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MODA


Fontes: Nemet-Nejat, Karen Rhea (1998) Daily life in Ancient Mesopotamia. London; Greenwood Press, Daily Life Through History Series.

 O vestuário usado por toda a Ásia ocidental era humilde e para proteção contra os elementos da natureza. As fontes principais de informação tem sido esculturas, baixos-relevos e brasões cilíndricos. Infelizmente, as cores não são mais visíveis. A primeira informação sobre vestuário e aparência apareceu no final do quarto milênio antes da Era Comum, com o advento da escultura e da escrita, aonde homens ricos e poderosos eram geralmente descritos com mais freqüencia do que mulheres e crianças.

Nós não sabemos muito sobre vestuário antes do desenvolvimento da escultura e da escrita aproximadamente 3300 antes da Era Comum. Antes da invenção dos tecidos, pele de carneiro, pele de cabra e lã eram usados, como descrito na arte ritualística da Suméria (reino antigo situado na baixa Mesopotâmia). Os carneiros eram tosquiados ou tinham sua lã arrancada. O pelo das cabras também era usados. Homens vestiam cinturões de pele de ovelha, que iam da cintura até acima dos tornozelos. Mulheres usavam trajes tipo togas, às vezes seguros por um pino (alfinete), ao qual era pendurado um fio de pérolas (contas) ou um selo de família (brasão).

Os materiais usados para fazer as roupas eram os mesmos por todo o mundo antigo. Apesar do couro ser usado em épocas remotas, o material mais comum para o vestuário era a lã. O linho era usado para trajes melhores ou para roupas de sacerdotes e de estátuas. Feltro feito de lã de baixa qualidade ou de pelo de cabra era usado para os sapatos, forros, forros almofadados e almofadas. O algodão não estava disponível para a confecção de roupas até que Sennacherib o introduziu na Assíria por volta de 700 antes da Era Comum. A seda foi introduzida mais tarde. Há evidência que o tear vertical (usado para produzir fios enrolados), que era capaz de fazer tapeçaria com bordados estava em uso no terceiro milênio antes da Era Comum.

A manufatura de tecidos se tornou a principal indústria. Cartas de numerosos lugares do século 18 antes da Era Comum (antes de Cristo), particularmente de Mari, proveram informações sobre o uso de corantes, tecidos e trajes reversíveis, e roupas costuradas com appligés, contas pequenas ou ornamentos. As famosas tinturas púrpuras produzidas pelos Maoris (Maoris hells, região das tribos indígenas Maori da Nova Zelândia), eram produzidas antes de 1200 antes da Era Comum em Ugarit, onde pilhas de conchas foram achadas. Nas tumbas reais em Nimrud (século oito antes da Era Comum), foram descobertos apliques de ouro. Tecidos eram tratados e dados como presentes nobres e reais.

No período Velho Akkadian (cerca de 2330-2193 antes da Era Comum), as roupas masculinas mudaram: ao invés de ficarem desnudos da cintura para cima, os homens começaram a vestir túnicas que passavam por cima de apenas um dos ombros. Materiais com dobras e drapeados eram usados para as túnicas e kilts dos homens. Peles de ovelhas impermeáveis foram substituídos por tecidos de lã com dobras macias, com franjas nodosas (com nós e saliências) complexas nas bordas e cortes. Em regiões montanhosas, eles usavam sapatos com as extremidades dos dedos dos pés voltados para cima. As roupas das mulheres também começaram a mudar. Apesar de continuarem a usar trajes do tipo toga envolvidos ao redor do corpo, o tecido às vezes era pendurado em ambos os ombros para formar um decote em forma de V. Vestidos de mangas curtas, alguns com decote arredondado, foram introduzidos.

Durante os períodos Neo-Sumério e Velho Babilônico (1900 – 1595 antes da Era Comum), os estilos de roupas masculinos e femininos permaneceram o mesmo, com variações menores. Homens continuaram a vestir túnicas, mas as extremidades e as bainhas dos seus trajes se tornaram mais elaborados. Os desenhos (padrões) das túnicas eram às vezes impressos em contratos, ao invés de em um selo (brasão). De aproximadamente 1400 antes da Era Comum em diante, ambos homens e mulheres Assírios vestiam grampos ornados com franjas de pano envoltas no corpo e mantidas no lugar por um cinto, com a extremidade longa, com franjas caindo por entre as pernas. Kilts também eram usados, às vezes por baixo das túnicas.

Mas até o final do primeiro milênio antes da Era Comum, a moda mudou. A Assíria nos fornece duas fontes de informações sobre o vestuário, sendo que a maior fonte vem de objetos artísticos como esculturas, altos relevos, placas, marfins entalhados, e brasões (selos) cilíndricos. Textos do léxico também contém muitas palavras relativas ao vestuário catalogadas, e listam muitas características dos tecidos, de materiais baratos para os servos aos usados pela realeza.

Homens vestiam uma túnica ou várias túnicas combinadas: esses trajes tinham manga-curta e eram presos por um cinturão na cintura, e os cobriam do pescoço aos joelhos. Às vezes a parte superior da túnica possuía tiras colocadas diagonalmente por cada ombro, cruzando o peito. Pessoas de um nível social melhor, tais como oficiais e militares, adicionaram uma capa à sua vestimenta. Na realidade, as ordens do harém real declaravam que se um cortesão fosse negligente, ele seria despido de sua capa – um claro símbolo de status. A capa era geralmente feita de lã, e as vezes de linho, em azul, vermelho, púrpura e branco. Havia um ornamento por cima, além da capa, que não tinha cavas para os braços e era colocado sobre o pescoço.

Os Assírios geralmente andavam descalços, mesmo quando iam à guerra. Quando eles calçavam algo, geralmente usavam sandalhas com salto triangular e tiras passando por sobre o pé e ao redor do dedão. De vez em quando calçados mais elaborados eram descritos, como botas longas (usadas por guerreiros e caçadores) ou sapatos que cobriam o pé inteiro. Sabe-se menos sobre calçados femininos, apesar da rainha de Assurbanipal ter sido mostrada calçando um tipo de chinelo, cobrindo a metade da frente do pé.

Prisioneiros de querra geralmente ficavam nus. Os Assírios despiam grupos inteiros da população durante campanhas. Um texto descreveu uma população conquistada como tão empobrecida, que vestiam roupas feitas de papiro, o equivalente ao papel na antiguidade.

Com a queda da Babilônia para o rei Persa Cyrus (539 antes de Cristo), as pessoas da Ásia ocidental vestiam a moda de seus conquistadores – um vestuário tradicional baseada nas calças.

Os registros arqueológicos do segundo milênio antes de Cristo forneceram alguns exemplos de uso de pedras preciosas. Três tumbas reais foram achadas no Palácio Noroeste, construído por Assurmasirpal II (883-859 antes de Cristo).

Na Assíria, ambos homens e mulheres usavam jóias, como brincos, amuletos, selos cilíndricos e braceletes. Os antigos, como as pessoas hoje em dia, deixavam suas jóias através das gerações. Mulheres usavam braceletes nos tornozelos, uma prática ainda existente entre as camponesas no Iraque.

Sabe-se pouco sobre as jóias da Neo-Babilônia, apesar dos textos se referirem aos joalheiros e ourives ligados ao templo Eanna em Uruk, e a casa de um confeccionador de enfeites de contas foi descoberta na Babilônia.

Perfumes e Cosméticos

Jóias, incluindo brincos, contas, pingentes, braceletes e tornozeleiras, foram achadas em casas particulares, junto de cosméticos, como potes de ungüentos para o corpo e cabelos, conchas de mexilhão contendo kohl (tipo de cosmético usado por mulheres no oriente – sombra de olho azul), escovas feitas de madeira e marfim, e pinças e espelhos de cobre e prata e até mesmo ouro. Os efeitos de bronze altamente polido, o que condicionava reflexos na sua superfície.

A evidência de cosméticos é fraca. Mulheres usavam cosméticos para os olhos e para aspecto geral do rosto. Pigmentos branco, Vermelho, amarelo, azul, verde e preto foram achados em conchas de mariscos nas tumbas do Cemitério Real de Ur. Alguns textos se referem aos cosméticos, mas esses textos são muito difíceis de ser interpretados. Uma lenda do segundo milênio sobre a Grande Deusa Suméria Inanna (mais tarde chamada de Ishtar) descrevia as Suas preparações para a descida ao Mundo dos Mortos. "Ela pintou seus olhos com uma pintura chamada "Deixe ele vir, deixe ele gozar". É claro, maquilagem para os olhos era considerado sensual, e um bom marketing era importante mesmo nos tempos antigos. A base dos cosméticos para olhos era a pomada de antimônio, que era aplicada com um pino de marfim entalhado. Rouge foi mencionado em uma lista de sinônimos: em Sumério, era traduzido como "pasta de ouro", e em Acádio como "pigmento vermelho para o rosto".

Substâncias aromáticas se tornaram a principal industria na Mesopotâmia; elas eram usadas para medicina, rituais e cosméticos. As mulheres tinham uma função principal na manufatura dos perfumes. Plantas aromáticas eram empapadas e fervidas na água, em fogo brando, por vários dias, colocadas em óleo (azeite) e então escumada.

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