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Iugoslávia, capitalismo, barbárie e mentiras

José Antonio Egido


 

A luta dos povos balcânicos por sua independência

Os especialistas ignoram a maneira que tiveram determinados grupos eslavos da Bósnia-Herzegovina de converter-se ao Islã na época da dominação otomana. Mas as conseqüências desta integração religiosa vão marcar uma linha de diferenciação com os eslavos cristãos que habitam nos territórios pertencentes ao Império Otomano nos Balcãs. Enquanto os muçulmanos da Bósnia-Herzegovina consideram que este Império é sua pátria, ao menos desde o século XVIII, as populações católicas e ortodoxas se distanciam deste sentimento. Um certo número de muçulmanos tomou parte na repressão das sucessivas rebeliões dos sérvios, quando arraigou a chama do nacionalismo anti-otomano com mais força. Além disso, os muçulmanos da Bósnia-Herzegovina integram a classe social mais poderosa. Depois da ocupação da dita região pelo Império Austro-Húngaro em 1878, os censos realizados permitiram conhecer que 90% dos grandes latifundiários eram muçulmanos, enquanto que 92% dos camponeses sem-terra eram não muçulmanos. Em 1910, 91,1% dos latifundiários que tinham "kmet" (camponeses sem-terra) a seu serviço eram muçulmanos; 61% ortodoxos e 2,5% católicos. Por outro lado, 73,9% dos kmet eram ortodoxos, 21,5% católicos e 4,6% muçulmanos. Em 1914, Áustria-Hungria declara guerra à Sérvia e a partir desta data são executados um número indeterminado de sérvios ortodoxos por um corpo de milícia, os "suckari", recrutados entre os croatas e os muçulmanos. Em 1912, Lênin, o maior revolucionário da história da humanidade fazia uma análise profunda sobre a situação nos Balcãs:

Os camponeses da Bósnia e Herzegovina, no extremo do Adriático, estão submetidos pelos proprietários feudais como dezenas de camponeses da Rússia central. As bandidescas dinastias dos Habsburgo e dos Romanov apoiam este jugo feudal na tentativa de inflamar a hostilidade entre os povos para reforçar o poder da monarquia e para perpetuar a escravidão de um certo número de nacionalidades... Macedônia é, no terreno econômico, um país muito atrasado. Ali, subsistem ainda vigorosos vestígios da dependência medieval dos camponeses aos proprietários feudais. Entre estes vestígios está o imposto que o camponês deve pagar ao proprietário (em dinheiro ou em espécie) e o sistema de renda (normalmente, o camponês da Macedônia deve entregar ao proprietário um terço da sua colheita, mais do que na Rússia). Os periódicos burgueses... falam da libertação nacional dos Balcãs e não dizem nada da libertação econômica, ainda que seja esta a principal. A libertação nacional e uma completa liberdade de autodeterminação dos povos será a conseqüência inevitável de uma emancipação completa em relação aos proprietários e ao absolutismo. E vice-versa, se a opressão dos proprietários e dos monárquicos sobre os povos se mantém, a opressão nacional se manterá inevitavelmente de uma maneira ou de outra...Só a libertação econômica e política, levada até o fim pode romper a possibilidade de toda opressão nacional.(1)

Estas palavras têm hoje mais vigência que nunca. A suposta "libertação nacional" da repúblicas "independentes" é falsa e esconde a dominação da Alemanha e dos Estados Unidos. Frente à tese alemã, que afirma que o iugoslavismo foi artificial, e uma maneira de encobrir a dominação sérvia há que levantar a verdade histórica contrária: a união dos povos balcânicos para expulsar a dominação estrangeira. Afirmamos com a universitária francesa Catherine Samary: O projeto de reagrupar os eslavos do sul correspondia a aspirações e necessidades profundas. Está primeiro encarnado no Movimento Ilírio dos Eslovenos, Croatas e Sérvios do Império austríaco...a coalizão de orientação iugoslava obteve a maioria na Dieta de Zagreb e a conserva entre 1906 e 1918. A vontade dos Croatas e dos Eslovenos de opor-se respectivamente à hungarização e germanização será apoiada pelas lutas de emancipação dos Sérvios e pela formação de seu Estado independente no século XIX. (2)

O Reino iugoslavo sob hegemonia sérvia

O Reino iugoslavo, criado em 1918, considera povos de pleno direito, os Sérvios, Croatas e Eslovenos, mas de fato são a casta militar e religiosa e a nobreza sérvia que exercem a dominação sobre o resto. Vários exemplos: os macedônios não podem falar em sua língua nacional. Os muçulmanos não são reconhecidos e sim comparados a sérvios islamizados. Entre os muçulmanos aparece uma nova corrente: o panislamismo, que se cristaliza, em 1914, na organização Mladi Muslimani (jovens muçulmanos), que será desmantelada entre 1946 e 1949 pelos comunistas, devido à sua colaboração com os nazistas. O economista croata Branko Horvat analisa assim este período: A Iugoslávia, entre guerras, da mesma forma que a Rússia czarista, era um país atrasado. Na medida em que se abria a brecha que a separava dos países desenvolvidos, aumentava a brutalidade de suas relações sociais... Parecia que a única saída à brutalidade e à pobreza era uma violenta revolução social.(3)

Dominação nacional, falta de liberdade e exploração dos camponeses são as características básicas do Reino. O campesinato era 80% da população, sendo que 40% era analfabeto. 67,9% dos camponeses tinham menos que 28% da superfície cultivável.Contra este regime se enfrenta o Partido Comunista da Iugoslávia (PCY), constituído em 1920, na cidade de Vukovar, por revolucionários da Sérvia, Bósnia Herzegovina, Croácia, Voivodina e Montenegro. Nas eleições desse ano à Assembléia Constituinte, o PCY obteve 59 cadeiras de um total de 419. A monarquia o proibiu de difundir sua propaganda e de realizar comícios e manifestações.

Na direção do PCY, uma corrente "austro-marxista", dirigida por Markovic se negou a reconhecer o direito de autodeterminação para as nacionalidades. O Comitê Executivo da Internacional Comunista pediu ao partido que incluísse em se programa este direito argumentando que: a Revolução proletária na Iugoslávia não poderá vencer se o PCY não sabe atrair as grandes massas camponesas para incorporá-las à luta ativa contra a monarquia, o capitalismo e o imperialismo. No III Congresso (março de 1926) a citada corrente foi derrotada abrindo um período de lutas internas. No IV Congresso (1928) foi eleito secretário geral Djuro Djakovic, que em abril de 1929 foi assassinado pela polícia. Em janeiro de 1929 o rei Alexander proclamou a ditadura. Em dezembro de 1934, o PCY decidiu criar os partidos comunistas da Eslovênia e Croácia.

Morte de Tito e acelerada desintegração da RSFY

Em 1980 morreu Tito, figura que, em que pese seus erros, soube simbolizar a unidade dos povos iugoslavos e uma era de convivência em paz. No ano seguinte se produzem manifestações de albaneses de Kosovo encabeçadas pelo retrato de Tito e por bandeiras iugoslavas, que são reprimidas violentamente pelas forças de segurança sérvias. Em Kosovo, a população sérvia e montenegrina acusa os albaneses de usar a violência e a intimidação para forçá-la a emigrar, enquanto que os albanases acusam os primeiros de não respeitar seus direitos nacionais. O principal escritor albanês, Ismail Kadaré escreve: A intimidação albanesa se exerce em primeiro lugar mediante a violência sexual contra as mulheres sérvias. Sem dúvida, os albaneses (conhecidos nos Balcãs pelo seu código de honra, que condena com particular severidade todos os excessos sexuais) se sentem profundamente ultrajados por tal acusação.(4)

Em 1986, toma o poder na LC da Sérvia a corrente de Slobodan Milosevic, que relança o nacionalismo sérvio e a volta ao capitalismo com conseqüências funestas para a unidade iugoslava. O croata Stipe Suvar, que foi membro da direção da LCY e vice-presidente da RSFY, escreve: Aproveitando a difícil situação do território autônomo de Kosovo e Metohija e as tensões locais entre albaneses (que haviam se convertido em maioria), por um lado, e sérvios e montenegrinos, de outro, as forças do populismo nacionalista sérvio promoveram, em 1989, uma suposta revolução anti-burocrática na Sérvia e Montenegro. E trataram de estendê-la à toda Iugoslávia querendo redefinir a federação em nome da necessidade de abolir a discriminação dos sérvios em Kosovo, Croácia, Bósnia Herzegovina e, inclusive, na Macedônia. Em 1989, tendo como motivo o 600º aniversário da batalha entre sérvios e turcos na planície de Kosovo, Milosevic anunciou que as coisas na Iugoslávia estavam prontas para serem resolvidas com as armas. E em 1991 as armas começaram a falar e o principal responsável é Milosevic, que se pôs à frente do populismo nacionalista e guiou a revolução "anti-burocrática" (na realidade antitista) em nome da pretendida discriminação da Sérvia e dos sérvios no interior da federação iugoslava.(5)

Em 1989, a Constituição da Sérvia de 1974 é modificada por Milosevic para liquidar a autonomia de Kosovo e Voivodina. Em março e dezembro, as forças armadas matam vários manifestantes albaneses que reivindicam o fim do processo contra Azem Vlasi, dirigente reabilitado da LC em Kosovo. O nacionalismo de Milosevic produz o efeito de jogar nos braços dos nacionalistas reacionários da Eslovênia, Croácia, Bósnia, Kosovo, etc, as massas populares das citadas repúblicas. Discordamos com Popovic, quendo ele responsabiliza aos comunistas sérvios de serem os maiores culpados pelo atual desastre da Sérvia. Evidentemente, a corrente de Milosevic é responsável, mas não tem nada que ver com o comunismo, é chovinista e social-democrata. O grande problema é a ausência de uma autêntica vanguarda dirigente dos povos trabalhadores que os tivessem unido sobre a base da defesa da unidade iugoslava, da independência da federação e do socialismo. As LC de cada república são estruturas completamente podres, dominadas pelas burguesias nacionalistas, que há tempos não só não eram mais um Partido Comunista como nem sequer um órgão político unitário e homogêneo.Sem um Partido Comunista dirigente dos povos, como o que forjou a Iugoslávia unida em 1943, a federação caminha para seu desaparecimento e os povos para a catástrofe. O Fundo Monetário Internacional (FMI) impõe um plano de ajustes que faz cair o nível de vida da população, aumenta o desemprego e busca favorecer os investimentos estrangeiros. O imperialismo ianque maneja planos secretos para expulsar do poder a LCY e desmembrar a RSFY. A diretiva NSDD 133 do Conselho de Segurança USA afirma que a política norte-americana será promover a tendência de uma estrutura econômica iugoslava orientada para o mercado e desenvolvimento das relações econômicas dos Estados Unidos com a Iugoslávia, de maneira a reforçar seus laços com as democracias industrializadas (6). O último congresso da LCY precipita o fim da federação. A delegação eslovena quer obter o fim de uma Liga única e o fim definitivo de toda forma de socialismo. Ao não consegui-lo abandona o congresso seguida pela delegação croata. Rompendo as pontes com a LCY, rompeu também com seu passado comunista (7). A RSFY só sobreviveu 15 meses à dissolução da LCY.

Fim da Federação e começo da guerra

Se a Federação Iugoslava sobreviveu várias décadas assegurando uma convivência razoável aos diferentes povos foi por três razões, segundo Catherine Samary:

1) Não era artificial; 2) Não era uma "prisão de povos"; 3) Sérvios e croatas não se professavam um ódio irredutível.

A burguesia pró-ocidental eslovena anuncia a independência da república em 25 de junho de 1991, que é imediatamente reconhecida pela Alemanha. O Exército Popular Iugoslavo tenta controlar a fronteira, que é a do conjunto da RSFY e sofre a imensa maioria dos mortos no enfrentamento com os nacionalistas eslovenos: 68 jovens soldados disponíveis. A imprensa ocidental faz crer que o povo esloveno luta por sua liberdade contra um poder central comunista encarnado na Sérvia, que lança o exército para aplastá-lo. O escritor Peter Handke disse que o Exército deu uma ordem expressa de não contra-atacar sob nenhum conceito, dado que, apesar de tudo, se tinha a ilusão de estar ainda entre irmãos do sul (8). Um dos grandes beneficiários da independência é a igreja eslovena, que se converte em principal proprietário de bosques da Europa. A Alemanha impõe o reconhecimento da independência à Comunidade Européia e aos Estados Unidos e abre a portaà independência da Croácia, onde se desata a primeira guerra fratricida. Em 1990 ganha as eleições o partido HDZ, do neofascista Franco Tudjman, financiado pelos exilados ustachas da Austrália, Canadá e Estados Unidos. A Constituição é modificada e os sérvios, que são 12% da população, passam de parte constituinte da Croácia à cidadãos de segunda classe. Sérvios, comunistas, iugoslavos (nova minoria formada pelos filhos de matrimônios mistos, que não se identificam com uma ou outra nacionalidade senão com o iugoslavismo) e outros "indesejáveis" são expulsos aos milhares de escolas, empresas e hospitais e até de suas próprias casas. O dinar iugoslavo é substituído pela moeda do regime ustacha, o kuna. Mais de 2000 monumentos, tumbas e ruas com nomes de resistentes antifascistas são rebatizados. Se adota a mesma bandeira que a do regime nazi-ustacha. Tudjman declara que: a nova ordem estabelecida por Hitler podia justificar-se pela necessidade de desembaraçar-se dos judeus (9). Entre 1990 e 1992 Tudjman instala em Zagreb mais de 100 criminosos de guerra ustachas exilados até então na Austrália, Argentina e Paraguai. Muitos são condecorados e nomeados para desempenhar altos cargos no novo Estado. O criminosos de guerra Ivo Rojnica, que teve um papel destacado nas matanças de sérvios, judeus e ciganos na região de Dubrovnik, é nomeado embaixador da Croácia "independente" por Tudjman. As organizações paramilitares fascistas queimam aldeias sérvias expulsando seus habitantes e desatam a guerra ao invadir os arredores da cidade de Vukovar. Os sérvios da Croácia, aos que se nega a autodeterminação, tomam as armas com a ajuda do Exército Popular em decomposição e proclamam repúblicas sérvias de Krajina e Eslovenia ocidental e oriental. Em maio de 1992, Milosevic suspende 40 generais e almirantes fiéis ao iugoslavismo e ao socialismo (o general Blagoje Adzic, entre eles) e os substitui por nacionalistas sérvios. A imprensa ocidental diz que os sérvios invadiram território croata quando, na realidade, vivem há centenas de anos nesta terra.

Na Bósnia Herzegovina a imensa maioria da população pertence, desde a época otomana, a três grupos de população: os muçulmanos da Bósnia Herzegovina; os sérvios da Bósnia Herzegovina e os croatas da Bósnia Herzegovina. Os partidos muçulmanos e croatas convocam um referendo para decidir separar-se da federação. Os sérvios não participam. Os partidos que dirigem as três comunidades são chovinistas reacionários:

-O partido de ação democrático (SDA) de Alia Itzezbegovic. Pertence à corrente panislâmica que colaborou com os alemães e com os ustachas em 1941-1944. Itzezbegovic, em 1945, passou algum tempo na prisão por este motivo. Esta corrente se reorganiza no começo dos anos 80 e os comunistas a reprimem com toda razão porque é uma grave ameaça à convivência social. Em abril de 1983, 11 pessoas são encarceradas em Sarajevo acusadas de atividades contra-revolucionárias de inspiração nacionalista muçulmanas tendentes a derrotar a ordem social e estabelecer um poder islâmico...o grupo havia tentado fazer na Bósnia Herzegovina um estado islâmico étnicamente puro (Le Monde, 23 de agosto de 1983). Popovic escreve: este radicalismo estava veiculado por 2 grupos bem diferentes: os dirigentes da comunidade muçulmana da Bósnia-Herzegovina e um grupo infinitamente mais radical formado por verdadeiros "apóstolos do Islã", cujo núcleo central conta em sua fileiras com alguns sobreviventes dos Jovens Muçulmanos do passado – como Alia Itzezbegovic. Este segundo grupo busca, da maneira mais explícita possível, realizar uma islamização, "pela base", do conjunto da população muçulmana da Bósnia-Herzegovina, deprecia abertamente e em bloco não só aos dirigentes da comunidade muçulmana da Bósnia-Herzegovina (considerados como estando na folha de pagamento do governo titista e dos governos precedentes) e aos intelectuais muçulmanos não religiosos, laicos e ateus da Bósnia-Herzegovina, senão igualmente ao laicismo e à democracia "à ocidental" culpadas de haver causado todas as desgraças do mundo muçulmano de hoje (10).

- Na parte ‘servia, o partido democrático sérvio de Rodovan Karadzic, partido nacionalista, anticomunista, ortodoxo e herdeiro dos chetniks, que considera justificada toda ação de depuração étnica para freiar uma suposta "expansão islâmica". São os mais fortes militarmente até a intervenção direta do imperialismo. Na primeira parte da guerra, Milosevich apoia totalmente estes dirigentes e aos da Krayina.

- Na parte croata, o partido democrático croata (HDZ) dirigido por Mate Boban, fiel subordinado de Tudjman e partidário da "grande Croácia", já falecido. Os dirigentes dos três campos merecem a consideração de criminosos e de inimigos do povo. O imperialismo só persegue como "criminosos contra a humanidade" aos que não têm sido dóceis com sua política para os Balcãs. Os sérvios começam uma guerra civil seguidos pelos croatas ao se negarem radicalmente a viver em um país que iria converter-se numa "República Islâmica". Popovic: Neste conflito de três blocos, é evidentemente o grupo menos numeroso, o das populações muçulmanas, que sofreu as perdas mais importantes. Mas seria absurda imaginar que os outros dois grupos não tenham sido também muito duramente afetados.

Responsabilidade do imperialismo na matança

Ninguém nega mais que a decisão dos governos alemão e austríaco, de 23 de dezembro de 1991, de reconhecer os estados esloveno e croata, desencadearam a guerra civil e a ruptura violenta da RSFY. Esta decisão não se baseava na defesa do princípio de autodeterminação porque as potências imperialistas negam esse mesmo princípio aos sérvios da Croácia e da Bósnia, aos mulçumanos de Bihac, aos curdos da Turquia cujo genocídio apoiam, aos timorenses, aos portoriquenhos e o negam também ao povo basco e ao corso. A razão de fundo era destruir o Estado Yugoslavo, que desde seu nascimento freiava a expansão alemã no Mediterrâneo. Em agosto de 92, o periódico Die Welt Am Sonntag, propriedade do magnata alemão da imprensa, Axel Springer, escreve: Toda política antiCroácia, antiBósnia é, na realidade, antiAlemanha; a criação da Yugoslávia depois da Primeira Grande Guerra tinha como objetivo criar um bastião antialemão no sudeste da Europa apoiando-se nos sérvios; é portanto natural que os alemães apoiem seus antigos aliados, os croatas, fiéis ao imperador, católicos e com escritura latina (11). A Alemanha sabia que sua decisão conduzia à matança. O diretor da revista francesa Defénse Nationale e jornalista bem informado escreve: Os observadores alemães, muito bons conhecedores do sudeste europeu, não poderiam ignorar que devido à mescla de populações, ao arbítrio das fronteiras internas da federação iugoslava e à recordação das imensas matanças da segunda guerra mundial, a deslocação da Iugoslávia não seria pacífica senão que suscitaria fortes resistências. Apesar do qual a política alemã iria se comprometer a fundo a favor do desmembramento do país. (12). O político alemão Klaus Kinkel dirigiu os serviços secretos oeste-alemães (suas siglas são BND) na linha de apoiar os fascistas croatas para desmembrar a federação. A Alemanha não se limita ao apoio diplomático ao regime de Tudjman e se volta ao apoio militar: envio de uniforme, de tanques Leopardo, aviões Mig, que formam parte da presa de guerra de saqueio da Alemanha socialista, tanques, helicópteros, mísseis e fuzis e treinamento de oficias croatas em academias alemãs. A decisão alemã corresponde à expansão da Grande Alemanha ao este, depois de haver absorvido a RDA e depois da derrocada do campo socialista. Eslovênia, Croácia, as repúblicas bálticas, Eslováquia, Polônia e Turquia se convertem em zonas de direta influência alemã. Soldados alemães intervêm em operações de embargo contra República Federal da Iugoslávia (formada pela Sérvia, Montenegro, Voivodina e Kosovo) e de ataque contra os bósnio-sérvios.

O Vaticano joga um papel destacado no desmembramento da Iugoslávia. O Papa havia prometido aos bispos croatas, em 17 de agosto de 1991, que o Vaticano reconheceria a Croácia burguesa. O Papa santifica o arcebispo croata Stepinac, que o Ministro de Assuntos Exteriores da Iugoslávia socialista Kardelj disse, em 1952, ser um criminoso de guerra que tem sobre sua consciência um núemro imenso de vítimas, 229 igrejas ortodoxas destruídas, 129 religiosos ortodoxos assassinados, centenas de milhares de ortodoxo sérvios assassinados. O arcebispo escreveu, em 1942 que Hitler era um enviado de Deus. Os Estados Unidos, que em princípio eram favoráveis a instalar o capitalismo numa Iugoslávia unida, aceitam a imposição alemã e se colocam à cabeça da ingerência na zona. Os sérvios são classificados como inimigos e em 30 de maio de 1992 o Conselho de Segurança da ONU vota a resolução 757 com sanções contra a RF da Iugoslávia. As sanções duraram 4 anos e meio e castigaram duramente aos povos sérvio e montenegrino. Segundo o Instituto de Oncologia de Belgrado a falta de medicamentos fez com que aumentasse em 6% o número de mortalidade dos enfermos. A taxa de bebês prematuros aumentou em 8,4%. E no hospital infantil de belgrado, a mortalidade passou de 2% a 3,33%. A poliomielite e o tétanonos recém-nascidos reapareceu. O regime croata, do que se conhecia sua ingerência no conflito Bósnia-Herzegovina, segundo um informe do secretário-geral da ONU, Butros-Ghali, não só não é repreendido mas é apoiado política, militar e economicamente. A imprensa ocidental, os intelectuais tipo Henri-Levy e as ONGs, ávidas de apoiar toda intervenção "humanitária" têm sua parte no conflito. Os governos de Zagreb e Sarajevo investem milhões de dólares nos serviços de agências norte-americanas de relações públicas, que conseguem a identificação entre nazistas e sérvios. Como resultado das operações da agência Ruder Finn Global Public Affairs, o New York Times, que marca a pauta da imprensa mundial, muda sua linha editorial no verão de 1992. A intoxicação informativa é a tônica habitual da informação: insistem nos ataques sérvios contra Sarajevo e outras zonas, mas silenciam sobre as violações, incêndios e assassinatos croatas contra os povoados vizinhos de Vitez e Kiselpak e seus selvagens ataques em Mostar e as ações de limpeza étnica lançadas pelo governo muçulmano em Zenica contra os croatas. Falam de um suposto caráter multicultural do dito governo ocultando sua ideologia entreguista; só têm direitos a aparecer em destaque os sofrimentos da população civil muçulmana e croata, mas não da sérvia, igualmente expulsa de suas casa e agredida. Falam dos massacres, supostos ou reais, em Srbrenija (ainda que estes massacres tenham sido uma intoxicação, a responsabilidade completa e total dos chetniks sérvios em todos os massacres reais contra a população civil muçulmana e croata não se altera em nada), mas silenciam que uma das maiores fossas comuns com vítimas, descoberta até o momento na Bósnia, tinha 18 sérvios assassinados pelo Exército croata em Mrkonich Grad e que a maior limpeza étnica é a expulsão de 200.000 sérvios de Krajina pela ofensiva croata. Este aparato de propaganda tem como fim respaldar a política ocidental na Iugoslávia, desativar toda resposta social à dita política e legitimar as intervenções militares da OTAN. A Bósnia é um grande ensaio geral parao novo caráter da OTAN. Em novembro de 94, 6 aviões F-16 holandeses da OTAN bombardeiam o aeroporto sérvio de Ubdina na Croácia em represália pelo apoio sérvio aos muçulmanos de Abdic em Bihac. A OTAN atacou durante 16 dias em agosto e setembro de 195 os militares sérvios com 750 operações de bombardeio, nos quais foram lançadas 10.000 toneladas de bombas, 600 mísseis teleguiados e 13 mísseis cruzeiro tomahawk.

Além das perdas militares, muitas instalações civis foram alcançadas com um saldo de 150 mortos e 270 feridos entre a população civil. As bombas alcançaram um hospital de Blazhuy, com um saldo de 10 mortos e muitos ferido. A OTAN lançou bombas com carga de urânio empobrecido, que emitem radiação com efeitos que levam à morte ou produzem mutações genéticas às crianças que estão para nascer e que estão proibidas pela Convenção de Genebra. Um diário belgradense escreveu: a Bósnia tem sido para a OTAN, para o Exército norte-americano e os demais membros dessa aliança, um polígono para ensaiar novos tipos de armas e os sérvios uns coelhinhos da índia. Não se trata aqui somente de urânio radioativo sumamente venenoso, nem das irradiações. Aqui foi identificada a presença de metais pesados suscetíveis de gerar mais efeitos letais que aquele (13). Esta ofensiva permitiu a ofensiva croata-muçulmana no centro da Bósnia. A OTAN se converteu no principal agente policial da Nova Ordem e da hegemonia norte-americana, encarregado de sufocar as revoltas sociais contra a restauração capitalista ( a primeira revolta popular armada se produz na Albânia, em 1997 e provoca uma intervenção militar ocidental para prevenir a restauração do socialismo). Na Bósnia, a OTAN lança uma séria advertência à mini-Iugoslávia, que não se submete aos ditados ocidentais; à Rússia, onde a oposição comunista e a luta dos trabalhadores não deixa de reforçar-se, à Ucrânia e Moldávia, onde os comunistas ganharam as eleições em 1998, ao resto do antigo campo socialista e aos povos rebeldes do Mediterrâneo: a Líbia de Gadafi submetida ao embargo; ao povo palestino e a um setor do povo libanês em luta contra a dominação sionista; ao povo curdo, que sob a direção de um partido comunista, o PKK, enfrenta o genocídio planificado pelo Estado turco e executado pelo exército integrante da OTAN.

Os acordos de Dayton: depuração étnica legalizada

Depois da derrota militar sérvia na Bósnia, os Estados Unidos impõem acordos baseados na divisão da Bósnia numa federação croat0-muçulmana e uma república sérvia. Os massacres e deportações cometidos pelas três partes são legalizados. A situação é de tensão permanente e a qualquer momento pode voltar a guerra. A zona fica sob a tutela de forças militares da OTAN e dos estados Unidos, que desprezam completamente a França, a Grã-Bretanha e a ONU. Os verdadeiros vencedores são os norte-americanos, que consolidam sua liderança mundial.

Bósnia, submetida à

dominação estrangeira

É uma triste ironia que sendo a independência o pretexto dos nacionalistas reacionários croatas, bósnios e sérvios para romper com a Iugoslávia e lançar-se à guerra, o resultado final tenha sido o de uma Bósnia ocupada e colonizada pelas potências imperialistas. a Bósnia é hoje um protetorado governado ditatorialmente por um vice-rei, o social-democrata espanhol Carlos Westendorp, que representa os interesses dos Estados Unidos e da Alemanha.Por isso, seus "adjuntos"são o norte-americano Paul Klein e o alemão Hans Schumacher. Westendorp tem plenos poderes para decidir leis e destituir funcionários. Impôs uma bandeira criada artificialmente, o passaporte, as matrículas dos porcos, uma lei de cidadania; ocupou emissoras de TV para que ditassem suas mensagens, impôs como primeiro-ministro sérvio um lacaio seu, um tal Dodik, que enriqueceu no mercado negro de cigarros e que só tinha 2 deputados de um total de 83 e que vai impor uma moeda, ainda que a moeda real seja o marco alemão. Conta com o apoio de milhares de funcionários ocidentais e um exército de ocupação de 34.000 soldados e 1700 policiais de 15 países, que se comportam autoritariamente. Nas manobras de julho e agosto de 98 destas forças, queimaram 7 povoados sérvios próximos a Glamoc para evitar o regresso de seus habitantes. Escoltam-lhe 20 guardas civis de elite, com experiência na luta contra o ETA em Euskal-Herria. Sua concepção é clara: O poder não lhe é dado de presente. O poder se toma. E para exercê-lo, necessitas que ninguém o discuta. Eu o consegui. Seu "respeito" aos direitos nacionais se revela bem na opinião que tem dos vascos: Ultimamente, tem sido visto em alguns setores reações que começam a mostrar-se o da limpeza étnica (14). Westendorp manipula as eleições de 98, elimina 18 croatas das listas, declara inelegível os candidatos sérvios e ameaça com a chantagem da ajuda econômica. Apesar de que o resultado incomoda as autoridades de ocupação, o que se manifesta é uma vontade de resistência da população. O banco central da Bósnia está controlado pelo FMI e a Constituição proíbe que o gerente do banco central seja bósnio. O Banco Europeu para a reconstrução do leste europeu (BERD) controla as empresas de serviço público como os correios, a água, a energia e os transportes. A Volkswagen comprou a fábrica de automóveis Unis. A Siemes já está se instalando para aproveitar os baixos salários. Alguém falou alguma vez de uma Bósnia independente?

Orientação ideológica do nacionalismo sérvio

Uma das causas endógenas do conflito é o renascimento do nacionalismo sérvio das mãos de Milosevic, que adotou diversas formas políticas e um discursso auto-legitimador. Alguns de seus pontos são:

1) O rancor contra Revolução Popular de 1941-45 e o anticomunismo. Um folheto oficial sérvio assinado pelo diretor do Instituto de História da Academia Sérvia de artes e Ciências Slavenko Terzich afirma: O Partido Comunista da Iugoslávia, que esteve no poder durante quase meio século atuou, a nível geral, em nome do internacionalismo, mas, de fato, seus dirigentes eslovenos e croatas aplicaram algumas das idéias mais importantes da herança política austro-húngara... Durante os quase 50 anos de governo dos comunistas os iugoslavos croatizaram a maior parte dos sérvios católicos, particularmente em Dubrovinik e em seus arredores... Em vez de superar as velhas divisões determinadas pela história e pela religião, a cúpula comunista estimulou toda a classe de regionalismos e separatismos, acalentaram e criaram novas divisões (15).

2) Nostalgia da primeira Iugoslávia monárquica. O professor Mihailo Pavlovic refuta em outro folheto oficial que esse regime fosse uma "prisão de povos". Em 16 de agosto de 1992, as autoridades sérvias organizam pela primeira vez desde a abolição da monarquia, grandes festas em memória do rei Peter, morto em 1921.

3) Na versão de Karadzic, construção de um estado sérvio étnicamente puro. Ele disse claramente: Não estamos interesados em repartir (com os croatas) a Bósnia em duas, porque consideramos que um grande número de muçulmanos estariam englobados, como comunidade autônoma, em nossos territórios, o que não permitiria resolver nem a questão nacional sérvia nem a questão muçulmana.

4) Negação da existência de um povo muçulmano. Afirmam que os eslavos muçulmanos são sérvios que estavam em processo de integração com o resto dos sérvios e rechaçam a decisão das autoridades titistas de dar-lhes a consideração de povo com iguais direitos. Atribue este fato a que "trataram de impedir o aumento do peso do fator sérvio no Estado iugoslavo ao mesmo tempo que preparavam o terreno para prosseguir o processo de desintegração da nação sérvia e da comunidade iugoslava".

5) Magnificação e exagero do perigo de expansão muçulmana desde a Bósnia enquanto se atribuem o caráter de muralha cristã e sobretudo silenciam o perigo bem real de hegemonia alemã e norte-americana. Este discurso tem um claro caráter racista.

6) Vitimização dos sérvios em Kosovo, que serviu de desculpa para abolir a autonomia dessa república autônoma integrada na Sérvia e para relançar o nacionalismo sérvio que criou as condições do drama sofrido pelo povo sérvio na Croácia e na Bósnia, massacrado e expulso pelos chovinistas croatas e muçulmanos.

7) Os nacionalistas mais agressivos como o neofascista Voyislav Sheshel e o criminoso de guerra Arkan, assassino de população civil muçulmana na Bósnia, exigem a absorção da Bósnia-Herzegovina em sua totalidade; da Macedônia, negam que os montenegrinos sejam sérvios; não aceitam províncias autônomas na Sérvia e não aceitam os direitos nacionais das minorias.

O Grande engano do regime "multicultural" de Itzezbegovic

Está claro que as aspirações dos muçulmanos da Bósnia-Herzegovina garupados muito maciçamente em torno da imagem carismática que representa Alia Itzezbegovic e seu partido religiosos-radical... são dirigir proporcionalmente as três populações (quer dizer dirigir simplesmente) uma Bósnia-Herzegovina unida e muçulmana (16). Itzezbegovic conseguiu (desgraçadamente para a paz entre os povos) impor-se a outras correntes políticas muçulmanas.

- A corrente laica e pró-Iugoslávia de Fikret Abdic, que foi eleito nas eleições de novembro de 1990 presidente dos muçulmanos da Bósnia-Herzewgovina, antes que o SDA conseguisse impor Alia Itzezbegovic.

Abdic foi derrotado militarmente pelas tropas do SDA, que invadiram a cidade de Bihac em 1994 provocando o êxodo de milhares de seus habitantes e vive atualmente em Zagreb.

- A organização muçulmana bósnia de A. Zulfikarpasic, emigrado há tempos na Suíça e M. Filipovic, ex-marxista da Bósnia-Hherzegovina. O primeiro voltou a viver em Zurich enquanto Fipovic se uniu ao campo de Alia Itzezbegovic antes de converter-se em ambaixador "bósnio"na Suíça.

- A corrente do primeiro-ministro Silazdzic sem a marca do radicalismo religioso de Itzezbegovic. Atacado fisicamente pelos partidários deste.

O reghime e exército de Itzezbegovic foi apoiado militarmente na guerra pelos regimes entreguistas de Irã e do Sudão, pelo governo turco e pela CIA norte-americana. Terroristas entreguistas recrutados em apíses muçulmanos e que atuaram na guerra contra o governo comunista do Afeganistão interviram neste conflito e fizeram da Bósnia uma base de apoio às atividades terroristas (quer dizer, ações indiscriminadas contra a população civil inocente) an Argélia, na França e na Bélgica. Por exemplo, o dirigente máximo do GIA argelino é Sliman Majerzi, aliás "Abu Yamil", que é veterano da Bósnia e Afeganistão. O enlace de Itzezbegovic com o Irã é o milionário bósnio Hasan Cengic, ex-ministro de Defesa da federação croato-muçulmana. 3.000 muyahedines iranianos combateram em seu exército e 150 ex-oficiais ianques os treinaram. A CIA norte-americana lhe informava puntualmente os movimentos sérvios. Popovic é claro a respeito deste regieme: Os apóstolos do Islã, que dirigem hoje sua comunidade não têm nenhum problema com a idéia de perder alguns territórios e uma ou duas gerações de seus fiéis, porque sabem muito bem que estas provas servirão à "islamização"pura e dura dos que sobreviverem; o que é seu principal objetivo, proclamado alto e forte desde o começo de sua ação (17). A falta de escrúpulos dos entreguistas os tem levado a disparar contra sua prórpia população para fazer cair as represálias ocidentais sobre os sérvios. O Conselho de Segurança da ONU realizou uma investigação que estabelecia sua responsabilidade no massacre da fila da padaria, em Sarajevo, em 1992. Especialistas ingleses e franceses desculparam aos sérvios um explosão que matou 37 cidadãos de Sarajevo em agosto de 1995 e assinalaram que foi disparado das linhas governamentais. Os pró-Itzezbegovic, liderados por Henry-Levy sustentam a falácia do caráter multiétnico de tal regime.

A melhor resposta veio do cineasta Emir Kusturica: Como se pode falar de uma Bósnia multiétnica quando se fez todo o possível para desmembrar a Iugoslávia multiétnica? Inclusive, funcionários ocidentais se sentiram espoliados por este regime. O responsável do tema Bósnia no Departamento USA de Assuntos Exteriores até agosto de 92, George Kennedy, declara: O que no princípio era um governo bósnio multiétnico e eleito legalmente se converteu em uma entidade muçulmana extremista e antidemocrática. Hoje vemos uma purificação étnica levada por muçulmanos paralelamente à dos sérvios e a determinação insensata do presidente bósnio Alia Itzezbegovic de fazer guerra a seu velho rival Fikret Abdic,... a camarilha de políticos nacionalistas que rodeia Itzezbegovic é incapaz de explicar o que ganha com a continuação dos combates (18).

Kosovo, se repete o cenário

O povo kosovar-albanês não cessa de sofrer agressões desde suas manifestações de 1981. O nacionalismo sérvio expulsa da LC os titistas albaneses e os operários desempregados. Em 1989, Milosevic dá por abolida a autonomia da província e proíbe o ensino da língua albanesa. O povo kosovar tem direito a exercer plenamente seus direitos nacionais, mas em Kosovo se repete tragicamente o cenário da Eslovênia e da Bósnia. As forças progressistas, comunistas e iugoslavas tem sido eliminadas do jogo político e o controle passou para as mãos das forças reacionárias, chovinistas e pró-imperilaistas desejosas de converter-se em marionetes das grandes potências. O chamado Exército de Libertação de Kosovo (ELK) é uma filial do partido fascista de Sali Berisha, que lhe fornece armas e equipamentos desde o norte da Albânia, com apoio da Alemanha. Seus veículos, uniformes, armas vêm da Alemanha. Dispõem de armas anti-tanques alemãs "Ambust", que só se pode conseguir por via oficial. Um oficial do ELK afirma: Agradecemos a Alemanha por tudo o que tem feito por nós (19). Dispõem de um diário, que aparece em Pristina, Koha Ditore, financiado pelo magnata das finanças internacionais George Soros. O ELK, ou algumas de suas facções, que parece serem quatro, que carecem de um mando unificado, querem para o povo kosovar o mesmo regime corrompido e de terror que impôs seu inspirador Berisha sobre o povo da Abânia em 1991 até ser derrotado por uma rebelião popular em 1997.O parlamento dos albaneses de Kosovo pede intervenção da OTAN para desmilitarizar Kosovo e criar uma administração internacional provisória. Querem que Kosovo passe, como a Bósnia, a ser um protetorado do imperialismo. Por sua parte, as potências imperialistas desejam que se prolongue a guerra e a instabilidade em Kosovo e nos Balcãs para reforçar seu aparato militar na zona: 1.600 soldados norte-americanos na Macedônia; 800 na cidade albanesa de Shkodër, que servem de apoio às atividades aéreas que provêm da base norte-americana de Tszar, na Hungria, livre acesso US Navy aos portos albaneses, etc... A OTAN e os estados Unidos afirmam querer defender a população civil albanesa-kosovar. É certo? é pura demagogia. Recordemos que para defender seus interesses estratégicos os Estados Unidos têm massacrado a população civil do Vietnã, Coréia, Granada, Líbano, Somália, Panamá e Iraque. Acabade de bombardear o Sudão e o Afeganistão e apoia o regime turco, que promove o genocídio do povo curdo. Milosevic, lançando o exército e a polícia sérvia-iugoslava em Kosovo faz o jogo das grandes potências e lhes dá argumentos para bombardear a República Federal Iugoslava, cometer um grande massacre contra sua população e colocá-la definitivamente de joelhos. Este é o trágico beco sem saída da política nacionalista reacionária que tem prosseguido desde os anos 80.

Os impérios contra os povos iugoslavos

1) Império Otomano: Séculos de dominação e repressão até que se retira depois de várias guerras de libertação dos povos balcânicos e de sair derrotado na 1ª Guerra Mundial.

2) Império Austro-Húngaro: Mantém sob seu domínio o norte da Iugoslávia até a 1ª Guerra Mundial. Áustria, Alemanha capitalista, que anexa a RDA e se lança na conquista do leste europeu e a Hungria burguesa, depois da contra-revolução do final dos anos 80 herdam os apetites imperialistas da dinastia austr-húngaro dos Habsburgo.

3) Vaticano: Tenta manter sob seu domínio e dos senhores feudais locais os croatas. Apoia com entusiasmo o genocídio dos sérvios de 1941 a 1945 e abençoa a separação da Croácia da Iugoslávia. A Croácia filofascista de hoje está sob a influência direta do Papa polaco.

4) Itália fascista: Mussolini invadiu e colonizou Dalmácia e a Eslovênia. A Guerra Popular a derrotou e expulsou. Hoje, a burguesia italiana apoia a Eslovênia burguesa.

5) Alemanha imperialista: O militarismo e imperialismo alemão luta contra a Iugoslávia desde seu nascimento em 1919, porque a vê como uma barreira à sua expansão no Mediterrâneo, no Norte da África e no oriente Médio. Por isso, em 1941, a invadiu e a desmembrou. Conspira durante anos pelo desmembramento da Iugoslávia, até conseguir em 1990. Intervém ativamente no armamento de seus títeres, os reacionários eslovenos, croatas, muçulmanos e kosovares e no sentido de obrigar toda a União Européia, a França, o Reino Unido e os Estados Unidos a apoiarem o dito desmembramento. Hoje, coloniza a Eslovênia e a Croácia. Quer ver a Nação Sérvia ainda mais vencida, humilhada e suplicante.

6) Estados Unidos: Se consolidam como única potência mundial, primeiro, impondo a guerra aos povos e logo impondo-lhes a sua paz em Dayton. Aproveitam o conflito para estender a influência da OTAN, levando-a a entrar em combate e criando um dispositivo de bases militares que o situem numa posição estratégica nos Balcãs, na Europa central e no Mediterrâneo.

Principais intervenções imperialistas contra os povos iugoslavos

1) Reconhecimento unilateral por parte da Alemanha e Áustria à declaração de separação dos governos nacionalistas reacionários da Eslovênia, Croácia, croato-muçulmanos da Bósnia-Herzegovina.

2) Preparação clandestina feita há anos para a separação da Croácia, entre os fascistas ustachas croatas e o serviço secreto oeste-alemão BND.

3) Armamento clandestino e treinamento militar das tropas da Croácia fascista, dos fascistas croatas e muçulmanos integrados da Bósnia-Herzegovina por parte da Alemanha, da CIA norte-americana, Áustria, o regime fascista turco, regimes integrados como a Arábia Saudita, Emirados do Golfo, Irã.

4) Sanções internacionais e embargo contra a República Federal da Iugoslávia.

5) Apoio político e militar à operação militar croata que conduziu à limpeza étnica da Krajina e a incontáveis crimes contra a humanidade por parte do exército ustacha croata.

6) Criação de uma rede de bases militares terrestres, aéreas e navais, centros de espionagem e localização de tropas e esquadras da OTAN, Estados Unidos e Alemanha na Hungria, Croácia, Itália, Bósnia-herzegovina, Macedônia, Albânia e Grécia. Os Balcãs foram militarizados e ocupados pelo imperialismo à exceção da República Federal da Iugoslávia.

7) Criação de dois níveis de refugiados civis: os da primeira categoria, croatas, muçulmanos e kosovares recebem ajuda; os da segunda, os sérvios recebem desprezo e são marginalizados.

8) Apoio aos partidos e dirigentes políticos mais racistas, fascistas e reacionários da zona para que oprimam a seus povos e os façam matar-se entre si.Apesar de serem nazis convencidos (Tudjman da Croácia) os integrados reacionários (Itzezbegovic) , os fanáticos religiosos (Vuk Draskovic) recebem da imprensa ocidental a classificação de "democratas".

9) Campanha propagandística racista que apresenta os sérvios em sua totalidade, sem fazer distinção entre suas diferentes classificações, como um povo sanguinário, criminoso e único responsável por todas as atrocidades cometidas.

10) Apoio às expressões religiosas mais extremistas que alimentam o ódio, os enfrentamentos armados e as divisões dos povos iugoslavos.

11) Ataques militares contra posições civis e militares sérvias na Bósnia-Herzegovina em que foram usadas armas com urânio empobrecido, proibidas pela Convenção de Genebra e que causaram numerosos mortos e feridos civis.

12) Ameaças contínuas de intervenção militar em grande escala contra a República Federal da Iugoslávia.

13) Apopio às forças mais reacionárias dos albaneses da Albânia (ex-ditador fascista que destruiu o país, Sali Berisha) e de Kosovo (terroristas do "Exército

de Libertação de Kosovo" que estão estreitamente ligados a Sali Berisha e que buscam implantar em Kosovo o mesmo regime de terror que o dito criminoso).

14) Impedir, por todos os meios, a reconciliação e unidade dos povos iugoslavos para melhor dominá-los e oprimi-los. Hitler e Mussolini estarão contentes em suas tumbas.

15) Tribunal Internacional de Haya, supostamente imparcial, mas que não julga os verdadeiros responsáveis pela guerra e desmembramento da Iugoslávia, que é o principal crime contra o povo.

Importantes crimes de guerra da ex-Federação Iugoslava

Franco Tudjman: Criador da Croácia fascista, herdeira direta da Croácia nazista de Ante Pavelic, de 1940 a 1944. Reabilitador de criminosos nazistas perigosos. Chefe das milícias croatas genocidas da Bósnia-Herzegovina, chefe da operação de depuração étnica da Krajina em que refugiados civis sérvios foram metralhados enquanto escapavam. Expulsou milhares de sérvios e iugoslavos da Croácia. Marionete da Alemanha. Radovan Karadzic: herdeiro dos monárquicos sérvios dos anos 40. Fanático religioso, anticomunista, responsável por inúmeras mortes contra a população civil, muçulmana e croata da Bósnia-herzegovina. Zelko Arkan: chefe de grupos paramilitares sérvios, responsável por inúmeros massacres na Croácia e na Bósnia-Herzegovina contra a população civil muçulmana e croata. Com os saques de guerra se converteu em milionário e construiu um palçio em Belgrado. Dobroslav Paraga: antigo "prisioneiro de consciência" na Iugoslávia socialista. Fanático nazista, chefe das milícias do Partido Croata do Direito, responsável por inúmeros massacres contra a população civil sérvia na Croácia.

Alia Itzezbegovic: antigo colaborador dos nazistas. Autor intelectual do projeto de criar uma Bósnia muçulmana integrada, limpa dos cristãos e comunistas. Marionete ao serviço dos estados Unidos e aliado fiel dos terroristas afegãos, sauditas, sudaneses, kwaitianos e dos fascistas turcos. Repressor de populações sérvias, muçulmanas de oposição, de comunistas a quem odeia. Chefe de forças militares e paramilitares muçulmanas bósnias e internacionais, autoras de crimes contra a humanidade e contra civis croatas e sérvios.

Ante Gotovina: General de exército fascista croata, responsável pela maior depuração étnica em toda Iugoslávia, pela expulsão de 200 mil sérvios de Krajina e pelo assassinato de centenas deles. Mihaljo Hrastov: fascista croata assassino direto de 13 prisioneiros indefesos do Exército Popular Iugoslavo, em 1991, pelo que foi condecorado por Tudjman. Seselj: Nacionalista extremista sérvio, líder do Partido Radical, partidário da Grande Sérvia, de incorporar à Sérvia territórios da Bósnia, Croácia e Macedônia; de oprimir os povos não sérvios que vivem na Sérvia e de não conceder nenhuma autonomia. Esteve justamente encarcerado na Iugoslávia socialista até que a Anistia Internacional pediu sua liberdade na condição de "preso de consciência". É um criminoso ideológico e provavelmente responsável pelo envio de milícias aos diversos conflitos.

Ratko Mladic: General sérvio-bósnio, responsável por operações de limpeza étnica contra populações civis muçulmanas e croatas e de ataques contra Sarajevo, nos quais morreram civis indefesos.

Apoios internacionais às distintas forças reacionárias

União Democrática Croata. Partido de Franco Tudjman. Apoiado pela Alemanha, pelo Vaticano e Opus Dei e a extrema direita internacional.

Partido de Ação Democrática. Partido de Alia Itzezbegovic. Partido apoiado pelos Estados Unidos e pelos regimes muçulmanos integristas (Sudão, Irã, Kwait, Arábia Saudita).

Partido Radical Sérvio. Partido de Seselj. Apoiado pela extrema direita internacional. Dos ultradireitistas russos de Zirinovsky à Frente Nacional francesa de Le Pen.

Exército de Libertação de Kosovo: apoiado pela Alemanha e pelo partido fascista albanês de Sali Berisha.

Partido Croata do Direito, Nova Direita Croata, etc. Forças croatas abertamente nazistas que não se cobrem com a folha de parra (espécie de planta que destila uma água que os viajantes bebem) de Tudjman. São apoiados pelas forças mais nazistas do mundo, da Alemanha, Áustria, países bálticos, Bégica, etc.

Partido Democrático Sérvio: Partido de Karadzic na Bósnia. Inicialmente apoiado por Milosevic. Depois recebe apoio de um pequeno lobby da direita francesa, do nacionalismo russo e eslavo, do sionismo israelita e dos extremistas da Sérvia.

Da convivência iugoslava ao ódio fascista

Antes e agora a convivência multiétnica dos povos iugoslavos.

Eslovênia: antes conviviam 87% dos eslovenos com pequenas minorias sérvia e croata. Hoje, os eslovenos têm sido educados para odiar aos sérvios.

Croácia: Com o socialismo conviviam em paz e em igualdade 78% de croatas com 12% de sérvios, cerca de 2% de iugoslavos e uns 7% de "outros". Hoje, os sérvios têm sido expulsos às centenas de milhares e os poucos de ficaram (menos de 3%), mais a minoria iugoslava e outras minorias estão completamente oprimidos e são cidadãos de segunda.

Bósnia-Herzegovina: Antes conviviam criativamente 43% de muçulmanos, 31% de sérvios, 17% de croatas, 5% de iugoslavos e 2% de "outros" (judeus e ciganos). Hoje, depois de uma guerra criminosa de dezenas de milhares de mortos as populações se dividiram e existe centenas de milhares de refugiados, sendo que as novas gerações se educam no ódio racista.

Sérvia: Antes conviviam 87% de sérvios, 3% de muçulmanos, 3% de iugoslavos, 1% de albaneses, 1% de ciganos. Hoje, tiveram que acolher a dezenas de milhares de refugiados croato-sérvios e sérvio-bósnios. As forças racistas sérvias têm peso eleitoral e político e supomos que dificultam a vida de muçulmanos, albaneses, etc.

Kosovo: antes conviviam 82% de albaneses, 10% de sérvios, 3% de muçulmanos e 3% de "outros". Hoje, há uma guerra fratricida entre albaneses e sérvios. Além disso, a autonomia de Kosovo foi dissolvida pela Sérvia em 1989 e os kosovares privados de seus direitos.

Voivodina: Sérvios uns 57%. Húngaros, 17%. Eslovacos, 3%. Croatas, uns 4%. e 9% de "outros". Ainda que a autonomia tenha sido liqüidada não há notícias de problemas.

Macedônia: Antes conviviam 64% de macedônios, 21% de albaneses, 5% de turcos, 3% de ciganos, 2% de sérvios. A tensão entre albaneses e macedônios é cada vez mais forte e pode estalar a qualquer momento.

As religiões, fator de dissolução da convivência pacífica, da sociedade e da paz nos Balcãs

Igreja Católica Romana: Maioria entre eslovenos, croatas e um setor de albaneses. Na Croácia os padres e os bispos católicos, respaldados pelo papa alimentam a limpeza étnica contra sérvios, o anticomunismo, o antiiugoslavismo e a destruição de igrejas ortodoxas.

Islã radical: Desde os tempos de Mufti de Jerusalem, que na 2ª Guerra Mundial apoiou as tropas fascistas muçulmanas bósnias integradas ao exército croata, há uma corrente islâmica integrista cujo principal líder é Alia Itzezbegovic e que tomou o poder em Sarajevo e na parte muçulmana da Bósnia. Recebe o apoio dos terroristas integristas como Oslama Ben, integristas afegãos, os assassinos do GIA argelino, os integristas iranianos e sudaneses. Empreenderam um programa de construção de mesquitas, de marginalização das mulheres e de ódio sistemático aos ateus, comunistas e cristãos. Entre os albaneses kosovares o Islã cumpre também um papel negativo.

Igreja ortodoxa sérvia: Os ortodoxos alimentam ideologicamente o projeto nacionalista reacionário de uma Grande Sérvia contra as outras comunidades.

Definitivamente a política antireligiosa das autoridades iugoslavas nos anos 40 e começo dos anos 50, assim como das autoridades albanesas de 1945 a 1990 estiveram completamente justificadas para assentar a convivência democrática am bases progressistas, civilizadas, racionais e fraternais. O abandono desta política pelos titistas é um gravíssimo erro.

Linha ideológica pró-imperialista de algumas ONGs européias e supostos "intelectuais"militaristas como Mendiluce, Kouchner, bernard-Henry Levi

1) Assumem acriticamente a versão alemã e da OTAN;

2) Praticam um racismo violentamente anti-sérvio;

3) Apoiam as soluções militares da OTAN, Alemanha e Estados Unidos para o conflito;

4) Não se questionam que o desmembramento da Iugoslávia foi o principal crime contra os povos;

5) Ignoram e depreciam os problemas das populações refugiadas sérvias da Croácia e da Bósnia-Herzegovina;

6) Fazem apologia e propaganda do regime integrista de Sarajevoo qual apresentam como defensor de seu povo, democrático, multiracial;

7) Criminalizam as vozes anti-imperialistas que clamam pela verdadeira paze solidariedade com os povos iugoslavos

8) Silenciam completamente a história desses povos, sua Guerra Popular de Libertação Antifascista e as décadas e décadas de convivência construtiva e harmônica;

9) Reclamam o reforço militar incessante das tropas reacionárias croatas, muçulmanas e kosovares e o castigo contra as sérvias;

10) Dão apoio sistemático a todas as intervenções armadas imperialistas, envio de tropas, instalação de bases militares, criação de protetorados internacionais;

11) Mantêm o falso mito de que a "Europa e a Comunidade Internacional não fizeram nada para impedir o conflito";

12) Não querem saber de nada dos interesses e manobras internacionais das grandes potências e de seus serviços secretos que consideram "fábulas". Dão a eles, desta maneira, cobertura;

13) Insistem em que os únicos criminosos de guerra são os sérvios e que são os únicos a quem se deve castigar. Apoiam, dessa maneira, os criminosos de guerra croatas e muçulmanos;

14) Silenciam que a ajuda humanitária que eles reclamaram e conseguiram das pessoas caiu, em boa medida, nas mãos das máfias burguesas corrompidas e não chegaram às populações necessitadas;

15) Consideram que a "independência" é criar mini-estados reacionários que caem imediatamente sob o controle das multinacionais e das grandes potências.

A grande fraude dos massacres de Sarajevo

- Em 27 de maio de 1992, três obuses de morteiro matam 17 civis e ferem 150 na fila de uma padaria em Sarajevo. Em 30 de maio, o conselho de segurança da ONU estabelece o embargo comercial contra a Sérvia e Montenegro e os responsabiliza pelos atentados.

- Em 6 de fevereiro de 1994, uma explosão mata 66 civis e fere 200 no mercado Markale de Sarajevo. Os sérvios são acusados sem provas e em 9 de fevereiro um ultimato da OTAN os ameaça com ataques aéreos se não retirassem sua artilharia para 20 Km além da cidade.

- Em 28 de agosto de 1995 um obús mata 41 civis num mercado de Sarajevo. O quartel-general da Forpronu afirma, no dia 29, que a responsabilidade é dos sérvios. A OTAN lança ataques massivos contra a República Sérvia.

- A quem interessa estes massacres? Ao governo integrista de Itzezbegovic? Quem foi realmente o responsável pelos massacres? Já não há dúvidas. O General canadense Mackenzie, chefe dos observadores da ONU, em seu livro "The Peacekeeper. The road to Sarajevo"; o mediador britânico David Owen em seu livro "Balkan Odyssey"; um oficial russo presente nos ditos lugares, especilaistas britânicos e franceses, a imprensa ocidental já disseram claramente: as tropas bósni0-muçulmanas às ordens do governo de
Alia Itzezbegovic atacaram abertamente a população civil muçulmana de Sarajevo para levar a OTAN a castigar os sérvios e apresentá-los como verdugos.

 

Notas:

1- Lênin, Obras Completas, Progresso, Moscou.

2- "Du projet d’union à l’étouffement des différences", Le Monde Diplomatique, julio 1992.

3- "Caprichos de la economia iugoslava", Cuadernos del Este, Editorial Complutense, Madrid, 1992, p.21.

4 - "Que cessent les vents chauvins", Le Monde Diplomatique, Paris, fevereiro 1989.

5 - "La sinistra in Croacia - Reliquiae reliquiarum", balcânica nº13, Roma, 10 de dezembro de 1994, P.73

6 - Sean Gervasi, "Germany, US and the Yuguslavy crises", Covert Action Quaterly, nº43 inverno 92/93

7 - Paul Garde, Vie et mort de la Youguslavie, Fayard, Paris, 1992, p.270

8 - Petre Handke, op. cit, p.34

9 - Diana Jean Schema, "Croation leader ’s invitation to holocaust Museum sparks Angers and Shocks", New York Times, 21 de abril 1993

10 - "Les musulmans..."op. cit. p.102

11 - Citado en L’Humanité de 13 de agosto de 1992

12 - "Coûteuse myopie des grandes puissances", Le Monde Dioplomatique, julho 1992

13 - Politika, 5 de julho de 1998, citado em Servia en el mundo de julho-agosto 1998

14 - El Mundo, 27 de setembro de 1998

15 - "Etnia y religion en la historia serbia" suplemento da revista Serbia

16 - "Les musumans... " op cit. p.91

17 - Idem p. 104

18 - International Herald Tribune, 2 de dezembro de 1994

19 - Süddeutsche Zeitung 4 de julho de 1998

Reproduzido de: Página España Roja, director Lorenzo Peña. WEB: eroj@eroj.org Euskal-Herria, outubro de 1998