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Teoria musical chinesa

Nós temos referido já as origens mitológicas que lhe atribuíram ao sistema musical chinês. Van Cialst, importante autoridade neste tema, pensa que os chineses devem percebido a altura relativa dos sons de maneira empírica, sem necessidade de "fengs" humanos e nem mitológicos, sem cantos de olas nem enviados ao Olimpo chinês. Como coisa natural devem ter relacionado os distintos comprimentos dos tubos com os distintos sons que neles se obtém. Não é raro, tampouco, que lhes tem aplicado a relação 3:2, dada que esta teria para eles um valor simbólico: harmonizar o céu com a terra.

Um sistema musical "representa o inventário de sons de música, a altura e a distância dos sons musicais entre si. Se executar-mos esse inventário de sons no limite de uma oitava, teremos as escalas repertório.

Os antigos chineses obteria sua escala repertório a partir de tubos de bambu, segundo o princípio cíclico baseado na relação 3:2, que corresponde a uma quinta justam um pouco mais rica do que aquela que obtém com cordas. Este princípio se denomina cíclico, porque o total de sons que integrará a escala repertório, vai gerando por uma constante matemática nos comprimentos dos tubos que integram o sistema. Musicalmente se manifesta por intervalos de quinta justa ao ascender de quarta justa ao descender.

A explicação acústica que sustenta este sistema musical é da quinta soprada. Se soprarmos com força um tubo fechado, correspondente, por exemplo: Fa 4, se obterá uma quinta justa, ou seja, Do 5. Mas este Do5 também se pode obter soprando normalmente no outro tubo que mede dois terços do comprimento do primeiro (Fa 4) 

Ao cortar um terceiro tubo que mede dois terços de Do 5, se obterá uma quinta justa superior de Do 5, quer dizer, Sol 5. Como este som é muito deficiente de huang-chung, duplica-se seu comprimento e se obtém sol 4, dado que a relação dupla corresponde à oitava. Porém os teóricos chineses se deram conta de que puderam obter este mesmo Sol 4, cortando um tubo que mede quatro terços de Do 5.

Trabalhando assim, e sempre que sucessivamente com as relações duas terças e quatro terças chegaram à escala de 12 "lü", com o qual se alcança a oitava. Não a oitava justa, por certo, já que a razão de 1:2 nunca equivale a equação 12 2/3. obteram então, uma escala dodecafônica de temperamento desigual.

O perigo desta escala cíclica, é que, por mais precauções de se adotem , as frações se fazem cada vez mais complicadas e irredutíveis. a números inteiros. Se outorgarmos o número oitenta e um (81) ao huang-chung e lhe aplicarmos o princípio cíclico (2/3 - 4/3) ao chegar ao sexto "lü" começam os números com frações e cada vez se azem mais complicadas as equações a realizar. 81-54-72-48-64-42-666--56-88 etc.

Isto se explicaria, quem sabe, porque escolheram só os cinco primeiros "lü" pra sua escala usual.

Quantas vibrações por segundo teria o primeiro "lü" pra sua escala usual. Quantas vibrações por segundo teria o primeiro "lú". Alguns musicólogos opinam que devia corresponder aproximadamente ao Fa#4, ou seja umas 366 vibrações por segundo.

Porém como cada dinastia fazia fixar um novo Huang-chung, o tubo básico variava freqüentemente, e com o todo o sistema. Segundo Curt Scks, na época Chou media 20 cm, e na época. Ming. (1368-1644 d. c) 23 cm.

No sec. IV a. C os teóricos chineses trataram de afinar as quintas para alcançar a oitava, quer dizer, inventaram o temperamento igual, porém somente no ano de 1596 o príncipe. Tsai-Yu propôs afinar os tubos segundo um princípio equivalente ao temperamento igual.

Para que a afinação dos "lü" não se alterava, os construíram e pedra ou metal, materiais mais duráveis. que as canas de bambu. Os "lü" construídos com lajes constituíram os litofones ou carrilhões de pedra. Em um começo eram doze lajes, logo se acrescentaram mais seis. Os litofones não eram instrumentos melódicos propriamente dito, senão pontos de referência ara afinar os demais instrumentos ou pra fixar a tônica do modo a empregar em tal o qual canto ou melodia instrumental.

A música dedicada aos espíritos celeste, por exemplo, deveria afinar a sua tônica em huang-chung a sua tônica em huang-chung (os instrumentos) e em ta - lu (o canto) ; sem se tratar dos espíritos terrestres, por outro lado, deviam fazê-lo em tai-tsu. (instrumentos) e em Ying-chung (canto). A música dedicada aos quatro objetos sagrados (cinco montanhas sagradas, quatro montanhas fronteiriças, quatro mares e quatro rios) devia fixar sua tônica em Ku-Shi (instrumentos) e em nan-lu (canto). A música (dedicada às montanhas e rios deviam fazê-la e Jui-piu. (instrumento) e ling-chung (canto0. A música em honra da mãe anciã, e em i-tsé (instrumentos) e chung-lu (canto). Tudo isto devia relacionar-se. assim mesmo. com danças específicas.

(Lü pares - Princípio Yin Fileira Superior)

 

(Lü impares, Princípio Yan Fileira inferior)

Os litofones de doze lajes se dividiam em duas fileiras de seis cada uma. A fileira inferior correspondia aos "lü" pares (princípio) Yin feminino). Segundo Van Aalst, o primeiro "lü" é a perfeição em si pois dele depende todo o sistema é a fone de origem do mesmo, é o sistema em potência. por isso a fileira Ímpar lhe correspondia o princípio Yan.

Cada vez que um tubo mas cubinho produz um feminino, o masculino esposo é tubo feminino produz um masculino, o tubo feminino. É a mãe e o tubo masculino é o filho.

Os cinco primeiros sons do ciclo de quintas constituem a escala usual básica, pentatônica sem semitons. No nosso pentagrama pose ser escrito das seguintes maneiras:

Estes cincos sons recebiam nomes de KUng, shang, chiao, chi, yo. Não teriam valor de altura absoluta, já que quando uma escala usual ao invés de partir de Huang-chung o fazia em ku-shi, este som receberia o nome de kung, e os quatro csons seguintes, que mantiveram a distancia intervalar correspondente, seguiam denomeinando-se shang-chico, chi, yo.

Modo pentatônico asemitonal com kung em ku-shi.

Desde o ano 1300 a. C. se usavam somente as cinco primeiras notas da série dodecafônica, porém ao começo da dinastia Chou, (s. XI a. C.) se introduziram dois sons a mais correspondentes aos lü 6 y 7. Estes novos sons d\sechamaram piens (pien kung y pien chi). Pien siguifica os sons da escala pentatônica básica.

Cada escala pentatônica admite cinco transposições modais, ou seja, que tomado como tônica cada uma de seus sons, o númeo teórico de modos posiveis de obter em um litofone de 12 lajes e de 60 modos pentatônicos, y 84 se tratavam de escalas com pedras. Este número de escalas poss'veis variava também segundo as dinastias, e assim mesmo variava o número de escalas reais empregadas.

Segundo Confúcio os antigos cantavam no intervalo de uma nota , a campainha e o litofone davam cada uma uma nota: isto simbolizava a  imagem de dois princípios". Contnua explicando que por cada nota da campainha abrirá quatro pulsações dos crótalos de madeira leve (Pho-Pan), oito percussões fortes e oito percussões fracas do tambor de couro (Po-Fou). Esta divisão binária daria origem a um ritmo baseado fundamentalmente em  pés binários, que se encontra em quase toda a música chinesa, (que participa do princípio rítmico divisivo).

Se os instrumentos devem acompanhar o canto, deveriam prolongar os sons deste, e em algumas ocasiões dar uma espécie de acorde rotor, em figurações mais breves (sempre sobre a base de uma divisão binária, por 4, 8, 16 ó 32). "os cantores e o órgão dão um único som prolongado; o kin de 32 notas, logo disto o canto e o ógão cessam... O organista emprega toda a sua força para manter o som durante 32 notas. Quando estas se acabam. ele pára também" Todas estas considerações são teóricas, y referem-se fundamentalmente a uma música ritual que nem sempre se conserva. 

Fonte: Pergamo, Ana Maria Locatelli de. "A música tribal oriental y de las antiguas Culturas mediterranias". Buenos Aires. Ricordi.

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