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CARAVAN COMODORO A ÁLCOOL

 

A preocupação com o consumo transparece na alimentação mais pobre do motor a álcool da Caravan. No modelo 81 os freios estão melhores e o novo painel é funcional e elegante.

 

Travamos relações com a Caravan movida a álcool em agosto de 1978, quando se tratava de um veículo experimental, pois a GMB, na época, ainda estava desenvolvendo seu motor de quatro cilindros e 2,5 litros para uso do combustível vegetal, nacional, renovável e não exaurível. Como protótipo de testes, a Caravan de então apresentava diversos detalhes que, por razões de ordem prática, se tornaram dispensáveis e não estavam mais presentes quando o motor 151 alcoólatra da empresa foi finalmente homologado. Entre esses detalhes, destacava-se o sistema de partida a frio, que não usava gasolina: havia dois queimadores (resistências) para pré-aquecer o álcool, acionados por um pequeno botão, que deveria ser pressionado durante 20 segundos antes de se dar a partida em manhãs mais frias. Ou seja, a Caravan era totalmete movida a álcool, dispensando até mesmo o pequeno reservatório para gasolina, destinado a facilitar a operação de arranque em situações climáticas adversas - normal em todos os carros a álcool até hoje produzidos.

Hoje, a GM optou pela solução mais simples, segura e econômica e os carros da linha Opala ou Caravan com motor a álcool usavam o sistema convencional, com bomba elétrica que injeta pequenas quantidades de gasolina no carburador, quando a temperatura assim o exige. Nesses casos, liga-se a chave do contato, puxa-se o afogador, aperta-se o botão (que injeta gasolina durante três a cinco segundos) e dá-se a partida. Uma característica do sistema é que ele nã funciona quando as luzes-testemunha da partida a frio ou da pressão de óleo estão apagadas, caso em que o sendor de temperatura registra a nã necessidade e impede o acionamento. Durante o período em que a Caravan a álcool permaneceu conosco, em dezembro, nunca foi preciso usar o sistema, embora de manhã a lâmpada a frio sempre estivesse acesa.

Dotado de carburador de corpo duplo e fluxo descendente, com taxa de compressão elevada de 7,5:1 para 10,5:1, o motor de 2.470 cc da GM ganhou em potência e torque, quando comparado com o similar a gasolina. Sua potência máxima de 99 CV SAE surge a 4.400 rpm, representando um ganho de 10% sobre os 90 CV do carro a gasolina, que se manifestam em regime levemente mais elevado, 4.500 rpm. No torque a vantagem foi maior (20%), pois o motor a álcool registra 21,6 kgm SAE contra os 18,0 kgm do outro; além disso, no carro movido a etanol o torque máximo é atingido a 2.400 rpm, enquanto no similar a gasolina ele só surge na faixa das 2.800 rotações. Isso sem dúvida é uma vantagem sensível para o motor alcoolizado, que permite retomadas de velocidade bem mais eficiente em situações de ultrapassagem, alé de ser mais macio, mais elástico e menos trepidante.

Em nossas verificações a Caravan Comodoro a álcool reacelerou dos 40 aos 80 hm/h em apenas 6,6 segundos e dos 80 aos 120 km/h em 11,1. Tais marcas foram obtidas usando as reduzidas, na maneira correta de retomar velocidade; as mesmas verificações em quarta marcha pediram 10,8 e 11,7 segundos, respectivamente.

 

 

Os bons dotes de aceleração - devidos ao torque mais elevado e aos regimes mais baixos em que o mesmo se manifesta - também são responsáveis pelas arrancadas superiores da Caravan a álcool. Partindo da imobilidade ela chegou aos 100 km/h em 15,2 segundos; o modelo similar a gasolina pede cerca de 18 e a Caravan com motor de seis cilindros comum (250) faz a mesma prova em 14,5 segundos. o qui´ômetro de arrancada foi vencido em 36,1, com a marca de 400 metros ultrapassada em 19,5; a Caravan similar a gasolina registra tempos de 38,5 e 20,9 segundos para as mesmas verificações.

essa superioridade, entretanto, não se mantém na velocidade final, que foi de 148,7 km/h, o quilômetro lançado vencido em 24,2 segundos. Essa marca é praticamente igual à alcançada pela Caravan Comodoro movida a gasolina com motor de quatro cilindros; quando cronometrada, esta mostrou média de 149 km/h, com melhor passagem atingindo 151,2 por hora.

 

O CONSUMO COMPARATIVO

Como todos os carros a álcool, a Caravan Comodoro apresenta nível de consumo mais elevado que o da similar movida a gasolina, cuja eficiência energética é 35,1% superior em cidade e 28,2% melhor em estrada. A perua em etanol fez média urbana de 5,7 km/l, com anotações parciais de 5,2 km/l em áreas congestionadas e 6,9 em pistas mais desimpedidas. Viajando com dois adultos a bordo registramos média de estrada de 7,8 km/l, com bons 8,3 km/l para acompanhar a vazão normal do tráfego e 5,6 ao manter 130 km/h; a melhor marca surgiu a 80 km/h constantes em pista livre e de bom traçado, quando a Caravan chegou a 9,4 km/l. O modelo similar a gasolina alcança média de 7,7 km/l em uso urbano e 10,0 em estrada, mostrando autonomia de praticamente 650 Km em viagem , contra os 500 da versão a álcool.

 

OS NÚMEROS DO CONFORTO

Os motores a álcool normalmente são mais silenciosos do que seus similares a gasolina. Devido às taxas de compressão mais elevadas que utilizam, para poder queimar um combustível de menor poder calorífico e menos tendência à detonação, o conjunto todo tende a trabalhar mais "redondo", resultando em redução no nível de ruído emitido. No caso das linhas Opala e Caravan a taxa de compressão sofreu aumento de 40% para o motor aceitar o álcool. Paralelamente, o torque máximo e a potência bruta surgem a regimes mais baixos de rotações, fato que também contribuiu, para uma operação mais silenciosa.

A Caravan Comodoro a álcool revelou nível de ruído interno que pode ser considerado bom para a categoria. No limite da primeira marcha, que mostra a intensidade mais alta de som do motor, técnicos da Real Equipamentos de Segurança anotaram 80 decibéis na escala A, enquanto a 100 por hora em quarta marcha, vidros fechados (situação normal em viagens), foram 74 decibéis. Nas mesmas condições, um Chevrolet Diplomata quatro cilindros a gasolina marca 82 e 75 dBA, apesar de melhor acabamento interno e do uso mais generoso de material fonoabsorvente. A marcha lenta da perua alcoólatra registrou dBA com vidros fechados e o nível mais elevado surgiu a 130 km/h com vidros baixados, quando os 87 dBA envolvem os sons do carro abrindo bruscamente seu caminho no ar, além do turbilhão de vento quentra pelas janelas; fechando-se todos os vidros, na mesma velocidade, marcamos 79 dBA.

 

 

O espaço interno da Caravan continua sendo bom e o conforto é adequado , especialmente nas versões com bancos individuais na frente. Nesse caso (Comodoro) os ocupantes do compartimento dianteiro dispõem  de 826,6 litros cada um , enquanto os de trás, onde podem viajar até três adultos, ficam restritos a 250,6 litros por pessoa.

O acesso, como em qualquer carro de duas portas, é muito bom na frente e apenas razoável atrás. As portas são suficientemente largas e o ângulo de abertura facilita a entrada e saída dos ocupantes. No compartimento de bagagem, a ampla porta traseira é erguida com facilidade, expondo uma plataforma de carga praticamente sem obstruções, com o estepe e as ferramentas corretamente posicionados na lanterna, sem entrar em conflito com as malas.

 

O ELEGANTE PAINEL NOVO

Toda a linha Opala e Caravan para 1981 recebeu novo painel de instrumentos, de desenho funcional e elegante, que trouxe maior requinte ao interior e melhores informações visuais ao motorista. Diante deste, sem obstruções indesejáveis devido ao volante de direção com dois raios em V invertido, fica um quadro retangular que enfeixa os indicadores de combustível e temperatura (em mostrador circular único), o velocímetro até 180 km/h e o odômetro com centenas de metros mas sem contador parcial em outro mostrador central, e um relógio elétrico a quartzo, disponível apenas nas versões Comodoro e Diplomata.

 

 

Abaixo dos mostradores há uma faixa com seis luzes-testemunha para seta diredional à esuqerda, farol alto acionado, falha na bateria, freio de mão aplicado ou falha em circuito, pressão do óleo e seta direcional à direita. Entre as lâmpadas há quatro pequenos botões, dois de cada lado do volante. Os das extremidades são falsos, realidade pontos de fixação do painel; o segundo da esquerda servirá para zerar o odômetro parcial, quando esse melhoramento for colocado; o segundo da direita camanda o relógio elétrico.

A luz indicadora da necessidade de acionar o sistema da partida a frio fica na parte inferior na parte do mostrador de combutível e temperatura. Na parte inferior do relógio há outra lâmpada piloto, que se acende quando o reservatório de gasolina para auxiliar na partida está se esgotando (cerca de 1,8 litro). Ainda no mesmo quadro principal estão os botões de lanterna e faróis (igual ao do Chevette: girando liga as luzes externas, com duas posições, e puxando acende a luz interna), o afogador e o reostato para controlar a intensidade do brilho do painel. Os limpadores depára-brisa, o borrifo e o temporizador, o lampejador para ultrapassagens e a troca de facho de faróis estão numa alavanca à esquerda da coluna do volante, no mesmo esquema prárico e eficiente usado pelo Chevette.

 

 

No segmento central do painel estão localizados os defletores de ar (ventilador e ar-condicionado), os comandos de aquecedor e desembaçador, rádio AM/FM estére, o botão de partida a frio, o isqueiro e o botão do desembaçador elétrico da vigia traseira, que agora se desliga automaticamente após 15 minutos ou quando se corta o contato  com a chave. Os defletores de ar nas extremidades do painel só funcionam com o carro em movimento.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Caravan Comodoro pesou exatamente 1.210 kg, sendo que 600 estão localizados na dianteira e 610 sobre o eixo traseiro. Isso mostra uma boa distribuição de massas e a perua, especialmente com pneus radiais, se comporta com bastante desenvoltura em curvas, mostrando mais equilíbrio do que a linha de automóveis Chevrolet com duas ou quatro portas. As frenagens melhoraram com a adoção de um auxiliar a vácuo de diâmetro maior e de uma válvula equalizadora que reduz a possibilidade de travamento prematuro das rodas traseiras; a perua se detém em espaços seguros, sem fugas da trajetória, e a 100 km/h conseguiu parar em 44,8 metros.

O motor a álcool que equipa a linha passou bem pelas verificações de cidade, estrada e pista a que foi submetido. É uma unidade civilizada, de operação macia e que, na versão a gasolina, sempre mostrou longa e saudável vida útil. No carro analisado constatamos falhas   quando se preocupava  rodar em regimes mais baixos, bem como engasgos nas acelerações mais fortes, revelando uam alimentação por demais pobre, em busca de níveis de consumo mais vantajosos.

 

 

Na versão Comodoro a perua da GMB pode receber os seguintes opcionais: transmissão manual de quatro velocidades com alavanca no assoalho e console (a transmissão automática com alavanca seletora no assoalho é disponível apenas para a versão seis cilindros); bancos individuais reclináveis com encosto alto na frente; rodas esportivas de alumínio; pneus radiais 175/70-SR-14 se câmara; vidros climatizados; temporizador do limpador e lavador elétrico do pára-brisa; limpador e lavador da vigia traseira, aquecdor interno; desembaçador traseiro; ar-condicionado; espelho retrovisor do lado direito; direção hidráulica; pintura metálica; e embreagem eletromagnética do ventilador do radiador, opcional bastante válido pois reduz níveis de ruído e permite um ganho de potência da ordem de 4 CV a 5 CV, além de contribuir para diminuir o consumo.

 

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