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CISTOS DE RETENÇÃO

São cistos que resultam do acúmulo de saliva ou muco no interior do conduto excretor de uma glândula, ou no interior dos tecidos circunvizinhos. Isto ocorre pela dificuldade ou impossibilidade de drenagem, determinada pela obstrução ou rompimento do canal excretor.

São divididos em dois grupos:

1-Cistos mucosos (mucoceles).

2-Rânula.

1-CISTOS MUCOSOS OU MUCOCELE.

São cistos que se formam pela obstrução dos condutos excretores das pequenas glândulas mucosas acessórias da cavidade bucal.

Quanto às causas que podem determinar essa obstrução estão:

I-Inflamações dos tecidos vizinhos que podem ocasionar a constrição dos condutos excretores das glândulas , impedindo sua livre drenagem.

II-Os traumatismos, que agiriam de modo semelhante.

III-O tecido cicatricial que, pela fibrose ao redor do canal excretor da glândula acabaria comprimindo este conduto, impedindo a sua drenagem natural.

IV-A ligadura mecânica dos condutos excretores, por fios de sutura aplicados à região; impedindo a drenagem do produto de secreção da glândula correspondente.

V-A presença de cálculos no interior dos próprios condutos excretores glandulares.

Acredita-se que a ligadura ou a obstrução simples do conduto excretor, provoque uma inflamação da glândula.

Entretanto, a lesão traumática, ou mesmo o rompimento ou o seccionamento do ducto excretor poderia provocar o aparecimento do cisto mucoso de retenção (mucocele), pelo derramamento do muco no tecido conjuntivo circunvizinho impossibilitando este muco de ser drenado para fora, através do ducto excretor lesado.

ASPECTOS CLÍNICOS.

As mucoceles ocorrem com mais freqüência no lábio inferior. Entretanto, podem formar-se também no assoalho da boca, língua, bochechas e no palato, isto é, em qualquer lugar onde se localizam as glândulas acessórias da mucosa bucal.

Elas (as mucoceles) provocam, na maioria das vezes uma tumefação indolor no local onde se encontram.

A "dor" só se manifesta quando há infecção associada com o processo de retenção mucosa.

Quando os cistos são superficiais podem apresentar uma coloração azulada, determinada pela distenção dos tecidos e pela presença de muco logo abaixo da mucosa. Quando profundos, o local onde se encontram mostra a coloração normal da mucosa, porém, os tecidos se apresentam tumefeitos.

ASPECTOS HISTOLÓGICOS DA MUCOCELE

Apresentam uma membrana geralmente delgada, constituída de tecido conjuntivo fibroso achatado, que às vezes pode ser confundida com tecido epitelial.

Quando o cisto é ainda pequeno, o muco está limitado, pelo tecido epitelial do próprio conduto excretor da glândula que lhe deu origem.

Porém, com o aumento progressivo do muco acumulado, esse epitélio acaba rompendo-se, e seu conteúdo mucoso derrama-se nos tecidos vizinhos, de natureza conjuntiva, formando-se uma espécie de cápsula fibrosa em volta do muco assim extravasado. Os ácinos glandulares referentes à glândula envolvida no processo podem mostrar evidência de inflamação crônica, caracterizada pela presença de linfócitos e plasmócitos em quantidades variáveis. Pode ocorrer também a contaminação secundária do muco acumulado, pelas bactérias da própria flora bucal, provocando a sua supuração.

TRATAMENTO: Consiste na sua remoção cirúrgica total, incluindo-se a glândula que lhe deu origem, a fim de evitar uma possível reincidência.

TÉCNICA CIRÚRGICA.

  1. Técnica do alginato.

Anti-sepsia.

Anestesia.

Punção com agulha calibrosa, removendo-se o muco presente.

Retira-se a seringa, mantendo-se a agulha e posição.

Manipula-se alginato com maior quantidade de água para que ele fique bem fluído. Logo após, este é colocado na seringa, a qual é acoplada na agulha que está em posição (sua ponta dentro do cisto), injeta-se o alginato e espera-se que ele geilifique-se. Após, remove-se a agulha. Pode-se fazer uma incisão elíptica ou linear sobre a mucocele, descola-se delicadamente o epitélio bucal, e remove-se portanto a mucocele juntamente com sua glândula. Após faz-se a sutura com pontos interrompidos.

Obs: O alginato pode ser corado por substâncias como marrom de Bismarck, azul de metileno e verde malaquita, entre outros.

2-RÂNULA

É um cisto que se origina da obstrução dos condutos excretores das glândulas salivares maiores (sub maxilar e sub lingual) que se abrem no assoalho da boca. O termo "Rânula" significa pequena rã, e portanto o cisto recebe esse nome pela sua semelhança com a superfície ventral de uma rã.

A etiologia das rânulas relaciona-se com:

I-Uma infecção (no conduto excretor da glândula ou nas suas proximidades).

II-Com um traumatismo na região, ou

III-Com a presença de cálculos salivares volumosos dentro dos canais excretores. Destes fatores os mais freqüentes são os cálculos salivares.

ASPECTOS CLÍNICOS DA RÂNULA

A rânula se caracteriza clinicamente por uma elevação pronunciada do assoalho da boca, dificultando a ingestão de alimentos e a fonação (a articulação das palavras).

A superfície da rânula é de cor azulada e o epitélio se apresenta delgado e brilhante, por estar a mucosa distendida pela grande quantidade de saliva acumulada.

A rânula é geralmente unilateral, porém, pode ocorrer (raramente) algumas bilaterais.

Quando a causa é um cálculo salivar e estes não tem dimensões suficientes para obstruir completamente o ducto salivar, o cisto pode até formar, porém, diminui gradativamente, voltando os tecidos à sua posição normal, isto é, ele (cisto = a rânula) é transitório. Quando o cálculo é grande, pode haver a obstrução total do conduto, com a instalação de uma rânula, em carater permanente, e inclusive determinar a inflamação da glândula pela presença irritante da saliva aprisionada.

ASPECTOS RADIOGRÁFICOS

Quando a rânula é determinada pela obstrução do conduto excretor, pela presença de cálculos salivares, uma radiografia oclusal da mandíbula mostrará a presença dos corpúsculos calcificados dentro daqueles condutos.

ASPECTOS HISTOLÓGICOS

É semelhante ao dos cistos mucosos. Devido à grande quantidade de saliva retida nos tecidos, as paredes do conduto excretor se distendem ou se compõem, de modo que às vezes o revestimento do cisto na superfície bucal é constituído única e exclusivamente pela própria mucosa do assoalho da boca.

TRATAMENTO DA RÂNULA.

Quando são provocados por cálculos pequenos, estes são removidos por manipulação (pressão digital), e cirurgicamente quando os cálculos são grandes.

Quando a causa é outra, muitas vezes é necessário fazer a marsupialização do cisto (remoção de um tampo na mucosa do assoalho da boca, com a sutura do epitélio do ducto salivar ao epitélio bucal, a fim de que a drenagem possa ser mantida, evitando-se a cicatrização das bordas).

TÉCNICA CIRÚRGICA.

Quando esta é grande, isto é, maior que 3 cm. de diâmetro, faz-se a marsupialização, e quando é menor que 2 a 3 cm. faz-se a micro-marsupialização.

MARSUPIALIZAÇÃO.

É a única cirurgia que inicia-se pela sutura.

Após realizada a anti-sepsia, anestesia, fazemos a sutura envolvendo tecido cístico e a mucosa do assoalho da boca.

Após a sutura, pinça-se a porção superior da rânula e faz-se a incisão com lâmina 11 internamente à sutura, removendo-se uma calota da rânula, e conseqüêntemente, o conteúdo salivar é removido. À seguir, coloca-se uma gaze medicamentosa no interior da rânula, e sutura-a por 24 a 48 horas, removendo-a após este período.

Pede-se aos pacientes não ingerirem frutas àcidas.

Micro-Marsupialização

Quanta à técnica da micro-marsupialização, fazemos:

Anti-sepsia, anestesia e a passagem de dois fios grossos pela rânula, fazendo-se com que se forme 4 novos condutos excretores, para se eliminar a saliva. Esses fios são movimentados para que não ocorra a epitelização do tecido nesta região, formando-se assim os novos canais excretores que serão responssáveis pela saida da saliva.

Estes fios são removidos após 4 dias ou mais, isto é, após ocorrer a epitelização desses novos condutos que irão excretar a saliva.

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