Vou ser breve. Minha vida não faz muito sentido, a vida não faz muito sentido na verdade, e eu não tô afim de escrever mais no blog. Me sinto como uma partícula numa piscina. Eu sei que estou lá... Mas, e daí? O mundo, e daí? Às vezes um sorriso dá a impressão de tudo fazer sentido, ou a idéia de que tudo não fazer sentido não importa. Mas é breve, como o efeito de uma droga. A verdade é que todos nós somos cavalos de charrete, e algo sempre nos mantém andando, como uma se uma fruta atraísse o cavalo, e a fruta vêm de algum lugar, qualquer lugar. A questão é que... Ah, a verdade é que meus dedos tocam o teclado, nada mais é verdade agora. Enjoei disso aqui. Não tinha motivos pra iniciar e não preciso de motivos claros pra me desligar daqui. E mesmo se tivesse-os e pusesse-os aqui ninguém iria tentar entender, só iriam entender o que gostariam de entender.
Tchau.
Esse fui eu: Digo
Domingo, Março 30
As pessoas simples são verdadeiras, assim como o sol é, como a rosa é como o coração é. E por serem assim, as pessoas acabam pisando nelas. O ágil entregador de jornal, que faz a entrega do dia poucas dezenas de minutos depois da meia-noite, que faz tantas centenas de entregas todo dia, às vezes nem sabe o que está carregando - não sabe ler. O mundo, não me excluo disso quando saio do meu papel de observador, pisa em tudo que é verdadeiro. A beleza da mulher não passa de um par de seios e bundas grandes; o amor de uma mulher não dura mais que uma noite; vidas não passam de corpos e bolsos, vide Bush; nenhum jardim permenace de pé, quando se têm tantos pés insensíveis a verdadeira beleza. Tem gente que não passa de pés mesmo. Tudo que sai delas é chulé, e dentro delas há apenas unhas encravadas. Mas tudo encoberto por um belo tênis de marca, bem caro e com a mais alta tecnologia contra impactos; temos que proteger pés tão valiosos não? Esse fui eu: Digo
Sábado, Março 29
Minha cabeça está funcionando mal. A merda é que se o problema fossem as idéias, eu as eliminava. Mas não, o problema são as engrenagens da minha mente. Parece que tem alguma coisa entre elas, que acaba causando um disritmia com meu coração. Ai, ai, que agonia... Esse fui eu: Digo
Acebei de presenciar uma cena ímpar. Eu já estava observando o céu, tanto é que eu postei algo sobre anteriormente. Fui tomar banho. Enquanto isso, ví da janela do banheiro um passarinho também contemplando o final da tarde. Ele estava no topo do prédio vizinho, bem na quina, e parecia encantado (é quase óbvio... =P). Esse fui eu: Digo
Toda vez que eu fico assim meio triste o céu fica tão bonito. Não sei se ele fica feliz em me ver triste ou se quer me consolar. Esse fui eu: Digo
Parece que o mundo quer falar com a gente às vezes. Um tempo atrás, pela manhã, eu estava indo pro colégio. Nesse dia eu estava muito puto com alguma coisa que eu não lembro. Minha irritação era tanta que me fazia suar num dia nublado e frio. Fui andando em direção à parada, andando rápido e pisando forte. Eu ia com a cabeça pra baixo, escutando as buzinas irritantes da caxangá, quando ouvi um "pelo amor de Deus, me dê alguma coisa pra comer". Eu parei na hora. Olhei pro começo da rua de onde veio a voz. Era um senhor, e estava com uma sacola de roupas eu acho, uma roupa esfarrapada, sandália quebrada e sujo. Naquela hora, me deu uma vontade de chorar, milhões de coisas passaram pela minha cabeça, mas acabei pegando a carteira e dando um dinheiro a ele. Pedi que não gastasse em bebida e continuei - não queria perder a hora né? Infelizmente a vida continua, na mesma correria de sempre e quem cansa e cai acaba sendo pisoteado.
Ontem eu denovo no caminho pro colégio bem cedinho me deparei com outro esquecido. Ele estava na calçada, sentado em cima de uma sacola branca bem grande, boné vermelho surrado, barba a fazer, com uma "coisinha" de doce de goiaba na mão, que usava pra pedir esmolas e tinha pele queimada. Na verdade, parecia uma pessoa do interior, dá pra perceber pelos traços do rosto e as mãos feridas. E como perto de casa há uma grande concentração de toyotas, cujos motoristas sempre abordam aas pessoas perguntando se querem ir pra Limoeiro, Caruaru e lugares do tipo, me veio a idéia de que ele tinha vindo interior por um motivo qualquer, talvez emprego. Como a situação aqui também está difícil, ele cabou ficando na rua. Nem olhava mais para as pessoas que passavam - não tinha mais esperança de receber nada. Tudo bem (meneira de falar), fui ao colégio.
Enquanto passava pelo mesmo caminho, dessa vez no sentido contrário já que voltava pra casa, ia pensando em que carreira seguir, nos meus problemas pessoais e todas essas coisas que a gente sempre pensa quando está sozinho. E então o ví novamente. Estava deitado na calçada, aproveitando a sombra que o poste fazia. Aí meus pensamentos calaram, e fiquei pensando. Se uns probleminhas do dia-a-dia me deprimem tanto, me fazem perder a esperança tão facilmente, imaginem aquele senhor. No que ele pensava? E se pensava, não dizia a niguém, porque não tem amigos. Mais triste do que a pobreza é a solidão. E mais triste ainda é saber que a fábrica de sonhos dele morreu há muito tempo. Eu fico triste mas tenho sonhos.
No outro dia de manhã ele estava no mesmo lugar.
Esse fui eu: Digo
Pô, tô mal; nem almocei hoje, nem fui pro curso de inglês. Eu sei o porquê, melhor, os porquês. A merda é que estava tão feliz que até ficava triste. Então, às vezes (freqüentemente pra mim) a vida dá um caldo na gente. Tudo anda muito bem e de repente uma coisa derruba o seu castelinho de cartas, e você só acaba percebendo o que aconteceu depois de um tempo. No mais eu acho que vou mudar esse template, mesmo que a mudança não seja tão grande. Esse fui eu: Digo
Quinta passada teve ensaio! Vitrola B roX! Ah, tenho nada pra falar. Só queria que vocês vissem a foto. Foto da banda aqui E mais aqui Esse fui eu: Digo
Domingo, Março 23
Engraçado como a voz da minha mãe está fazendo falta. Quando presente, essa voz significava um barulho, que me interrompia a leitura desgastava meus ouvidos. Agora, ausente, o silêncio do lar é tão grande que recorri à Tv, contrariando minha constante aversão, para tentar ocupar um pouco do espaço que falta aqui. E por essa brechinha na minha alma passa tanta coisa, memórias ressucitam, o coração sobe no palanque da mente, a mente aproveita para fazer um balanço; em todo caso, uns momentos sós são positivos. A solidão... Nada de condená-la, eu a aceito e ofereço um cházinho, ou melhor, um suco de graviola. Mas também não ponho obstáculos pra que se vá.
Ainda sobre minha família. Meu priminho e afilhado conversando com a mãe dele no carro, perceberam a presença de uma sapato, do pai, que seria emprestado a mim: - De quem é esse sapato mãe? - Do seu pai, mas eu vou emprestar a Digo. Tempo em silêncio. - Mãe... - Oi. - O quê Digo é meu? - Seu primo e padrinho. - Ah... - contunuou depois de uma pequena pausa - Então ele é três coisas meu: meu primo, meu padrinho e meu amigo. Pensem o que quiserem, mas essa declaração me deixou muito feliz. Esse tipo de coisa acontece às vezes, trata-se de você ter a sua existência reconhecida... É bom.
Dez para meia-noite e nem tomei café ainda. Porque eu estava "falando" com Bush. Esse fui eu: Digo
Que droga. Hã? calma. Imagine... Bush: por que você está triste Saddam? Esse fui eu: Digo
A guerra começou. E junto com ela vêm os blá, blá blás: "Essa guerra é ridícula", "Bush é louco" etc. Todos sabemos da estupidez que é essa guerra. O problema é que essa lama do blá, blá, blá nos domina de tal forma que nada fazemos de real quanto aos Estados Unidos. Enquanto que eles fazem exatamente o contrário. E me digam, quem está levando a melhor: o blá blá blá ou a ação?
O mundo está perdendo. Para humanidade a guerra se tornou apenas uma idéia que se adequa a seu tipo de ocupação, que se adequa melhor a seus interesses. Os estudantes comunistas revoltados protestam, mas talvez não se importam com a guerra de verdade. Só querem mostrar o quanto são politizados e o quanto suas idéias são brilhantes. Transmitem, ao vivo, para todo o mundo os bombardeios. É... Virou mais um show. Outros estudantes se informam o máximo possível. Solidários com o destino do mundo? Não, é que esse assunto pode cair no vestibular. Os Yankes estão dando liberdade ao povo iraquiano... Bondade ou conseqüência de uma guerra cuja real causa é a busca insensível e insaciável pelo poder? A hipocrisia se esconde nas palavras.
Agora os papéis principais: EUA e Iraque. Nem preciso falar que o combate ao terrorismo é a explicação mais furada que existe. Sadam é ditador, menino mau etc; concordo. Mas não é por isso que os EUA estão bombardeando todo aquele país. Não é por pena das pessoas mortas no onze de setembro. Não é por um mundo melhor, é por um mundo deles.
O que estamos vendo nada mais é do que um combate entre o Dólar e o Euro. Existe um acordo entre a União Européia e o Iraque, no qual pretende cotar o petróleo a Euro, e não mais a Dólar, além de outros privilégios. Também nem preciso dizer a importância do petróleo, ainda mais nessa quantidade, pra economia desses países e o quanto isso afetaria a economia americana.
O que estamos vendo nada mais é do que uma ocupação territorial ilegal que visa uma posição estratégica para bases militares no Oriente.
O que estamos vendo nada mais é do que a tentativa americana de impor um império. Com a queda da URSS, os EUA ficaram sem um oponente a altura. Não há temores por parte dos americanos em relação a nada, porque se fizerem algo quem é que vai combatê-los? Esse seria o papel da URSS, ou das nações Unidas. Nem preciso dizer que na próxima semana será realizada a missa de sétimo dia da ONU. Quando se passa por cima dela, se passa por cima do mundo inteiro. Nem preciso dizer também que ela não cumpriu seu papel, e não vai cumprir. E agora qualquer país pode ser bombardeado por eles, e sem contestar; ou aceita calado o chumbo, ou leva chumbo por contestar.
E pra você que pensa está seguro no Brasil: os livros de geografia americanos têm nos mapas do Brasil a Amazônia como território internacional. É isso que os jovens de lá sabem sobre aqui. Preciso dizer que eles sabem a importância da água doce pro futuro? Portanto não se surpreendam se uma dia Bush nos bombardear com a desculpa de que hás terroristas escondidos na floresta.
Isso tudo é blá, blá, blá. E já vimos que blá, blá, blás não resolvem. O que fazer então? Vamos boicotar os produtos americanos.
É impossível deixar de usar todos os produtos dos EUA, mas podemos evitá-los. Imagine que a coca-cola que você toma está, na verdade, enchendo o bolso de Bush de dinheiro. Imagine que com esse dinheiro ele compra bombas, para depois lançá-las sobre você, que comprou sua coquinha na maior inocência. A indústria americana funciona exatamente como o tráfico de drogas. Quem sofre com ela é quem a fortalece. Assim como a classe média é a maior consumidora de drogas, todo o mundo capitalista financia as atrocidades de um poder inescrupuloso e unilateral.
Karl Marx dizia que a Economia é o motor gerador das transformações. A que é movido esse motor? Sem esse combustível, esse motor vai funcionar? Comece a destruir a máquina americana, o que destruirá as suas máquinas de guerra, e você poderá viver em paz (espera-se, mas pelo menos os americanos estariam anulados).
Tudo hoje existe em função do poder e do dinheiro. Nada mais importa. E enquanto a sociedade esperar pela boa vontade dos tiranos, vai sofrer. A outra ponta tem de se unir, não o proletariado, os consumidores, como um cartel. Ditando o que se compra e o que não se compra, de forma a equilibrar os preços e suavizar as desigualdades sociais. Temos que lidar com eles assim como eles lidam conosco. Isso mesmo, "olho por olho, dente por dente", prefiro morrer cego a apodrecendo, com meu crânio debaixo de uma bota de couro detalhado a ouro. Quando a barbárie acabar, com todos cansados, feridos, e em igualdade, os socialistas terão o caminho livre.
Primeiro passo para acabar com a opressão: boicotar produtos americanos.
Esse fui eu: Digo
Domingo, Março 16
Completamente sem neurônios pra postar. Antes eu tivesse ao menos tempo pra tentar usar eles pra postar... Esse fui eu: Digo
Sábado, Março 15
Prova: - Pééééém!!!! Vai estudar vagabundo!!!! - Não dá mais não pô... - respondi. - Péééééém!!!! Péééééééééééééém!!!! Resposta errada!!!! Já começou a errar em casa. Você vai sim seu puto! Queda de cabeça na mesa. - Eu tô dizendo... Não dá ma... is. A... i. - Certo, mas quando você receber aquele três, ou menos, bem apimentado você não vai gostar. Eu tô avisando. Publicidade é o segundo curso mais concorrido da federal. Você é que sabe, seu merda. - Puts, mas eu tô com meu olho direito todo vermelho de cansado! É o fim, vou dormir! Conflitos existenciais se tornam bem mais severos quando se faz provas aos sábados, adicionado com poucas horas de sono, estudo a luz de velas (façtou energia aqui em casa enquanto eu estudava), mão gigatagarela e um friozinho tentador. O meu consolo é que a vela faz desenhos belíssimos enquanto queima, sem falar da chama. Mundo me acolha, por favor. Esse fui eu: Digo
Puts, cheguei agora (02:46) de uma festa de quinze anos, e vejam só a proximidade, da prima de uma amiga nossa. Vô dormir agora, depois posto alguma coisa não tão descartável.
Ah, obrigado à essa galera blogueira recifense pelos coments. Um comentáriozinho sincero faz tanta diferença na minha vida...
Esse fui eu: Digo
Domingo, Março 9
É engraçada essa pretensão dos homens de serem "a espécie". A mente produz todas essas coisas gigantescas, e isso parece significar tanto. Mas os passáros têm um mundo bem maior que o nosso, justamente por sua pequeneza. Uma coisa é construir um torre de trolhões de metros, outra é ter numa árvore o mesmo, só que sem se extressar. E ainda, no geral, é possível ter bem mais árvores que arranha-céus. Agora o melhor: sem frescura de propriedade privada! De grande por grande, as aves têm mais. Esse fui eu: Digo
Sábado, Março 8
Pô... Eu passo mal mesmo...
Como é que pode ser tão linda?
Esse fui eu: Digo
Às Mulheres, um parabéns e muito obrigado. Esse dia é um presente para elas, e elas são um presente para nós homens. O que vale mesmo é tê-las por perto. Eu podia ser um cesta de lixo, mas se uma Mulherzinha me desse um pouco de atenção todo dia, a catinga praticamente não existiria. Esse fui eu: Digo
Ontem quando no caminho de volta do colégio o céu estava tão bonito. As nuvens estavam se movendo, e elas o faziam com a parte central sobrepondo a periférica. =P O vento leva as nuvens, mas elas têm suas cartas escondidas. Esse fui eu: Digo
Tô aqui uma hora dessas sem vontade de dormir, pra não ficar sem fazer nada vou escrever qualquer coisa que me apareça na mente. Assim, eu estou com sono mas quero ficar acordado.
Quase tudo na vida é como chiclete. Começa muito bem, e conforme o tempo passa o sabor vai embora. A única diferença de algumas coisas para a goma é que na vida as coisas mudam. Quando digo "mudam" me refiro as que mudam por si, diferente das que só mudam por ação de fatores externos. Assim o sabor vai se desgatando até que chega num ponto em que ele muda de sabor, renovando a sua vitalidade. Por favor, não venham comentar que é impossível do chiclete mudar de sabor e blá, blá. blá... Isso tudo aí é uma metáfora.
Será que alguma mulher não gosta de ser elogiada? Quem elogia interfere em algo? Me respondam aí garotas, por favor.
Eu comprei meu ingresso já! Silverchair é nóis lá! Esse fui eu: Digo
Esse carnaval foi sensacional. Pela primeira vez eu ví o que significa carnaval: a reclusão e a euforia.
A primeira experiência foi o puro deleite do feriado. Eu estava na praia junto com outros familiares, mas passei mais tempo só do que quando estou só no apartamento. Costumava passar as noites deitado na rede, observando o céu, o posicionamento das estrelas, a imensidão do Espaço (possível somente a noite), sentindo a brisa bater no meu rosto, sentindo o cheirinho de mar, escutando um coldplay na medida.
Quando cheguei da praia na terça, decidi que não ficar em casa de jeito nenhum. Liguei pra "galera do mal" e combinamos de irmos pra o Recife Antigo. Lá foi a maior grea. Dancei e tudo mais, porque quando se está com os amigos QUALQUER coisa é motivo de alegria, ainda mais impulsionado pelos ritmos frenéticos pernambucanos. Só saímos de lá pela manhã, mais precisamente com a aurora. Apreciando a vista embiragado pelo sono e despreocupado, nada melhor...
Mas a cena que eu chamaria de espiríto de carnaval aconteceu enquanto estávamos todos dançando (eu, Diego, Zé Galego e Camello) menos Lala, e apareceu um cara, que não sei se era bebum ou mendigo, concerteza qualquer coisa pobre bêbada, começou a dançar conosco debaixo de chuva. Olha só o contraste. Acontece que no carnaval todo mundo é igual, todos os discursos hipócritas acabam se transformando em atos.
Esse fui eu: Digo
Terça-feira, Março 4
Cheguei em casa um dia antes do previsto. Cansei de lá, dos tios bebuns. E sinto a falta de lá, da generosidade do mundo com os meus olhos. Tô afim de sair hoje pra qualquer lugar, desde que seja com a galera. Tava legal mas era sempre a mesma coisa. Enjoou. Esse fui eu: Digo
