DAVID CRONENBERG

 

"Meu dentista me disse um dia desses: já tenho problemas bastantes minha vida, então pra que eu iria assistir seus filmes?"

 

Diretor, roteirista, produtor e ator, nascido em 1943 em Toronto, Canadá, formou-se em Inglês e Ciências na Universidade de Toronto.

Um dos melhores diretores de filmes de horror da nova geração, suas explorações do terror biológico e das fobias sexuais forneceram uma visão tremendamente original para o gênero. Tendo trabalhado com tanta frequência no gênero horror, Cronenberg foi rotulado até recentemente um diretor mercenário; seus últimos filmes, porém, desviaram-se dos efeitos especiais repulsivos e passaram a se concentrar na temática e personagens.

Durante a faculdade, Cronenberg realizou dois curtas experimentais de ficção científica, Stereo (1969) e Crimes of the Future (1970), antes de trabalhar profissionalmente.Ambos os filmes mostravam a queda de Cronenberg para a experimentação estilística e sua habilidade em usar o espaço arquitetônicos com propósitos expressivos. Seu primeiro filme profissional foi o terror eficiente Shivers (1975), co-produzido por seu camarada canadense Ivan Reitman. Em seu retrato de um parasita criado artificialmente que libera um desejo sexual incontrolável, Cronenberg elaborou um wty comentário sobre a liberação sexual da época. Brincando com o mesmo tema, Rabid (1977) inteligentemente escalou Marilyn Chambers, ex- Ivory Snow Girl e estrela pornô, com a infortunada vítima de uma operação que a deixa com um apetite por sangue digno de vampiro.

The Brood (1979), outro exercício de horror biológico, mostrou Cronenberg buscando algum grau de respeitabilidade. Pela primeira vez ele utilizou atores conhecidos, Oliver Reed e Samantha Eggar. Embora o diretor os tenha colocado em uma história terrorífica na qual na qual a mutação biológica é identificada como metáfora para a raiva emocional, ele usou seus atores com surpreendente habilidade. Mas foi com a Hora da Zona Morta ( The Dead Zone, 1983) que Cronenberg passou para um nível acima da exploração do horror. O filme é adaptado de um romance de Stephen King sobre um homem capaz de prever eventos futuros nas vidas das pessoas, bastando tocá-las (esse foi o primeiro roteiro adaptado usado por Cronenberg). Aqui, atmosfera e atuação, em especial um ótimo papel principal desempenhado po Christopher Walken, têm vantagem sobre os efeitos especiais.

Videodrome (1983) é um história de horror com uma auto-reflexão sobre os efeitos da TV sobre os expectadores. O filme conta a história de um produtor de TV oportunista, interpretado por James Woods, que fica obcecado com uma programa sádico-erótico transmitido por uma misteriosa estação pirata. Suas fantasias, estimuladas pelo show, tornam-se mais e mais foram de controle e parecem representar a consciência do típico telespectador masculino, modelado pela ênfase dada por aquela mídia na violência, sexo e espetáculo. Videodrome é um tour de force no qual a fantasia se funde a realidade a tal ponto que o espectador, tal qual o protagonista, não consegue separá-las. Mostra-se até que grau nós somos todos "programados" pela mídia - um tema extremamente bem mostrado na imagem de um novo oríficio surgido no estômago do produtor, com a função de receber software de vídeo.

A refilmagem de A Mosca (The Fly, 1986) feita por Cronenberg mostra um cientista cuja estrutura atômica é misturada com a uma mosca doméstica e por conta disso sofre uma gradual desintegração física. Isso tem sido visto como uma metáfora para a AIDS. Gêmeos: Mórbida Semelhança (Dead Ringers, 1988), um grande sucesso comercial e de crítica, é um trabalho muito bem realizado, no qual o horror biológico é quase totalmente substituído pela exploração psicológico dos personagens e pelo controle preciso de cores, cenário e movimentos de câmera. Uma genial performance de Jeremy Irons torna essa incrível história de ginecologistas gêmeos que descambam para as drogas, loucura e, finalmente, suicídio, um exame crítico do controle patrialcal da profissão médica.

Cronenberg filmou ainda Mistérios e Paixões (Naked Lunch,1992), baseado na vida e obra de William S. Burroughs, M. Butterfly (1993), baseado na história real da relação entre um diplomata francês e uma diva da Ópera de Pequim; Crash, Estranhos Prazers (Crash, 1996), baseado no romance Crash (1973) de J. G. Ballard, o qual causou escândalo em muitos lugares onde foi exibido.

Seu trabalho mais recente é eXistenZ, que fala sobre realidade virtual, ainda inédito no Brasil, e sem previsão de lançamento

 

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