Glossário

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Há em todos os tempos duas ciências em progresso. Correndo lado a lado, uma é real, enquanto a outra é só aparente. A primeira é prosseguida por aqueles que vivem para a ciência. O seu curso é claramente guiado por pessoas sóbrias, responsáveis com consciência. Os seus conceitos são claros e os seus objectivos nobres. Este grupo é a locomotiva da ciência. Como guarda-freios estão sempre a trabalhar e o seu trabalho é iluminar o caminho de maneira segura. O segundo tipo de ciência é prosseguido por pessoas que vivem da science. ciência. São todos passageiros peso morto neste comboio. Para eles, subir na carreira é o único objectivo. Cada um trata dos seus próprios interesses primeiro. Isto é frequentemente impulsionado pelos interesses de governos e grupos financeiros do "grande dinheiro" que os impulsionam a escrever relatórios de "cara feliz" tal como o das NU de Setembro de 2005 acerca de Chernobyl.

Agora, deixem-me explicar porque a indústria nuclear embacia a sua informação com jargão e conversa dupla. A maioria dos relatórios da indústria nuclear são escritos cavalga na ciência, e não escritoresde ciência.

Frequentemente não têm uma ideia clara de que estão a falar. O seu objectivo é manter o público longe da verdade, assim a maneira de se expressarem é sempre obscura. Tentam fazer as pessoas acreditar que a sua pesquisa é muita mais alargada e aprofundada do que o é na realidade. Arengam em longas, obtusas frases que se torcem de maneira torturada e artificial. Cunham palavras novas e escrevem prolixos parágrafos que andam à volta dos factos, como para os embrulhar apertadamente num pegajoso casulo de saliva e muco.

Ler e compreender os seus relatórios é como descascar cebolas e couves. Para ir além das secas e frequentemente podres camadas, tem que se deitar muito fora antes de chegar aos factos. Frequentemente à corrupção até ao núcleo. Os autores parecem debater-se entre os dois objectivos incompatíveis de comunicar o que querem dizer e o de o esconder em prol dos seus senhores. O seu fito é engalanar o seu trabalho para que pareça culto ou profundo, esperando dar a impressão às pessoas de que há nele muito mais nele do que na realidade há.

No outro extremo, alguns debitam os seus pensamentos pedaço a pedaço em curtas, mas ambíguas e paradoxais, frases. Este método, aparentemente profundo e científico, seda o leitor com o entorpecedor efeito das frases estilo assalto, estando desprovida de uma ideia que seja.

Isto prova que eles escrevem palavras, mesmo frases completas, sem lhes ligarem qualquer significado real, na esperança de que seja tão díficil de penetrar na casca de noz da sua linguagem pseudo-científica que nenhum leitor descobrirá que não há miolo dentro - ou na melhor das hipóteses o miolo está mirrado ou podre.

É muito compreensível, que depois de cinquenta anos de obscurantismo no campo da ciência nuclear, esta esteja agora endemoninhada com jargão e acrónimos, todos aparentemente destinados a ser confundidos com factos científicos.

O seu vocabulário está sempre a mudar. O glossário nesta página contém principalmente termos e expressões que estavam em uso em 1986, ao tempo do acidente nuclear de Chernobyl e antes.

Menciono brevemente becquerel, sievert e gray que foram introduzidos logo a seguir a Chernobyl. São indicadores da taxa a que estão a dar-se as desintegrações e a sua significância biológica. Este tipo de medida toma em linha de conta a maneira como os radionúclidos se comportam no corpo, a sua meia-vida biológica e a sua meia-vida física e se tendem ou não a concentrar-se em orgãos específicos. Podem ser encontradas na internet mais informações acerca dessas e outras novas medidas, o meu propósito é preservar o vocabulário do tempo do acidente de Chernobyl.

Absorventes auxiliares (Advanced Gas-Cooled Reactor)

Quando um reactor foi acabado de encher com combustível novo, a sua capacidade para aumentar a energia dos neutrões excede a capacidade das varetas absorventes para suprimir a reacção em cadeia. Em tais circunstâncias, partes dos volumes de combustível são retirados, e varetas absorventes estacionárias conhecidas como absorventes auxiliares são inseridas no seu lugar para ajudar as varetas móveis. À medida que o urânio é gradualmente consumido, essas varetas auxiliares são removidas e substituídas por combustível nuclear.

Água leve

Água normal usada como refrigerante e/ou moderador.

Amerício-241

Filha do Pu-241, a meia-vida física de 458 anos com uma meia-vida efectiva (no corpo) de cerca de 100 anos. O Am-241 é emissor alpha e requer detectores especiais e delicados.

Átomo

A mais pequena porção de um elemento que pode existir independentemente retendo ainda as propriedades químicas do mesmo elemento. Consiste de um núcleo à volta do qual pequenas partículas, os electrões, orbitam.

Quando falamos de “dividir o átomo” isso não é estrictamente correcto, porque é o núcleo do átomo que é dividido. Vamos imaginar que tomamos um pequeno pedaço de qualquer mineral e o cortamos continuadamente em metades, chegaremos a um estágio em que, se o dividíssemos mais uma vez obteríamos algo que já não é mais esse mineral. Neste estágio, ainda que permaneça intacto, o que temos é um átomo.

Mas se continuamos a cortar a próxima parte que vamos remover chama-se electrão, que é carregado negativamente. O restante do átomo é carregado positivamente. A parte que retirámos tornou-se um ião negativo e o restante são iões positivos. Cada vez que removemos outro ião os restantes ficam carregados positivamente com mais força. Mas se finalmente conseguimos cortá-los todos, aquilo com que ficamos é o próprio núcleo do átomo. Este contém apenas cargas positivas, imensamente reforçadas e mantidas juntas por uma tremenda energia. É o estilhaçar deste núcleo e a libertação da avassaladora energia em si contida que produz uma bomba nuclear. Cuidadosamente controlada, no que é chamada a reacção controlada em cadeia, pode produzir energia nuclear.

Baínha

Bainha de metal que sela o combustível no reactor.

Baixo nível

Resíduo radioactivo com uma meia-vida curta.

Becquerel

Uma unidade de desintegração por segundo, ou uma contagem de radioactividade por segundo. É também uma medida muito pequena, tão pequena que é coloquialmente conhecida no meio como "nada de todo" (trocadilho fonético não traduzível). É a unidade agora usada para medir a radiação no leite e na água. Becquerel foi introduzida depois do acidente de Chernobyl.

Bolo amarelo

Uma vez extraído, o minério de urânio é levado a uma fábrica para ser esmagado e reduzido a um fino pó. Este é então purificado num processo químico e reconstituído numa forma sólida conhecida como "bolo amarelo", devido à sua coloração amarela. O bolo amarelo consiste de 60-70% de urânio, e é radioactivo.

Bomba de plutónio

Como elemento trans-urânico, o Plutónio oferece várias vantagens sobre o urânio como componente numa arma nuclear. Chamam-lhe uma potencial arma de terroristas, porque apenas são necessários cerca de 4kg de plutónio para fazer uma bomba. Uma bomba rudimentar de plutónio pode ser concebida e montada sem que se possua um elevado nível de perícia. A ogiva consiste duma esfera de plutónio rodeada por uma concha de material tal como o berílio, que reflecte os neutrões para o processo de físsão. Isto significa que é necessário menos plutónio para conseguir massa crítica e explodir. Um grupo ou país terrorista pode achar mais fácil adquirir plutónio de reactores nucleares civis, em vez de seguir o processo de enriquecer urânio. Apenas seria necessária uma instalação relativamente pequena para produzir 10-12 kg de plutónio por ano, e os componentes poderiam também ser obtidos no mercado negro dos materiais nucleares, sendo emissor Alfa o Plutónio não é facilmente detectável e pode ser contrabandeado, tal dispositivo poderia ser facilmente transportado num carro e explodiria com a potência de 100 toneladas de TNT - 20 vezes mais poderoso que o maior ataque terrorista à bomba até à data. Também associado com dispositivos terroristas é a "mala-bomba." Ao invés da bomba suja, uma bomba rudimentar de plutónio produz uma reacção de físsão auto sustentada e possúi poder de destruição.

Bomba suja

Aparelho explosivo primitivo, cheio com combustível gasto em centrais atómicas ou outros resíduos radioactivos ou químicos. Não produz uma reacção de fissão auto sustentável e portanto a bomba suja não possui o poder de destruição. Espalha químicos pelo terreno e cria um efeito como o de Chernobyl.

BWR

Acrónimo para reactor de água fervente.

Cascata

O objectivo do enriquecimento é aumentar a proporção de átomos físseis de urânio-235 no seio do urânio. Para o urânio funcionar num reactor nuclear tem que ser enriquecido para conter 2-3% de urânio-235. O urânio para armas tem de conter 90% ou mais u-235.

Um método comum de enriquecimento é um centrífugador de gás, onde o gás hexafluórido de urânio é girado a altas velocidades numa câmara cilindríca. Isto induz o isótopo u-238 ligeiramente mais denso a separar-se do u-235 mais leve.

O denso u-238 é precipitado no fundo da câmara e extraído; o u-235 mais leve aglomera-se na zona central e é recolhido. O u-235 enriquecido é então alimentado para outro centrifugador. O processo é repetido muitas vezes através de uma cadeia de centrifugadores conhecidos como cascata.

O urânio restante- essencialmente u-238 tendo todo o u-235 sido removido – é conhecido como urânio exaúrido.

Centrifugação de gás e Difusão de gás

Outro método de enriquecimento é conhecido como difusão. É alternativo à centrifugação. Funciona sob o princípio de que dois isótopos presentes no urânio, o gás hexafluórido, u-235 vai difundir-se mais rapidamente através de uma barreira porosa que o seu primo mais pesado, u-238. Tal como com o método da centrifugação, este processo tem de ser repetido muitas vezes.

Césio-137

Produto da fissão; um perigoso emissor-beta. O Césio-137 deposita-se nos músculos do corpo onde pode produzir mudanças malignas.

Chernobylite

Magma radioactivo, dentro de sarcófagos que se parece com cristal e tem a forma de estalactite/estalagmite. Consiste principalmente de areia derretida que absorveu uma grande quantidade de combustível do reactor.

Ciclo do combustível

Etapas na producção da energia nuclear desde a mineração do urânio até ao tratamento dos resíduos.

Combustível

Arranjo de material físsil num reactor. Pode ser urânio natural nalguns, ligeiramente enriquecido noutros, enquanto alguns reactores militares usam combustível muito enriquecido. Outros usam plutónio. O combustível enriquecido contém plutónio-235.

Combustível gasto

Combustível que passou por uma reacção em cadeia, está próximo do ponto em que não pode mais continuar a alimentá-la porque o seu material físsil foi transformado noutros elementos e foi assim removido do reactor. O combustível gasto pode ser usado para produzir bombas sujas.

Conversão

Etapa no ciclo do combustível nuclear depois da mineração e antes do enriquecimento.

Crítico

Ou "atingir o p. crítico": ponto numa reacção em cadeia em que os neutrões estão a ser capturados e libertados a exactamente a mesma taxa.

Curie

Quantidade do isótopo radioactivo que desintegra à taxa de 37,000 milhões de desintegrações por segundo. Nomeado em honra da pioneira no campo Marie Curie que como a sua filha Iren morreu de anemia aplástica. Às idades de 67 e 59 anos respectivamente.

Decomposição

Desintegração dos elementos radioactivos ao longo do tempo, libertando radiação.

Dose

Quantidade de energia deixada numa unidade de massa de um dado material pela radiação que o atravessa.

Dosimetrista

Especialista em protecção contra radiação.

Dosímetro

Depois do acidente de Chernobyl as pessoas começaram a chamar dosímetros aos contadores Geiger. Talvez, a razão seja os contadores serem ferramentas dos dosimetristas. Não era o nome correcto, pois o dosímetro é o aparelho usado para medir a exposição de um indivíduo à radiação, mede a dose cumulativa de radiação recebida pelo aparelho. Para uso pessoal, este é o mais útil, porque o dano biológico da radiação é cumulativo. Agora, é aplicável porque os novos contadores Geiger têm ambas as funções.

Electrão

Partículas negativamente carregadas que viajam à volta do núcleo de um átomo.

Enriquecimento

Processo de aumento da concentração do isótopo urânio-235 para lá dos 0.7% contidos no urânio natural.

O urânio enriquecido para cerca de 5% pode ser usado como combustível nuclear, mas se for enriquecido para cerca de 90% pode ser usado numa arma.

Escudo

Parede protectora de material (betão/concreto, chumbo, água) envolvendo uma fonte de radiação.

Estrôncio-90

Perigoso beta-emissor com uma meia-vida de 28 anos. É aceite por plantas, animais, pessoas, etc. como um "análogo" do cálcio – isto é, é tão semelhante ao cálcio que é absorvido da mesma maneira. Ataca os ossos e pode causar câncro ósseo.

Fallout(Queda)

Produtos de fissão radioactiva criados por explosões nucleares que voltam a cair na terra como poeira.

Fast breeder (de geração rápida)

Reactor alimentado com uma mistura de plutónio e óxido de urânio e que não tem moderador para abrandar os neutrões. Conhecido como FBR.

Filha

Elemento causado pela transformação de uma substância em outra por decomposição.

Físsão

Divisão do núcleo atómico em dois fragmentos mais leves libertando energia. Numa central de energia nuclear a físsão ocorre lentamente, enquanto numa arma nuclear, muito rapidamente. Em ambos os casos, a físsão tem de ser muito cuidadosamente controlada.

Físsil

Isótopo de um elemento cujo núcleo se separa ao ser atingido por um neutrão num processo espontâneo quando a massa crítica é formada. O urânio-235 e o plutónio são físseis.

Fusão

Ajuntamento de dois núcleos leves para produzir um mais pesado, libertando energia.

Gerador

Reactor que produz mais material físsil que aquele que usa.

Gray

Unidade de medida da exposição à radiação. Um gray é equivalente a 100 rads e é a nova medida de absorção da radiação pelo corpo. Foi introduzida depois do acidente de Chernobyl.

HTR

Acrónimo inglês para reactor de alta temperatura.

Ião

Átomo ou molécula que ganhou ou perdeu um ou mais electrões e está assim positiva ou negativamente carregado.

Iodo-131

Produto da físsão biologicamente perigoso com uma meia-vida de oito dias. O iodo radioactivo é absorvido através da parede intestinal e migra pelo sangue até à glândula tiróide, onde pode produzir câncro da tiróide. Na primeira semana depois do acidente de Chernobyl foi distribuído iodeto de potássio a nós na Ucrânia e na Polónia, mas não foi na Bielorússia. Alguns acreditam ser por isso que há mais casos de câncro da tiróide na Bielorússia agora.

Isótopos

Átomos do mesmo elemento químico mas com diferente massa atómica, ex: tendo igual número de protões no núcleo mas diferente número de neutrões.

Kilowatt

1000 watts.

Krypton 85

Gás quimicamente inerte que é um producto de físsão libertado para a atmosfera pelas centrais de reprocessamento.

Kurchatova, Instituto

O instituto de energia atómica em Moscovo.

Leucemia

Doença cancerosa do sangue caracterisada por uma proliferação de glóbulos brancos. Pode ser causada por exposição a radiação, mas não existe exclusivamente devido a tal exposição.

Loca

Acrónimo inglês para acidente por perda de refrigerante.

Manhattan Project

Nome de código para o projecto que desenvolveu a primeira bomba atómica durante a Segunda Guerra Mundial.

Manto

Elementos de combustível que rodeiam o núcleo de um reactor de geração rápida; estes contêm urânio-238, que é convertido em plutónio por bombardeamento de protões.

Massa crítica

Uma reacção nuclear só terá lugar se houverem suficientes átomos de u-235 presentes para permitir que tal processo continue como uma reacção em cadeia auto-sustida. Este requerimento é conhecido como "massa crítica".

Máximo nível permissível

Dose de radiação definida como o limite superior a que pessoas podem ser expostas.

Megawatt

1 milhão de watts.

Meia-vida

Tempo que leva até que metade dos átomos de uma substância radioactiva se desintegre em átomos de outro elemento. Esta característica é constante para cada substância particular.

Meios de protecção contra radiação.

Incluem uma larga variedade de mascaras de gás, respiradores, coletes de chumbo e uniformes especialmente impregnados. Tipicamente estes conseguem travar apenas 60% da radiação. Não são de grande ajuda se alguém for para campos de alta radiação. Não há meios, não há tecnologia, que consiga proteger humanos da radiação. Nada pode parar os raios gamma. A única defesa real para o indivíduo é saber o tempo permitido para uma exposição segura em relação ao nível de radiação que está a enfrentar.

Se esse nível for demasiado alto ou não puder ser detectado pelo vosso aparelho, então não há outra regra ou prescrição para se salvarem a vós próprios, excepto aquela que se aplica à peste ou a bombas relógio. Corram o mais rápido que possam.

Meltdown (derretimento)

Quando o núcleo do reactor sobreaquece, permitindo assim que parte do combustível sólido num reactor atinja o ponto e a temperatura à qual a baínha (e possívelmente o combustível e a estructura que o suporta) liquefaz e entra em colapso – o acidente nuclear final, que quase aconteceu em Three-Mile Island.

Mineração do urânio

O Urânio é a matéria prima básica tanto dos programas nucleares civis como dos militares. Quando o urânio é extraído do solo emite um gás radioactivo chamado rádon. Quando inalado pelos pulmões dos mineiros, o rádon converte-se depois de quatro dias em chumbo-210 que permanece radioactivo por mais de cem anos. Porque a radiação no corpo é cancerígena, o câncro do pulmão é a doença profissional dos mineiros de urânio. Na União Soviética condenados foram forçados a trabalhar nas minas de urânio. Ainda hoje temos este dito- "Vais para as minas de urânio por essa", significando que alguém vai ser severamente punido.

Moderador

Material usado para abrandar os neutrões num reactor a fim de permitir que sejam capturados e permitir a físsão. Moderadores incluêm grafite, água e água pesada.

NaK

Liga sódio-potássio com um baixo ponto de fusão, usada como refrigerante em modelos iniciais de reactores de geração rápida e como refrigerante de emergência noutros.

Nave de pressão

Grande contentor de aço soldado ou betão armado que contém o núcleo do reactor, etc.

Neutrão

Partícula não carregada no núcleo do átomo, que é libertada durante a físsão.

Núcleo

Centro do átomo que contém todos os protões (positivamente carregados) e neutrões (não carregados). Representa quase toda a massa do átomo.

Nuclídeo

Núcleo de um isótopo.

Partícula Alpha

Núcleo do átomo de hélio, consistindo de dois protões e dois neutrões. As partículas Alpha são emitidas pelos núcleos de algumas substâncias radioactivas no processo de decomposição em outros elementos.

LOCA

Partícula Beta

Low level

Electrão de alta-energia emitido por radionuclídeos.

Pé de Elefante

Formação de combustível radioactivo dentro do sarcófago de Chernobyl. A massa tem mais de 2 metros de diâmetro e muitas toneladas. Devido ao seu formato foi baptizado "Pé de Elefante". Pelo menos 50% do combustível nuclear dentro do sarcófago é tido como estando preso nesta forma vitrificada.

Pilha

Nome usado para os reactores nucleares originais, em que "pilhas" de urânio eram refrigeradas por gás ou água e moderadas por grafite ou água.

Plutónio

Pesado, e totalmente sintético é um metal fabricado por bombardeamento do urânio com neutrões. Tem 94 protões e os núcleos atómicos são físseis. Extremamente tóxico e altamente reactivo quimicamente, a meia-vida do Plutónio-239 é de 24,400 anos.

O plutónio é uma das mais cancerígenas substâncias conhecidas. A porta de entrada do plutónio é a inalação de ar contaminado para os pulmões. Pequenas partículas de plutónio são depositadas fundo nas passagens respiratórias, onde tendem a permanecer durante anos. É aceite que um milionésimo de grama de plutónio é suficiente para produzir cancro do pulmão quinze a vinte anos depois da inalação do elemento.

O plutónio é também causador do sarcoma e da leucemia. Devido às suas incríveis propriedades mutagénicas, pode causar um aumento na incidência de bebés deformados e doentes, tanto no momento como em gerações futuras.

O plutónio é apropriadamente nomeado a partir de Plutão, deus dos mortos e governante do mundo ínfero. Por extrapolação, 1 lb (menos de meio quilograma) de plutónio, universalmente espalhado, seria suficiente para matar todos os seres humanos na terra.

(In Chernobyl all this mathematics is pretty useless, because there is no way to count particles we inhale and chemicals we receive with food)

Pressurizador

Encontra-se num Reactor de Água Pressurizada (PWR, acrónimo inglês): Fervedor electricamente aquecido num sistema refrigerador, que ferve a água necessária para manter a pressão do refrigerador.

Protão

Partícula positivamente carregada que é um constituinte do núcleo.

PWR

Acrónimo inglês para reactor de água pressurizada.

Rad

Unidade da radiação que pode ser absorvida pelos tecidos.

Radiação ionizante

Qualquer forma de radiação que retire electrões aos átomos, transformando-os em iões.

Radioactividade

Comportamento duma substância cujos núcleos estão em transformação e emitindo radiação.

Radio-isótopo

Isótopo radioactivo.

Radio-nuclÍdeo

Nuclídeo radioactivo.

Rádon

Gás radioactivo alfa emissor expelido pelo rádio.

Raio Gamma

A definição técnica do raio gama é: Radiação eletromagnética de alta energia emitida pelo núcleo, de grande poder penetrante. A radiação gama é constituída por Fótons em forma de luz visível, ou então de raios-x. Porém, o raio gama possui uma energia muito mais intensa que ambos. A luz visível possui uma energia em torno de 1Elétron-volt(1 eV), unidade de medida usada por físicos. O raio-x possui uma energia em torno de mil a um milhão de eV. Já o raio gama consegue atingir a marca de um milhão de milhões de eV(um Tera de Elétron-volt ou 1.000.000.000.000 eV). Devido a esta energia incrivelmente alta, raios gama são bastante penetrantes.

Existe uma grande diferença entre testes radioativos conduzidos em laboratório e a radiação que encontramos na vida real. Especialmente se esta estiver altamente concentrada e espalhada por grandes territórios, como no caso de Chernobyl. Este glossário é baseado em minhas observações práticas que, por vezes, podem vir a soar tecnicamente incorretas. Porém, estas não levarão ninguém a informações erradas.

É impossível dizer se o que estamos encontrando com o contador Geiger é radiação alfa, gama ou beta. Pois o que vemos no contador Geiger, é o resultado da combinação de todos os tipos diferentes de radiação, que formam um complexo coquetel.

É importante frisar que não existe tal coisa como “pura” emissão gama. Pois a maioria das emissões alfa e beta, também emitem raios gama como parte do processo de desintegração. Dependendo de sua energia inicial, o raio gama pode viajar através do ar e pairar sobre a terra. Como nuvens invisíveis que nunca viajam, mas sempre se movem. Ao dar-se um passo à frente, a contagem de radiação será uma, dando-se um passo para trás, a contagem será totalmente diferente. A leitura de um contador Geiger também é variável quando esta é feita com o aparelho em uma posição fixa. A radiação tende a se intensificar em direção ao solo.

Provavelmente a melhor forma de definir se um campo radioativo é formado por raios gama, é presumir que qualquer coisa sendo lida por um contador Geiger ao nível dos olhos, é radiação gama. A não ser que você saiba de fato que existe alguma fonte diferente por perto.

Reacção em cadeia

Processo auto-perpetuante em que a fissão de um núcleo liberta neutrões que causam a fissão de outros núcleos e assim em diante.

Reactor

Arranjo de meios destinado a criar e controlar uma reacção em cadeia.

Reactor de água leve

Ou um Reactor de Água Pressurizada ou um Reactor de Água Fervente. Conhecido como LWR (acrónimo inglês).

Reactor tipo Chernobyl.

O reactor de Chernobyl era do género RMBK (reactor a água-leve de tubo-pressurisado moderado a grafite). O reactor nuclear de 1000-megawatt usava grafite como moderador e água como refrigerante. Vinte anos depois do acidente, ainda existem quatro reactores RMBK a operar na Rússia.

Refrigerante

Líquido, geralmente água ou gás (dióxido de carbono, hélio, ar) canalizado através do núcleo do reactor para remover o calor nele gerado.

Rem

Unidade de medida de doses de radiação, que toma em conta o grau de efeitos nocivos nos tecidos biológicos causados por cada tipo de radiação - ex. exposição a um Roentgen de raios-X dá uma dose absorvida de um rem. O termo vem de "Roentgen Equivalent: Man" (equivalente ao Roentgen: homem).

Reprocessamento

Reprocessamento é a operação química que separa o combustível utilizável para reciclagem dos resíduos nucleares.

Roentgen

Unidade de medida da dose de radiação, medida pelo número de iões libertados num grama de ar pelos raios-X ou raios gamma. Unidade que deve o nome a W.K.Roentgen, descobridor dos raios-X, que morreu da sua própria invenção, de cancro ósseo.

Runaway (em fuga)

Reacção em cadeia descontrolada, acidental.

Scram (fecho ou paragem de emergência)

Fecho ou paragem de emergência do material físsil num reactor.

Sievert

Nova unidade de medida. Explicação técnica - unidade de exposição à radiação, compensada para considerar danos biológicos extra. Simplesmente, significa que é uma unidade que toma em conta o efeito de diferentes tipos de radiação em seres humanos. Substitui o rem (Roentgen Equivalent: Man) ainda que o termo rem continue a ser frequentemente usado. 1 sievert iguala 100 rem e os sieverts são com frequência referidos em milisieverts (i.e. milionésimos de sievert).

"Síndroma da China"

Consequência teórica de um derretimento de núcleo, em que a pesada massa derretida de material altamente radioactivo atravessa mesmo a nave em que estava contida e segue pelo núcleo da Terra. Por outras palavras, o síndroma da China ocorre quando reactores fora de controlo queimam a sua passagem para baixo em direcção ao núcleo da Terra. A partir dos EUA, iria reaparecer na China.

Tailings (Escórias)

Areia fina deixada depois da extracção do minério de urânio. Contém rádio e emite o gás rádon.

Tanque de refrigeração

Profundo tanque de água para o qual o combustível gasto é descarregado de um reactor. Requer então envio para reprocessamento ou armazenagem.

Taxa de dosagem

Taxa do tempo à qual a radiação deixa energia numa unidade de massa de um dado material pelo qual está a passar.

Tempo de irradiação

Quantidade de tempo em que o combustível num reactor está a ser bombardeado por neutrões.

(Upper Biological Shield) (Escudo Biológico Superior)

Tampa de 2000 toneladas na nave de contenção nuclear, em Chernobyl foi deslocada com a explosão e caiu à beira da nave do reactor onde se mantém desde então. O reactor de Chernobyl tinha apenas um escudo, muitos condenam este tipo de reactores pela ausência de contenção secundária, que preveniu uma catástrofe similar em Three Mile Island nos Estados Unidos. O nome para o escudo de Chernobyl é Elena. Este nome existe desde 1986.

Urânio exaurido

Urânio com menos que a proporção natural (0.7%) de urânio-235; este ultimo é removido no processo de enriquecimento e transferido para o urânio enriquecido. O urânio exaurido, um metal pesado e ligeiramente radioactivo, é usado como componente em munições anti blindado e outras munições.

Urânio

O elemento natural mais pesado, e um metal. Os isótopos 233 e 235 são físseis, o 238 fértil. É um alfa-emissor.

Vareta de combustível

Um dos tubos da bainha cheio com módulos de combustível.

Vareta de controlo

Vareta de material absorvente de neutrões inserido num núcleo de reactor para sugar os neutrões e terminar ou reduzir a taxa da reacção nuclear.

Vitrificação

Fusão de resíduos de alto-nível em blocos com aparência de vidro.

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