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NAMU - SENHORA DE TODOS OS COMEÇOS, A PRIMEIRA GRANDE MÃE E CRIADORA DOS SUMÉRIOS

 


Namu é a primeira das Grandes Deusas-Mães e Criadora dos Sumérios. Seu nome é em geral escrito com o símbolo engur, que também é usado para escrever Apsu. Namu, portanto, personifica o poder das águas do mar e das férteis águas subterrâneas (Apsu), portanto sendo a fonte da vida e de toda fertilidade. Listas de deuses e textos descrevem-Na como a "Mãe que deu origem ao Céu e à Terra", "Mãe, a primeira, que deu à luz aos deuses e deusas e ao universe", "Mãe de tudo o que Existe". Ela é uma deusa sem consorte, matéria-prima de tudo o que existe, personificando o sexo feminino como aquele capaz de criar a vida espontaneamente, tal qual expresso num hino ao Seu templo situado em Eridu,"E-engurra, o útero da Abundância".

Samuel Noah Kramer (History begins at Sumer, 1981, the University of Pennsylvannia Press, Philadelphia) faz-nos as seguintes observações a respeito de Namu:

" primeiro havia o mar primordial. Nada se sabe de sua origem ou nascimento, e parece ser provável que os Sumérios achavam que este mar havia existido eternamente" pg. 82

Thorkild Jacobsen (Treasures of Darkness. 1976, Yale University Press, New Haven, London) descreve Namu como a "deificação das margens dos rios" e das "terras férteis dos pantanais do Sul da Mesopotâmia". Todas estas descrições podem ser resumidas da seguinte forma para o Sul de Mesopotâmia: a criação teve origem e foi executada pelo Divino Feminino, pela Deusa Namu, a partir das águas que simbolizavam fertilidade e abundância, sendo a existência da Deusa Namu algo eterno, desde todos os princípios.

Namu é portanto tão antiga quanto o começo da consciência na Mesopotâmia e tão eterna quanto a própria vida, que Nela teve origem. Esta pode ser a razão por quê Ela quase não aparece nos textos que chegaram até nós: como a Mãe e Origem de toda Criação, Sua presença está em tudo o que existe, não precisando, desta forma, ser mencionada. Um(a) grande criador(a) é em geral reconhecido(a) por seus sucessores e obra, sendo de domínio público a sua contribuição.

Em mito e religião, Namu é a mãe de Enki, o deus da Mágica, das Águas Doces, das Artes e da Sabedoria, e de Ereshkigal, a deusa da Mansão dos Mortos. Namu é também a deusa que tem a idéia de criar a humanidade, para que homens e mulheres auxiliem aos deuses nos árduos trabalhos da existência. Pensando assim, é Ela que vai acordar Enki, para que Ele, Ela e Ninhursag-Ki comecem juntos a conceber a série de operações que irá culminar na criação dos homens e mulheres, segundo os sumérios. .

Em termos históricos, Namu pode provavelmente Ter sido adorada em Eridu antes de Enki, que tomou a maior parte de Suas prerrogativas e funções. Apesar de Seu declínio com a ascenção de Enki no panteão dos deuses, durante o período Neo-Sumério, pelo menos em Ur, o culto a Namu era importante, estátuas sendo comissionadas em Sua honra. O nome de Namu faz parte de muitas listas de famílias importantes, como no caso de Urnamu, que é o nome do rei fundador do período da Terceira Dinastia de Ur, uma das mais importantes e progressistas fases da história da Mesopotâmia.

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