menos mortíferas: nada como um Boavista-Porto para por a cidade em efervescência  durante uma semana. Ou um país inteiro num Barcelona-Real Madrid ou um continente num Inglaterra-Alemanha, ou um planeta num Brasil-Itália.

Em conclusão, o futebol não deixa, para mim, de ser uma coisa objectivamente pequena, que há, na minha escala de prioridades, uma imensidão de coisas incomensuravelmente mais importantes, o futebol vale o que vale mas... é um excelente escape,  um excelente divertimento e uma singular paixão.

Há sempre alguém que afirma que as paixões são fraquezas humanas. Pois, se calhar até são, mas sabendo nós que o ser humano é ainda um ser infantil e primitivo, são talvez as paixões e as emoções que o tornam um ser tão interessante. E quando o Homem deixar de ter emoções e paixões deixará, seguramente, de ser humano.

                                                                                         Zé P@ntera, 31 de Julho de 1999





Este é o resultado de uma entrevista, via email,  que me foi feita  por uma jornalista de um conhecido semanário português em Setembro de 1999, tendo como pano de fundo o histórico segundo lugar alcançado pelo Boavista e também a existência deste site. Como é obvio, o leitor terá de se reportar à data em que a entrevista foi feita, uma vez que já passaram largos meses... 

                                                                                         Zé P@ntera, 20 de Maio de 2000


1 · Quem és tu? 
Sou um jovem em início de carreira profissional liberal.


2 · Como e quando surgiu a tua simpatia pelo Boavista? Lembras-te de alguma coisa ou de alguém que te tenha influenciado nessa escolha?
A minha simpatia pelo clube nasceu há cerca uma década, influenciado por um dos meus grandes amigos e Boavisteiro de gema. Como nenhum dos três grandes me apaixonava, aceitei o repto que esse meu amigo me fez, fiz-me sócio e comecei a ir aos jogos no Bessa... e depois fui-me deixando cativar pelo clube.


3 · Tens na família ou no teu grupo de amigos alguém que é adepto do Boavista?
Tenho bastantes amigos boavisteiros, quanto à família ... não teve outro remédio se não "Boavistar-se", todos gostam do meu clube, mas eu sou o único ferrenho.


4 · És sócio do Boavista desde quando?
Desde o início da década de 90.


5 · Com que frequência costumas ir ao Estádio do Bessa?
Sempre que posso... 
Acho que assisti, ao longo destes anos de associado, a cerca de 60%-65% dos jogos disputados no Bessa. 


6 · Já, alguma vez, acompanhaste o Boavista ao estrangeiro?
Não, penso fazê-lo assim que tiver condições económicas para suportar os elevados custos que acarreta. 


7 · Costumas acompanhar com igual regularidade as outras modalidades do clube ou dás-lhes menos atenção?
Confesso que lhes dou menos importância, no entanto, e como adepto do clube, interesso-me pelo comportamento dos atletas boavisteiros, amadores ou profissionais, seja qual for a competição, desde o xadrez à esgrima, que tantas alegrias têm dado ao clube e ajudado ao engrandecimento e fortalecimento do Boavista como grande colectividade do Desporto em Portugal.


8 · O que é para ti «ser boavisteiro»? Dá uma ou mais razões para que um apaixonado pelo futebol seja adepto do Boavista.
Não é fácil explicar o porquê de uma paixão por um clube de futebol, ou qualquer paixão, grande ou pequena. Tirando a parte irracional e inexplicável da paixão, do «eu gosto porque gosto» para mim, ser Boavisteiro, ser 100% Boavisteiro, é quase ter a ousadia de fugir ao sensaborão destino de ser adepto dos 3 grandes. É poder sentir o pulsar de um clube em crescimento, tanto a nível das estruturas como a nível de base social, fruto do trabalho de Boavisteiros, não de Governos nem de Autarquias, muito menos de grupos económicos. Ser Boavisteiro é sentir o jogo pelo jogo, sem se colar a falsas ideologias, é torcer por um clube que não está obcecado em ser campeão, mas que é um clube com filosofia de vitória, não só no futebol como em todas as outras modalidades. 
Ser Boavisteiro é ser diferente porque o clube é diferente.


9 · Esta rápida ascensão do Boavista surpreende-te ou é algo que sabias que, inevitavelmente, um dia aconteceria?
A ascensão do Boavista não foi ou está a ser rápida, é fruto de um trabalho de 25 anos que tem possibilitado um crescimento sustentado do clube e que só surpreende quem não está atento ao que se passa no futebol, talvez por tanto olhar para o seu próprio umbigo ou para o do tradicional rival. E mais importante que a posição histórica do clube do momento, é a certeza que o futuro será ainda melhor. O Boavista cresce a olhos vistos e essa tem sido uma realidade tão ou mais deliciosa que os recentes êxitos desportivos.


10 · Acreditas que o Boavista já é um «grande» ou achas que está, simplesmente, a atravessar uma fase excepcional fruto de uma série de circunstâncias favoráveis? Achas que o «Boavistão» veio para ficar?
A certeza que tenho é que o Boavista é um grande clube nacional, com um historial de louvar no desporto em Portugal. Tudo aquilo que o Boavista alcançou não só no futebol como nas outras modalidades, já lhe dá um estatuto diferente e nunca lhe poderá ser retirado. O Boavistão não veio para ficar, o Boavistão já o é há muito tempo.
Não há é que comparar a realidade do clube quer com o historial quer com a base social dos três grandes, no entanto não é necessário ter 6 milhões de adeptos para se conseguir resultados históricos. A época passada, por muito pouco que o Boavista não foi “o grande” do futebol português. No Bessa há longos anos que se trabalha para reduzir o fosso que nos separa dos três grandes, isso é visível e tem dado frutos. Degrau a degrau vamos conquistando posições, continuemos assim que estamos no bom caminho. 


11 · Na tua opinião, quem é o «obreiro» do «Boavistão»? Valentim Loureiro, João Loureiro, Jaime Pacheco ou outro?

Esta foi a combinação de astros perfeita. Todos foram ou têm sido importantes na obra que hoje salta à vista. No entanto honra seja feita ao Major Valentim, que criou as bases que garantem o Boavista de hoje e o de amanhã. Mas João Loureiro veio trazer um dinamismo, uma cultura e saber estar que o pai não conseguiria atingir. João Loureiro foi o homem ideal para catapultar o Boavista, para injectar no clube as ideias que este necessitava para se afirmar .... Jaime Pacheco é um bom treinador, que tem dado muito ao clube mas que também tem aprendido bastante com ele. O perfil do Jaime encaixou perfeitamente nos ideais do clube, vê-se que ele se sente, no Bessa, como peixe na água, tem sido o treinador ideal para Boavista. Porém, nenhum destes três homens trabalharam ou trabalham sozinhos, não podemos esquecer os vários outros dirigentes e funcionários Boavisteiros que fizeram e fazem parte da engrenagem do clube, que com o seu trabalho possibilitaram a obra que hoje está à vista de todos, que de um pequeno clube de bairro criaram um grande clube nacional. 



12 · Que significado ou importância achas que tem para o futebol português a vitória do Boavista, um dia, no campeonato nacional?
Seria um abanão nas estruturas do futebol em Portugal, basta ver o efeito que surtiu o Boavista ser Vice-campeão, há quantas décadas se terá afirmado, tanto como agora, que há quatro candidatos ao título? Foi um pequeno abanão, comparado com o que será quando o Boavista for campeão nacional. 


13 · Achas que esse dia ainda está longe? De hoje em diante, o Boavista, à partida, é tão candidato quanto os outros três?
O futebol em Portugal só teve a ganhar com o vice-campeonato conquistado pelo Boavista, foram criadas as sinergias para que outros clubes tentem alcançar o mesmo objectivo. Seria óptimo que houvesse mais clubes para além dos três crónicos que se predispusessem, desde o início, a conquistar o ceptro nacional. Tal ainda não é possível, não é justo pedir aos jogadores Boavisteiros que ganhem o campeonato, ainda não estão reunidas as condições estruturais que permitam afirmar que o Boavista tem a mesma capacidade, à partida, que os três grandes para ser campeão nacional. O Boavista está a crescer, mas não pode querer fazê-lo muito depressa senão corre o risco de esbanjar todo o trabalho feito ao longo de anos. Acredito, no entanto, que já não deverá estar longe o dia em que o meu clube possa ter as condições que lhe permitirá assumir a candidatura ao título desde o início da época. 



14 · Como é a tua relação com os «três grandes»? Simpatizas com algum deles em especial? Antipatizas com algum outro? Tens sentimentos «anti» algum deles? Ou são-te indiferentes?
Não tenho simpatias por nenhum dos três grandes nem antipatizo em especial com qualquer um deles. Sou Boavisteiro e ponto final, para ser do meu clube não é preciso detestar os outros. No entanto não me são indiferentes, nem qualquer outro clube português o é, têm sempre o meu apoio quando defrontam clubes estrangeiros. Já algumas vezes fui às Antas apoiar o FC Porto, e festejei, com grande satisfação, nas ruas da cidade, a grande vitória do Porto quando foi campeão europeu.


15 · O que difere o Boavista e os boavisteiros dos «três grandes» e respectivos adeptos?
Como já referi atrás ser Boavisteiro é ser diferente porque o clube é diferente. 
É uma cultura distinta que foi criada principalmente pelos seus dirigentes e sócios mais influentes. Sem considerar a grande diferença em termos de números adeptos existente, o que distingue os Boavisteiros dos adeptos dos três grandes é que são menos exigentes, embora o sejam bastante, que os adeptos dos três grandes, seja porque o clube não tem a mesma responsabilidade que os crónicos candidatos ao título, seja porque têm a consciência todos os sucessos alcançados foram-no com muito menos condições. As vitórias são muito mais saboreadas e as derrotas suportam-se melhor. 

16 · Qual o clube que te dá mais prazer ver o Boavista derrotar? Porquê?
Há quatro clubes que me dão um grande prazer ver o Boavista derrotar:
O Vitória de Guimarães, o Benfica, o Sporting e o Porto. Mas confesso que há dois que me dão especial prazer que sejam batidos pelo meu clube: o Benfica por ser o maior clube Português, com maior número de adeptos e maior historial e o Porto, por ser o dominador do futebol português nos últimos 15 anos, por ser o maior clube da cidade e também pelo facto de os dirigentes portistas andarem, actualmente, completamente obcecados com o Boavista, mas isso não faz de mim nem anti-benfiquista nem anti-portista.


17 · Hoje em dia, é frequente ouvir adeptos dos «três grandes» expressarem grande simpatia pelo Boavista (os portistas porque é mais um clube da cidade do Porto a bater o pé aos de Lisboa e os de Lisboa porque assim o Porto também tem um rival dentro da sua cidade). Não achas que essa simpatia minimiza a dimensão e o estatuto que os boavisteiros querem para o seu clube? Parece-me que, no fundo, estão a usar o Boavista para atingirem os outros. Concordas? Como é que tu lidas com isso?
Discordo totalmente, o Boavista é um clube simpático, isto porque conseguiu alcançar um estatuto com recursos menores, foi como ganhar uma corrida num carro normal contra 3 ferraris, gera simpatia mas não nos adeptos ferrenhos dos três grandes que sentem o seu poderio ameaçado, estes apenas sentem simpatia quando lhes dá jeito.
Já há muito tempo que o potencial do Boavista é respeitado por todos, poucos correm o risco de subestimar este clube. O facto de falarem muito do Boavista é um triunfo, é porque existe, é porque preocupa. Além do mais, o Boavista tem dirigentes capazes que não viram a cara à luta quando sentem que o clube foi ou está a ser atacado ou usado.


18 · Alguns boavisteiros não-tripeiros dizem que o discurso regionalista que caracteriza o FC Porto («um clube do Norte», «um clube do Porto», ...) - do qual tu pareces partilhar nos textos do teu site - não deveria ser adoptado pelo Boavista para não desencadear nos adeptos não-nortenhos o mesmo tipo de reacções que têm contra o FC Porto. Achas que esse tipo de discurso pode dificultar a implantação nacional que o Boavista deseja?
Não são os sócios nem os adeptos que directamente escolhem o rumo a dar ao clube. Tal poder pertence aos dirigentes e é bem verdade que o discurso pretensioso e regionalista e politizado dos dirigentes portistas, para além de não verdadeiro, tem criado uma antipatia quanto ao FC Porto por todos aqueles que sendo Portugueses, amantes do futebol, não são portistas, quer sejam portuenses, quer nortenhos, quer de outro lugar em Portugal ou no estrangeiro. Não é a arrogância que espelha o discurso dos dirigentes portistas que caracteriza os portuenses em geral, ser portuense é muito mais e melhor do que isso. Quantos portuenses, mesmo os portistas, já apanharam por tabela ao serem rotulados e identificados com esse discurso negativista que não os caracteriza? Espero que no meu clube jamais se usem discursos falaciosos ou politizados. E isto não é para dificultar a implantação nacional do Boavista, é simplesmente porque se tal acontecer deixarei de me identificar com o Boavista FC. 


19 · Ainda relativamente ao assunto anterior, gostaria que fizesses uma análise crítica ao discurso regionalista que caracteriza o FC Porto.
A negatividade que eu encontro no discurso dos dirigentes portistas surge quando afirmam que o Norte é portista, quando se pretende confundir que o Porto é portista, ou quando se afirma que os ideais portistas são os ideais socioculturais de toda uma cidade ou de uma região. Portugal não é só Porto e Lisboa. Portugal é um país pequeno mas grande em unidade nacional e isso reflecte-se também no futebol. Quer se queira quer não, o Porto é das cidades portuguesas onde há mais benfiquistas e sportinguistas, isto porque é a segunda cidade do país. Por outro lado dificilmente se conseguirá provar que o norte é mais portista que de qualquer dos outros clubes com dimensão nacional. 
Por tudo isto está errado politizar um clube, aquilo que os dirigentes do FC Porto conseguiram com o seu discurso regionalista e negativista foi gerar uma grande antipatia em muitos que não se identificam com a arrogância e a prepotência do seu discurso. Um portuense sportinguista, benfiquista, Boavisteiro ou salgueirista não é menos portuense que os outros apenas porque simpatiza com clube desportivo que não o FC Porto. Tal como um portista não é pior pessoa por ser portista, os culpados deste mau clima em torno do FC Porto, é preciso frisar, não são os adeptos, mas sim os dirigentes. Veja-se o exemplo do Boavista que de repente se tornou incómodo e agora o discurso portista virou todas as suas baterias contra o meu clube. Os dirigentes portistas parecem não conseguir aceitar o sucesso do Boavista, parece ser a prova que só conseguem o seu sucesso à custa do insucesso dos outros. Ora, o Boavista não é um clube do Porto? Aí já não contam os regionalismos? Por outro lado não quer o FC Porto ser um clube nacional? Como podem contar também aqui os regionalismos? O FC Porto tem sido o dominador do futebol português, então não sendo de Lisboa já se conseguem ganhar campeonatos? 
A verdade é que o FC Porto não é um clube só da cidade, é de facto um grande clube nacional, mas também a cidade não é só do clube, muito pelo contrário. 


20 · Muitos adeptos do FC Porto têm prazer nas vitórias do Boavista por ser mais um clube da Invicta a afrontar os «grandes» de Lisboa, mas os do Boavista não partilham da alegria dos portistas, nomeadamente, aquando das vitórias no campeonato... Porque achas que isso acontece? E tu, qual é a tua reacção?
Não são assim tantos como isso, são alegrias tão interesseiras como eu afirmar que fico contente por o Porto ganhar ao Sporting se isso beneficiar o meu clube. Queria ver se o Boavista ganhasse ao Sporting e por causa disso se aproximasse ou ultrapassasse o FC Porto na tabela... à medida que o Boavista se fortalece essas pseudo-simpatias diluem-se...



21 · Gostarias de ver o Boavista fazer uma aliança com algum outro clube? Se sim, com que objectivos? Se não, porque não?
Não, essa não é a política do meu clube e espero que nunca venha a ser. Os jogos têm que se ganhar é dentro do campo, as políticas futebuleiras são o que mais têm destruído o futebol em Portugal, e, quer se queira quer não, o FC Porto e o Benfica, também têm sido, nesse aspecto, os actores principais. 


22 · Qual o jogador do Boavista que mais aprecias? Porquê?
O Litos é o meu jogador preferido, por ser um atleta formado no clube, pela sua garra, pela sua qualidade futebolística, pela sua entrega ao jogo. Outra das minhas alegrias como Boavisteiro é ver que o meu clube tem a melhor escola de futebol de Portugal e que é o clube que mais aposta nos seus jovens. Esta é a melhor escola da década: João Pinto, Nuno Gomes, Delfim, Litos, Mário Silva, Moreira e muitos mais. Tenho o orgulho de ver jogar na equipa principal jogadores que cresceram no clube e que sentem a camisola do Boavista provavelmente mais do que eu. Este tem sido um dos segredos do Boavista, apostar na prata da casa, só eles têm, para além da categoria, a paixão e a dedicação que podem levar o Boavista a atingir grandes objectivos. É fantástico ver o meu clube jogar na Liga dos Campeões com 8 jogadores formados no clube. Penso que deve ser um orgulho para todos os portugueses verem o Boavista apostar tanto nos jogadores nacionais, formados ou não no seu clube.


23 · Que jogador português gostarias de ver a jogar no Boavista? E no estrangeiro?     Nem preciso de recorrer aos estrangeiros, os dois jogadores que gostaria de ver a jogar com as camisolas axadrezadas seriam o Luís Figo e o Vítor Baía.


24 · Lembras-te de alguma vitória do Boavista que te tenha dado um prazer especial? E de algum momento mais frustrante?
Felizmente sempre tive muitas alegrias com o meu clube: As taças de Portugal conquistadas contra o Porto e Benfica, as supertaças conquistadas ao Porto, as vitórias do Boavista nas competições europeias (Inter Milão, Lázio, etc), o vice-campeonato conquistado o ano passado. Mas a mais saborosa é sempre a mais recente: a vitória sobre o Brondby e acesso à Liga dos Campeões. 
O momento mais frustrante foi a roubalheira que deu o empate ao Farense (2-2), na penúltima jornada da época passada, que impediu que o título fosse discutido até à última jornada.



25 · Na tua opinião, o que será para o Boavista uma boa época futebolística 1999/2000?
Já foi um feito o acesso à Liga dos campeões, só esse facto já garante que esta época seja brilhante. Se jogar como sabe e com um pouco de sorte o Boavista poderá fazer de novo um brilharete.


26 · Já sei que queres que seja o Boavista o campeão 1999/2000, mas por aquilo que tens visto neste início de época, quem achas que vai ganhar o campeonato?
Não sei, mas tenho a certeza que vai ser um campeonato muito bem disputado, isso é que interessa. 


27 · Torna-se inevitável falar desse teu «hobby» que é o teu site na internet sobre o Boavista no âmbito do qual tu dás largas às tuas mais recônditas fantasias assumindo uma outra identidade. Gostava que me falasses um pouco sobre este teu passa(muito)tempo, nomeadamente como é que te ocorreu a ideia, que dificuldades tiveste a concretizá-la e sobretudo quantas horas gastas por dia com este teu brinquedo. Gostaria ainda que fizesses algumas referências aquelas mensagens que recebes e que mais te surpreendem.

“Recônditas fantasias”? Até parece que é algum fetiche maluco...
Surgiu-me a ideia de criar este site porque o site oficial do Boavista FC (que agora já nem sequer existe...) era miserável e não havia praticamente conteúdos do Boavista na internet. Apesar de não ter qualquer tipo de conhecimentos sobre linguagem HTML, arrisquei. Actualmente não gasto mais de meia hora por dia durante a semana com o site e algumas horas ao fim-de-semana, quando posso. Não tenho o tempo necessário para ter o site absolutamente actualizado (por isso é tão necessária a criação de um bom site oficial), mas procuro não atrasar muito essa actualização, procurando também responder aos muitos emails que recebo, acções imprescindíveis para que aqueles que visitam o site tenham vontade de lá voltar.
Aos poucos o site foi crescendo e a resposta daqueles que visitavam o site foi imediata e fantástica, ao longo destes nove meses desde a criação do site já recebi mais de 400 emails, tomei conhecimento da existência de Boavisteiros no mundo inteiro que regularmente participam no meu site, recebi imensos pedidos de informações do clube de nacionais e estrangeiros, fizeram diversas solicitações, desde pedirem pins a cachecóis e camisolas do clube, recebi reivindicações e manifestos de sócios dirigidos aos dirigentes do clube, diversos currículos de jogadores brasileiros que se ofereciam para jogar no Boavista (inclusive um “empresário” Brasileiro ofereceu-me uma percentagem do valor da venda do passe de um jogador se eu encontrasse um clube para ele...), recebi emails de apaixonadas de jogadores boavisteiros, recebi emails de profundo desportivismo de adeptos não boavisteiros e recebi alguns emails tão insultuosos que até eram engraçados... O resultado superou todas as expectativas, foi óptimo ter criado este site e está a ser excelente sentir que de algum modo estou a possibilitar um encontro de boavisteiros de todo o mundo que de outro modo dificilmente poderiam partilhar as suas opiniões e o seu amor ao clube .


Site não oficial criado em 18/02/99 - Webmaster: Zé P@ntera