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Átomos e feras (Atmosfera)

Eu quero te inundar com meu suspiro
Tornar-te, simplesmente, o que respiro
Fazer com que o meu pensar seja só seu
E mesclar-me, uno, ao teu corpo no breu

Flutuar, ser sincero como a brisa
Meio água, meio ar, pra se formar
Sopro, língua, como em nuvens, condensar
Como o vento de toda essa vida

Animar, fogo em eterna combustão
Dar vida a uma pétala caída
O que fazer? seguir na mesma direção

A rosa-dos-ventos, flor da despedida
Aponta-nos os caminhos à emoção
Mais receptíveis à rota perdida

 

 


Luz do Sol

Brilha quente
À cor da boca
E minha ousadia solta
Tonta, entra, sente

Faz-se presente
Entre paredes úmidas
Sob o sol reluzente
Um quarto vazio... ¿Miras?

O resto preenchido
Um coracão em três quartos emoção
Soberbamente bandido

Colado nas paredes e no Chão
A luz num prisma partido
Mostra mil cores, vertidas em sensação


 

 


Sol II

E perfez-se àquelas paredes
Transcrevendo-se em atitudes
Atrevendo-se mais que amiúde
Trespassando de prazer e sede

Abarcado nos braços de Phebo
Distante do poderoso Morpheu
diferente do Adão, Eva. Eu,...
Que culpa tem em si, sim, percebo

Uma janela para ver o céu
Para estar no sol, para respirar
E magias de Pã, uma flauta

Num flutuar de nuvem tão alta
Que toca-se o fundo, faz pirar
Vai transportando-se do meu ao seu

 

 


Sol III

Teu olhar queima a pele nua
Escondo-me aparentemente
Aparento-me incandescente
Das janelas que dão para tua

Possivelmente aumente-o mais
Para que o instinto deixe estar
Deixando de migalhas petiscar
Flamejante onde tu habitais

A casa tua que hospedou-me
Deu-me do céu imensa dúvida
Será que o olhar nu despiu-me?

Vestiu de pronto a minha vida?
O amor privou-nos e tomou-me?
Teria privada, entupida?

 

 


Sol IV

É necessário que se leve em consideração
O cheiro, o gosto e o que se há de bom no som.
Não há apatia, há pele e tudo que é tom;
Pois o olho, que é mais sensivel, é o falastrão;

Disse-me que aquecia a terra na atração,
Que colorindo a abóbada amanhecendo
Afagaria lúcido, como espelho sendo
E em batom, fazendo iluminar o alcatrão.

Vem, junte sem esforço a sua boca à minha,
Faz-me mania em tua aurora diária
E tornando o escuro ausente me aninha,

Explode, aquece, ilumina à minha lida
Numa viagem de volta e ida onde quizer.
Quando quizer, sentir teu corpo será minha vida.