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Não me lembro onde li isto, mas recordo-me perfeitamente que era mais ou menos assim:

Certo dia, um poderoso incêndio começou a deflagrar uma enorme floresta tropical onde habitavam uma data de animais.

Respondendo ao instinto, os bichos fizeram uso das suas diferentes capacidades locomotivas para depressa fugirem dali. Voando, correndo, nadando, todos iam abandonando a floresta em chamas para encontrar segurança no rio. Todos menos um pequeno colibri, que voava muito afoito do tal rio para a floresta flamejante, transportando algumas gotas d’água que deixava cair sobre as gigantescas labaredas.

Um veado, muito espantado e julgando que o amigo enlouquecera, abrandou para comentar:

- Julgas mesmo que consegues apagar o fogo dessa maneira?

O colibri passou velozmente por ele em direcção ao rio e respondeu:

- Não sei. Ao menos estou a fazer a minha parte.

Uma garrafa de Danoninho vazia atirada ao mar porque é demasiado pesada para ser levada até ao caixote do lixo mais próximo pode não parecer nada em comparação com o perigo eminente dum petroleiro encalhado a alguns metros da Barreira de Coral, mas é alguma coisa sim!

Não se está com certeza a melhorar qualquer coisa, mas escusa-se de piorar a situação. O mar já leva com demasiada porcaria desde que os macacos primitivos resolveram andar em pé.

Na lixeira (onde o Danoninho irá parar se o colocarmos no lixo) não vivem peixes nem moluscos nem algas nem nada de nada a não ser vermes e gaivotas famintas.

O nosso planeta está, inevitavelmente, a morrer, e reanimá-lo nesta altura do campeonato é tão improvável quanto o antídoto do T-virus funcionar em Raine.

Ou acabamos de vez com o sofrimento da Terra (e connosco), ou cuidamos dela como se duma avózinha velhota a quem devemos gratidão se tratasse, proporcionando-lhe um fim de vida digno ou (e isto é que está a acontecer) não nos lembramos de lhe agradecer o que quer que seja e deixamo-la morrer lentamente.

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